Arq Bras Cardiol 2003; 81: 309-13. Pêgo-FernandesBreve e cols Comunicação Ligadura do ducto torácico para tratamento de quilotórax Ligadura do Ducto Torácico para o Tratamento de Quilotórax em Cardiopatas Paulo M. Pêgo-Fernandes, Fábio B. Jatene, Clayton Cesar Tokunaga, Danielle Tiemi Simão, Ricardo Beirutty, Eliza Rumiko Iwahashi, Sérgio Almeida de Oliveira São Paulo, SP O quilotórax em crianças decorre, principalmente, de cirurgias cardíacas e torácicas. Uma das formas de seu tratamento pós-cirúrgico é a ligadura do ducto torácico, quando falham tratamentos conservadores. Relatamos os casos de 4 pacientes com quilotórax, que seguiram a orientação e que apresentaram diminuição da drenagem pleural e resolução do quilotórax, sem recorrências. O quilotórax corresponde ao acúmulo de fluido linfático em um ou ambos os espaços pleurais, resultante do vazamento do ducto torácico ou de uma de suas divisões principais1. Foi descrito pela primeira vez em 1875, quando Quinke relatou o extravasamento de quilo no tórax após ruptura traumática do ducto torácico2. Quando não tratado, apresenta um alto risco de mortalidade, com índices acima de 45%3, necessitando, na maioria das vezes, de uma intervenção agressiva para tratamento. Segundo DeMeester4, o quilotórax pode ser dividido, de acordo com sua etiologia, em congênito, traumático, neoplásico ou de causas mistas. Entre as causas traumáticas, os procedimentos cirúrgicos de abordagem torácica podem, eventualmente, ocasionar a lesão do ducto torácico, levando ao desenvolvimento de quilotórax. O quilotórax pós-cirúrgico ocorre em menos de 1% das cirurgias torácicas, com prevalência de 0,5% a 2%5 e pode causar deficiências nutricionais, acometimento do aparelho respiratório, desidratação e imunossupressão, tornando o paciente mais vulnerável às infecções. O quilotórax pós-cirúrgico, de modo geral, é abordado de forma conservadora, inicialmente6. O tratamento constitui na retirada do quilo dos espaços pleurais e/ou do peri- Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Correspondência: Paulo M. Pêgo-Fernandes – INCOR - Av. Dr. Eneas de Carvalho Aguiar,44 – 05403-000 – São Paulo, SP – e-mail: [email protected] Recebido para publicação em 15/5/02 Aceito em 14/1/03 cárdio por métodos aspirativos ou através de drenagem contínua por tubo, reposição eletrolítica e de fluidos, e suporte nutricional. O método de escolha para o suporte nutricional é a hiperalimentação parenteral, uma vez que a alimentação por via oral pode estimular a produção de quilo, agravando o quadro7. Caso o tratamento conservador não demonstre eficácia, deve-se considerar a possibilidade de um tratamento cirúrgico8. Estudos indicam que a ligadura do ducto torácico e a pleurodese constituem alternativas eficazes na resolução do quilotórax9. Recentemente, tem se preconizado, como forma de tratamento para quilotórax não responsivo a tratamento conservador, a ligadura do ducto torácico por meio da cirurgia torácica vídeo-assistida10. Kirby e cols. a descreveram com menor queixa de dor pelos pacientes e menos complicações pós-operatórias11. Pereira e cols.12 descreveram a utilização de ligadura linfática para o tratamento de quilopericárdio pós-cirúrgico. Entretanto, em nosso meio, a ligadura de ducto torácico para o tratamento de quilotórax pós-cirúrgico é um procedimento ainda pouco realizado, havendo controvérsia em relação ao momento em que se deve suspender o tratamento conservador e se indicar uma alternativa cirúrgica. Dessa forma, nosso estudo avalia os resultados iniciais da ligadura de ducto torácico em 4 pacientes que apresentaram quilotórax pós-cirúrgico não responsivo a tratamento conservador. Relato dos Casos Caso 1- Paciente do sexo masculino, 4 anos de idade, portador de cardiopatia congênita com cianose ao nascimento, apresentando antecedentes de atresia pulmonar com septo interventricular íntegro, ventrículo único tipo esquerdo, com ventrículo direito hipoplásico com sinusóides, estenose da artéria pulmonar esquerda e fístula coronário-cavitária, sendo que, aos 5 dias de vida, fora submetido à atriosseptotomia através da manobra de Rashkind e 2 dias após, realizado Blalock Taussig modificado à esquerda. Arq Bras Cardiol, volume 81 (nº 3), 309-13, 2003 309 Pêgo-Fernandes e cols