Plano Cruzado: A década Perdida O tempo se curvou diante da celeridade do processo inflacionário da década de oitenta. À sombra miúda do Ipê Amarelo, se viu todo o ímpeto do volumoso crescimento do PIB da década passada, milagre econômico, embora registros aponte a dependência desse desenvolvimento do capital estrangeiro, e já no início dos anos oitenta (década perdida) sinais indicavam que dificilmente seria possível vencer a hiperinflação construída dentro da economia brasileira. Têm-se indicadores positivos sob o prisma da esfera política: a desagregação do regime militar, a Emenda Dante de Oliveira e as manifestações populares que construíram um sólido edifício sobre o qual se apoiou a reconstrução da democracia. Contudo, ao traçarmos um perfil dos indicadores econômicos, a situação já não coaduna para inflexões mais auspiciosas, a saber: 1986 – O ANO PLANO VERÃO 1986 - foi, em especial para o Brasil, um divisor de águas, talvez tenha feito brotar novas esperanças e da euforia, com heterodoxo plano cruzado, fomos à frustração dolorosa que se materializava na incompreensão das inocentes donas de casas transformadas em fiscais do Sarney e o esforço econômico liderado por economistas graduados de alguma maneira deu errado. Assim: o país enfrentou: a) agravamento do processo inflacionário, b) Plano Cruzado, em fevereiro, despertando entusiasmo em todos segmentos da sociedade brasileira; d) escassez de produtos, desabastecimentos e outros fatores de irritação e descontentamentos e)Ajustes no Plano Cruzado, em novembro. O pacto social em torno do Plano Cruzado foi desfeito e a população passa a desacreditar nas políticas do governo para resolver o problema inflacionário. Eram anos difíceis. Havia pouca maturidade política e historicamente o pluripartidarismo ainda não tinha deitado raízes A inflação é um processo de elevação de preços que ocorre por diversas razões e seu acompanhamento se dá pelos registros das variações de preços por um determinado período, um dia, um ano, um mês. 1. OFERTA: Sempre quando a procurar é maior que há capacidade de produzir certos bens ou ainda serviços. 2. DEMANDA: Por seu turno, ocorre quando a excesso de produção e a procura é pouca. 3. Inercial: quando inflações passadas alimentam, por indexação - os reajustes de preços, no caso do Brasil – congelamentos gerais de preços foram usados para conter a hiperinflação dos anos 80. Há, contudo, vários motivos que podem explicar a aceleração das variações dos preços – INFLAÇÂO: a) Oferta e demanda agregada. O consumo doméstico de um país fica muito próximo de sua capacidade produtiva, neste quadro de instabilidade parece ser tentador aos empresários que aumentem os preços. b) Outro modelo inflacionário típico e também muito comum em economias mais frágeis e no setor agrícola: é o choque de oferta, que ocorre quando imprevistos causam redução brusca na produção: variações climáticas – como estiagens, tempestades, porém deve-se lembrar de que se trata apenas de um agregado, mas quando ocorre em produtos de grande monta as consequências são mais greves que uma inflação setorial, como por exemplo, a recente queda na produção de milho no EUA. c) A variação do valor cambial. Um possível desequilíbrio do dólar ante o real, como a que se viu em 1999, repercute como consequência automática o encarecimento dos comercializáveis tanto interna quanto externamente. Já que são cotados em dólar. Daí a importância das ações adotadas pelo Banco Central em 1999(câmbio flutuante e metas inflacionárias). d) As crises internacionais como aquelas que atingem os EUA e a U.E tendem a contagiar os preços domésticos. Isso porque as cotações das commodities agrícolas, minerais e energéticas sobem com vigor na esteira da pujante demanda internacional. (e) A inflação passada pode contaminar os preços no presente. Embora controlado, esse fenômeno tem explicação na indexação. Este é o caso de muitos serviços públicos, cadernetas de poupança e aluguéis. 1. a. b. 2. 3. 4. 