UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS REGINALDO VEZARO ESTUDO DOS ESFORÇOS DE MARKETING SOCIAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL DAS EMPRESAS FILIADAS AO SINDICATO DA MADEIRA DE CAÇADOR CAÇADOR 2009 REGINALDO VEZARO ESTUDO DOS ESFORÇOS DE MARKETING SOCIAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL DAS EMPRESAS FILIADAS AO SINDICATO DA MADEIRA DE CAÇADOR Trabalho de Conclusão do Curso (TCC), apresentado como requisito para obtenção do titulo de Bacharel em Administração de Empresas, ministrada pela Universidade do Contestado – UNC. Núcleo Universitário de Caçador, sob orientação do Professor Paulo Cezar de Campos CAÇADOR 2009 ESTUDO DOS ESFORÇOS DE MARKETING SOCIAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL DAS EMPRESAS FILIADAS AO SINDICATO DA MADEIRA DE CAÇADOR REGINALDO VEZARO Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi submetido ao processo de avaliação pela Banca Examinadora para a obtenção do título de: Bacharel em Administração de Empresas E aprovada na sua versão final em 30/12/2009, atendendo às normas da legislação vigente da Universidade do Contestado e Coordenação do Curso de Administração de Empresas. ______________________________ Paulo Cezar de Campos BANCA EXAMINADORA: _________________________ Paulo Cezar de Campos _________________________ Vilmar José Zaccaron _________________________ Marco Aurélio Leier Dedico este trabalho à minha esposa, pela sua companhia, ternura e entendimento. AGRADECIMENTOS O caminho traçado ao longo da vida nos oferece inúmeros obstáculos e bênçãos, que ficam marcados para sempre em nosso ser. São estas experiências que definem como reagiremos diante das novas situações que virão. A cada nova situação que aparece, somos interpelados a tomar decisões que nos levarão à diante. Acabamos por ser o fruto de nossas próprias decisões baseadas nas experiências que vivemos. Agradeço a Deus por permitir que, mesmo com tantos projetos para mim, permitiu que eu realizasse um desejo próprio. Aos meus pais e meus dois irmãos, que nunca medem esforços e elogios para que eu possa enfrentar todas as adversidades com a certeza de que não estou só e sempre acreditaram em meu potencial. A minha esposa Vanderléia que soube com muita paciência, distinguir com inteligência e humildade a forma de contribuir para o desenvolvimento promissor deste trabalho, estando sempre ao meu lado e servindo-me de modo tão leal. De modo especial, ao Professor Paulo Cezar de Campos, por exercer com tamanho entusiasmo e discernimento o seu papel de orientador, buscando sempre facilitar o melhor desenvolvimento das idéias que ajudou formar, em mais este profissional que se forma. Com todos os professores do curso de administração que contribuíram com a minha formação, firmo meu compromisso de honrar os seus bons ensinamentos. Enfim, agradeço a todos os amigos e colegas que, de algum modo contribuíram nesta caminhada. “O que mais preocupa não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que mais preocupa é o silêncio dos bons." Martin Luther King RESUMO Este trabalho tem como objetivo, através de pesquisa bibliográfica e coleta de dados através de questionário, identificar os esforços de marketing social e responsabilidade social empresarial, realizados pelas empresas filiadas ao Sindicato da Madeira de Caçador (SIMCA). Além disso, busca caracterizar os avanços e retrocessos alcançados, a fim de sugerir possíveis linhas de ação que possam contribuir com o desenvolvimento sustentável desta região. O crescimento do chamado terceiro setor da economia, contribuiu para o surgimento de abordagens objetivas sobre a responsabilidade social das empresas e como elas devem agir diante deste cenário. Não obstante, a população mundial está ativa em relação à contribuição das empresas, com a sociedade, com o desenvolvimento da comunidade em que estão instaladas e com o cuidado com o meio ambiente. Este novo processo de gestão empresarial está revolucionando as políticas empresarias do mundo todo, não abrindo espaço para demagogias como as ações filantrópicas. Ignorar isto pode significar a perda de uma fatia de mercado lucrativa e muito disputada. As Organizações não Governamentais (ONG’s) fiscalizam de forma eficiente e organizada as ações das empresas, tornando a adequação a esta nova realidade, praticamente inevitável. Para se evitar a perda de mercado e a desvalorização da imagem, aproveitar esta nova ordem de gestão em favor da organização pode ser uma saída inteligente e lucrativa. Desta forma, a busca por identificar os avanços deste tema nas empresas a serem pesquisadas, mostra-se propício e proativo em benefício destas organizações. Paravras-chave: marketing social, responsabilidade social desenvolvimento sustentável, meio ambiente, setor madeireiro empresarial, RESUMEN El presente trabajo pretende, a través de una revisión bibliográfica y recopilación de datos a través de un cuestionario para identificar los esfuerzos de marketing social y responsabilidad social empresarial, realizados por las empresas afiliadas a la Unión de la Madera de Caçador (SIMCA). Por otra parte, para caracterizar los avances y retrocesos, a fin de sugerir posibles cursos de acción que pueden contribuir al desarrollo sostenible de esta región. El crecimiento de los llamados del tercer sector de la economía, contribuyeron a la aparición de planteamientos objetivo sobre la responsabilidad social corporativa, y cómo deben actuar en este escenario. Sin embargo, la población mundial está activo en relación con la contribución de las empresas a la sociedad, con el desarrollo de la comunidad en el que están instalados y el cuidado del medio ambiente. Esta nueva gestión de procesos de negocio está revolucionando las políticas empresariales de todo el mundo, no dando lugar a la demagogia y las acciones filantrópicas. No haga caso de esto podría significar la pérdida de cuota de mercado y sin fines de lucro feroz. Las Organizaciones No Gubernamentales (ONG) vigilar y organización eficiente de las acciones de las empresas, haciendo que la adaptación a esta nueva realidad, casi inevitable. Para evitar la pérdida de mercado y la devaluación de la imagen, toma este nuevo orden de gestión de la organización puede ser un agotadora y rentable. Así, la búsqueda para identificar los avances de este tema en las empresas a la búsqueda, muestra que es bueno y proactivo, en nombre de estas organizaciones. Palabras clave: marketing social, responsabilidad social corporativa, el desarrollo sostenible, medio ambiente, de las Maderas LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01: Formula de cálculo amostral.................................................................... 18 Figura 02: Cálculo da amostra.................................................................................. 19 Figura 03 - Os 4 P’s de Marketing ............................................................................ 24 Figura 04 – O Composto de Marketing..................................................................... 24 Figura 05: As ramificações do marketing.................................................................. 27 Figura 06: A demonstração do Valor Agregado em Economias Emergentes........... 