S ECRETARIA DE ES TADO DA S AÚDE Co orde nado ria de Re c urs o s Humanos Fundaç ão do De s e nvolvime nto Adminis trativo - FUNDAP Hos pital das Clínic as da Fac uldade de Me dic ina de Ribe irão Pre to Unive rs idade de S ão Paulo S UZANA AP ARECIDA FURLAN Habilidade s de c o ns c iê nc ia fo no ló g ic a e m c rianç a po rtado ra da S índro me da Imuno de fic iê nc ia Adquirida. Ribe irão Pre to, 2010 S UZANA AP ARECIDA FURLAN HABILIDADES DE CONS CIÊNCIA FONOLÓICA EM CRIANÇA PORTADORA DA S ÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA. Monografia apresentada ao Programa de Aprimoramento Profissional/SES, elaborada no hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Áre a : Fonoaudiologia Orie ntadora: Ms. Raphaela Barroso Guedes Granzotti Ribe irão Pre to 2010 2 AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE. FICHA CATALOGRÁFICA Furlan, S uzana Apare cida Habilidades de consciência fonológica em criança portadora da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida/ Suzana Aparecida Furlan; orientadora Raphaela Barroso Guedes Granzotti. Ribeirão Preto, SP 2010. 35 p. Monografia apresentada para conclusão do aprimoramento ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Área de Fonoaudiologia. 1. AIDS . 2. Cons ciê ncia Fonológica. 3 DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho a minha querida mãe Ge ni, pelo seu imensurável amor, eterno carinho e plena confiança... 4 Ag rad e ç o , À DEUS , por todas as minhas conquistas e por sua presença constante em minha vida... À minha mãe GENI, por ser meu porto seguro nos momentos difíceis e pela confiança depositada em mim... Obrigada pelo seu colo, pelo seu amor e por me consolar quando os momentos de desespero surgiram... Ao amor da minha vida ALEXANDRE, por ser muito mais que minha metade... Obrigada pelo seu companheirismo, pelo seu carinho e por me fazer uma pessoa cada dia melhor... Ao meu pai LUIS , por sempre acreditar em mim e apoiar minhas escolhas... Ao meu doce irmão LEANDRO, pelo apoio e pelos momentos de descontração... Obrigada por me ajudar a lidar com as dificuldades... À minha querida amiga TATIANE, pelos inumeráveis momentos de descontração, pelas brincadeiras, pelos conselhos e por ser essa pessoa incrível... Sem você o aprimoramento não teria sido o mesmo... À minha orientadora RAPHAELA, pela oportunidade de aprendizagem e pela atenção durante a realização deste trabalho. À secretária S ANDRA por me atender prontamente quando precisei e pelas conversas jogadas fora... O setor não seria o mesmo sem você... Aos re s pons áv e is pela participante deste estudo. A todas que, de alguma forma, contribuíram para meu crescimento profissional e pessoal. Agradeço pelos momentos de aprendizagem e também os de descontração... Foi um ano difícil, mas sem dúvida um aravilhoso ano... 5 “Ac e ite c o m s abe doria o fato de que o c aminho e s tá c he io de c ontradiç õ e s . Há mo me ntos de ale gria e de s e s pe ro , c onfianç a e falta de fé , mas v ale a pe na s e guir adiante ...” Pau lo Co e lho 6 FURLAN, S. A. Habilidade s de c o ns c iê nc ia fo noló gic a e m c rianç a portadora da S índro me da Imunode fic iê nc ia Adquirida. 2010. 35p. Monografia. Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2010. RES UMO INTRODUÇÃO: Causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença infecciosa na qual os linfócitos são infectados e destruídos. O indivíduo com aids apre uma progressiva deficiência imunológica e será afetado por várias doenças oportunistas e infecções. Além disso, estudos apontam dificuldades de aprendizagem em um grande número de crianças com aids e sabe-se a estreita relação existente entre a aquisição da linguagem escrita e as habilidades de consciência fonológica. OBJETIVO: Caracterizar o desempenho em teste de consciência fonológica de uma criança portadora da síndrome imunodeficiência adquirida e investigar a efetividade da terapia fonoaudiológica para consciência fonológica no mesmo caso. METODOLOGIA: Participou deste estudo uma criança, sexo feminino, 6 anos, portadora de AIDS, adquirida por transmissão vertical. Foi realizada uma avaliação das habilidades de consciência fonológica através da aplicação do teste Consciência Fonológica – Instrumento e Avaliação Seqüencial (CONFIAS). Após esta avaliação foi desenvolvido um programa terapêutico fechado (15 sessões) para consciência fonológica, composto por atividades a nível silábico. CONFIAS foi reaplicado, para investigação da última sessão, o teste efetividade da terapia fonoaudiológica. RES ULTADOS : Na avaliação pré-terapia, a criança apresentou escore de 18 pontos nas tarefas em nível silábico e 01 ponto em tarefas de nível fonêmico, totalizando um escore de 19 pontos. Na avaliação