Ligadura do ducto torácico para tratamento de quilotórax Aos quatro anos de idade, submeteu-se à cirurgia de Glenn bidirecional, com manutenção do Blalock anterior, evoluindo no pós-operatório com baixo débito cardíaco, sustentado por uso de drogas vasoativas. Recebeu alta no 5° dia pós-operatório, quando foi suspeitado derrame pleural pequeno e indicada radiografia de tórax. Diagnosticado quilotórax, o paciente foi submetido à instalação de drenos. Introduziu-se jejum e nutrição parenteral após 1 semana. Evoluiu com manutenção de drenagem significativa. Dezenove dias após a instalação do quadro, foram feitas a redrenagem e limpeza cirúrgica. No 49° dia de internação, devido à manutenção do quilotórax, o paciente foi submetido à cirurgia de ligadura do ducto torácico por toracotomia ântero-lateral direita. Foram encontrados pequena quantidade de líquido quiloso, múltiplas aderências pleuro-pulmonares e saco pericárdico abaulado. Após dissecção, isolamento e ligadura do ducto torácico, foi aberto o saco pericárdico, drenando-se sob pressão cerca de 100 ml de líquido quiloso. Drenos foram mantidos no 6° espaço intercostal. Paciente evoluiu bem, com retirada dos drenos direito e esquerdo no 16° e no 18° pós-operatório, respectivamente. Caso 2 - Paciente do sexo feminino, com 1 ano de idade, apresentando história de miocardite viral (soro + para Cocksakie), evoluindo para miocardiopatia dilatada, insuficiência cardíaca congestiva grave e insuficiência renal aguda. Foi encaminhada ao nosso Serviço para estabilização do quadro e possível indicação para transplante cardíaco. Cerca de 1 mês após a internação, radiografia de tórax mostrou imagem sugestiva de derrame pleural à esquerda, posteriormente puncionado, com saída de líquido de aspecto leitoso, diagnosticado através de análise bioquímica como quilotórax. Suspeita-se de que a causa do quilotórax tenha sido a lesão do ducto torácico durante passagem de intracath dias antes. O tratamento iniciou-se com colocação de dreno à esquerda e manutenção da paciente em jejum e nutrição parenteral. Após 19 dias, devido à persistência da drenagem pleural acentuada e ao mau estado geral da paciente, com grande perda ponderal, procedeu-se com a identificação, isolamento e ligadura do ducto torácico (fig.1), por meio de toracotomia póstero-lateral em 7° espaço intercostal direito. A paciente evoluiu bem, com diminuição da drenagem pleural. Foi introduzida dieta orogástrica 2 dias após, porém com manutenção da nutrição parenteral até o 8° dia pósoperatório. A paciente apresentou melhora clínica progressiva e foi submetida a transplante cardíaco 25 dias após a ligadura do ducto torácico. Caso 3 - Paciente do sexo masculino, com 2 anos de idade, submetido a procedimento de secção e sutura de canal arterial, evoluindo com saída de drenagem pleural acima do normal. A partir do 4° pós-operatório, o líquido proveniente da drenagem pleural, que ainda permanecia acentuada, adquiriu um aspecto mais leitoso e encaminhado para análise bioquímica permitiu o diagnóstico de quilotórax. Paciente foi tratado por 5 dias com dieta oral hipogordurosa, não apresentando, entretanto, diminuição do volume 310 Arq Bras Cardiol 2003; 81: 309-13. Fig. 1 - Ligadura de ducto torácico. drenado. Introduziu-se então jejum e nutrição parenteral por 10 dias, havendo persistência de drenagem significativa e perda ponderal importante. Dada a persistência do quilotórax, optou-se pela ligadura do ducto torácico por meio de pequena toracotomia vídeo-assistida. Paciente evoluiu bem, com retirada de drenos no 8° dia pós-operatório. Caso 4 - Paciente do sexo masculino, com 70 anos, foi submetido à cirurgia de revascularização do miocárdio. No 3° pós-operatório, evoluiu com saída de secreção leitosa pelo dreno pleural esquerdo que, posteriormente, revelou alta quantidade de triglicérides. No 7° pós-operatório instituiu-se dieta parenteral (BNJ5). No 14° pós-operatório, o paciente foi submetido à ligadura do ducto torácico por toracoscopia direita, sendo mantidos drenos pleurais esquerdo e direito. O dreno direito foi removido 3 dias após a ligadura. No 19° pós-operatório da cirurgia de revascularização foi reinstituída dieta liquida VO. A nutrição parenteral foi interrompida no 21° pós-operatório e estabelecida