30 Figura 07: Características da responsabilidade social corporativa........................... 33 Figura 08: Os sete passos para minimizar os riscos e maximizar as oportunidades 35 Figura 09: Pesquisa Planejada................................................................................. 36 Figura 10: Pesquisa de Marketing ............................................................................ 37 Gráfico 01 – Cargo ocupado pelo representante entrevistado ................................. 44 Gráfico 02 – Escolaridade do representante entrevistado ........................................ 45 Gráfico 03 - Responsabilidade social na empresa aumenta a expectativa da sociedade ................................................................................................................. 46 Gráfico 04 – A empresa deve promover somente o crescimento da economia........ 46 Gráfico 05 – A empresa deve responder pelas questões sociais ............................. 47 Gráfico 06 – Projetos sociais com marketing social é lucrativo para a empresa ...... 48 Gráfico 07 – Ações sociais melhoram a imagem da empresa.................................. 48 Gráfico 08 – Filantropia é bom para empresa e sociedade ...................................... 49 Gráfico 09 – Marketing social e responsabilidade social andam juntos.................... 49 Gráfico 10 – A empresa tem dinheiro e talento para questões sociais..................... 50 Gráfico 11 – É injusto pedir responsabilidade social da empresa ............................ 51 Gráfico 12 – A empresa tem projetos de marketing e responsabilidade social ........ 52 Gráfico 13 – Linhas de atuação das empresas em marketing social........................ 52 Gráfico 14 – Estágio de atuação da empresa em questões sociais ......................... 53 Gráfico 15 – Pontuação dos benefícios diretos do marketing social na empresa..... 54 Gráfico 16 – Origem dos recursos aplicados nas ações sociais............................... 55 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA............................................................................. 11 1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO .............................................. 12 1.3 PROBLEMA........................................................................................................ 12 1.4 JUSTIFICATIVA.................................................................................................. 13 1.5 OBJETIVOS ....................................................................................................... 14 1.5.1 Objetivo Geral.................................................................................................. 14 1.5.2 Objetivos Específicos ...................................................................................... 14 1.6 METODOLOGIA ................................................................................................. 15 1.6.1 Natureza da Pesquisa ..................................................................................... 15 1.6.2 Método da Pesquisa ........................................................................................ 15 1.6.3 Universo .......................................................................................................... 17 1.6.3.1 Amostragem ................................................................................................. 17 1.6.4 Técnicas e Instrumento de Coleta de Dados................................................... 19 1.6.5 Procedimentos Para Análise dos Dados ......................................................... 20 1.7 ESTRUTURA CAPITULAR................................................................................. 20 2 DESENVOLVIMENTO........................................................................................... 22 2.1 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 22 2.1.1 Marketing......................................................................................................... 22 2.1.2 O Composto de Marketing............................................................................... 23 2.1.3 Os Tipos de Marketing..................................................................................... 25 2.1.4 As Ramificações do Marketing ........................................................................ 25 2.1.5 O Marketing Social .......................................................................................... 27 2.1.5.1 Linhas de ação ............................................................................................. 29 2.1.5.2 Marketing social no Brasil............................................................................. 31 2.1.6 Responsabilidade Social Empresarial ............................................................. 31 2.1.7 O Processo dos Sete Passos .......................................................................... 33 2.1.7 Pesquisa em Marketing ................................................................................... 35 2.1.7.1 Classificação da pesquisa em marketing...................................................... 37 2.1.7.2 Fontes de informação ................................................................................... 38 2.1.7.3 Etapas da pesquisa ...................................................................................... 39 2.1.7.3.1 Formulação do Problema .......................................................................... 39 2.1.7.3.2 Planejamento do projeto de pesquisa........................................................ 40 2.1.7.3.3 Amostragem .............................................................................................. 41 2.1.7.3.4 Elaboração do questionário ....................................................................... 42 2.1.7.3.5 Tabulação .................................................................................................. 43 2.2 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS .................................................... 43 2.2.1 Percepção do Tema ........................................................................................ 45 2.2.1.1 Envolvimento entre empresas e sociedade .................................................. 45 2.2.1.2 Entendimento das ações e benefícios alcançados ....................................... 47 2.2.1.3 Como investir................................................................................................ 50 2.2.2 Atuação da Empresa ....................................................................................... 51 2.2.2.1 Projetos e recursos....................................................................................... 51 2.2.3 Pontos Positivos e Negativos .......................................................................... 55 2.2.4 Aplicação do planejamento do processo dos sete passos .............................. 57 2.2.4.1 Definição dos possíveis gatilhos................................................................... 57 2.2.4.1.1 Recessão econômica ................................................................................ 