pós-terapia, o escore obtido em tarefas silábicas foi de 26 pontos e em tarefas fonêmicas 11 pontos, totalizando um escore de 37 pontos. CONCLUS ÃO: Crianças HIV+ podem apresentar dificuldades em atividades de consciência fonológica. O programa terapêutico desenvolvido mostrou-se efetivo, já que houve melhora do desempenho da criança no teste após a terapia. O treinamento da consciência fonológica pode gerar melhora na representação fonológica das palavras, favorecendo assim, o desenvolvimento da linguagem escrita. Os profissionais envolvidos com esta 7 população devem atentar-se para programas terapêuticos que abordem, além de outros aspectos, habilidades de processamento fonológico. PALAVRAS CHAVE: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS); Consciência Fonológica; Aprendizagem. 8 S UMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................... 10 1.1. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.................... 10 1.2. Consciência Fonológica .............................................. 12 2. OBJETIVOS ....................................................................... 16 2.1. Objetivos Específicos .................................................. 16 3. MATERIAIS & MÉTODOS ................................................. 17 3.1. Casuística ................................................................... 17 3.2. Procedimentos ............................................................ 17 3.3. Análise dos Dados ...................................................... 18 4. RES ULTADOS ................................................................... 19 5. DIS CUS S ÃO ....................................................................... 24 6. CONCLUS ÃO ..................................................................... 27 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................. 28 ANEXOS ................................................................................. 32 9 1. INTRODUÇÃO 1.1. S índro me da Imuno de fic iê nc ia Adquirida A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida é uma doença cciosa causada pelo vírus da imunodeficiência humana (Hum an Im m unode ficie ncy Virus – HIV). O vírus ataca as células de defesa do corpo humano, deno os linfócitos do tipo CD4+, levando o indivíduo infectado a apresentar uma deficiência imunológica cada vez mais grave, facilitando o aparecimento de várias infecções oportunistas (MATAS, et al., 2005; FRIAS et al., 2008). De 1980 a junho de 2007 foram notificados 474.273 casos de aids no País – 289.074 no Sudeste, 89.250 no Sul, 53.089 no Nordeste, 26.757 no Centro Oeste e 16.103 no Norte. No Brasil e nas regiões Sul, Sudeste Centro Oeste, a incidência de aids tende à estabilização. No Norte e Nordeste, a tendência é de crescimento. Segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem uma epidemia concentrada, com taxa de prevalência da infec pelo HIV de 0,6% na população de 15 a 49 anos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). No que se refere à população pediátrica, aproximadamente 75 a 80% das crianças portadoras de HIV são infectadas por transmis vertical (de mãe para filho). A infecção pode ocorrer em três momentos: período intra-uterino ou pré-natal, devido ao cruzamento do vírus pela placenta; período periparto ou perinatal, em decorrência do contato com sangue e secreções maternas e período pós-natal, através do aleitamento materno (ORTIGÃO, 1995). A taxa de transmissão vertical do HIV pode chegar a 20%, ou seja, a cada 100 crianças nascidas de mães infectadas, 20 podem tornar-se HIV+ (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). O número de óbitos de crianças HIV+ é alarmante, porém a taxa de mortalidade infantil devido à aids diminuiu desde 2005. Este fato se deve a introdução de terapia antiretroviral altamente ativa (HAART) e medidas de prevenção da transmissão vertical (SHARLAND, BRYANT, 2009). Em países com poucos recursos, no entanto, a prevenção da transmissão vertical ainda é um grande desafio. Dentre as falhas na assistência materno-infantil, destacam-se: diagnóstico tardio da infecção pelo HIV em gestantes, prática do aleitamento 10 materno pelas mães e a não triagem para o tipo de parto (MALUF e SILVA et al., 2010). Um paciente com aids apresenta uma progressiva deficiência imunológica e será afetado por várias doenças oportunistas, tendo uma maior predisposição a infecções (MATAS; IORIO; SUCCI, 2008; ORTIGÃO 1995). Além de comprometer o sistema imunológico, a aids também causa alterações do Sistema Nervoso Central (SNC). As conseqüências do envolvimento do SNC na infecção pelo HIV em crianças podem estar evidentes desde o início do quadro clínico ou demorar muitos anos para se manifestar. Dentre as