dieta enteral leve, sem gorduras e complementada com triglicérides de cadeia média. No 24° pós-operatório, o paciente realizou radiografia de tórax que evidenciou derrame pleural bilateral, importante à esquerda com septação e discreto à direita. Após 4 dias, o paciente foi submetido a toracotomia esquerda e realizadas decorticação pleural precoce, limpeza pleural e pleurodese, com colocação de drenos pleurais anterior e posterior. A cultura de líquido pleural indicou presença de Pseudomonas aeruginosa. No 5° pós-operatório (33 dias após a revascularização) foi instituída dieta geral VO. No 7° pósoperatório, os drenos foram retirados. O paciente recebeu alta hospitalar no 9° pós-operatório (37 dias após a revascularização). Arq Bras Cardiol 2003; 81: 309-13. Pêgo-Fernandes e cols Ligadura do ducto torácico para tratamento de quilotórax Discussão O quilotórax caracteriza-se pela efusão de fluido linfático para a cavidade pleural. Entre outras causas, pode se originar como complicação secundária a intervenções cirúrgicas 13, principalmente aquelas de abordagem torácica, quando é chamado de quilotórax pós-cirúrgico. Nos três pacientes pediátricos deste estudo, o quilotórax resultou de procedimentos cirúrgicos, dois deles relacionados diretamente à abordagem cardíaca e um, possivelmente, à colocação de intra-cath, assemelhando-se aos dados de outros estudos que mostram que, em pacientes pediátricos, o quilotórax pós-cirúrgico ocorre, principalmente, como complicação de cirurgias torácicas e cardíacas14. O 4º paciente, de 70 anos, desenvolveu quilotórax após cirurgia de revascularização do miocárdio com artéria torácica interna, constituindo rara complicação desse procedimento, dada a localização do ducto torácico15. O quilotórax pós-cirúrgico pode se desenvolver cerca de 2 dias a 4 semanas após o ato operatório, apresentandose de forma leve ou severa, de acordo com o volume e a taxa de perda de quilo14. Embora seja uma condição rara, quando não tratado, o quilotórax pós-cirúrgico apresenta uma alta taxa de mortalidade, atingindo até 50%6. O extravasamento de quilo na cavidade pleural pode comprimir o pulmão ipsislateral e quando a secreção é intensa, causar a elevação do mediastino, comprometendo o outro pulmão e a própria função cardíaca16. Além disso, a perda de quilo promove a diminuição do número de linfócitos T circulantes, comprometendo o sistema imunológico e predispondo os pacientes a infecções5. A espoliação de quilomícrons, com ácidos graxos de cadeia longa, e de eletrólitos determina as alterações metabólicas. A maioria dos pacientes com quilotórax apresenta falta de ar e secreção pleural. O diagnóstico pode ser confirmado por exames bioquímicos e microscópicos do líquido drenado, verificando-se a presença de triglicérides e quilomícrons. A causa pode ser definida por investigação da parede torácica, pleura, pulmões, linfonodos intra-torácicos, linfáticos pulmonares ou do ducto torácico13. O tratamento de quilotórax visa basicamente: a) reduzir a produção de quilo, b) tratar a causa de base c) drenagem intra-pleural com reposição de fluidos e d) obliteração do espaço pleural13. Para o quilotórax pós-cirúrgico, o tratamento inicia-se geralmente de forma conservadora, baseado na drenagem do espaço pleural e suporte nutricional, com uso de triglicerídeos de cadeia média7, alimentação oral hipogordurosa ou repouso entérico com uso de nutrição parenteral total17. Entretanto, o uso de triglicerídeos de cadeia média é evitado por alguns grupos, após Peitersen e Jacobsen18 terem demonstrado que ele aumenta substancialmente o conteúdo de triglicerídeos na efusão pleural. Além disso, a drenagem repetida ou contínua da secreção pleural muitas vezes é ineficiente, e promove perda de fluido, proteínas de plasma e eletrólitos. Na ausência de melhora, deve-se suspender o trata- mento conservador e optar-se por uma abordagem cirúrgica. Não existe um consenso na literatura sobre o momento de interromper-se o tratamento conservador e optar-se por abordagem cirúrgica. Alguns estudos recomendam a intervenção cirúrgica se houver persistência de drenagem por 1 a 3 semanas 17, baseando-se também na quantidade de fluido drenado, quando esta excede 200ml a 500ml por dia. As modalidades de tratamento cirúrgico