AVALIAÇÃO DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO UM

Propaganda
AVALIAÇÃO DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO UM DESAFIO PARA O
ENFERMEIRO FRENTE AO TRATAMENTO.
Fernanda Renata Fortes Marconato
Silmara Jorge Garcia
Orientadora: Tatiana Longo Borges Miguel
LINS – SP
2009
1
AVALIAÇÃO DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO UM DESAFIO PARA O
ENFERMEIRO FRENTE AO TRATAMENTO.
RESUMO
À avaliação das úlceras de pressão durante o tratamento é de extrema
importância para a evolução da ferida. Para tanto é necessário conhecimento
técnico - cientifico para que a avaliação seja fidedigna. O presente estudo tratase de uma revisão bibliográfica, no qual se buscou identificar na literatura a
importância da avaliação da úlcera de pressão. O resultado do estudo
demonstrou que a avaliação das úlceras de pressão é um processo muito
importante,Porém
faltam artigos que analisem a eficácia da avaliação realizada pelos enfermeiros
direcionando para a importância no tratamento.
Palavras – Chave. Úlcera de pressão. Avaliação. Enfermagem.
2
INTRODUÇÃO
“A úlcera de pressão é definida como uma lesão causada por pressão,
que resulta em dano ao tecido. Estas feridas se localizam normalmente sobre
as proeminências ósseas e são classificadas segundo o grau de danos
observados nos tecidos”. (NPUAP, 1989-National Pressure Ulcer Advisory
Panel apud POLETTI; CALIRI, 2003, p. 50)
De acordo com Moro et al. (2007), úlcera de pressão é uma área
localizada de tecido necrótico que tendem a se desenvolver quando o tecido é
comprometido entre uma proeminência óssea e uma superfície externa por
tempo prolongado.
Potter; Perry (2004) relatou vários fatores que tendem a predispor no
cliente a formação da úlcera de pressão, que podem estar relacionados à
doença, como o nível diminuído da consciência, que estão relacionados aos
efeitos posteriores do trauma.
Foram relatados vários fatores que tendem a predispor no cliente a
formação da úlcera de pressão, que podem estar ligados à doença, como o
nível diminuído da consciência, que estão relacionados aos efeitos posteriores
do trauma. E outros fatores aqui descritos. (POTTER; PERRY, 2004)
Estimulo sensorial diminuído: os clientes, com a percepção sensorial
afetada, quanto à dor e a pressão, existem o maior risco para o
comprometimento da integridade da pele.
Função motora comprometida: são os clientes que, incapazes de mudar
de posição de maneira independente, estão em maior risco para desenvolver a
úlcera de pressão, ou seja, os pacientes podem sentir a pressão, mas são
incapazes de alterar a posição, sendo independente para aliviá-lo.
Alteração do nível de consciência: e os clientes confusos ou
desorientados, ainda que apresentem os níveis oscilantes de consciência, mas
não é capaz de se proteger contra a úlcera de pressão.
Os clientes confusos ou desorientados são capazes de sentir a pressão,
mas podem não compreender como era aliviá-la.
3
Incluindo os clientes que estão em coma, podem não perceber a
pressão, são incapazes de se movimentar voluntariamente para uma posição
mais protetora.
Aparelhos ortopédicos: existem aparelhos de mobilização de tração que
reduzem a mobilidade de um membro, apresenta maior risco de desenvolver a
úlcera de pressão. As causas podem ser por força mecânicas externas do atrito
proveniente da superfície do aparelho que se atritou com a pele, ou seja, se o
aparelho seque numa posição muito justa, ou se o membro edemacia.
Sendo que qualquer equipamento que exerça a pressão na pele pode
levar a desenvolver a úlcera de pressão, é essencial o cuidado adequado da
equipe de enfermagem para os clientes que utilizam esses equipamentos,
consiste numa avaliação freqüente da pele do cliente, para identificar o
rompimento cutâneo.
Para, Anselmi, (2009) os fatores de risco para úlcera de pressão são: a
mobilidade do paciente, entendida como a capacidade em mudar, manter ou
sustentar determinadas posições corporais; a habilidade em remover qualquer
pressão em áreas da pele/corpo promovendo a circulação; e, a percepção
sensorial que implica no nível de consciência e reflete a capacidade do
indivíduo em perceber estímulos dolorosos ou desconforto e reagir efetuando
mudanças de posição ou solicitando auxilio para realizá-las.
