Famílias saem do armário - suplementos - Estadao.com.br Veja a edição SÃO PAULO 19:19 • 8 MAIO DE 2011 BRASIL RECEBA O ESTADO EM: HÁ 646 DIAS SOB CENSURA CASA EDIÇÃO DIGITAL RSS TWITTER CELULAR IPAD WEBMAIL FACEBOOK FLICKR BUSCAR buscar NOTÍCIAS POLÍTICA ECONOMIA ESPORTES TECNOLOGIA Opinião Rádio Limão JT Eldorado ESPN iLocal Piauí Classificados do Estadão ZAP São Paulo Brasil Internacional Saúde Ciência Educação Planeta Cultura Paladar Aliás Blogs DIA DAS MÃES INTERNACIONAL Elas têm filhos atrás de grades. E o mesmo amor POLÍTICA Bin Laden controlava AlQaeda de esconderijo Colunistas Vídeos Fotos ESPORTES Ministra recebe diárias por fins de semana no Rio de Janeiro Infográficos Tópicos Horóscopo ECONOMIA Vettel vence na Turquia e dispara na Fórmula 1 Leilão de aeroportos só em maio de 2012 Você está em Notícias > Famílias saem do armário Mais que novo direito, unanimidade no STF é recusa a uma discriminação injusta, diz pesquisadora 07 de maio de 2011 | 16h 00 Leia a notícia 24 Email Imprimir A+ A- Compartilhar 128 DEBORA DINIZ Imagine um juiz da mais alta corte do País proclamar que "sexo não é uma reprimenda dos deuses frente ao gênero humano, mas um regalo da natureza". Ou que "pertencer ao sexo masculino ou feminino é apenas um fato que se inscreve nas tramas do imponderável, do incognoscível, da química da própria natureza". Pois foi assim que o ministro Ayres Britto, relator da ação de união civil entre pessoas do mesmo sexo, abriu a votação histórica que considerou a união civil um direito que independe das práticas sexuais dos casais. Se afetos e desejos regem as relações intersubjetivas para o projeto de família, casais heterossexuais e homossexuais igualmente devem ser protegidos por nosso ordenamento jurídico. A votação foi unânime. A astúcia do relator alçou voos mais do que poéticos como é sua marca na corte. O ministro Britto falou de sexo e prazer e lançou a norma heterossexista para escanteio, ao inspirar-se em Nietzsche para proclamar a supremacia da liberdade individual no campo da sexualidade. Sem rodeios, declarou que a repressão sexual era uma "criação dos homens", em uma citação sem lirismo de Foucault. Mas foi sóbrio e reafirmou os limites à liberdade sexual: estupro, incesto e pedofilia estão fora desse http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,familias-saem-do-armario,716190,0.htm[08/05/2011 19:21:43] Login estadao on Facebook Like You like estadao Famílias saem do armário - suplementos - Estadao.com.br Leonardo Soares/AE Paulista, 5/5. Gays comemoram a decisão do Supremo que rompeu um 'longo silêncio eloquente' prevendo qual seria a decisão do tribunal. quadro argumentativo, pois são violações da liberdade sexual de outras pessoas. Os limites foram como um aposto ao vocativo de abertura do advogado que representou a voz da CNBB na tribuna - "poligâmicos, incestuosos, alegrai-vos. Eis aqui uma excelente tese para justificar os seus comportamentos", disse, em tom jocoso, já A verdade é que somente como retórica popular e conservadora a ação de união civil poderia ser comparada a um novo estado de anomia no campo da regulação da sexualidade na sociedade brasileira. O que o STF decidiu foi uma demanda justa por reconhecimento - casais gays serão protegidos pelo Estado e terão seus direitos garantidos. Uma demanda simples, devendo ser entendida antes como uma recusa às interpretações injustas e restritivas que mesmo como um novo direito. Todos os ministros citaram o artigo 3º da Constituição Federal, que veda a discriminação por sexo. Impedir que duas mulheres sejam reconhecidas como uma entidade familiar para fins de proteções jurídicas é, portanto, uma discriminação injusta. Foi com essa simplicidade argumentativa que a ação saiu vitoriosa da corte. Nem tão simples foram os flertes com as teorias feministas e de gênero para sustentar que a anatomia não é um destino para os corpos. Vencer