57 2.2.4.1.2 Pressão de ONG’s e entidades sociais ..................................................... 58 2.2.4.1.3 Pressão governamental............................................................................. 58 2.2.4.1.4 Exigências de compradores....................................................................... 59 2.2.4.1.5 Ações de funcionários ............................................................................... 59 2.2.4.1.6 Inspiração .................................................................................................. 60 2.2.4.1.7 Normas internacionais ISO ........................................................................ 60 3 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 63 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 65 APÊNDICE A – Instrumento de Coleta de Dados................................................. 68 ANEXO A – Lista de Empresas Filiadas ao Sindicato da Madeira de Caçador . 71 1 INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA O crescimento do Terceiro Setor e sua profissionalização propicia, pouco aos poucos, o surgimento de modernas técnicas de gestão na área social. O consumidor quer atitudes concretas e, para isto, é preciso que as empresas estejam preparadas. Surgiram no mercado mundial, abordagens objetivas sobre a Responsabilidade Social das empresas e como elas devem agir diante deste cenário. Instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial (BIRD), Organização das Nações Unidas (ONU), países desenvolvidos entre outros, tem o Desenvolvimento Sustentável como garantia de crescimento e sobrevivência corporativa a longo prazo. As empresas que ignorarem este cenário estarão correndo o risco de serem excluídas do mercado futuramente. Aquelas que estiverem atentas as tendências de mercado e à comunidade verão que são cada vez mais necessárias e oportunas, ao mundo, ações de Marketing Social, que garantirão a sobrevivência no mercado. É cada vez mais necessário, que as empresas satisfaçam acionistas, consumidores, a comunidade e invistam em sua imagem dentro do contexto atual de mercado globalizado. No Brasil há uma tendência de relacionar as ações de marketing social ao assistencialismo empresarial. É um equívoco relacionar ações filantrópicas, de caridade ou voluntariado empresarial, como sinônimo de marketing social. O marketing social apropria-se de conhecimentos e técnicas mercadológicas, adaptando-se à promoção do bem estar social. Trabalha-se com objetivos claramente definidos, metas mensuráveis, pesquisas e avaliações quantitativas e qualitativas, além de desenvolvimento de tecnologias sociais para segmentos específicos. Busca posicionar na mente dos adotantes inovações sociais que pretende introduzir, implementa estratégias, cria, planeja e executa campanhas de comunicação para satisfazer necessidades ainda não atendidas, estabelecendo novos paradigmas. Esta busca equivocada por manter-se no mercado, às custas de metodologias mal interpretadas, pode ter custos mais baixos e ilusoriamente trazer maiores 12 resultados à curto prazo, no entanto pode tornar-se contraproducente em algumas situações. 1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO No cenário apresentado, estão inseridas, também, as empresas madeireiras do mundo todo, e, neste caso, as madeireiras filiadas ao Sindicato da Indústria da Madeira de Caçador (SIMCA). Não obstante, o setor ainda, apresentou declínio desde o ano de 2004, segundo relatos dos empresários locais. Este trabalho busca o entendimento, mesmo que segmentado, de como os fatores ligados ao tema “marketing social e responsabilidade social empresarial” estão sendo absorvidos por este setor, e de como estas empresas estão se preparando para o futuro tendo em vista as previsões supracitadas. 1.3 PROBLEMA Malhotra (2001) comenta que a identificação, coleta, análise e disseminação de informações de forma sistemática e objetiva, facilitam a tomada de decisões relacionadas à identificação e solução de problemas e oportunidades de determinada região ou segmento. No município de Caçador, não existem dados elencados sobre as ações empresariais de marketing social realizadas pelo setor madeireiro instalado no território municipal. Faltam ainda as contribuições deste segmento de marketing, para o desenvolvimento sustentável da economia do município, da sociedade caçadorense e das próprias empresas, que se utilizam dos recursos disponíveis em benefício próprio. Diante disso, o presente trabalho busca responder a seguinte pergunta: quais as ações de marketing social e responsabilidade social empresarial que foram realizadas pelas madeireiras filiadas ao SIMCA, suas contribuições, e o que pode ser realizado sob a influência das novas tendências mundiais? 13 1.4 JUSTIFICATIVA As empresas que se utilizam da madeira como matéria-prima essencial em sua linha de produção, nos últimos anos, estão enfrentando inúmeras barreiras para sustentar o seu negócio. As leis de cuidado ao meio ambiente são as que lideram esta fase de dificuldades para o setor madeireiro. O mundo está se organizando para proteger o meio ambiente e conseqüentemente, as empresas que dependem deste meio para sobreviverem estão acuadas. A Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, cita em sua página na internet (http://www.mma.gov.br), mais de trinta órgãos, tratados, protocolos, nacionais e internacionais criados e sustentados, com o objetivo de coordenar e policiar as ações mundiais, relacionadas ao meio ambiente. Por outro lado, a sociedade está, cada vez mais, consciente deste apelo mundial, graças a este movimento mundial que utiliza as mais avançadas estratégias de comunicação. Não bastasse esta conscientização necessária e legítima, a economia mundial vive uma recessão que já faz muitas vítimas. No Brasil, segundo o Portal Referencia, as exportações de móveis registraram uma queda de 29,3% no período de janeiro a março de 2009, na comparação com o mesmo período de 2008. Isto leva este setor a discussões e reuniões estratégicas infindáveis, na busca de uma saída plausível. Em Caçador estes fatores atingem diretamente o setor madeireiro, que antes fora pólo da madeira no Estado de Santa Catarina e que na atualidade, presenciou atraso de pagamento de funcionários, demissões, interrupção de crescimento, migração para outras atividades, além dos problemas mundiais que o setor enfrenta. É notório que a percepção mundial, sobre a consciência ecológica é irreversível, e as empresas que querem continuar seu ciclo de crescimento, devem se adaptar, de forma criativa e inovadora a este novo modo de desenvolvimento. O Desenvolvimento Sustentável pode ser uma das saídas possíveis para este setor. Está intrínseco nas políticas de desenvolvimento mundiais, já não sendo diferencial, tornando-se uma exigência do mercado, que através dos consumidores, exige que as empresas sejam socialmente corretas, que contribuam com a comunidade e com o mundo, que ajudem a construir um mundo melhor. Em décadas passadas, isto soaria como jargão, mas é a realidade atual. Diferentemente de ações filantrópicas, que exigem pouco além de contribuições periódicas a entidades de ajuda social, ser uma empresa socialmente 14 correta, engloba diretamente os conceitos de Marketing Social. É preciso transformar a maneira de pensar, para ser uma empresa que se desenvolva de maneira sustentável. A aplicação de conceitos que valorizem a marca da institucional da empresa e possibilite mais credibilidade no mercado, que mantenha fiéis clientes internos e externos, enfim, que crie um ambiente favorável ao crescimento e desenvolvimento da empresa, é uma opção almejada neste meio. O Marketing Social, bem aplicado neste setor, pode transformar toda a maneira como a empresa administra seus recursos e para onde aponta o foco principal mas, sobretudo, pode garantir a continuidade de crescimento da empresa. Este trabalho acadêmico, é de grande importância para o Setor Madeireiro de Caçador (Anexo A), se visto baseado nas tendências mundiais citadas. Para isto, poderá identificar o potencial das empresas à adaptação ao desenvolvimento sustentável e à utilização do marketing social como norteadora de suas relações com a sociedade e com o mercado mundial. 