De acordo com Lopes, (2009) descreve a etiologia das úlceras de
pressão com o fato de estar intimamente ligada à pressão exercida no local
que pode ser prolongada ou de curta duração, provocando assim colapso ou
trombose dos capilares, interferindo na oxigenação e nutrição dos tecidos
envolvidos podendo ocorrer também anóxia tissular e morte celular.
Para Potter, Perry, (2004). Algumas das regiões em que se
desenvolvem as úlceras de pressão são: sacro, os calcanhares, os cotovelos,
os maléolos laterais, o trocanter maior e as tuberosidades esqueléticas. Ocorre
em conseqüência entre a relação do tempo, intensidade e duração esses
fatores aumentam a incidência para a formação da ulcera de pressão.
Na pele e nos tecidos subcutâneos eles podem tolerar algumas
pressões, se a pressão aplicada externamente é maior que a pressão dos
capilares, consequentemente irá diminuir o fluxo sanguíneo nos tecidos,
ocasionando hipóxia nos tecidos, ocorrendo a lesão isquêmica. Quando a
4
pressão for maior que 32mmHg se permanecer sem ser aliviada até que cause
a hipóxia, os vasos vão se colabar ocasionando a trombose. (POTTER,
PERRY, 2004).
As úlceras de pressão estão classificadas em quatro estágios a
avaliação é realizada por meio de métodos visuais, ou seja, você observa
(visualiza) identificando o estágio da úlcera; esses são importantes no
planejamento e implementação de estratégias terapêuticas.
Para Carvalho, (2007) as UP podem ser classificadas em estágios, de
acordo com a American National Pressure Ulcer Advisory Panel, pelo grau
de danos observados nos tecidos: estágio I caracteriza-se por eritema da pele
que não embranquece após a remoção da pressão; estágio II distingue-se
pelas perdas parciais da pele que envolve a epiderme, derme ou ambas, é
superficial e apresenta-se como uma abrasão, bolha ou cratera rosa; estágio III
diferencia-se pela perda da pele na sua espessura total, envolvendo
sua
espessura ou necrose do tecido subcutâneo que pode se aprofundar; estágio
IV particulariza-se pela perda da pele na sua total espessura com extensa
destruição ou necrose dos músculos, ossos ou estruturas de suporte como
tendões ou cápsulas das articulações.
OBJETIVO
O objetivo do estudo consiste em identificar em produções bibliográficas a
importância avaliação das úlceras de pressão, descrevendo o conhecimento
produzido na temática.
METODOLOGIA
Trata-se de levantamento bibliográfico descritivo de periódicos de enfermagem
indexados no Scielo (Scientific Eletronic Library Online) e Bireme. O estudo
5
descritivo reuniu informações que possibilitam averiguar as condições e ações
objetivas em estudo para melhorar e planejar ações dando ênfase
na
importância da avaliação das úlceras de pressão.
A análise dos dados foi pautada na literatura acerca da Avaliação das
úlceras de pressão implementadas por enfermeiros, a temática abordada nos
artigos pesquisados.
DESENVOLVIMENTO
Foi encontrado um artigo intitulado: Validação e Confiabilidade de um
Instrumento de Avaliação de feridas, no qual observaram a necessidade de
estabelecer critérios que determinam pontos de referência para medição, e
concluíram que os enfermeiros podem apresentar percepções distintas na
descrição clínica da característica do tecido, com tudo sujeriram a elaboração
de protocolos de avaliação de feridas e treinamentos para os enfermeiros,
realizado para incorporar a descrição clínica da ferida seguindo parâmetros,
assim os profissionais teriam mais praticidade e uma mesma linguagem para
preenchimento correto e maior entendimento à todos os profissionais
envolvidos. (BAJAÍ, ARAÚJO, 2006).
O ponto inicial para designar o tratamento da úlcera de pressão é a
avaliação da ferida, esta deverá envolver o paciente como um todo, sendo a
base para planejar o tratamento e avaliar os seus efeitos. Uma avaliação eficaz
é essencial para que haja uma comunicação entre os profissionais.
Segundo Bajai, Araújo (2006) afirmam que os enfermeiros exercem
importante papel na avaliação e no tratamento das lesões cutâneas incluindo
as úlceras de pressão e devem refletir sobre sua prática em busca de novos
conhecimentos. Prática esta que, ao longo dos anos, passa por profundas
transformações, desafiando o conhecimento técnico cientifico dos enfermeiros.
Porém, muitas vezes, eles ainda encontram dificuldades para identificar a fase
correta da cicatrização e confundem as características normais e anormais
associadas a esse processo.