manifestações mais comuns, destacam-se a hiporreflexia, retardo do desenvolvimento neuropsicomotor, atraso de linguagem, deficiência mental, síndrome pira l e paralisia cerebral (ROCHA et al., 2005). As infecções mais comuns são as das vias aéreas superiores, especialmente sinusite e otites (externa e média). As otites média e externa podem provocar perda auditiva periférica temporária, devendo, portanto ser ntificada precocemente possível para que se estabeleça o tratame o mais médico adequado (MATAS; LEITE; MAGLIARO, 2005). Como constatado por Matas e cols (2005), crianças com s podem apresentar tanto alterações auditivas periféricas como alterações na via auditiva no tronco encefálico. A infecção pelo HIV, assim como outras infecções congênitas, parece ser um fator de risco para alterações auditivas centrais (MATAS et al., 2008). No entanto, observa-se predomínio de alterações de orelha média nesta população (MATAS, et al., 2005). Em estudo realizado por Matas e cols (2006), com crianças de 3 a 6 anos, os comprometimentos auditivos periféricos isolados ou periféricos associados a alterações de tronco encefálico foram mais freqüentes do que apenas alterações isoladas de tronco encefálico. O estado imunodeficiente dos pacientes predispõe a infecções meníngeas que podem levar à perda auditiva sensorioneural, inclu meningite causada por Cryptococcus ne oform ans , tuberculose meníngea e meningite viral, fúngica ou bacteriana (REZENDE et al., 2004). As perdas auditivas neurossensoriais, no entanto, são menos freqüentes em crianças com aids (MATAS; LEITE; MAGLIARO, 2005). Outra possível causa desse tipo de perda são os medicamentos utilizados no 11 tratamento da doença, os quais podem causar ototoxicidade (REZENDE et al., 2004). A literatura relata que, com o avanço da doença, ocorre um comprometimento progressivo do sistema nervoso central, incluindo o sistema auditivo. Este fato pode levar a anormalidade nas habilidades de processamento ivo central, sendo que tais dificuldades podem influenciar o processo de aprendizado e desenvolvimento da leitura e escrita (FRIAS et al., 2008). Além disso, sabe-se que a integridade do sistema auditivo central e periférico é altamente importante para a aquisição e desenvolvimento de fala e linguagem (MATAS; IORIO; SUCCI, 2008, CIVITELLA e COSTA, 2002). No curso da infecção pelo HIV o vírus entra no SNC podendo resultar em transtornos da função cognitiva causando déficits dos sos mentais, tais como atenção, aprendizado, memória, rapidez de processamento das informações, capacidade de resolução de problemas e sintomas sensoriais e motores (CHRISTO, 2010). No que se refere ao desempenho escolar, estudos aponta dificuldades de aprendizagem em um grande número de crianças com aids. Tais dificuldades, no entanto, podem não ser necessariamente decorrentes da ção pelo HIV. A etiologia pode ser multifatorial, incluindo fatores sócio-econômicos, escolas com poucos recursos e a falta de estimulação por parte dos pais (BRACKIS-COTT et al., 2009). 1.2. Co ns c iê nc ia Fo noló g ic a Definida como uma competência metalingüística, a consciência fonológica possibilita o acesso consciente ao nível fonológico da fala e a manipulação cognitiva das representações deste nível, que é tanto necessária para a aprendizagem da leitura como dela conseqüente (NAVAS; SANTOS, 2002). Tal competência consiste na capacidade para refletir sobre a estrutura sonora da fala bem como manipular seus componentes estruturais. A consciência fonológica desenvolve-se gradualmente à medida que a criança torna-se consciente de palavras, sílabas e fonemas como unidades identificáveis (SUPLLE, 1986 apud CAPOVILLA; DIAS; MONTIEL, 2007). Envolve o reconhecimento pelo indivíduo de que as palavras são formadas por diferentes sons que podem ser manipulados, abrangendo não só a 12 capacidade de reflexão (constar e comparar), mas també de operação com fonemas, sílabas, rimas e aliterações em tarefas como: contar, segmentar, unir, adicionar, suprimir, substituir e transpor (MOOJEN et al., 2003). Certas habilidades fonológicas são adquiridas mais precocemente do que outras. A manipulação de sílabas é realizada antes da manipulação de fonemas; e no início da alfabetização praticamente não existem habilidades de segmentação e síntese fonêmica (GARCIA; CAMPOS; AOKI, 2006). Estes mesmos autores referem que a transposição fonêmica seria a tarefa mais dependente de consciência fonológica, uma vez que exige o isolamento e a manipulação de cada fonema da palavra para que sua ordem possa ser modificada. A importância relativa dos componentes da consciência nológica muda no decorrer das séries sucessivas sugerindo que também se alteram as dificuldades encontradas no processo de aquisição da leitura e