1.5 OBJETIVOS 1.5.1 Objetivo Geral Identificar, no Município de Caçador, os Esforços de Marketing Social e de Responsabilidade Social Empresarial, realizados pelas empresas ativas, associadas ao SIMCA, caracterizando os avanços conquistados e propondo linhas de ação de acordo com as novas tendências de mercado. 1.5.2 Objetivos Específicos · Identificar as ações de marketing social e responsabilidade social empresarial, realizadas pelas empresas madeireiras filiadas ao SIMCA, através da aplicação de pesquisa de campo; · Elencar os pontos positivos e negativos decorrentes das ações já 15 realizadas pelas empresas em estudo; · Apresentar possíveis linhas de ação, em marketing social e responsabilidade social empresarial, para as madeireiras estudadas, focando as novas tendências de mercado. 1.6 METODOLOGIA 1.6.1 Natureza da Pesquisa Nesta pesquisa é possível identificar uma abordagem quantitativa, pois considera que os dados podem ser quantificáveis, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. O método de pesquisa quantitativa, segundo Roesch apud Fischer (2001, p.10), “[...] enfatiza a utilização de dados padronizados que permitem ao pesquisador elaborar sumários, comparações e generalizações [...].“ [...] Este método também é empregado no desenvolvimento das pesquisas de âmbito social, econômico, de comunicação, mercadológicas, de opinião, de administração, etc. Representa em linhas gerais, uma forma garantia da precisão dos resultados, evitando, assim, distorções de análise e interpretações (OLIVEIRA apud FISCHER, 2001, p.11) Por outro lado, foi considerado que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, o que a qualifica também, como pesquisa qualitativa. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas neste processo de pesquisa. Oliveira apud Fischer (2001, p. 11) sobre uma pesquisa qualitativa, destaca que: [...] possui a facilidade para descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir a interpretação das particularidades dos comportamentos e atitudes dos indivíduos, em maior grau de profundidade. 1.6.2 Método da Pesquisa 16 O método utilizado para a execução deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica em revistas, livros, artigos publicados na internet e definições de empresas que já se utilizam das técnicas por hora pesquisadas. Também foi utilizada a pesquisa descritiva que envolveu os estudos exploratórios, descritivos e pesquisa de campo. Segundo Cervo e Bervian apud Fischer (2001, p. 8), a pesquisa bibliográfica “[...] pode ser realizada independente ou como parte da pesquisa descritiva ou da pesquisa experimental.” A pesquisa bibliográfica consiste em um levantamento de bibliografias já publicadas sobre determinado tema. Procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos, como livros, revistas, publicações avulsas e na imprensa escrita [...] (LAKATOS; MARCONI, apud FISCHER, 2001, p. 7). Tem como finalidade “[...] o conhecimento das diferentes formas de contribuição científica realizadas sobre determinado assunto ou fenômeno” (OLIVEIRA apud FISCHER, 2001, p. 7). Para Gil (1996), pesquisa bibliográfica pode ser aplicada “àquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema.” A pesquisa descritiva tem o objetivo de descrever as características de determinada população ou fenômeno, ou então estabelecer relações entre variáveis. Tem o objetivo de estudar as características de um grupo (GIL, 1996). Nas diversas formas que a pesquisa descritiva pode ser trabalhada, normalmente trabalha sobre os dados ou fatos colhidos da própria realidade, e seus principais instrumentos de coleta são a observação, entrevista, questionário e aplicação de formulário (FISCHER, 2001). Os estudos exploratórios, conforme é comentado por Fischer (2001), como sendo normalmente utilizado quando não há muito conhecimento sobre o problema que está sendo estudado, e o seu objetivo e a familiarização com fenômenos ou a obtenção de nova percepção e o descobrimento de novas idéias, busca maiores informações sobre determinado assunto, realiza descrições precisas da situação e tenta descobrir as relações existentes entre os elementos que a compõem. Segundo Gil (1996) na pesquisa exploratória o seu planejamento é bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Os estudos descritivos procuram estudar e descrever as características e relações existentes numa comunidade, num grupo ou em uma realidade pesquisada (FISCHER, 2001). Segundo Oliveira apud Fischer (2001, p. 8): O estudo descritivo procura abranger a correlação entre variáveis, fundamentais para as diversas ciências sociais, e que permite ao 17 pesquisador obter uma melhor compreensão do comportamento de diversos fatores e elementos que influenciam determinado fenômeno. A pesquisa de opinião “procura conhecer atitudes, pontos de vista ou preferências que as pessoas possam ter acerca de um determinado assunto, com o objetivo de tomar decisões ou desenvolver outras ações [...]” (FISCHER, 2001 p. 9). Para Oliveira apud Fischer (2001, p. 9) “a pesquisa motivacional possui relevante importância para se determinar as tendências de comportamento das pessoas em relação a um fato, acontecimento, opinião, ou sobre candidatos políticos [...].” O estudo de caso para Fischer (2001, p. 9) “é uma pesquisa sobre determinado indivíduo, família, grupo, comunidade ou organização para examinar aspectos variados de sua vida.” Para Gil (1996) é caracterizado por um estudo profundo de um ou poucos objetos, para permitir o seu amplo detalhamento e conhecimento, e atualmente este estudo é adotado na investigação de fenômenos das mais diversas áreas do conhecimento. 1.6.3 Universo Para Marconi e Lakatos (2001, p. 108), “universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum [...].” Também para os autores referenciados (1996, p. 28), “a amostra é uma parcela convenientemente selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo.” Esta pesquisa foi aplicada no universo das 18 (dezoito) madeireiras com atividade plena, associadas ao SIMCA e que constam na Relação dos 200 Maiores Pagadores de Alvará de 2008, da Prefeitura Municipal de Caçador. 1.6.3.1 Amostragem Para fazer uma pesquisa por amostragem é preciso saber o que isto significa. Para Gomes (2005, p. 30) “a amostra é uma parcela da população com a qual se faz uma pesquisa a partir de um universo previamente definido.” 