UCB UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO MATÉRIA: LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS ALUNO: MARCELO MANOEL P. DA SILVA MATRÍCULA: 2007014085 TURMA: 1º MATEMÁTICA B DISTÂNCIA TAREFA: TRABALHO PARA PROVA A2 UCB UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CURSO DE MATEMÁTICA TURMA 1º B À DISTÂNCIA 2008 ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA Em 12 de outubro de 1990 foi assinado por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Trata-se de um trabalho desenvolvido pela Academia Brasileira de Letras e pela Academia de Ciências de Lisboa, Portugal, desde a década de 1980. A idéia inicial era colocá-lo em vigor a partir de 1994, mas apenas Brasil, Cabo Verde e Portugal ratificaram o documento. Desses três países, o Brasil já cumpriu todos os requisitos constitucionais e está pronto para colocar em prática. Não sou um conservador bitolado, mas acho inútil tal acordo. A língua não é só um instrumento de comunicação, é também um instrumento artístico e não vamos ganhar nada a empobrecendo, é bom manter a complexidade (faz jus aos nossos cérebros). Reformas anteriores foram boas em certos aspectos, mas se continuarmos com uma língua tão orgânica e mutável de forma tão acelerada, daqui uns anos sequer entenderemos o que foi escrito no início do século passado por nossos próprios escritores e poetas (já está acontecendo…). Como outros cento e oitenta milhões de brasileiros, não fui consultado a respeito da mudança da língua que EU falo. Ou seja, poucas pessoas estão respondendo por uma nação inteira. É, no mínimo, uma afronta à democracia. Mal de brasileiro: importa-se com a democracia quando pode ser impedido de falar abobrinhas, mas nunca quando o assunto é relevante. O Inglês é uma língua mais presa, que desde os anos mil e setecentos não mudou muita coisa (se comparado à língua portuguesa que deveria ter um acento no “gue”; portuguêsa) e isso nunca prejudicou em nada. Mas vamos lá… acatar as decisões de ecumenistas-lingüísticos e parlamentares que não se importam com a língua (claro, são analfabetos…). Espero que essas criaturas abandonem o Português e migrem imediatamente para o Esperanto… coitado do espírito de Ludwik Lejzer Zamenhof! Terá que agüentar esses chatos que vivem mexendo com o que está quieto só porque não têm mais nada o que fazer… É claro que eu acho bom que exista um padrão ortográfico. É bom que o maior número de pessoas possível possa se comunicar com facilidade. Mas isso não me impede de perceber que boa parte das diferenças não chega a impedir a compreensão, e que, apenas para satisfazer certos caprichos de burocratas e empresários, transforma-se a maneira como dezenas de milhões de pessoas aprenderam a escrever. Também chama a atenção a ingenuidade do acordo, como se as diferenças entre o português brasileiro e o europeu (não falo do africano por não ter quase nenhum contato com ele) não estivessem bem além da ortografia. Só para dar os exemplos mais óbvios, onde nós, brasileiros, usamos um gerúndio (“lendo”), os portugueses preferem o infinitivo com preposição (“a ler”), e enquanto no Brasil a expressão polida de um desejo é feita com o futuro do pretérito (“gostaria de uma água”), em Portugal o tempo preferido é o pretérito imperfeito (”gostava de uma água”). Isso sem contar as grandes diferenças de escolha de vocabulário, que já são até motivo de piada. Se a questão é aumentar a, digamos transparência internacional, mexer na ortografia é muito pouco.