Recursos tecnológicos digitais no ensino da matemática: prática pedagógica aliada ao uso de tecnologias da comunicação e informação *Adriana Martins da Silva de Oliveira1 (IC), Adriana Maria de Araújo2 (PQ) Centro de Ensino e Aprendizagem em Rede – CEAR / Polo de Aparecida de Goiânia Resumo O presente trabalho teve como base a prática pedagógica aliada ao uso de tecnologias da comunicação e informação, com a participação de todo grupo gestor, professora regente e alunos do 6º ano da Escola Municipal Walter Ferreira de Carvalho. Dessa forma foram realizadas pesquisas de campo e teórico-documentais por meio de análise do Projeto Político Pedagógico – PPP e do Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE, seleção de livros e textos acadêmicos disponíveis em meio eletrônico. O desenvolvimento deste se justifica pela importância de investigar sobre a inclusão de recursos tecnológicos como instrumento didático na matemática; aprofundar os conhecimentos sobre as diferentes estratégias de ensino com a utilização de multimeios educacionais, em especial o computador, que venham impactar positivamente e contribuir com formas de ensinar matemática e estimular os alunos no uso de softwares, jogos e sites direcionados, de forma a torná-los aprendizes mais flexíveis, eficazes e autônomos. Palavras-chave: Multimeios didáticos. Instrução assistida. Exercício-prática. Jogos matemáticos. Introdução O Estagio Supervisionado II do curso de Licenciatura em Computação do Centro de Ensino e Aprendizagem em Redes da Universidade Estadual de Goiás foi realizado pela graduanda, na escola citada, localizada à Rua JB-11, APM-04, Jardim Bougainville, Senador Canedo-GO, durante o período de vinte e dois de fevereiro a trinta de maio de dois mil e dezesseis. O estágio foi desenvolvido sob a orientação da professora Luana Moreira Pereira e da tutora presencial Adriana Maria de Araújo. A oportunidade do estágio proporcionou acréscimo prático do conhecimento adquirido ao longo da formação acadêmica e vivências da realidade em sala de aula e seus desafios, promovendo, em diversos aspectos, uma percepção social do futuro campo de trabalho. Graduanda em Licenciatura em Computação pelo Centro de Ensino e Aprendizagem em Rede – CEAR-UEG/Polo de Aparecida de Goiânia. Intérprete de LIBRAS na SEMEC-Secretaria de Educação e Cultura de Senador Canedo-GO. E-mail: [email protected] 2 Pós Graduada em Docência Universitária pela Universidade Estadual de Goiás - UEG. Professora de Informática Educativa na rede municipal de Aparecida de Goiânia/GO, tutora presencial no CEAR Universidade Estadual de Goiás. E-mail: [email protected]. 1 A escola pública brasileira enfrenta grandes desafios devido às transformações sociais e mudanças nas avaliações dos alunos do ensino fundamental I até 3º ano. A reprovação é praticamente proibida neste nível, o que leva os alunos a chegar ao ensino fundamental II com déficit de aprendizagem principalmente na disciplina de matemática. Diante dessa problemática, foram realizadas pesquisas de campo e teórico-documentais, destacando-se as teorias de Moran e Papert. Os métodos tradicionais de ensino não surtiam efeitos satisfatórios e a professora regente, apesar de todo esforço desprendido no ensino, encontrava-se muito preocupada com o futuro escolar desses alunos, com isso oportunizou a realização da prática docente no estágio sem restrições e participou ativamente no planejamento e execução de todo processo. Papert (1994, p. 4) descreve, É absurdo engajar-se em discussões sobre se crianças deveriam usar computador ou se elas deveriam usá-los por somente um tempo limitado. Tendências históricas em nossa sociedade tornam inevitável que elas usarão computador. Elas usarão computador o tempo todo que elas estiverem fazendo qualquer trabalho formal. É absurdo perguntar com que idade elas deveriam começar a usá-los. Elas começarão do começo. É inevitável que o computador será eventualmente o principal instrumento de escrita dentro e fora da escola. A realização do estágio levou a professora acadêmica interagir com toda a complexidade inerente ao cotidiano escolar, através do uso de programas com instrução assistida por computador (tutoriais, exercício-prática, demonstração, jogos e simulação), utilizando as tecnologias como metodologia de ensino para obter melhora na aprendizagem dos alunos. Material e Métodos Durante o período de estágio, foram realizadas as seguintes etapas: planejamento para execução do projeto de intervenção e preparação do laboratório de informática, levantamento teórico e elaboração de material didático, confecção de planos de aulas e regências, nas turmas dos sextos anos C e D, cuja faixa etária varia entre 11 e 14 anos, totalizando 75 alunos, sob a orientação da professora regente da disciplina de matemática. Após o planejamento das aulas, foi realizada a preparação do material didático, com utilização do Power point, pesquisa de jogos matemáticos nos sites: Racha Cuca, Calculadora Quebrada, A Magia dos Números, Escola Games e Revista Nova Escola. Foram ainda utilizados