a tese de que a descrição anatômica das genitálias demarca o campo das sexualidades possíveis foi um desafio mais tortuoso que sustentar a igualdade entre heterossexuais e homossexuais. Alguns ministros optaram por escapar desse terreno movediço que levou Simone de Beauvoir a afirmar que "o corpo é uma situação" ou que "não nascemos mulheres, mas nos tornamos mulheres", para concluir que nossos desejos sexuais não estão programados por nossas genitálias. Grande parte dos ministros fez uso de uma categoria romântica e bem recebida aos ouvidos de uma sociedade patriarcal - o afeto. Afeto é o que aproxima os fora da lei de gênero da norma heterossexista sobre como devem se guiar as relações familiares. Para um homem e uma mulher, há o amor e a paixão; para os gays, a felicidade e o afeto. Mesmo não sendo um jogo retórico inocente, essa foi a estratégica argumentativa possível para o sucesso de uma ação que provoca os fundamentos de uma ordem social centrada na família heteronormativa, que falsamente presume a biologia como um destino. O ministro Gilmar Mendes anunciou que a ação pode ter sido o início de um novo tempo em que o "pensamento do possível" nos mostrará os desdobramentos de famílias gays serem legitimamente entidades para a vida pública. Se por "pensamento do possível" surgirem demandas por comparação entre a união civil e o casamento, adoção de crianças, acesso às tecnologias reprodutivas, além de conquistas mais prosaicas, como representação dos novos arranjos familiares nos livros didáticos, nas histórias infantis ou nos programas de televisão, um verdadeiro horizonte de igualdade foi aberto com essa decisão do STF. Não há por que temer as mais diversas surpresas que essa ação nos provocará - a igualdade é ambiciosa e a força do movimento gay mostrará o conjunto de domínios da vida que as novas famílias ocuparão. O STF considerou que essa decisão rompeu um longo "silêncio eloquente". A origem do silêncio é a homofobia, um falso preconceito moral que subordina e oprime os fora da lei de gênero heterossexista. Mas a ordem jurídica democrática mostrou seu vigor - mesmo sem a devida mudança de mentalidades da sociedade brasileira, o princípio da igualdade saiu vitorioso. As 60 mil famílias que se declararam gays para o Censo 2010 podem sair http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,familias-saem-do-armario,716190,0.htm[08/05/2011 19:21:43] Confirm Page · In You like Page · In 18,431 people like estadao.18,430 people like estadao. Rozane Arao Elias Facebook social plugin + SUPLEMENTOS MEC veta 10 mil vagas em vestibular de curso a ... 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DEBORA DINIZ É PROFESSORA DA UNB E PESQUISADORA DA ANIS INSTITUTO DE BIOÉTICA, DIREITOS HUMANOS E GÊNERO Tópicos: Homossexuais, União homoafetiva, Aliás, Suplementos, Geral Anúncios Google Atenção Aposentados INSS Revisão pelo Teto Prof. Roberto Brito (11) 2872.3750 www.aposentadoria.revisao.adv.br priscila advogada união estavel- saiba a diferença entre namoro e união estavel www.priscilagoldenberg.adv.br Grupo Estado Copyright © 1995-2011 Todos os direitos reservados Trabalhe Conosco Fale Conosco Mapa Site Assine O Estado de S. Paulo Classificados: 11 3855 2001 Estadão.com.br Opinião São Paulo Brasil Política Internacional Saúde Ciência Educação Planeta Cultura Blogs Tópicos O Estado de S.Paulo Estadão Digital No celular No iPad No Facebook RSS Infográficos Fotos TV Estadão Tempo Webmail Isso não é normal Revista Piauí http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,familias-saem-do-armario,716190,0.htm[08/05/2011 19:21:43] Portal do Assinante Conheça o jornal Portais Jornal da Tarde Limão Território Eldorado ILocal ZAP Ibiubi Agência Estado Grupo Estado Curso de Jornalismo Responsabilidade Corporativa Nosso Código de Ética Demonstrações Financeiras Publicidade Como anunciar Prêmio de Mídia Top Imobiliário Cannes