5. profundas no cotidiano político do país, ademais o quadro inflacionário seguia avançado e se tornando um grave problema a ser enfrentado. Com políticas heterodoxas, colocadas em práticas na Argentina – plano Austral- e em Israel, o governo Sarney e sua equipe econômica apresentam, no inicio de 1986, um plano para conter a escalada inflacionária e estabilizar a economia do país. Notáveis são os fatores que emergem de uma conjuntura particular e contribuem para a formação de uma de instabilidade ampla, multiplicando-se tensões e inconformidades: 1982 – conforme gráfico abaixo: simbolicamente ultrapassamos os três dígitos: IPCA: 104,79% INPC: 100,31% Parecia não haver reação do governo frente ao imperativo processo inflacionário: nem em médio prazo e nem em longo prazo. O adensamento das greves enfraquecia ainda mais o ambiente e tornavam a confiança no governo ainda mais vulnerável. Surpreendente, a opção não foi pelo ortodoxo choque monetário, recomendado pelo FMI, e sim por um plano cujos fundamentos heterodoxos evitariam a recessão e o agravadores da concentração de renda e atingiriam a meta que era de inflação zero como dito anteriormente. A inflação já era visto nos quadros governamentais como fator de instabilidade. ÍNDICES DE VARIAÇÕES DOS PREÇOS INPC (IBGE): Índice Nacional de Preços ao Consumidor (1 a 6 salários mínimos) IPC (FIPE/USP): Índice de Preços ao Consumidor – município de São Paulo IPC (FGV): Índice de Preços ao Consumidor IPC – S ( FGV): Índice de Preços ao Consumidor semanal IPCA (IBGE): Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (1 a 40 salários mínimos) IPCA – 15 (IBGE): Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (entre dias 15 de cada mês) IGP – DI (FGV): Índice Geral de Preços – disponibilidade interna IGP – M (FGV): Índice Geral de Preços – mercado ICV – SP (DIEESE): Índice de Custo de Vida – município de São Paulo INCC (FGV): Índice Nacional da Construção Civil IPA (FGV): Índice de Preços por Atacado IPA – M (FGV): Índice de Preços por Atacado – mercado AÇÕES DO PLANO CRUZADO: teoricamente o centro das ações seria agir sobre a inércia inflacionária, neutralizando o fator inercial provocador da inflação: Seria ingenuidade esquecer que havia motivações políticas para implantação 1. a. 2. a. b. do plano por vias não-convencionais, uma vez que se esperava uma ação de grande impacto e talvez digno da redemocratização; a inflação gera instabilidade macroeconômica e instabilidade governamental, tanto do ponto de vista das contas internas quanto enfraquecem a flanco brasileiro na negociação com os credores internacionais. Por outro lado, as contas externas apresentavam condições favoráveis na avalição dos economistas, com saldos comerciais e boas reservas cambiais, ademais a agricultura não sinalizava para possíveis desabastecimentos. CONGELAMENTO GERAL DOS PREÇOS “Os preços foram congelados ao nível em que se encontrava em 27 de fevereiro de 1986, aplicando-se aos salários aumento correspondente à manutenção de seu valor médio real dos últimos seis meses, acrescido do abono de 8%. Nova moeda foi instituída, o cruzado, cuja diferença em relação à antiga não seria apenas o fato de equivaler a mil cruzeiros, mas também o de personificar uma economia estável, na qual a moeda não se deterioraria”. DEXINTEXAÇÃO DOS PREÇOS “O fator inercial provinha da correção monetária aplicada às transações financeiras e comerciais, funcionando assim como piso mínimo da taxa do mês seguinte. Com o fim da indexação esperava-se romper a rigidez à retração inflacionária”. a desindexação só não atingiu as cadernetas de poupança (forma mais difundida de poupança popular), o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) e o Fundo de Participação PIS/Pasep (fundos compulsórios vinculados aos assalariados), cujos saldos passaram a ser atualizados pelo Índice de Preço ao Consumidor (IPC), como resguardo à eventual inflação; 3. INSTITUIÇÃO DA NOVA MOEDA. a. Com cortes de três zeros, garantindo maior valor monetário e em tese não depreciada pela inflação já que ela seria debelada e posta a 0%. 