escrita devidas a problemas desta consciência (CAPOVILLA; DIAS; MONTIEL, 2007). Dentre o exposto, estudos sugerem que apenas uma avaliação global da consciência fonológica seria insuficiente sendo necessária uma avaliação detalhada e pormenorizada de cada componente desta competência metalingüística, pois somente em posse de dados precisos o diagnóstico poderá subsidiar uma intervenção eficaz, dirigida à natureza do problema identificado (CAPOVILLA; DIAS; MONTIEL, 2007). A imaturidade fonológica é o primeiro sinal de que o desenvolvimento da linguagem da criança apresenta alterações (SALGADO; CAPELLINI, 2004). As dificuldades fonológicas presentes na oralidade influenciam diretamente as representações mentais em tarefas de fala e de leitura e escrita. Os maus leitores, geralmente, são incapazes de decompor as palavras nos s sons constituintes fonológicos (SALGADO; CAPELLINI, 2004). A relação entre consciência fonológica e aquisição da linguagem escrita não é unilateral, mas sim recíproca e ocorre paralelamente. elementares de consciência fonológica propiciam o desenvolvimento de níveis elementares de leitura e escrita que, por sua vez, propiciam o desenvolvimento de níveis mais complexos de consciência fonológica, e assim por diante, em uma o recíproca (CAPOVILLA; DIAS; MONTIEL, 2007; SANTAMARIA; LEITÃO; ASSENCIOFERREIRA, 2004). Alguns autores sugerem, no entanto, inicialmente elas não 13 têm um grau de dependência elevado. Na medida em que a alfabetização aprimorando a consciência fonológica também se lapida auxiliando a criança no aperfeiçoamento de suas funçõe se caminham juntas tivas (SANTAMARIA; LEITÃO; ASSENCIO-FERREIRA, 2004). Determinadas habilidades de consciência fonológica facilitam o aprendizado da leitura e escrita, e alguns comportamentos infantis se manifestam mesmo em idades mais precoces, como por exemplo, a consciência rima, indicando algum nível de consciência fonológica (PAES; PESSOA, 2005). Essas habilidades, presentes antes mesmo de instrução explícita, são influenciadas por variáveis como: ambiente sócio-econômico e cultural e nível de estimulação no ensino-aprendizagem (PAES; PESSOA, 2005). Torna-se claro o papel dos pais ou responsáveis em acompanhar o desenvolvimento das suas crianças mais de perto e de forma mais atuante, valorizando suas tarefas e estimulando-as a gostarem de aprender de forma prazerosa e a serem curiosas na vida fora da escola (PAES; PESSOA, 2005). Um bom desenvolvimento nas habilidades de leitura e es depende das condições extrínsecas depositadas sobre a criança. Condições extrínsecas podem favorecer uma aquisição mais fácil nesta etapa da evolução. Dentre estas, a exposição da criança a atividades que explorem a manipulação consciente dos sons poderá favorecer o desenvolvimento da linguagem escrita (NUNES; FROTA; MOUSINHO, 2009). Estudos apontam que há vários níveis de consciência fonológica: uns precedem a aprendizagem de leitura e escrita e outros acompanham ou são resultado dessa aprendizagem. A aprendizagem do sistema alfabético da leitura e da escrita pressupõe a capacidade de reconhecer, decompor e manipular os sons da fala, o que corresponde à consciência fonológica (MOOJEN et al., 2003). Assim, há a possibilidade de que a criança, antes de iniciar processo de aquisição de escrita, já possua algumas habilidades metafonológicas e que, por intermédio do contato com a escrita, desenvolva e aprimore aquelas que já possui (MOOJEN et al., 2003). De qualquer forma, antes que as crianças possam ter qualquer compreensão do princípio alfabético, elas devem entender que os sons associados às letras são precisamente os sons da fala (MEDEIROS; OLIVEIRA, 2008). 14 O treinamento em consciência fonológica melhora as habilidades de leitores pré-escolares nas séries iniciais e, visto que a consciência fonológica pode interferir de forma causal na aquisição e desenvolvimento do código escrito, muitos programas de intervenção são desenvolvidos para o tratamento dos distúrbios da leitura e escrita com ênfase no desenvolvimento deste metalingüístico (BERNADINO JÚNIOR et al., 2006; PAULA; MOTA; KESKE-SOARES, 2005). Procedimentos de intervenção com treino de consciência fonológica e de correspondências grafo-fonêmicas podem ser eficazes em melhorar os desempenhos em tarefas de consciência fonológica, leitura, escrita e conhecimento das letras (CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2000). As tarefas para promoção de habilidades de consciência fonológica são de implementação relativamente fácil e podem ser desenvolvidas imultaneamente à instrução para leitura e escrita (intercaladas ou alternadas ao longo de cada dia de aula), com benefícios mútuos de um repertório sobre o (BERNADINO JÚNIOR et al., 2006). Tal estratégia pode ser especialmente importante para estudantes em risco para o fracasso na aquisição desses repertórios JÚNIOR et al., 2006). 