de quilotórax incluem pleurodese19, ligadura de vasos linfáticos e ligadura do próprio ducto torácico17. A ligadura do ducto torácico, realizada pela primeira vez em 1948 por Lampson3, mostrou-se bastante eficaz e com baixa mortalidade. Há evidências de que a ligadura do ducto torácico promove a formação de circulação colateral linfática, independentemente do nível da ligadura. Assim, mesmo com a remoção do ducto torácico e da cisterna do quilo, não há desencadeamento de efeitos negativos10. A ligadura do ducto torácico por cirurgia torácica vídeo-assistida no tratamento de quilotórax espontâneo e pós-operatório tem sido amplamente descrita nos últimos anos 6. Apresenta-se como um procedimento bastante eficaz, permitindo a identificação do ducto torácico e sua ligadura seletiva e podendo ser indicada na vigência de tratamento conservador ineficaz, embora a presença de extensa aderência pleural possa ser fator de complicação e forçar a conversão para cirurgia aberta10. Outro fator importante é que essa cirurgia provoca menos dor pós-operatória e diminui o risco de disfunção pulmonar11. Segundo Fahimi e cols.6, a ligadura do ducto torácico por cirurgia torácica vídeo-assistida é uma ótima alternativa para o tratamento precoce de quilotórax pós-operatório persistente, dados o baixo custo e a facilidade de uso, associados a um menor índice de mortalidade. Para a utilização da cirurgia torácica vídeo-assistida no tratamento de quilotórax, Sachs e cols.20 propuseram o uso de linfangiografia como um método eficiente para localização pré-operatória do sítio de extravazamento e consideraram a tomografia computadorizada como um método adicional, porém não necessário. Fahimi e cols.6 defendem, entretanto, a administração de refeição cremosa contendo preto de Sudan, que permite a identificação pré-operatória do sítio de extravazamento de quilo na maioria dos casos, de forma simples, eficiente e não invasiva, quando comparada à linfangiografia e à tomografia computadorizada. Segundo Fahimi e cols.6, o tratamento de quilotórax pós-operatório deve seguir a seguinte conduta (fig.2). O uso da cirurgia torácica vídeo-assistida está indicado quando a drenagem diária de líquido pleural exceder 200 ml após 2 semanas de tratamento conservador. Alguns estudos mostram que a ligadura do ducto torácico usando cirurgia torácica vídeo-assistida ou toracotomia para o tratamento de quilotórax em crianças pode falhar, dadas as variações anatômicas do ducto torácico ou devido à impossibilidade de identificar os sítios de vazamento quilífero21. Tal dificuldade para identificar e isolar estruturas com o uso da cirurgia torácica vídeo-assistida está em parte tam311 Pêgo-Fernandes e cols Ligadura do ducto torácico para tratamento de quilotórax Arq Bras Cardiol 2003; 81: 309-13. Fig. 2 - Tratamento de quilotórax pós-operatório segundo Fahimi e cols.6. CTVA: Cirurgia torácica vídeo-assistida. bém relacionada com o tempo de quilotórax que, se presente por muito tempo, promove o desenvolvimento de aderências pleuroesofágicas, já citado10, dificultando o isolamento e a manipulação das estruturas mediastinais. No caso, a ligadura do ducto pode ser feita através de cirurgia aberta, como realizada nos pacientes 1 e 2. Em outras condições, a pleurodese pode ser associada à ligadura do ducto torácico no controle do quilotórax, como no caso 4 que, devido a processo infeccioso, houve persistência do quilotórax mesmo após ligadura. A ligadura do ducto torácico constitui um método eficaz para o tratamento de quilotórax. Assim, deve ser sugerida a possibilidade de sua realização precoce, uma vez que o menor tempo com tratamentos conservadores, aos quais os pacientes muitas vezes não respondem, poderia minimizar os custos e os danos aos pacientes, como a perda pon- deral resultante da dieta restritiva e a dor promovida pela permanência do quilotórax. Sieczka e Harvey5 relatam que o tratamento considerado conservador pode acarretar um atraso desnecessário, aumentando o risco de pobreza no estado nutricional e, consequentemente, de imunocomprometimento, além de expor o paciente às complicações do acesso venoso central. Em conclusão, todos os pacientes apresentaram melhora importante do quadro de quilotórax após a ligadura do ducto torácico. Tratamento que caracterizou-se como boa alternativa terapêutica para quilotórax pós-cirúrgico, quando não há resposta a tratamentos conservadores. A realização precoce da ligadura do ducto torácico poderia descartar as possíveis falhas dos tratamentos conservadores, diminuindo as agressões e o tempo de sofrimento dos pacientes. Referências 1. 