A descrição precisa das características da úlcera de pressão, depende
da
habilidade do observador em reconhecer as fases do processo de
6
cicatrização. A diferença de conhecimento que existe entre os enfermeiros que
realizam as avaliações interfere neste processo.
Acredita-se na busca da qualidade da assistência, portanto é necessário
não só os enfermeiros, mas toda equipe multiprofissional que se sintam
envolvidas e comprometidas em conhecer e entender o que é a Úlcera de
Pressão, suas causas e os fatores de riscos, tendo base científica para
implementar ações efetivas de prevenção e tratamento. (LISE; SILVA, 2007)
Para Blanes, (2004) a avaliação da ferida deve ser periódica de
fundamental importância acompanhar a evolução do processo cicatricial e a
cobertura utilizada. A definição de uma conduta terapêutica sofre influência
direta da “história ferida”, ou seja, causa, tempo de existência, presença ou não
de infecção. Além disso, deve ser avaliada a dor, edema extensão e
profundidade da lesão, as características do leito da ferida, da pele ao redor e
exsudato.
Para
Bajai,
Araújo
(2006)
avaliar
uma
ferida
pode
ocasionar
interpretações variadas devido a sua diversidade quanto à natureza, forma e
localização, além da percepção própria de cada enfermeiro, tendo em vista a
diferença de conhecimentos que existe entre os profissionais que realizam
essa prática. Ocorrendo divergências conflitantes, pois a mesma mesma ferida
pode ser avaliada e ter diferentes registros.
Duarte, Diogo (2000) afirmam que á avaliação é necessária no processo
de sistematização e registro.
Segundo, Rocha; Miranda; Andrade, (2006) avaliação da úlcera de
pressão deverá incluir 1 localização anatômica e estádio EUAP (Europen
Pressure Advisory Panel)2 Dimensão (comprimento, largura, profundidade)3
existência de trajetos, fistulosos, cavitação4 aspecto do leito da úlcera de
pressão tecido granulação, sinais inflamatórios exsudato e suas características
(quantidade, consistência odor e coloração)5 aparência da pele circundante. O
registro fotográfico a cores inicial e nas reavaliações é especialmente útil na
monitorizarão da resposta das medidas terapêuticas.
Segundo Mandelbaum, (2006) avaliação geral do cliente é um dos
fatores mais importantes no tratamento de feridas, pois a proposta de
intervenção está baseada não só à lesão, mas as condições do portador.
Nessa avaliação devem ser consideradas algumas ações:
7
a) diagnosticar os fatores como os intrínsecos e extrínsecos
b) identificar as expectativas do cliente e família suas condições
socioeconômicas de manutenção do tratamento. Avaliar, quanto ao
custo/benefício, a relação entre medidas preventivas mais simples e
tratamentos mais complexos;
c) avaliar a disponibilidade do paciente e da família para realizar o
curativo e a facilidade de utilização do recurso selecionado;
d) avaliar os fatores que possam interferir na aderência ao tratamento
proposto e em sua continuidade;
e) buscar a independência, propondo planejamento que estimule o
paciente ao autocuidado.
f) promoção da qualidade de vida além da cicatrização e do fechamento
das lesões, pois a tomada de decisão quanto aos procedimentos,
recursos e tecnologias que serão utilizados deve buscar bem-estar das
pessoas que os utilizam, e para isso é fundamental que haja
participação, envolvimento e respeito às opiniões do paciente e da
família.
Agências norte-americanas, como a AHCPR, destacam que a avaliação
é uma parte fundamental do processo de tratamento das lesões da pele, pois
só o diagnóstico preciso do tipo e estágio da lesão vai permitir a correta tomada
de decisão sobre as medidas a serem implementadas e os recursos que serão
utilizados.
Existem alguns sistemas de estagiamento que auxiliam na avaliação das
úlceras de pressão como o estabelecido pela NPUAP, permite a categorização
da lesão e auxilia no direcionamento das medidas de intervenção em cada uma
das fases do processo cicatricial, permite avaliar eficácia de medidas e
recursos utilizados e a evolução do processo cicatricial.
É fundamental a avaliação periódica da ferida, é importante acompanhar
a evolução do processo cicatricial e a cobertura utilizada (BLANES, 2004).
À avaliação das úlceras de pressão é extremamente necessário,
processo vital e continuo durante o tratamento das úlceras de pressão, citados
aqui por vários autores.
8
Segundo Bajaí, Araújo (2006) observando a prática clínica do cuidar de
feridas, percebe-se que há deficiências nos registros relativos à descrição das
características das feridas.