4. CAMBIO CONGELADO a. a taxa de câmbio oficial por moeda estrangeira foi congelada 5. A ORTN (Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional), título que variava mensalmente servindo de indexador, passou a denominar-se OTN (Obrigações do Tesouro Nacional), e sofreu elevação em 3 de março; seu valor permaneceria inalterado até março de 1987, quando seria reajustado conforme os indicadores de comportamento de preços; 6. As obrigações de pagamento expressas em cruzeiros, anteriores a 28 de fevereiro, passaram a ser convertidas em cruzados na data de seus vencimentos, dividindo-se o montante em cruzeiros por um fator de conversão. Esse fator era diário e calculado pela multiplicação da paridade inicial (1.000 cruzeiros/1 cruzado), cumulativamente, por 1,0045 para cada dia decorrido a partir de 3 de março de 1986; 7. Alterou-se o método de reajuste salarial, doravante automaticamente acionado toda vez que a subida acumulada do IPC atingisse 20% (o chamado gatilho salarial); não havia limitações para negociações coletivas de aumentos salariais. “Supunha-se, como consequência da inflação zero, a ocorrência de dois fatos relacionados entre si e auspiciosos ao desenvolvimento econômico: a) O fim da “ciranda financeira”, que desviava de atividades produtivas volumosas somas de recursos, canalizadas às aplicações com rendimentos atrelados aos índices inflacionários. Havia empresas cujos lucros não operacionais, provenientes dessas aplicações, eram superiores aos resultantes de suas atividadesfim, não havendo, portanto, incentivo em investir no próprio negócio. Em decorrência da desindexação, esvaiu-se a atratividade das inúmeras formas fáceis e especulativas de obter rentabilidade com o dinheiro disponível. Assim sendo, era lógico imaginar que agora esses recursos fluiriam para empreendimentos produtivos, transformados na melhor opção de auferir bons resultados, ou para a bolsa de valores. b) O segundo fato diz respeito aos baixos níveis de produtividade em diversos ramos da economia e à heterogeneidade entre os níveis constatáveis em empresas de um mesmo setor. Havia a expectativa de nova ênfase à questão da produtividade, como consequência da inflação próxima a zero. O raciocínio era: quando os preços deixam de subir desordenadamente, aflora à superfície a ineficiência empresarial, antes camuflada pela simples transferência ao consumidor, via preço, do elevado custo de produção. Num contexto de estabilidade monetária, a competitividade de cada empresa seria diferenciada pela sua produtividade, passando a ser difícil transferir ao preço o custo da ineficiência. Uma fonte de recursos aos investimentos em aumento de produtividade seriam as antigas aplicações financeiras. Imediatamente após o anúncio do Plano, acendeu-se o pavio de uma polêmica sobre o critério de fixação dos salários, um dos raros alvos de dúvidas e críticas. A controvérsia foi alimentada pelos defensores de um aumento que incorporasse toda a elevação do custo de vida verificada desde o último reajuste, reconstituindo assim o salário máximo real desse intervalo.A alternativa adotada pelo Plano preservava o valor real médio do semestre anterior, porém consolidava um dos componentes da perda histórica do seu poder de compra. Esse componente era representado pela diferença entre o valor real máximo do salário (isto é, aquele alcançado no momento em que era corrigido) e o valor médio do semestre correspondente, diferença essa tanto maior quanto mais elevada a inflação. O novo salário decretado e congelado retirava a possibilidade de o trabalhador voltar a atingir o pico de sua remuneração real, equivalente ao que ele deveria ganhar a partir da data do aumento, se não tivesse havido inflação no semestre anterior. O reajuste automático, previsto para quando o índice de inflação atingisse 20%, apenas restabeleceria o poder aquisitivo de março de 1986.” REVISTA DO BNDES, RIO DE JANEIRO, V. 12, N. 24, P. 211-240, DEZ. 2005 221 1. 2. 3. 4. 