2. 3. 4. Miller JI. Chylothorax and anatomy of the thoracic duct. In Shields TW. General Thoracic Surgery Philadelphia: Lea & Febiger, 1989. 625. Wurnig PN, Hollaus PH, Ohtsuka T, et al. Thoracoscopic direct clipping of the thoracic duct for chylopericardium and chylothorax. Ann Thorac Surg 2000; 70:1662-5. Fahimi H, Casselman FP, Mariani MA, et al. Current management of postoperative chylothorax. Ann Thorac Surg 2001; 71:448-50;450-1. Demeester TR. The pleura. In Sabiston DCaS, EC. Surgery of the Chest. Philadelphia: Lea & Febiger, 1983. 312 5. 6. 7. 8. 9. Sieczka EM, Harvey JC. Early thoracic duct ligation for postoperative chylothorax. J Surg Oncol 1996; 61:56-60. Fahimi H, Casselman FP, Mariani MA, et al. Current management of postoperative chylothorax. Ann Thorac Surg 2001; 71:448-51. Hashim SA, Roholt HB, Babayan VK, Itallie TB. Treatment of chyluria and chylothorax with medium-chain triglyceride. N Engl J Med 1964; 270:756-61. Graham DD, McGahren ED, Tribble CG, et al. Use of video-assisted thoracic surgery in the treatment of chylothorax. Ann Thorac Surg 1994; 57:1507-12. Allen EM, van Heeckeren DW, Spector ML, Blumer JL. Management of nutritio- Arq Bras Cardiol 2003; 81: 309-13. 10. 11. 12. 13. 14. 15. nal and infectious complications of postoperative chylothorax in children. J Pediatr Surg 1991; 26:1169-74. Wurnig PN, Hollaus PH, Ohtsuka T, et al. Thoracoscopic direct clipping of the thoracic duct for chylopericardium and chylothorax. Ann Thorac Surg 2000; 70:1662-5. Kirby TJ, Mack MJ, Landreneau RJ, Rice TW. Lobectomy-video-assisted thoracic surgery versus muscle-sparing thoracotomy: a randomized trial. J Thorac Cardiovasc Surg 1995; 109:997-1002. Pereira WM, Kalil RAK, Prates PR, Nesralla IA. Cardiac tamponade due to chylopericardium after cardiac surgery. 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Precauções: Hipertensão renovascular: pacientes com estenose arterial renal bilateral ou estenose da artéria com um único rim funcionando: risco aumentado de hipotensão grave e insuficiência renal. Disfunção renal ou transplante hepático: monitoração periódica dos níveis séricos de potássio e creatinina. Não há experiência em pacientes com transplante renal recente. Desidratação: hipotensão sintomática, especialmente após a primeira dose, pode ocorrer em pacientes que têm volemia e/ou sódio depletado, o que deve ser corrigido antes do início da terapêutica com MICARDIS. Outras condições de estimulação do SRAA e condições dependentes da atividade SRAA (insuficiência cardíaca congestiva grave): hipotensão aguda, hiperazotemia, oligúria ou, raramente, insuficiência renal aguda. Hiperaldosteronismo primário: não se recomenda o uso de MICARDIS. Estenose valvar aórtica e mitral e cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva: Recomenda-se precaução especial. Hipercalemia: recomendase monitoração adequada dos níveis séricos de potássio em pacientes de risco. Diuréticos poupadores de potássio, suplementos de potássio, sais de potássio ou outros medicamentos que podem aumentar os níveis de potássio, como a heparina: podem levar a um aumento da potassemia. Portanto, nestas situações MICARDIS deve ser administrado com cautela. Distúrbios hepatobiliares: pode-se esperar redução da depuração em pacientes com disfunções obstrutivas do sistema biliar ou insuficiência hepática, pois a eliminação da droga é principalmente biliar. Intolerância à frutose: os comprimidos de MICARDIS contém sorbitol; portanto, é inadequado para pacientes com intolerância hereditária à frutose. Outros: menor eficácia na redução da pressão arterial na população negra do que na população não-negra. Cardiopatia isquêmica ou doença cardiovascular isquêmica pode resultar em infarto do miocárdio. Interações medicamentosas: MICARDIS pode aumentar o efeito hipotensor de outros agentes anti-hipertensivos. Observouse um aumento de 20% da concentração plasmática média de digoxina. Relataram-se