15 2. OBJETIVOS O objetivo do presente trabalho foi investigar a efetividade da terapia fonoaudiológica para consciência fonológica em uma criança portadora da síndrome imunodeficiência adquirida. 2.1. Obje tiv os Es pe c ífic os _ Caracterizar o desempenho em teste de consciência fonológica de uma criança portadora da síndrome imunodeficiência adquirida. _ Comparar o desempenho em teste de consciência fonológica de uma criança portadora da síndrome imunodeficiência adquirida pré e pós-terapia fonoaudiológica. 16 3. MATERIAIS & MÉTODOS O presente trabalho foi analisado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP). 3.1. Cas uís tic a Participou da presente pesquisa uma menina, 6 anos de portadora da síndrome imunodeficiência adquirida, adquirida por transmissão vertical. 3.2 Pro c e dime nto s Inicialmente, foram fornecidos aos pais, as orientações e esclarecimentos referentes à pesquisa a ser desenvolvida, por meio de oral pormenorizada e, sob a forma escrita do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, elaborado com base na Resolução 196/96, respeitando as diretrizes e normas regulamentadas de pesquisas que envolvem os seres humanos. O interesse de participação dos mesmos foi de caráter Foi esclarecido que os pais não arqueariam com o custo financeiro de nenhuma das sessões a serem realizadas, com exceção dos gastos de sendo de responsabilidade exclusiva destes. Após o consentimento em participar da pesquisa foi realizada a avaliação das habilidades de consciência fonológica. Para esta avaliação foi utilizado o seguinte teste: Te s te Cons ciê ncia Fonológica – Ins trum e nto e Avaliação S e qüe ncial (CONFIAS ): elaborado por Moojen et al. (2003). Consiste em tarefas de síntese, segmentação, identificação, produção, exclusão e transposição silábica e fonêmica, devendo-se iniciar ao nível do fonema e, posteriormente, ao nível da sílaba. Cada resposta correta equivale a 1 ponto, sendo que na parte silábica a pontuação máxima é de 40 pontos e na fonêmica é de 30 pontos, totalizando 70 pontos. Também foi realizada a avaliação audiológica da criança, sendo utilizado o audiômetro Unity e o imitanciômetro Zodiac 901 . O procedimento ocorreu no setor de Fonoaudiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP). 17 Após as avaliações, foi oferecido um programa terapêut sessões, sendo as mesmas semanais e com duração de 40 stituído por 15 inutos cada. Durante as sessões foram trabalhadas as seguintes tarefas: síntese silábica (1 sessão), segmentação silábica (1 sessão), identificação de sílaba inicial (1 sessão), identificação de rima (1 sessão), produção de palavra m a sílaba dada (1 sessão), identificação de sílaba medial (2 sessões), produção de rima (2 sessões), exclusão silábica (2 sessões) e transposição silábica (2 sessõe No primeiro encontro foi realizada a avaliação das habilidades de consciência fonológica por meio do teste CONFIAS, e o último encontro foi destinado a uma reavaliação, onde o teste foi reaplicado para verificação da efetividade da terapia fonoaudiológica. 3.3 Anális e dos Dado s Foi realizada uma análise descritiva e comparativa dos resultados obtidos na avaliação pré e pós-terapia fonoaudiológica. 18 4. RES ULTADOS Este estudo contou com a participação de uma criança, seis anos de idade, portadora da síndrome da imunodefi L., do sexo F., de cia adquirida, adquirida por transmissão vertical. Foi realizado um programa terapêutico fechado para hab idades de consciência fonológica no período de abril a agosto de 10, no Setor de Fonoaudiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP). No início do processo terapêutico, foi realizada a avaliação audiológica sendo que na Audiometria Tonal Limiar, utilizando o audiômetro Unity , detectou-se uma perda auditiva condutiva de grau leve bilateral e na i itanciometria, utilizando o aparelho Zodiac 901 , foi encontrada curva Tipo B em ambas as orelhas. No primeiro encontro foi realizada a avaliação das habilidades de consciência fonológica, através do Teste de Consciência Fonológica - Instrumento e Avaliação Seqüencial (CONFIAS). Os resultados estão dispostos em gráficos para melhor visualização (Figuras 1 e 2). Pontuação Obtida Pontuação Máxima 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 S íntese E xclusãoT I d e n t . R i m a S egm entaçãoId P r o d . d e R i m a ransposição I d e n t . S i l . M e d . ent.S il.Inical P rod.deP alavra Fig ura 1 . Pontuação da criança nas tarefas em nív e l s ilábic o do CONFIAS na avaliação pré-terapia. 