5. LISTAS DE QUESTÕES : FMP-RS - 2011 - TCE-RS - Auditor Público Externo – Economia : Relacione a coluna da direita com a coluna da esquerda e depois marque a sequência correta nas alternativas abaixo. Alguns números poderão ser utilizados mais de uma vez, e outros poderão não ser usados. 1 – Governo Sarney ( ) Criação do Banco Central do Brasil 2 – Governo Geisel ( ) II Plano Nacional de Desenvolvimento 3 – Governo Castelo Branco ( ) Plano Cruzado 4 – Governo Médici ( ) Plano de Ação Econômica – PAEG a) 2 – 3 – 4 – 3 b) 3 – 2 – 1 – 1 c) 1 – 3 – 2 – 4 d) 4 – 1 – 2 – 3 e) 3 – 2 – 1 – 3 1. 2. 3. 4. 5. 6. O II Plano Nacional de Desenvolvimento, chamado II PND (1975 -1979), foi lançado no final de 1974. Foi instituído durante o governo do general Ernesto Geisel e tinha como finalidade estimular a produção de insumos básicos, bens de capital, alimentos e energia. O II PND foi a coordenação militar à crise econômica decorrente do primeiro choque do petróleo – 1973 O PAEG – Elaborado e executado no governo Castelo Branco foi também o primeiro plano econômico do novo governo. Os principais focos de atenção do novo governo foram basicamente cinco: Estabilidade dos preços e combate a inflação O aumento de investimentos diretos (muitos destes investimentos tiveram o estado como patrocinador, através de empresas de economia pública e em obras diretas). Reformas bancárias e tributárias. Acertar o déficit da balança de pagamentos. A diminuição dos desequilíbrios regionais. O Banco Central foi criado no governo Castelo Branco em substituição da SUMOC( superintendência do Crédito e da Moeda.) RESPOSTA: D 2. Indique a opção que completa corretamente as lacunas da assertiva a seguir. O Plano Cruzado definiu regras de conversão de preços e salários de modo que _______________________. a) se buscasse o mesmo padrão de distribuição de renda do cruzeiro b) a taxa de câmbio ficasse flutuante c) os preços e salários fossem reajustados pela Unidade Referencial de Valor - URV d) o crescimento dos preços e salários fossem calculados pela Tablita e) houvesse reajustes salariais somente após um ano RESPOSTA: A *aplicando-se aos salários aumento correspondente à manutenção de seu valor médio real dos últimos seis meses, acrescido do abono de 8%. O objetivo era garantir a adesão dos trabalhadores ao plano, porém a introdução do gatilho salarial, em parte, quebrou a tese do congelamento total. 3.( ) O chamado plano cruzado, instituído em 1986, tinha por objetivo principal combater a inflação que ultrapassara os 200% no ano anterior e contava com várias condições favoráveis ao seu sucesso, como o acúmulo de reservas cambiais combinado com taxa de câmbio favorável, aprovação recente de uma reforma fiscal e unificação dos orçamentos fiscal e monetário. (Certo ) 4. Graças ao crescimento acelerado dos preços na primeira metade dos anos 80 do século XX, o combate à inflação transformou-se em meta prioritária da política econômica do governo Sarney (1985- 1989), dando origem a três planos de estabilização consecutivos: o Plano Cruzado, o Plano Bresser e o Plano Verão. Os três planos mostraram-se incapazes de reduzir as taxas de inflação, que apresentaram variação negativa somente no ano de 1986. A taxa anual de crescimento dos preços, medida pelo IGP, praticamente dobrou de 1985 a 1987 e de 1987 a 1988. O fracasso desses planos tem sido atribuído, em especial, a interpretações errôneas e(ou) incompletas das verdadeiras causas da inflação. Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a opção correta acerca dos planos econômicos citados. a) Para os formuladores do Plano Cruzado, os aumentos de preço resultavam basicamente do excesso de oferta de moeda. Para reverter o processo inflacionário, avaliavam que a principal medida a ser tomada seria dotar o Banco Central de independência. * a formulação partia da convicção que a natureza da inflação era inercial, ademais a autonomia do Banco Central foi adotado pelo Governo Lula. METAS PARA A INFLAÇÃO NO BRASIL :Entre as principais mudanças recentes entre o Bacen e o governo foi a introdução das metas para a inflação, em junho de 1999, em respostas as