aumentos reversíveis das concentrações séricas de lítio e de toxicidade; portanto, recomenda-se cuidadosa monitoração do uso concomitante com lítio. Gravidez e lactação: Contra-indicado. Reações adversas: As reações adversas à droga obtidas a partir de todos os estudos clínicos com telmisartam foram: Infecções do trato urinário, infecções do trato respiratório superior, ansiedade, visão anormal, vertigem, dor abdominal, diarréia, boca seca, dispepsia, flatulência, dor de estômago, eczema, aumento de suor, artralgia, dor nas costas, cãibras nas pernas ou dores nas pernas, mialgia, sintomas de tendinite, dor no peito, sintomas de gripe. Além disso, desde a introdução de telmisartam no mercado, relataram-se casos raros de eritema, prurido, desmaio, insônia, depressão, vômito, hipotensão, bradicardia, taquicardia, dispnéia, eosinofilia, trombocitopenia, fraqueza e perda de eficácia. Relataram-se casos isolados de angioedema, urticária e outros eventos relacionados. Investigações: Raramente, observaram-se diminuição na hemoglobina ou aumento no ácido úrico. Observaram-se aumentos na creatinina ou nas enzimas hepáticas. Efeitos na habilidade de dirigir e utilizar máquinas: Ainda não se realizaram estudos específicos. Contudo, ao dirigir ou operar máquinas, pode ocasionalmente ocorrer tontura ou sonolência. Posologia: A dose recomendada é de 40 mg uma vez ao dia. Alguns pacientes podem apresentar benefício com dose diária de 20 mg. Em casos em que a pressão arterial pretendida não seja atingida, a dose de MICARDIS pode ser aumentada para no máximo 80 mg uma vez ao dia. Alternativamente, MICARDIS pode ser usado em combinação com diuréticos tiazídicos, como a hidroclorotiazida, para se obter uma redução maior da pressão arterial. Quando se considerar um aumento da dose, deve-se levar em conta que o máximo efeito anti-hipertensivo é geralmente atingido quatro a oito semanas após o início do tratamento. MICARDIS pode ser administrado com ou sem alimento. Insuficiência renal: Não há necessidade de ajustes de dose em pacientes com insuficiência renal leve a moderada. Telmisar tam não é removido do sangue por hemofiltração. Insuficiência hepática: Nos pacientes portadores de insuficiência hepática leve a moderada, não se deve exceder a dose diária de 40 mg. Pacientes idosos: Não são necessários ajustes de doses. Crianças e adolescentes: Não há dados de segurança e eficácia de MICARDIS em crianças e adolescentes. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA - MS - 1.0367.0110 - Boehringer Ingelheim do Brasil Química e Farmacêutica Ltda. Bula resumida – MICARDIS ® HCT – Telmisartam/Hidroclorotiazida - Uso adulto - Composição: Cada comprimido de MICARDIS HCT contém 40 mg/12,5 mg ou 80 mg/12,5 mg de telmisartam/hidroclorotiazida. Embalagens com 14 e 28 comprimidos. Excipientes q.s.p. 1 comprimido. Indicações: Tratamento da hipertensão arterial. MICARDIS HCT, como associação de dose fixa, é indicado em pacientes cuja pressão arterial não é adequadamente controlada com telmisartam ou hidroclorotiazida isoladamente. Posologia: MICARDIS HCT deve ser administrado uma vez ao dia. A dose de MICARDIS pode ser aumentada gradativamente antes de substituí-lo pelo MICARDIS HCT. A substituição direta da monoterapia pelas combinações fixas pode ser considerada. MICARDIS HCT 40/12,5 mg pode ser administrado em pacientes cujas pressões sangüíneas não sejam adequadamente controladas por MICARDIS 40 mg ou hidroclorotiazida. MICARDIS HCT 80/12,5 mg pode ser administrado em pacientes cujas pressões arteriais não sejam adequadamente controladas por MICARDIS 80 mg ou por MICARDIS HCT 40/12,5 mg. O máximo efeito anti-hipertensivo é obtido após 4 a 8 semanas de tratamento. Quando necessário, MICARDIS HCT pode ser administrado com outros anti-hipertensivos. MICARDIS HCT pode ser administrado com ou sem alimento. Devido ao componente hidroclorotiazida, MICARDIS HCT não deve ser usado em pacientes com disfunção renal grave. Nos casos leves a moderados, não se observaram efeitos adversos renais e não é necessário ajuste de dose. Recomenda-se monitoração periódica da função renal. Nos casos de insuficiência hepática leve a moderada, não se deve exceder a dose de 40/12,5 mg uma vez ao dia. MICARDIS HCT não é indicado em pacientes