18 No processo de definição da amostra é preciso saber qual o nível de homogeneidade da população para atribuir um nível de confiança à pesquisa. Gomes (2005, p. 31), diz que o nível de confiança é uma medida estatística que indica a probabilidade de repetição dos resultados obtidos caso a mesma pesquisa seja realizada novamente. Este índice é também chamado de split.. Gomes argumenta que o split demonstra o nível de variação das respostas na pesquisa, isto é, o grau de homogeneidade da população. Uma população mais homogênea corresponde a uma população que possua características semelhantes como mesmo nível de renda, idade, sexo, etc. Assim, um split de 50/50 indica muita variação entre as respostas dos entrevistados (população mais heterogênea). Já um split 80/20 indica uma menor variação nas respostas (população mais homogênea). A partir da definição da amostra e do nível de confiança da pesquisa, é preciso definir a diferença entre o valor que a estatística pode acusar e o verdadeiro valor do parâmetro que se deseja estimar. Gomes (2005) comenta que, um erro amostral de 5% indica que os percentuais de respostas obtidas podem variar para mais 5% ou menos 5%. Esse percentual depende muito do tipo de produto ou negócio; se o produto a ser pesquisado no mercado for um medicamento para o combate de alguma doença, com certeza, será adotado o menor erro amostral possível. Para a Chisnal (1980) a amostragem probabilística ou aleatória, resulta em que toda unidade amostral em uma população finita tem uma chance ou probabilidade de ser selecionada na amostra. Para calcular o tamanho da amostra da pesquisa para um split 50/50, buscando um coeficiente de erro amostral de 8%, foi utilizada a fórmula apresentada na figura 01. Onde: n= tamanho da amostra N= universo E= coeficiente de erro amostral Figura 01: Formula de cálculo amostral Fonte: (Berni,2002, adaptado) n= N ( E 2 N) + 1 19 Com base na fórmula do cálculo amostral, o cálculo da amostra ficou conforme é descrito na figura 02. Figura 02: Cálculo da amostra Fonte: (Berni,2002, adaptado) Então, a pesquisa foi realizada em 16 (dezesseis) madeireiras com atividade plena, associadas ao SIMCA Caçador e que constam no topo da Relação dos 200 Maiores Pagadores de Alvará de 2008, da Prefeitura Municipal de Caçador. 1.6.4 Técnicas e Instrumento de Coleta de Dados O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário estruturado, disponível para verificação nos seções finais deste trabalho (Apêndice A). Este questionário foi aplicado pessoalmente, no período compreendido entre 27 de abril a 30 de setembro do ano de 2009, respondidos por representantes que atuam na área administrativa de apoio e direção, sendo que, mais de 85% dos entrevistados possuem ensino superior. A pesquisa foi aplicada através de entrevista agendada antecipadamente e em local preferencialmente localizado nas dependências da empresa pesquisada. As objeções à pesquisa se resumiram na disponibilidade de tempo reduzida dos 20 entrevistados e na recusa de algumas empresas em contribuir com o trabalho, no entanto, isto não impediu o bom andamento da tarefa de coleta dos dados. 1.6.5 Procedimentos Para Análise dos Dados O questionário foi desenvolvido com base no estudo da bibliografia existente e em outras pesquisas realizadas com intenções semelhantes, a fim de obter os dados necessários para alcançar os objetivos propostos a este estudo. O instrumento de coleta foi estruturado a fim de propiciar entendimento claro dos objetivos propostos, no entanto, com as questões distribuídas de forma a inibir a criação de uma seqüência lógica de respostas, por parte do entrevistado, a fim de se obter o máximo de dados sem dissimulação. Após a obtenção dos dados e os resultados obtidos, o passo seguinte foi a análise e interpretação dos dados. As técnicas de análise e interpretação dos dados foram feitas de forma interpretativa e descritiva. Sendo que a técnica interpretativa possibilitou a exposição do verdadeiro significado do material apresentado, em relação ao objetivo proposto e ao tema estudado. Já na técnica descritiva, os dados obtidos foram tabulados com ferramentas estatísticas em planilhas do Microsoft Office Excel 2003, gerando gráficos que facilitam a visualização dos dados. 1.7 ESTRUTURA CAPITULAR Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) está dividido em três capítulos apresentados como introdução, desenvolvimento e conclusão. No primeiro capítulo, chamado de introdução, são destacadas a introdução do tema, o problema a ser pesquisado, os objetivos, geral e específicos, e a justificativa que levou a escolher tal tema para pesquisa. Além disso, são descritos a metodologia do trabalho, onde aparece o cálculo da amostra e do erro amostral e a estruturação capitular, a qual auxiliará o leitor para a melhor compreensão do tema, e socialização dos dados. No segundo capitulo, citado como desenvolvimento, primeiramente trata-se dos conceitos de marketing, pesquisa de marketing, marketing social e 21 responsabilidade social empresarial, que são a base deste trabalho. Na seqüência deste mesmo capítulo, são apresentados os resultados da pesquisa realizada, a estruturação dos dados obtidos, bem como as sugestões de melhorias, com base no que foi pesquisado. Por último, a conclusão do presente estudo, com todas as considerações pertinentes à análise realizada e as referências que subsidiarão no decorrer da pesquisa, juntamente com os questionários utilizados para realizar e concluir tal pesquisa. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1.1 Marketing Marketing é a ciência e a arte de conquistar e manter clientes e desenvolver relacionamentos lucrativos com eles (KOTLER, 2006). Para Kotler (2006) o marketing está por toda parte. Formal ou informalmente, pessoas e organizações envolvem-se em um grande número de atividades que poderiam ser chamadas de marketing. O bom marketing tem se tornado um ingrediente cada vez mais indispensável para o sucesso nos negócios. E o marketing afeta profundamente a vida cotidiana, ele está em tudo o que se faz – das roupas que vestem as pessoas aos sites em que se clica, passando pelos anúncios que se vê. Segundo Kotler (2006, p. 155). "[...] marketing tem sido definido por diversos observadores como a arte de conquistar e manter clientes". Para ele, se alguém disser algum conceito de marketing não terá sucesso algum para a sua compreensão, mas se analisar as palavras acima referendadas como o conceito de marketing - conquistar e manter clientes – se pode iniciar uma compreensão nítida do que é marketing. Marketing é, acima de tudo, ética e respeito com o consumidor. É verdade que muitos profissionais que se dizem de marketing, utilizam ferramentas mercadológicas para fazer negócios inescrupulosos, mas o marketing anda longe disso. Neves (2001) comenta que normalmente o marketing é confundido com propaganda e isto atrapalha o negócio de muita gente. Segundo ela, definitivamente, marketing não é somente propaganda, é muito mais amplo do que isso, especialmente no que se refere às responsabilidades do profissional da área, que além das