crises monetárias na Ásia, no México e na Argentina. Além foi igualmente estabelecido o regime de câmbio flutuante entre as novas sistemáticas brasileiras. . O Bacen é o responsável por executar as políticas e perseguir as metas. O índice, a meta e o intervalo são aprovados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com base em proposta do Ministério da Fazenda. O índice escolhido é o Índice de Preço ao Consumidor Ampliado (IPCA), calculado pelo IBGE. No caso de descumprimento da meta, o presidente do Bacen deve publicar carta aberta ao ministro da Fazenda, na qual justifica o fato e aponta as providências corretivas, com os prazos requeridos. O Bacen deve publicar, ainda, trimestralmente, o Relatório de Inflação, com o objetivo de explicar à população a política monetária, seus efeitos e perspectivas futuras. b) A política inflacionária do Plano Cruzado reduziu as expectativas de lucro dos empresários, provocando redução substancial na produção industrial com consequências adversas no nível de emprego. c) O diagnóstico da inflação que fundamentou o Plano Bresser atribuía a inflação em vigor não só à indexação geral da economia, mas também a um excesso de demanda. Com base nesse diagnóstico, o plano propunha tanto medidas políticas antiinflacionárias ortodoxas quanto heterodoxas. * Um mês após a sua posse a inflação atingiu o índice de 23,21%. O grande problema era o déficit público, pelo qual o governo gastava mais do que arrecadava, sendo que nos primeiros quatro meses de 1987, já se havia acumulado um déficit projetado de 7,2% do PIB. Então, em junho de 1987, foi apresentado um plano econômico de emergência, o Plano Bresser, onde se instituiu o congelamento dos preços, dos aluguéis, dos salários e a UPR como referência monetária para o reajuste de preços e salários – no quadro da heterodoxia. Com o intuito de diminuir o déficit público algumas medidas foram tomadas, tais como: desativar o gatilho salarial, aumentar tributos, eliminar o subsídio do trigo e adiar as obras de grande porte já planejadas, entre elas o trem-bala entre São Paulo e Rio, a Ferrovia Norte-Sul e o pólo-petroquímico do Rio de Janeiro. As negociações com o FMI foram retomadas, ocorrendo a suspensão da moratória. ( ORTODOXIA) d) O Plano Verão foi um plano estritamente ortodoxo de combate à inflação. * O plano verão marcou-se por políticas heterodoxas e) O severo ajuste fiscal ocorrido em 1989 contribuiu para o relativo sucesso do Plano Verão. As taxas de inflação foram substancialmente reduzidas em 1990. * Não houve redução inflacionário, Fernando Collor e seu plano ainda tentam ajustes para equacionar o problema. RESPOSTA : C 6. Com relação às políticas econômicas implementadas no Brasil, nos anos 90 do século XX, assinale a opção correta. a) Uma maior ênfase na abertura econômica do comércio internacional brasileiro e no processo de privatização de empresas estatais, durante o governo Collor, representou significativa mudança em relação às políticas implementadas na década anterior. b) O diagnóstico da inflação que fundamentou o Plano Real atribuía a inflação corrente à indexação da economia e eximia o desajuste das contas públicas de qualquer responsabilidade nos aumentos de preços. c) A política cambial adotada no Brasil, durante a vigência do Plano Real, contribuiu para a manutenção de uma balança comercial equilibrada entre os anos 1995 e 1998. d) Condições adversas no cenário internacional e dificuldades internas levaram o governo brasileiro a adotar, em 1999, o sistema de câmbio flutuante, o que aumentou o valor externo da moeda brasileira. e) O controle rígido de preços introduzido no início do governo Collor e mantido ao longo dos anos 1991-1994 mostrou-se um eficiente mecanismo de desaceleração da inflação no Brasil. RESPOSTA A 7. O Plano Cruzado, adotado pelo governo Sarney em 1986, para diminuir a taxa de inflação, teve como característica marcante a) usar o congelamento da taxa de câmbio como principal mecanismo de controle da inflação. b) aumentar o grau de indexação da