19 A Figura 1 demonstra a pontuação da criança em cada um dos subtestes em nível silábico do CONFIAS, na avaliação antes das sessões de terapia. É possível observar que as maiores dificuldades foram encontradas nas tarefas de Identificação de Sílaba Inicial, Identificação de Rima, Produção de Transposição Silábica, principalmente nestas três últi ma, Exclusão e em que a criança não acertou nenhum item. O escore nas tarefas em nível silábico foi de 18 pontos, s a pontuação máxima de 40 pontos. Pontuação Obtida Pontuação Máxima 7 6 5 4 3 2 1 0 Prod. de Pal com som dado Ident. Fon. Inicial Ident. Fon. Final Exclusão Síntese Segmentação Transposição Fig ura 2. Pontuação da criança nas tarefas em nív e l fonê m ic o do CONFIAS na avaliação pré-terapia. A Figura 2 demonstra a pontuação da criança em cada um dos subtestes em nível fonêmico do CONFIAS, na avaliação antes das sessões de terapia. É possível observar a significativa dificuldade na realização das tarefas neste nível, onde a menor apenas acertou um dos quatro itens da tarefa Produção de Palavra com o Som Dado. Diante da dificuldade apresentada pela criança, optou-se pela interrupção do deste no subteste de Segmentação Fonêmica. O escore na tarefas em nível fonêmico foi de 01 ponto, sendo a pontuação máxima de 30 pontos. 20 No que se refere ao Escore Total do teste, a pontuação obtida foi 19 pontos e o escore máximo corresponde a 70 pontos. Após a avaliação, iniciou-se o processo terapêutico, com sessões semanais de 40 minutos. Durante este período foram computadas quatro faltas, sendo que, quando a menor não comparecia, a sessão programada era realizada na semana seguinte. De modo geral, a terapia desenvolvida envolveu atividades de colagem, atividades com figuras, jogos e outras, todas de forma lúdica e com apoio visual. Não se utilizou material escrito, pois a menor ainda não é alfabetizada. Após a finalização do programa estabelecido, realizou-se uma avaliação final, sendo reaplicado o teste CONFIAS. Os resultados estão dispostos em gráficos para melhor visualização (Figuras 3 e 4). Pontuação Obtida Pontuação Máxima 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 S íntese E x c l u s ã o I d e n t . R i m a S egm entaçãoId P r o d . d e R i m a T ransposição il.M ed. ent.S il.Inical P rod.deP alvraIdent.S Fig ura 3 . Pontuação da criança nas tarefas em n ív e l s ilábic o do CONFIAS na avaliação pós-terapia. A Figura 3 demonstra a pontuação da criança em cada um dos subtestes em nível silábico do CONFIAS, na avaliação após as sessões de terapia. O desempenho apresentado neste nível foi melhor em todos os subtestes em relação à 21 pontuação inicial (pré-terapia). Esse fato não ocorreu apenas no subteste Identificação de Sílaba Medial, em que a criança acertou três dos quatro itens do subteste na avaliação pré-terapia e dois na avaliação pós-terapia. O escore obtido nesta reavaliação foi de 26 pontos, sendo que a pontuação no início do programa foi de 18 pontos. Pontuação Obtida Pontuação Máxima 7 6 5 4 3 2 1 0 Prod. de Pal com som dado Ident. Fon. Inicial Ident. Fon. Final Exclusão Síntese Segmentação Transposição Fig ura 4 .Pontuação da criança nas tarefas em n ív e l fonê m ic o do CONFIAS na avaliação pós-terapia. A Figura 4 demonstra a pontuação da criança em cada um dos subtestes em nível fonêmico do CONFIAS, na avaliação após as sessões de terapia. Observou-se que, mesmo as atividades terapêuticas desenvolvidas serem a nível silábico, houve melhora significativa do desempenho a nível fonêmico. avaliação inicial, a menor acertou apenas um item na tarefa de Produção de Palavra com Som Dado, e após a terapia respondeu de forma correta para todos os itens desta mesma tarefa, além de acertar todos os itens do subteste de Identificação de Fonema Inicial e três itens da tarefa de Identificação de Fonema Final. O escore obtido nesta reavaliação foi de 11 pontos, sendo que a pontuação no início do programa foi de 01 ponto. 22 No que se refere ao Escore Total do teste, a pontuação obtida foi 37 pontos na reavaliação, sendo que a pontuação inicial foi de 19 pontos. 23 5. DIS CUS S ÃO O presente estudo apresentou dados referentes às habil consciência fonológica em uma criança portadora de aid s de e à efetividade da intervenção fonoaudiológica. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida foi identificada em 1981, e desde então tem se mantido endêmica no mundo. No que se refere à população pediátrica, com o advento dos tratamentos anti-retrovirais e das medidas de prevenção da transmissão vertical, a sobrevida das crianças com aids vem aumentando (BRACKIS et al., 2009; SHARLAND, BRYANT, 2009). Assim, se fazem necessários estudos referentes às manifestações e sintomas decorrentes da ids e suas implicações no desenvolvimento de linguagem oral e aprendizagem de le crita. Doenças otológicas são particularmente comuns entre crianças portadoras do HIV (REZENDE et al., 2004). A avaliação audiológica do sujeito desta pesquisa revelou resultados concordantes com a literatura, sendo que a criança apresentou perda auditiva condutiva de grau leve bilateralmente. ções de orelha média também puderam ser encontradas através do exame de timpanometria. Segundo Rezende e cols (2004), a deficiência auditiva decorrente de otite média secretora (OMS), secundária é, em geral, uma obstrução da tuba auditiva, por proliferação do tecido linfóide adenoideano, ou até mesmo por sarcoma de Kaposi na rinofaringe. Inicialmente, a bateria de testes audiológicos também incluiria a avaliação do Processamento Auditivo Central (PAC), no entanto, frente ao achado de perda auditiva periférica, tal exame não foi realizado. A justificativa para essa avaliação é que, conforme apontado por Matas et al. (2008), a infe o pelo HIV, assim como outras infecções congênitas, parece ser um fator de risco para alterações auditivas centrais. Entende-se a aquisição e o desenvolvimento da linguagem como um processo no qual estão envolvidos aspectos orgânicos, icos e sócio-culturais, sendo a audição parte integrante desse processo (CIVITELLA e COSTA, 2002). Levando-se em consideração a importância da integridade do sistema auditivo periférico e central na aquisição e desenvolvimento de fala, linguagem e aprendizado, torna-se imprescindível que anormalidades auditivas tanto periféricas 24 como centrais sejam identificadas a tratadas precocemente nesta população pediátrica, visando melhorar a qualidade de vida e fornecer condições essenciais para que ocorra uma comunicação efetiva destas criança com seu ambiente (MATAS; LEITE; MAGLIARO, 2005). Em relação ao desempenho no Teste de Consciência Fonol ca: Avaliação Instrumental Seqüencial (CONFIAS) observou-se resultados bastante inferiores, com escore total de 19 pontos (pontuação máxima 70 pontos), sendo que 18 foram em tarefas a nível silábico e apenas 1 ponto em tarefas fonêmicas. Os estudos presentes na literatura apontam que suprafonêmicas são mais fáceis de serem executadas do as atividades as fonêmicas, evidenciando que a consciência dos segmentos suprafonê icos, como sílabas, rimas e aliterações desenvolvem-se antes das experiências formais de alfabetização (CAPOVILLA; DIAS; MONTIEL, 2007). No entanto, no presente estudo, observou-se desempenho inferior mesmo em tarefas de consciência suprafonêmica. Conforme apontado por Capovilla e cols (2007), é vasta a literatura que sugere forte relação entre habilidades de consciência fonológica e aquisição de linguagem escrita. Assim, o conhecimento sobre tais habilidades é de grande importância, para uma possível intervenção e mesmo prevenção de alterações no aprendizado da leitura e da escrita. Estudos propuseram procedimentos de intervenção para o tratamento de dificuldades de leitura e escrita por meio do treino direto de consciência fonológica e do ensino explícito das regras de correspondência grafo-fonêmicas (CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2000). O treinamento da consciência fonológica, em especial da consciência fonêmica, pode gerar melhora na representação fonológica das palavras, tanto para disléxicos, quanto para crianças sem dificuldades de aprendizagem. Além disso, a exposição da criança a atividades que explorem a manipulação consciente dos sons poderá favorecer o desenvolvimento da linguagem escrita (NUNES; FROTA; MOUSINHO, 2009). O programa terapêutico desenvolvido nesta pesquisa foi composto por atividades a nível silábico, com tarefas de síntese e segmentação silábica, identificação de sílaba inicial, identificação de rima, produção de palavra com a sílaba dada, identificação de sílaba medial, produção rima, exclusão e transposição silábica. 25 Os resultados obtidos na avaliação pós-terapia mostraram-se bastante satisfatórios, com escore total de 37 pontos, sendo 26 em tarefas silábicas e 11 em fonêmicas. No que se refere ao nível silábico do teste, observou-se aumento da pontuação, após terapia, nos seguintes subtestes: síntese silábica, identificação de sílaba inicial, identificação de rima, produção de rima, exclusão silábica e transposição silábica. Vale ressaltar que nos três últ mos, a criança não havia acertado nenhum item. Nas tarefas de segmentação silábica e produção de palavra com a sílaba dada, o percentual de acertos foi mantido (pontuação máxima na avaliação pré e pós terapia). Apenas atentou-se para o subteste de identificação de sílaba medial, em que a criança acertou um item a menos na avaliação pós-terapia, sendo possível justificar este achado pela casualidade . Através da reavaliação, foi possível constatar melhora do desempenho da criança em tarefas a nível fonêmico, mesmo com a terapia voltando-se para o nível silábico. A efetividade da terapia fonoaudiológica para habilidades de consciência fonológica também foi evidenciada em estudo desenvolvido por Frias et al. (2008). Conforme exposto por Nunes et al. (2009), o fonoaudiólogo é um profissional habilitado para desenvolver estratégias metafonológica especializadas e pode, inclusive, colaborar com orientações, discussões e tutorias aos demais profissionais da área educacional. 