vídeos tutoriais do YouTube e as redes sociais Facebook e WhatsApp para compartilhar jogos e desafios matemáticos que trabalham o raciocínio lógico. As regências aconteceram no laboratório de informática e em sala de aula, com a utilização de quinze computadores, projetor multimídia, caixa de som, TV digital de 29”, DVD player, Datashow e notebook, disponíveis na escola campo. Resultados e Discussão Inicialmente os alunos estranharam as atividades mas se adaptaram rapidamente, a professora regente também teve que se adequar a nova forma de trabalhar conteúdos, transmitindo em sala de aula a teoria e aplicando a prática no laboratório. Segundo Moran (1999, p. 11) Muitas formas de ensinar hoje não se justificam mais. Perdemos tempo demais, aprendemos muito pouco, nos desmotivamos continuamente. Tanto professores como alunos temos a clara sensação de que muitas aulas convencionais estão ultrapassadas. A escola tem a responsabilidade de organizar e favorecer o desenvolvimento dos alunos, assegurando a formação para o exercício da cidadania, nesse sentido estão inseridos aspectos relativos ao conhecimento das matérias escolares e práticos para que o aluno possa também participar ativamente de sua transformação. Sem uma educação Matemática, com qualidade, a criança ou jovem talvez não tenham oportunidade de crescerem no saber matemático, saber esse importante para sua qualificação profissional, em qualquer área. Assim sendo, o saber matemático deve ser vivenciado no contexto tecnológico, se assim não for, infere-se que a exploração, pelos alunos, das possibilidades inerentes ao desenvolvimento científico e tecnológico que perpassam a sociedade estará cada vez mais restrita. (MISKULIN, 1999, p.189) Pressupõe-se assim que a inserção de multimeios educacionais deve ser compreendida e orientada no sentido de proporcionar aos alunos o desenvolvimento de uma inteligência crítica, mais livre e criadora. D’Ambrósio (2003, p. 15), afirma que “é preciso substituir os processos de ensino que priorizam a exibição, que levam a um receber passivo do conteúdo, por processos que estimulem os alunos a participação”, é necessário procurar alternativas para aumentar a motivação pela aprendizagem, concentração e atenção dos estudantes em sala de aula. É claro que não basta a boa vontade de professores em aprender e aplicar novos recursos tecnológicos, é preciso também pensarmos na infraestrutura adequada e atualizada, com recursos midiáticos bem escolhidos. Os alunos, antes desmotivados, mostraram-se muito animados a cada aula prática, tendo até mesmo o comportamento em sala de aula alterado positivamente nessa disciplina. Os melhores resultados se deram com o uso de jogos online, devido ao encanto que esse tipo de atividade exerce nessa faixa etária. A participação ativa dos alunos na construção do conhecimento proporcionou interação harmoniosa entre professora/alunos/estagiária e o rendimento das aulas se mostrou positivo. Como resultado, oitenta e cinco por cento dos alunos obtiveram aumento nas notas em relação as provas iniciais. Fonte: fotos tiradas pela autora na escola campo Considerações Finais Os desafios expostos aos alunos fizeram com que conhecessem a benéfica utilização dos meios tecnológicos como ferramenta na construção do conhecimento, que antes eram utilizados apenas como mero passatempos e vinham acompanhados pelo excesso de informações e superficialidade. O professor, como mediador, tem papel significativo e é dele a missão de buscar alternativas viáveis para que o uso das tecnologias seja aliado a aprendizagem, ele deve possuir preparação e dominar os conteúdos, utilizando recursos disponíveis e variados de forma a integrar a prática com sua vivência e experiência sobre o assunto tratado. Para a acadêmica estagiária, as atividades realizadas foram importantes para sua formação profissional, visto que propiciou a prática dos conhecimentos teóricos adquiridos até o momento no curso de Licenciatura em Computação, além de oportunizar atividades de pesquisas que intensificaram o aprendizado. Agradecimentos Às professoras Luana Moreira Pereira, Noeli Antônia Pimentel, tutoras Maria José da Silva Paiva e Adriana Maria de Araújo, ao grupo gestor, professores e alunos da Escola Municipal Walter Ferreira de Carvalho. Referências D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação matemática: da teoria à pratica. Campinas: Papirus, 2003. MISKULIN, Rosana Giaretta Sguerra. Concepções teórico–metodológicas sobre a introdução e a utilização de computadores no processo ensino/aprendizagem da geometria. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, 1999. 576 f. MORAN, José Manuel. Capacitação de gerentes. COPEAD/SEED/MEC, 1999. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/T6%20TextoMoran.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2016. PAPERT, Seymour. Making sense of the computer’s place in the learning environment: A historical evolutionary perspective (Abstract). In: II Congresso IberoAmericano de Informática na Educação, Lisboa. Actas, 1994. Vol.1 p.4.