economia, para reduzir as distorções inflacionárias. c) aumentar a oferta de produtos importados. d) contrair fortemente a demanda agregada por bens e serviços. e) eliminar a inflação inercial por meio de um congelamento geral de preços. Resposta E 8. No Brasil, durante a década de 80, o governo Sarney adotou o Plano Cruzado para combater a inflação. Tal plano se baseou, principalmente, num(a) a) amplo congelamento de preços e várias medidas de desindexação da economia. b) vultoso corte dos gastos correntes do setor público. c) nova unidade de valor monetário, a URV. d) redução da oferta monetária, através do "confisco" dos ativos financeiros da população. e) moratória da dívida interna do setor público RESPOSTA E 9.(ESAF) Assinale a opção que contém compreensão errada do trecho abaixo. Os anos 1980 costumam ser lembrados no Brasil como "década perdida". Estultícia. Economicamente, o período é antes de ajustes que de perda. Quadro internacional adverso, desatualização e gigantismo do Estado, avanço do processo de globalização. Claro: as condições internacionais não permitiam a continuidade da disparada desenvolvimentista dos anos 1970. Mesmo assim, a economia brasileira cresceu 33,5% no período 1980-1989. Nada de espetacular, comparativamente à década anterior. Mas evoluir um terço na magnitude da economia não é perder. É apenas avançar menos rapidamente. Além disso, chamar de década perdida o período em que o país reconquistou e consolidou a democracia é sobrepor o econômico a tudo. Até mesmo à liberdade. (Ronaldo Costa Couto, "De 1964 ao Governo Sarney". Em: Oliveira Bastos (org.). Sarney: o outro lado da História. Rio: Nova Fronteira, 2001, p.111, adaptado) a) Segundo o autor, é um disparate considerar a década de 80 como "perdida". b) O autor considera inapropriado e inadequado, diante do contexto político e social da época, avaliar os anos 80 como tendo sido negativos para o País. c) O crescimento da economia, na década de 80, foi menor do que no período 1970-1979. d) Fatores internos e externos contribuíram para que a economia da década de 80 avançasse a passos mais lentos. e) A despeito das condições internacionais adversas, a economia dos anos 80 cresceu de modo espetacular. RESPOSTA E 10. A partir da aproximação entre Argentina e Brasil, na década de 80, sob a liderança dos presidentes Raúl Alfonsín e José Sarney, quatro países da América do Sul - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - se associaram na formação de um bloco econômico. Trata-se do(a) a) Pacto Andino. b) Mercado Comum do Sul. c) Acordo de Livre Comércio da América do Norte. d) Área de Livre Comércio das Américas. e) Associação Latino-americana de Livre Comércio. RESPOSTA B 11.ESAF. Do ponto de vista da eficiência econômica e da competitividade dos produtos brasileiros nos mercados doméstico e internacional, há enormes entraves fiscais que precisam ser eliminados. Aponte a opção falsa no que concerne a esses entraves fiscais. a) O efeito da tributação que desonera as operações financeiras. b) A tributação dos bens de capital. c) O pesado ônus sobre as exportações. d) O peso dos impostos que incidem sobre matérias primas e demais insumos utilizados no processo de produção. e) Correção de injustiças derivadas da regressividade dos tributos. Resposta A 12. Considere as assertivas abaixo. I. Os planos de estabilização adotados no Brasil na segunda metade da década de 1980 procuravam eliminar a inflação de oferta que há muito assolava o país. II. A desindexação de contratos foi uma das medidas adotadas em 1994 com a implantação do Plano Real III. O principal instrumento de combate à inflação adotado no Plano Collor I em 1990 foi uma medida fiscal contracionista. IV. Ao longo do Governo Luiz Inácio Lula da Silva, o Banco Central tem combatido a inflação por meio da elevação da taxa de juros, dado o diagnóstico de inflação de demanda. Está correto o que se afirma APENAS em: a) II e IV; b) III e IV; c) I e III; d) II e III; 13. Os programas federais de transferência de renda – como o Fome Zero