Sarcoidose Sarcoidose é uma doença granulomatosa multisistêmica caracterizada pelo acúmulo de linfócitos e fagócitos mononucleares em determinados órgãos, de maneira a formar granulomas não-caseosos que causam desarranjos em suas estruturas teciduais. A doença é mais prevalente em países desenvolvidos, apresentando 64 casos em 100.000, sendo mais frequente em adultos jovens de faixa etária de 25 a 40 anos e da cor negra, onde é observado maior comprometimento de músculos, fígado, medula óssea e pele. Sua etiologia ainda não está bem definida, podendo haver predisposição genética com relação ao HLA de classe II e podendo ser causada por fatores ambientais, como poeiras orgânicas e inorgânicas, e por agentes infecciosos, como as bactérias Rhodococcus equi, Mycobacterium tuberculosis e Nocardia sp, e algumas linhagens de fungos e vírus ainda não bem determinados. A reação sarcoídea consiste fundamentalmente na interação entre macrófagos e linfócitos T/CD4, assim quando uma estimulação antigênica é apresentada ao linfócito T/CD4 é liberado um grande número de citocinas, principalmente interleucina 2 e interferon gama, que recruta diversos macrófagos para agir no local infectado, entretanto, a ativação de linfócitos e o posterior recrutamento de macrófagos não é interrompido e o órgão começa a ser atingido. Assim, a primeira manifestação histopatológica da doença traduz-se no acúmulo de células inflamatórias mononucleares, predominantemente linfócitos T auxiliares e fagócitos mononucleares, nos órgãos afetados. Este processo inflamatório é seguido pela formação de granulomas. O granuloma típico da Sarcoidose (não-caseoso) é uma estrutura compacta, composta por um agregado de fagócitos mononucleares, circundados por uma coroa de linfócitos T auxiliares, e, às vezes, de linfócitos B. No estudo histopatológico observa-se um granuloma imunológico, constituído por um arranjo concêntrico de células epitelióides e são envolvidos por fibras de colágeno, possuindo também células de Laghans e corpúsculos asteróides. A sarcoidose pode se manifestar de 3 formas: assintomática, aguda e crônica. A forma assintomática geralmente só é descoberta após exames de rotina, como raio X de tórax. Tem como principal característica um adenoma hilar bilateral, que pode ou não ter infiltrado pulmonar. Sua forma aguda apresenta como principais sintomas a febre, a astenia, tosse, dispnéia e anorexia. Já a forma crônica não apresenta sintomas gerais sistêmicos, com queixas respiratórias e lesão mais séria de órgãos afetados. De tal forma, os órgãos que estão comprometidos que indicaram os sintomas sentidos pelo paciente. Os principais locais de infecção são o pulmão, a pele, os olhos, os músculos e as articulações. Sendo de grande alerta de seriedade quando são afetados sistema cardiovascular e neurológico. O diagnóstico de sarcoidose requer um achado de granulomas não-necrotizantes na biópsia, aliado a achados clínicos e radiológicos que sejam consistentes com a doença. É de extrema importância descartar outras causas de doenças granulomatosas (especialmente tuberculose). Os sítios das biópsias devem ser os de mais fácil acesso, tais como a pele e linfonodos superficiais. Podem ser usados para diagnóstico a radiografia, a tomografia computadorizada, a cintilografia com gálio e o teste de Kveim-Siltzbach. A sarcoidose esta freqüentemente associada a várias doenças auto-imunes, especialmente o lúpus eritematoso e a esclerose sistêmica. É crescente, também, o número de relatos de casos de sarcoidose desenvolvendo-se após tratamento com interferon alfa nos casos de hepatite C seguidos de tratamento de neoplasias. Deve-se considerar para o tratamento da doença em estudo a sua extensão, a sua gravidade, os seus sintomas, a sua possibilidade de progressão e os órgãos que estão sendo afetados. Normalmente a primeira opção de tratamento são os corticóides, caso o paciente tenha alergia ao medicamento ou não resultou em melhoras, é receitado cloroquina, ciclosporina e infliximabe. Quando o paciente relata muita dor é utilizado AINES para tratar a inflamação aguda. O seu prognóstico também irá variar de acordo com a duração da doença, sua gravidade e os órgãos envolvidos. A síndrome de Löfgren, idade inferior a 40 anos e o estádio I ou II da sarcoidose pulmonar indicam prognóstico positivo para a doença, já pessoas de raça negra, o número elevado de órgãos acometidos, o estádio III da sarcoidose pulmonar e o lúpus pérnio são considerados grandes fatores de prognóstico negativo. A sarcoidose, portanto, é uma doença de difícil diagnóstico e difícil tratamento quando os órgãos já estão acometidos por inúmeros granulomas não-caseosos, visto que existem muitos diagnósticos diferenciais para essa doença e tendo por conhecimento que o granuloma faz com que o tecido perda sua estrutura e cause danos funcionais, respectivamente.