com insuficiência hepática grave. Não são necessários ajustes de dose conforme a idade. Ainda não se estabeleceram a segurança e a eficácia de MICARDIS HCT em pacientes menores de 18 anos. Contra-indicações: Hipersensibilidade aos componentes ativos, excipientes ou substâncias derivadas de sulfonamidas (como HCT). Gravidez e lactação. Colestase e distúrbios obstrutivos biliares. Insuficiência hepática ou renal grave (depuração de creatinina <30 ml/min). Hipopotassemia refratária e hipercalcemia. Precauções: Não utilizar nos casos de colestase, distúrbios biliares obstrutivos ou insuficiência hepática grave. Usar com cautela nos casos de função hepática alterada ou doença hepática progressiva, pois pode ocorrer coma hepático. Há maior risco em pacientes com estenose arterial renal bilateral ou estenose com um único rim funcionando. Micardis HCT não deve ser administrado em pacientes portadores de disfunção renal grave. Não há experiência quanto à administração de MICARDIS HCT em pacientes com grave insuficiência renal ou com um rim transplantado recentemente. Recomenda-se a monitoração periódica dos níveis séricos de potássio, creatinina e ácido úrico. A azotemia associada a diuréticos tiazídicos pode ocorrer em pacientes com função renal alterada. Pode ocorrer hipotensão sintomática em pacientes que têm volemia e/ou sódio depletado. Insuficiência cardíaca congestiva grave ou doença renal, estenose da artéria renal tratada concomitantemente com drogas que afetem o sistema renina-angiotensina-aldosterona foram associados com hipotensão aguda, hiperazotemia, oligúria ou, raramente, insuficiência renal aguda. Aldosteronismo primário: não se recomenda o uso de telmisartam, precaução especial em estenose valvar aórtica ou mitral e cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva. Como tiazidas podem prejudicar a tolerância à glicose, pode ser necessário ajuste no tratamento em diabéticos e pode ocorrer manifestação de diabetes latente. A hidroclorotiazida aumenta os níveis de colesterol e triglicérides; contudo, nenhum ou poucos efeitos adversos foram relatados na dose de 12,5 mg contida em MICARDIS HCT. Pode ocorrer hiperuricemia ou precipitação de gota devido a hidroclorotiazida. Pode ser necessária monitoração periódica dos níveis séricos de eletrólitos, uma vez que a hidroclorotiazida pode causar desequilíbrio eletrolítico ou de fluidos (hipopotassemia, hiponatremia e alcalose hipoclorêmica). O tratamento concomitante com telmisartam pode reduzir a hipopotassemia induzida por diuréticos, devido aos efeitos antagônicos. Diuréticos poupadores de potássio, suplementos de potássio ou substitutos do sal contendo potássio devem ser utilizados concomitantemente com cautela. Não há evidências de que MICARDIS HCT reduza ou previna hiponatremia induzida por diuréticos. A deficiência de cloreto é geralmente leve. Tiazidas podem causar elevação dos níveis séricos de cálcio e magnésio. Interromper o uso antes dos testes de função da paratireóide. Não utilizar em intolerância hereditária à frutose. A redução excessiva da pressão arterial no caso de doença cardiovascular isquêmica pode ser prejudicial. Relatou-se exacerbação ou ativação do lupus eritematoso sistêmico com o uso de hidroclorotiazida. Recomenda-se cautela no uso de anti-hipertensivos ao dirigir e operar máquinas. Interações medicamentosas: Relataram-se aumentos reversíveis das concentrações séricas de lítio durante administração concomitante com inibidores da enzima conversora de angiotensina. Relataram-se casos de interação com antagonistas dos receptores da angiotensina II. O risco de toxicidade por lítio pode ser aumentado com o uso de MICARDIS HCT. Recomenda-se a monitoração dos níveis séricos de lítio durante o uso concomitante. O efeito de depleção de potássio da hidroclorotiazida é atenuado pelo efeito poupador de potássio do telmisartam, mas é potencializado por outros diuréticos caliuréticos, laxantes, corticosteróides, ACTH, anfotericina, carbenoxolona, penicilina G sódica, ácido salicílico e derivados. Por outro lado, o uso concomitante de diuréticos poupadores de potássio, suplementos/sais de potássio ou outras drogas podem aumentar os níveis séricos de potássio. Nesses casos, recomenda-se a monitoração dos níveis plasmáticos