Utilidade Clínica As maiores questões no estudo da fisiologia dizem respeito à busca de aplicações clínicas para os modelos teóricos analisados. Dessa forma, o conceito de “ciência pela ciência” pode ser expandido e a procura por melhorias médicas pode ser estimulada. No modelo de concentração medular e uréia apresentado, pode-se prender a duas promessas nesse sentido. A primeira leva em consideração o potencial poder diurético de drogas inibidoras do transporte de uréia (especialmente pelo bloqueio de UT-A1 e UT-A3-principais responsáveis pela reabsorção de uréia). Essas drogas diminuiriam a hipertonicidade medular, levando, com isso, a uma menor reabsorção de água livre no ducto coletor na presença de vasopressina (aumento do CH2O levando a um aumento de diurese). A principal vantagem da classe de diuréticos que poderia surgir a partir desses achados está na não interferência nos balanços de K+ e pH, já que UT-A1 e UT-A3 estão presentes no ducto coletor medular interno, distal à regulação desses balanços. Na verdade, já existem inibidores desses transportadores, mas eles são tóxicos (phloretin e mercuriais) ou ineficazes (amilorida não foi capaz de bloquear o transporte de uréia em ducto coletor isolado). O avanço nessa área levaria a uma melhoria significativa no tratamento de hipertensão e falha cardíaca congestiva, entre outros problemas de expansão do FEC. A outra promessa está na identificação de polimorfismos em UT-A1 e UT-A2 associados com a queda de pressão sanguínea, sugerindo que a manipulação farmacológica de UT-A pode ser efetiva no tratamento da hipertensão.