transações de bens ou serviços, deve realizar pesquisas de mercado, formular e executar uma política de produtos, escolher um sistema de distribuição, divulgar e promover os produtos e ainda mensurar os resultados. Kotler (2003,) argumenta que, o marketing é a função empresarial que identifica necessidades e desejos insatisfeitos, define e mede sua magnitude e seu 23 potencial de rentabilidade, especifica que mercados-alvo serão mais bem atendidos pela empresa, decide sobre produtos, serviços e programas adequados para servir a esses mercados selecionados e convoca a todos na organização para pensar no cliente e atender ao cliente. Muitas definições ainda são atribuídas ao marketing, e principalmente por ser muito abrangente, é causa de muitas discussões a respeito de sua definição, seu papel no mercado e sua classificação como uma área de estudos ou somente um apanhado de idéias e conceitos de outras áreas. Para o SEBRAE, marketing é toda atividade dirigida para a satisfação das necessidades e desejos do consumidor. Tais necessidades e desejos são satisfeitos mediante a compra de produtos e serviços, e esta compra pode ser impulsionada por uma necessidade fisiológica (alimentação, abrigo, frio) ou psicológica (status, segurança, diversão, etc.). Segundo Pepper e Rogers (2009), em artigo publicado no site www.administradores.com.br, a última definição oficial da American Marketing Association (AMA) de 2005, diz que o Marketing é uma função organizacional e uma série de processos para a criação, comunicação e entrega de valor para clientes, e para a gerência de relacionamentos com eles de forma que beneficie a organização e seus stakeholders (partes interessadas). 2.1.2 O Composto de Marketing Para Urdan e Urdan (2006), o composto de marketing é essencial às empresas para gerar valor percebido e satisfazer os clientes, construir relacionamentos com o mercado e alcançar desempenho superior nos negócios. Serrano (2006) garante que atualmente, o composto de Marketing é conhecido internacionalmente como “Os 4 Ps do Marketing”. Por esse motivo, diversos países trataram de traduzir para o seu idioma, os 4 grupos, em palavras que mantivessem a grafia iniciada por “P”. Dessa forma, no Brasil as atividades passaram a ser: Produto, Preço, Promoção e Praça (ou Ponto-de-Venda), conforme a figura 03. 24 Figura 03 - Os 4 P’s de Marketing Fonte: (Serrano, 2006, adaptado) Apesar das inúmeras tentativas de se incluírem mais P’s ao composto descrito, todas se mostraram infrutíferas, predominando a idéia de que definição original já engloba todas as outras que possam surgir, conforme o descrito na figura 04. Composto de Marketing (4P’s) Praça O ponto de venda ou distribuição, ele pode ser entendido como a combinação de agentes através dos quais o produto flui, desde o vendedor inicial até o consumidor final. Preço As empresas geralmente não determinam um preço único, mas elaboram uma estrutura de determinação de preços que reflete variações geográficas na demanda e dos custos, exigências de segmento de mercado, oportunidade de compra.. Produto É tudo que se pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou um desejo. Entre os produtos comercializados estão bens físicos, serviços, organizações, informações e idéia. Promoção Consiste em empregar a mesma campanha de propaganda, a promoção usada no mercado doméstico ou ajustá-la a cada mercado local. Esse processo é chamado adaptação da comunicação. Figura 04 – O Composto de Marketing Fonte: (Kotler, 2006, adaptado) 25 2.1.3 Os Tipos de Marketing Como cita Aguiar (2009), descobrir e satisfazer necessidades é uma constante no trabalho do marketing. Fazer marketing é pensar no cliente o tempo todo. Portanto, toda a empresa deve estar orientada para esse pensamento, e não apenas o departamento do marketing, já que o conceito de business está focalizado nessa máxima. Ainda, segundo Aguiar (2009), é preciso ter clareza dos tipos de marketing existentes, suas características e seus desempenhos, para concluir de que maneira o marketing pode ser útil para as empresas, conforme citação seguinte: 1. Marketing de Resposta; 2. Marketing de Previsão; 3. Marketing de Criação de Necessidades; Para Tavares (2009), o marketing de resposta é o marketing que responde a uma demanda, descobrindo e satisfazendo necessidades. É o chamado marketing ativo. Grande parte do marketing atual trabalha com essa formulação. No caso do marketing de previsão Tavares (2009), diz que é uma tarefa difícil reconhecer uma necessidade latente ou emergente. Para se aplicar esse tipo de marketing é fundamental analisar o mercado através de estudos de cenário, projetando futuros quadros de consumo. É o chamado marketing antecipatório. É considerado arriscado, pois as empresas podem errar a estratégia em caso de enfrentarem uma forte influência de variáveis macro-ambientais. Ainda Tavares (2009) cita o marketing de criação de necessidades, este como o nível mais agressivo de marketing, pois é o esforço que leva a empresa a lançar um produto jamais solicitado e, muitas vezes, inimaginável. É o conceito que se parte da idéia de que ao invés da empresa ser dirigida pelo mercado é a empresa que dirige o mercado. É o chamado marketing pró-ativo, pois trabalha com a abordagem da inovação radical em sua estratégia. 2.1.4 As Ramificações do Marketing O propósito do marketing é satisfazer as necessidades e os desejos dos 26 clientes-alvo. O campo do comportamento do consumidor estuda como as pessoas, grupos e organizações selecionam, compram, usam e descartam artigos, serviços, idéias ou experiências para satisfazer suas necessidades e desejos. Estudar o cliente ajuda a melhorar ou lançar produtos e serviços, determinar preços, projetar canais, elaborar mensagens e desenvolver outras atividades de marketing (KOTLER, 2006). Kotler (2006) diz que o estudo do marketing na história tem transformado e aperfeiçoado os conceitos de marketing empresarial. Dentre as muitas discussões em torno do verdadeiro objetivo do marketing, os estudiosos tem se esforçado com o intuito de dar sustentação às necessidades do mercado e das novidades que surgem incessantemente, subdividindo-se em grupos de estudos que significam diretamente, as especificidades do marketing descritas na figura 05. RAMIFICAÇÕES DO MARKETING (continua) Marketing pessoal Marketing político Marketing interno Pode ser definido como uma estratégia individual para atrair e desenvolver contatos e relacionamentos interessantes do ponto de vista pessoal e profissional, bem como para dar visibilidade a características, habilidades e competências relevantes na perspectiva da aceitação e do reconhecimento por parte de outros Marketing Político designa as atividades focadas na promoção de parlamentares, membros do poder executivo e partidos políticos, tendo em vista situá-los positivamente junto aos seus eleitores, comunidades, públicos especiais (como os jornalistas) e à própria opinião pública É o marketing utilizado dentro da empresa com a intenção de motivar seus colaboradores às ações importantes da empresa. Trata o funcionário como cliente Marketing de serviços Engloba todos os esforços mercadológicos destinados a obter e servir a demanda por produtos e serviços, de forma