de potássio. Recomenda-se monitoração periódica de potássio na administração de MICARDIS HCT com digitálicos, antiarrítmicos e drogas que são conhecidamente indutoras de torsades de pointes. Telmisartam pode aumentar o efeito hipotensor de outros agentes anti-hipertensivos. Observou-se um aumento de 20% da concentração plasmática média de digoxina. Não se identificaram outras interações de importância clínica. Interações com a hidroclorotiazida: álcool, barbitúricos ou narcóticos (potencialização da hipotensão ortostática); drogas antidiabéticas (ajustes de dose podem ser necessários); metformina (risco de acidose láctica); colestiramina e resina colestipol (absorção de hidroclorotiazida é prejudicada); corticosteróides, ACTH (depleção eletrolítica, principalmente aumento de hipopotassemia); glicosídeos digitálicos (hipopotassemia ou hipomagnesemia induzida por tiazídicos favorece o aparecimento de arritmias cardíacas induzidas por digitálicos); drogas antiinflamatórias não-esteroidais (a administração de droga antiinflamatória não-esteroidal pode reduzir o efeito diurético, natriurético e anti-hipertensivo dos diuréticos tiazídicos em alguns pacientes). Os efeitos das aminas hipertensoras podem ser levemente diminuídos. Os relaxantes musculares esqueléticos não-despolarizantes são potencializados pela hidroclorotiazida. Medicamentos uricosúricos podem requerer ajustes. Verificou-se aumento da incidência de reações de hipersensibilidade ao alopurinol. Os efeitos hiperglicêmicos dos beta-bloqueadores e diazóxido podem ser aumentados pelas tiazidas. Os agentes anticolinérgicos (por exemplo, atropina, biperideno) podem aumentar a biodisponibilidade das tiazidas. As tiazidas podem aumentar os eventos adversos da amantadina. As tiazidas podem reduzir a excreção renal de drogas citotóxicas (por exemplo, ciclofosfamida, metotrexato). Gravidez e lactação: É contra-indicado. Se ocorrer gravidez, telmisartam deve ser descontinuado o mais breve possível. As tiazidas atravessam a barreira placentária e podem causar distúrbios eletrolíticos no feto e é possível que ocorram outras reações. Relataram-se casos de trombocitopenia ou icterícia neonatal com o tratamento tiazídico materno. Tiazidas são excretadas no leite humano e podem inibir a lactação. Reações adversas: Foram relatadas as seguintes reações adversas: Bronquite, faringite, sinusite, infecções do trato respiratório superior, infecções do trato urinário, sialadenite, eosinofilia, anemia aplástica, anemia hemolítica, depressão da medula óssea, leucopenia, neutropenia/agranulocitose, trombocitopenia, alergia, reações anafiláticas, perda do controle da diabete, hipercolesterolemia, hiperuricemia, hipopotassemia, causa ou aumento da depleção de volume, desequilíbrio eletrolítico, hiponatremia, anorexia, perda de apetite, hiperglicemia, ansiedade, depressão, inquietação, tontura, desmaio, insônia, escotomas, parestesia, distúrbios do sono, visão alterada, visão borrada temporariamente, xantopsia, vertigem, bradicardia, taquicardia, arritmias cardíacas, hipotensão, hipotensão postural, angiite necrotizante (vasculite), dispnéia, sofrimento respiratório (incluindo pneumonite e edema pulmonar), dor abdominal, diarréia, dispepsia, gastrite, dor de estômago, boca seca, flatulência, vômito, constipação, pancreatite, icterícia (icterícia hepatocelular ou colestática), eczema, aumento do suor, eritema, prurido, reações cutâneas do tipo lupus eritematoso, vasculite cutânea, reações de fotossensibilidade, erupções cutâneas, reativação do lupus eritematoso cutâneo, necrólise epidérmica tóxica, atralgia, artrose, dor nas costas, dor nas pernas, mialgia, cãibras nas pernas, sintomas de tendinite, fraqueza, espasmo muscular, nefrite intersticial, disfunção renal, glicosúria, impotência, sintomas de gripe, dor, dor no peito, perda da eficácia, febre. Investigações: Diminuição da hemoglobina, aumento do ácido úrico, aumento na creatinina, aumento das enzimas hepáticas, aumento dos triglicérides. Assim como ocorre com outros antagonistas da angiotensina II, relataram-se casos isolados de angioedema, urticária e outras reações relacionadas. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. - MS 1.0367.0134 Boehringer Ingelheim do Brasil Química e Farmacêutica Ltda. 313