26 6. CONCLUS ÃO A realização deste estudo nos permitiu caracterizar o mpenho de uma criança com aids em tarefas de habilidades de consciência fonológica. A pontuação obtida no teste utilizado (CONFIAS) mostrou-se bastante inferior, evidenciando assim, que crianças HIV+ podem apresentar dificuldades em atividades de consciência fonológica. O programa terapêutico desenvolvido mostrou-se efetivo, já que houve melhora do desempenho da criança no teste após a terapia. Assim, os profissionais envolvidos com esta população devem atentar-se para programas terapêuticos que abordem, além de outros aspectos, habilidades de processamento fonológico. 27 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁ FIC AS BERNARDINO JÚNIOR, J. A. et al. Aquisição de leitura e escrita como resultado do ensino de habilidades de consciência fonológica. Rev is ta Bras ile ira Educ aç ão Es pe c ial, Marília, v. 12, n. 3, p. 423-450, set-dez. 2006. BRACKIS-COTT, E., KANG, E., DOLEZAL, C., ABRAMS, E. J., MELLINS, C. A. Brief report: language ability and school functioning of youth perinatally infected with HIV. Jo urnal of Pe diatric He alth Care , v. 23, n. 3, may-june. 2009. BRASIL. 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Quando uma criança tem a mesma idade de outras crianças e não está fazendo coisas parecidas, ela pode não estar tendo um bom desenvolvimento e talvez precise de ajuda profissional para se desenvolver melhor. Para descobrir se as crianças estão tendo um bom desempenho é preciso fazer uma avaliação. A avaliação levará aproximadamente 30 minutos e será feita através da solicitação de que a criança fale algumas palavras após a apresentação de figuras. realizado também um exame de audição, audiometria, para saber o quanto ela esta escutando. Posteriormente serão realizadas 15 sessões de terapia fonoaudiológi com duração de 40 minutos cada, para trabalhar os aspe semanal, que seu filho não soube responder no momento da avaliação. Ao termino será realizado novamente a mesma avaliação e em seguida eu lhe direi como está o desenvolvimento do seu filho e se há necessidade de continuidade da intervenção profissional, que caso seja necessário, será realizada por mim. Você e seu filho iparão deste estudo se você desejar. Embora você não receba benefícios diretos por sua participação, servindo como participante desta pesquisa, suas informações e a avaliação do seu filho poderão contribuir para melhorar o planejamento atendimento das crianças portadoras do HIV. Este estudo, de forma alguma, trará riscos à criança, contudo, você estará livre para autorizar ou não a participação de seu filho nesta pesquisa, e para retirá-lo desta em qualquer momento do seu processo. Qualquer esclarecimento sobre o estudo poderá ser dado sempre que necessário. 34 Eu____________________________________________________________ _____________, portador do RG___________________________, abaixo assinado, tendo recebido os esclarecimentos acima, e sendo responsável pelo menor ___________________________________________________, autorizo a participação dele neste estudo e declaro estar ciente objetivo deste estudo; da segurança de que meu filho não será identificado e de e toda a informação obtida será estritamente confidencial; de que meu filho terá liberdade de manifestar recusa em participar deste estudo em qualquer momento; de que meu filho poderá contar com orientações que se fizerem necessárias; que meu filho não corre nenhum risco ao participar desta pesquisa; que teremos a garantia de receber a resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento e a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados com a pesquisa; de que todas as avaliações serão realizadas com total responsabilidade e custos do pesquisador; que não ocorrerá prejuízos no tratamento clínico instituído neste ambulatório; que não ocorrerá remunerações ou ressarci s para os participantes do trabalho e que os resultados desta pesquisa serão publicados em revista científica, sejam estes favoráveis ou não. Responsável Nome:__________________________Assinatura:____________________ ____ Testemunha Nome: _________________________Assinatura:_____________________Data:______ Pesquisador Nome:__________________________Assinatura:_______ _____________Data:_______ 35