e o Bolsa-Família – tornaram-se importantes no Brasil. A respeito deles, pode-se afirmar que: a) em seu conjunto, implicam em transferências anuais, diretas para os pobres, de cerca de 10% do PIB. b) visam beneficiar pessoas que ganham menos de dois salários mínimos – o seu público-alvo – melhorando a distribuição de renda. c) poderiam ser substituídos pelo redesenho do sistema fiscal do país, aumentando substancialmente a progressividade dos impostos. d) programas como o Bolsa-Família, de grande clientela potencial, costumam ter problemas de focalização, isto é, de garantir que os beneficiados tenham renda abaixo do patamar estabelecido. RESPOSTA D 14. A política fiscal pode ser dividida em duas grandes partes: a política tributária e a política de gastos públicos. No que se refere à política fiscal, assinale a única opção incorreta. a) Quando o governo aumenta os gastos públicos, diz-se que a política fiscal é expansionista. b) Os gastos do governo podem ser divididos em dois grandes grupos: despesas correntes e as de capital. c) A política fiscal será expansionista ou contracionista dependendo do que o governo está pretendendo atingir com a política de gastos. d) As despesas correntes do governo referem-se às despesas que o governo efetua para manter e aumentar a capacidade de produção de bens e serviços no país (construção de escolas e de hospitais, por exemplo). RESPOSTA D 15. Acerca do período 1981-1983 na economia brasileira, analise as afirmativas a seguir: I ) Foi um período marcadamente recessivo. II ) As exportações não foram afetadas pelas condições econômicas adversas. III ) As importações foram afetadas pela queda da renda e pela desvalorização cambial. IV ) O crescimento econômico foi afetado negativamente pela crise cambial e pelas políticas de ajuste subsequentes. As afirmativas corretas são somente: a) I e IV; b) I, II e IV; c) I, III e IV; d) I, II, III e IV; RESPOSTA SIMULADO 1. Quanto às teorias sobre inflação, associe as frases da primeira coluna com os conceitos da segunda coluna. 1. emissão de títulos do governo 2. excesso de demanda agregada sobre a produção de bens e serviços 3. desvalorização cambial 4. aumento dos salários acima da produtividade repassado aos preços 5. aumento generalizado do nível de preços ( ) inflação ( ) inflação de demanda ( ) inflação de custos Assinale a alternativa que apresenta a relação numérica que preenche correta e respectivamente os parênteses, de cima para baixo. a) 1-2-4 b) 3-4-1 c) 4-3-2 d) 5-2–4 2. Um cartel é uma organização formal de vendas de uma indústria que determina políticas para todas as firmas do cartel com o objetivo de: a) maximizar os lucros totais do cartel. b) manter constantes os lucros do cartel. c) aumentar as receitas do cartel. d) diminuir os custos do cartel. 3. Em relação ao Plano Real, é INCORRETO afirmar que: a) beneficiou-se das reformas estruturais introduzidas no Governo Collor e pela política fiscal do governo Itamar Franco, no período imediatamente anterior; b) foi seguido por forte desvalorização da moeda frente ao dólar; c) foi implementado em três fases, na seguinte sequência: ajuste fiscal, criação da URV e instituição da nova moeda; d) foi acompanhado de rápida expansão econômica; 4. Não constitui consequência da globalização: a) Acirramento da competição entre produtos e empresas. b) Diminuição do fluxo de capitais estrangeiros. c) Difusão de novas tecnologias. d) Incorporação de novos padrões de consumo. 5. A Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento (Secex) divulgou que, nas primeiras semanas de fevereiro de 2007, o superavit comercial brasileiro alcançou US$976 milhões decorrente de vendas de US$9,819 bilhões e compras de US$8,843 bilhões. Considerando as informações apresentadas no trecho acima, é possível concluir que: a) as exportações superaram as importações. b) as importações superaram as exportações. c) o saldo de transações correntes foi superavitário. d) o saldo de transações correntes foi deficitário. GABARITO DO SIMULADO 1. D 2. A 3. D 4. B 5. A