adequada para satisfazer as necessidades dos consumidores Marketing de massa Refere-se à produção, distribuição e promoção de um único produto a todos os consumidores 27 (conclusão) AS RAMIFICAÇÕES DO MARKETING Marketing das nações Marketing social Marketing de relacionamento Marketing de experiências Marketing organizacional É o marketing utilizado pelos países (nações), para promoverem seus interesses diante do ambiente global É identificado nas estratégias organizacionais de relacionamento com as questões sociais do ambiente em que as empresas então inseridas É basicamente a estratégia de manter contato (relação) com o cliente, pensando nos possíveis benefícios futuros desta parceria É o tipo de marketing que se baseia nas experiências proporcionadas ao cliente com o produto, como forma de gerar fidelidade Relaciona-se com toda a empresa, como um sistema hierárquico com grande fluxo de dados internos, que possibilitam o acerto das estratégias adotadas pela empresa Figura 05: As ramificações do marketing Fonte: (Kotler 2003, adaptado) Estas divisões permitem a percepção da grandeza deste tema e do seu grande valor para as relações empresariais, sociais e pessoais do mercado atual. 2.1.5 O Marketing Social Na página da internet da enciclopédia livre Wikipédia, é citada a definição de Vaz (1995) dizendo que, o marketing social é uma modalidade de ação mercadológica institucional que tem como objetivo principal atenuar ou eliminar os 28 problemas sociais, as carências da sociedade relacionadas principalmente às questões de higiene e saúde pública, de trabalho, educação, habitação, transportes e nutrição. Percebe-se que a definição anterior possui uma conotação puramente social deste ramo do marketing, não citando os interesses empresariais deste negócio. É preciso analisar todos os meios influenciados por esta estratégia, para entender o seu impacto no mercado potencial. Conforme o Sindicato dos Profissionais Liberais de Relações Públicas no Estado de São Paulo (SIMPRORP) cita, em sua página na rede mundial de computadores, o Marketing Social é a gestão estratégica do processo de inovações sociais a partir da adoção de comportamentos, atitudes e práticas individuais e coletivas, orientadas por preceitos éticos, fundamentados nos direitos humanos e na equidade social. Pode-se entender, a partir disso, que este mecanismo é uma ação estruturada que exige modificação cultural e atitudes práticas para que se obtenha sucesso em sua implementação. Como diz Kotler e Roberto (1992, p. 25): Marketing social é uma estratégia de mudança de comportamento. Ele combina os melhores elementos das abordagens tradicionais da mudança social, num esquema integrado de planejamento e ação, além de aproveitar os avanços na tecnologia das comunicações e na capacidade do marketing. Já, Fontes (2001), acredita que a ênfase no bem-estar da sociedade, amplia os objetivos do marketing social e abre um espaço importante, para que a vinculação de suas estratégias com a políticas sociais nacionais e internacionais possam ocorrer na prática. Além disso, as empresas estão sendo pressionadas pelos consumidores a adotarem políticas socialmente responsáveis, garantindo sua sustentação econômica e ambiental. “As marcas que se tornarão importantes são as que se associarem às mudanças sociais que estão ocorrendo”. (GRAYSON e HODGES, 2002, p. 142). Vendo deste ângulo, fica explícita a necessidade de adoção de políticas de marketing social para as empresas que buscam valorização da marca. Na busca pela valorização da marca através de projetos e ações relacionadas ao meio social, as empresas correm o risco de adotarem estratégias equivocadas ou de baixo valor agregado. Como garante Kozel Júnior apud Deróbio (2005), o marketing social cria e administra todo o processo, cujas ações e resultados passam a construir valores que se agregam aos produtos. O assistencialismo, mesmo se efetuado de forma sistemática, pouco agrega ao conceito da empresa, pois ele não gerencia nem detém a autoria e o controle do processo. 29 2.1.5.1 Linhas de ação No desenvolvimento de estratégias de marketing social é preciso atentar para as exigências do ambiente que a empresa está inserida, para que sejam definidas, as linhas de ação. Grayson e Hodges (2002) comentam que em países emergentes como o Brasil, as leis de trabalho, saúde, segurança e meio ambiente são menos severas ou aplicadas com menos rigor que em países desenvolvidos. Porém, as Organizações não Governamentais (ONG’s) e os órgãos de defesa do consumidor brasileiros, estão em contato com as ONGs estrangeiras, possibilitando a globalização das exigências, mesmo sem a atuação das autoridades governamentais. Embora as exigências sejam leves em seu país, em casos que a o produto é para exportação, é necessária a demonstração de valor agregado. Se as condições oferecidas pelas empresas se mostrarem ruins, o impacto em sua reputação pode ser imediato. Para que isto não aconteça, as empresas podem investir de várias formas como mostra a figura 06. Já para Kotler e Keler (2006), o sucesso nos negócios e a satisfação contínua dos clientes e outros públicos estão intimamente ligados à implementação de altos padrões de conduta nos negócios e no marketing. Para elevar o nível do marketing socialmente responsável, é preciso atacar em três frentes: comportar-se de maneira apropriada nos âmbitos legal, ético e da responsabilidade social. Em comunhão com Kotler e Keler (2006) percebe-se que, com a disseminação destes novos conceitos no mercado e com as exigências claras dos consumidores, diversas ações foram desenvolvidas na ânsia de suprir a necessidade existente. Algumas positivas como o Marketing de Causas e o Marketing Social e outras negativas como a Filantropia Corporativa que já foi um tiro no pé de empresas como a DuPont e o Walt-Mart. Ainda Kotler e Keler (2006), comentam que o marketing de causas relaciona as contribuições da empresa em prol de determinada causa com disposição dos clientes para manter transações com essa empresa e, assim, gerar receita para ela. Para eles, o marketing social, neste caso, é aquele feito por uma organização sem fins lucrativos ou governamentais para promover uma causa, como “diga não às drogas” ou “exercite-se mais e coma melhor”. A filantropia corporativa pode ser 30 recebida com frieza pelo consumidor, se a empresa não tiver uma imagem positiva já consolidada. A DEMONSTRAÇÃO DO VALOR AGREGADO EM ECONOMIAS EMERGENTES ÁREA DO VALOR AGREGADO MÉTODOS DE COMPROVAR O VALOR Formação de capital humano · Investir em educação, treinamento, saúde e segurança dos empregados. · Divulgar para o público os contatos e as práticas internacionais. · Pagar impostos para que o governo aplique em serviços sociais. · Investir em projetos de educação, treinamento, saúde e nutrição. Estímulo à boa administração · Adotar e compartilhar padrões reconhecidos internacionalmente e métodos de gestão. · Auxiliar o governo local e federal a realizar a administração pública e a prestação de serviços eficientes. · Ter normas justas e evidentes · Respeitar os direitos humanos. · Abolir o suborno e a corrupção Ajuda à coesão social · Ajudar a aumentar a qualidade de vida e prestar serviços sociais em certos