Sendo assim para avaliar as úlceras de pressão é necessário
conhecimento cientifico, uma avaliação fidedigna, criteriosa estabelecendo um
plano de cuidado individualizado contribuindo com o tratamento e a evolução
da ferida.
CONCLUSÃO
O tratamento das úlceras de pressão requer comprometimento dos
profissionais de enfermagem, destacando o enfermeiro no processo de
avaliação, uma vez que com uma avaliação bem fundamentada a cicatrização
das úlceras de pressão obteria melhor resposta aos tratamentos.
O estudo demonstrou que a avaliação das úlceras de pressão é um
processo muito importante, porém observamos que faltam artigos que analisem
á eficácia da avaliação realizada pelos enfermeiros direcionando para a
importância no tratamento.
9
EVALUATION OF PRESSURE ULCERS A CHALLENGE TO THE NURSE
FORWARD TO TREATMENT.
ABSTRACT
The evaluation of pressure ulcers during treatment is extremely important for
the development of ulcer to both scientific technical knowledge is necessary to
ensure that trust will review, it is a bibliographic review study, which makes
literature the significance of pressure ulcer assessment. The result of the study
showed that the evaluation of pressure ulcers is a very important, but we note
that will be missing articles to examine the effectiveness of the evaluation
carried out by nurses directing to the importance of treatment
Key words: pressure ulcer. Evaluation. Nursing.
10
REFERÊNCIAS
AGENCY FO HEALTH CARE POLICY AND RESEARCH (AHCPR) -Clinical
practice guidelines: pressure ulcer treatment: quick reference guide for
clinicians. Dermatology Nursing, 7(2): 87-101.
ANSELMI, M.L.; PEDUZZI, M.; JUNIOR, I.F. Incidência de úlcera por
pressão e ações de enfermagem. Acta Paul Enferm. P. 257-64. 2009.
BAJAY, H. M.; ARAÚJO, I.E. M. Validação e Confiabilidade de um
Instrumento de Avaliação de feridas. Acta Paul Enferm; p. 290-5. 2006.
BLANES, L. Tratamento de feridas. Baptista-silva JCC, ed. Cirurgia vascular:
guia ilustrado. São Paulo: 2004. Disponível em: http://www.bapbaptista.com.
Acesso em 10 fev. 2009.
CARVALHO, L.S. et al. Concepções dos Acadêmicos de Enfermagem
Sobre Prevenção e Tratamento de Úlceras de Pressão. Revista Baiana de
Saúde Pública. V.31, n.1, p.77-89 jan./jun. 2007.
LISE, F. SILVA, L.C. Prevenção de úlcera por pressão: Instrumentalizando a
enfermagem e orientando o familiar cuidador. Acta Scri Health Sci. p 85-89,
Maringá, PR (2007).
LOPES, A.G.; et al. Aferião não-invasiva de úlcera por pressão simulada
em modelo Plano. Rev. Bras Enferm. Brasília p. 200-3, mar-abril. 2009
MALDELBAUM, S.H. SANTES, E.P. MANDELBAUM, M.H.S. Cicatrização:
conceitos atuais e recursos auxiliares part 1. Anais Brasileiros de
dermatologia. Rio de Janeiro: p.393-410, ju l/ ago.2003.
NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL (NPUAP). PUSH Tool
information
and
registration
form.
2009.
Disponível
em:
,
<http://www.npuap.org.> Acesso em 20 ago. 2009.
POLETTI. N.A.CALIRI. M.H.L.Atenção a pacientes com feridas: Evidências
para a prática .São José do Rio Preto : Fundação biblioteca nacional,2003.
11
POTTER, P. A; PERRY, A. G. Fundamentos de enfermagem: Conceito,
Processo e Prática. 5 edição.Rio de Janeiro:GUANABARA E KOOGNAN,2004.
ROCHA, J. A.; MIRANDA, M.J.; ANDRADE, M.J. Abordagem terapêutica das
úlceras de pressão: Intervenções baseadas na evidência. ACTA. São
Paulo, p. 29-38, out.2006.
12
Autores:
Fernanda Renata Fortes Marconato – Graduando em enfermagem
Fone (14) 3532 80 45
[email protected]
Silmara Jorge Garcia – Graduando em Enfermagem
[email protected]. Fone (18) 9105 69 81
Orientador:
Prof. M. Sc Tatiana Longo Borges Miguel. Mestre em Farmacologia pela
UNESP
[email protected] .Fone (14) 35326672
Download