casos. · Minimizar o conflito resultante das atividades da companhia e atacar o crime. · Apoiar empresários dedicados à comunidade e à sua qualificação. · Encorajar a tolerância e a diversidade cultural e apoiar as artes e os projetos de conservação do patrimônio. Fortalecimento de economias · Criar empregos e gerar receitas e impostos com a exportação. · Ampliar a infra-estrutura do local. · Transferir tecnologia e padrões internacionais. · Aplicar na economia as receitas disponíveis. · Investir nos mercados financeiros locais. · Formar redes de fornecedores e distribuição. · Apoiar a expansão dos negócios locais. Proteção do meio ambiente · Usar sistemas de produção menos poluentes e desenvolver produtos e serviços seguros para o meio ambiente. · Promover o conceito de gerenciamento de produto e análise de ciclo de vida. · Compartilhar as melhores práticas de gestão ambiental. · Promover a eficiência energética e de outros recursos naturais. · Debater políticas ambientais com os governos. Figura 06: A demonstração do Valor Agregado em Economias Emergentes Fonte: (Grayson e Hodges, 2002) 31 2.1.5.2 Marketing social no Brasil Segundo NEVES (2001), se os conceitos de marketing foram cogitados no Brasil somente na década de 50, as primeiras ações que agora são reconhecidas como “o início do marketing social no Brasil”, só foram aparecer em meados da década de 60, com a ADCE (Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas), reconhecendo a função social das empresas. Contudo, segundo NEVES (2001, p. 26): Em 1970, a Kolynos do Brasil foi a primeira a aplicar o marketing social em suas campanhas. Desenvolveu um projeto de educação à saúde bucal, levando seus profissionais às escolas, orientando e conscientizando a comunidade. Na década de 80, foi criado, em São Paulo, o prêmio ECO de Cidadania Empresarial. Ainda, NEVES (2001) destaca que nos anos 90, a chamada ECO-92 realizada na cidade do Rio de Janeiro, que resultou na Agenda 21 e na campanha nacional “Ação da Cidadania contra Miséria e pela Vida”, lançada pelo sociólogo Herbert de Souza, contribuíram para o surgimento do Balanço Social. As empresas atuais estão apresentando ações concretas de marketing social, o que representa amadurecimento para o setor. A Phillips em uma nova versão do seu portal de sustentabilidade – www.phillips.com.br/sustentabilidade - mostra as principais atividades da área divididas em quatro temas principais: responsabilidade individual, responsabilidade ambiental, responsabilidade econômica e responsabilidade social. É possível ainda encontrar ações e informações ligadas aos dois temas estratégicos definidos globalmente pela empresa: eficiência energética e cuidados com a saúde. Outro exemplo, citado pela Revista Marketing de fevereiro de 2009, é o da marca Pedigree, que realiza uma campanha mundial para diminuir o alto número de cães abandonados, por meio da sensibilização e motivação de pessoas para a adoção e por meio de apoio às organizações ligadas a esta causa. 2.1.6 Responsabilidade Social Empresarial Para tornar-se uma empresa socialmente responsável, é preciso entender o 32 valor e o retorno deste investimento. Para Pereira e Machado (2001), responsabilidade social tem uma grande importância para as empresas, pois estas investem nas comunidades e meio-ambiente e esperam um retorno desse investimento. No entanto, este tipo de ação deve ser entendido em sua totalidade. Para Pereira e Machado apud Vassallo (2000), a cidadania corporativa não é filantropia, não é escrever um anexo sobre ações comunitárias no relatório financeiro anual. Não é uma idéia posterior ao negócio, entregue ao departamento de recursos humanos. É a cidadania no coração do planejamento estratégico. Segundo o Instituto ETHOS, há uma grande diferença entre responsabilidade social e filantropia, pois a filantropia trata basicamente de ação social externa da empresa, tendo como beneficiário principal a comunidade em suas diversas formas (conselhos comunitários, organizações não governamentais, associações comunitárias etc.) e organização. A responsabilidade social foca a cadeia de negócios da empresa e engloba preocupações com um público maior (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente), cujas demandas e necessidades a empresa deve buscar entender e incorporar em seus negócios. Assim, a responsabilidade social trata diretamente dos negócios da empresa e como ela os conduz. Para que a busca da responsabilidade social corporativa seja entendida de maneira mais ampla, a grosso modo, pode-se dizer que ela tem as características citadas na figura 07. CARACTERÍSTICAS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA (continua) É PLURAL É DISTRIBUITIVA Empresas não devem satisfações apenas aos seus acionistas. Muito pelo contrário. O mercado deve agora prestar contas aos funcionários, à mídia, ao governo, ao setor não-governamental e ambiental e, por fim, às comunidades com que opera. Empresas só têm a ganhar na inclusão de novos parceiros sociais em seus processos decisórios. Um diálogo mais participativo não apenas representa uma mudança de comportamento da empresa, mas também significa maior legitimidade social. A responsabilidade social nos negócios é um conceito que se aplica a toda a cadeia produtiva. Não somente o produto final deve ser avaliado por fatores ambientais ou sociais, mas o conceito é de interesse comum e, portanto, deve ser difundido ao longo de todo e qualquer processo produtivo. Assim como consumidores, empresas também são responsáveis por seus fornecedores e devem fazer valer seus códigos de ética aos produtos e serviços usados ao longo de seus processos produtivos. 33 (conclusão) É SUSTENTÁVEL É TRANSPARENTE Responsabilidade social anda de mãos dadas com o conceito de desenvolvimento sustentável. Uma atitude responsável em relação ao ambiente e à sociedade, não só garante a não escassez de recursos, mas também amplia o conceito a uma escala mais ampla. O desenvolvimento sustentável não só se refere ao ambiente, mas por via do fortalecimento de parcerias duráveis, promove a imagem da empresa como um todo e por fim leva ao crescimento orientado. Uma postura sustentável é por natureza preventiva e possibilita a prevenção de riscos futuros, como impactos ambientais ou processos judiciais. A globalização traz consigo demandas por transparência. Não mais nos bastam mais os livros contábeis. Empresas são gradualmente obrigadas a divulgar sua performance social e ambiental, os impactos de suas atividades e as medidas tomadas para prevenção ou compensação de acidentes. Nesse sentido, empresas serão obrigadas a publicar relatórios anuais, onde sua performance é aferida nas mais diferentes modalidades possíveis. Muitas empresas já o fazem em caráter voluntário, mas muitos prevêem que relatórios sócio-ambientais serão compulsórios num futuro próximo. Figura 07: Características da responsabilidade social corporativa Fonte: (Portal Responsabilidade Social 2009, adaptado) 2.1.7 O Processo dos Sete Passos Para Grayson e Hodges, (2002), todos os executivos que têm força para iniciarem uma mudança dentro de sua esfera de influência, mas para isto é necessário enfrentar os desafios que lhe esperam. A começar nas tomadas de decisões, optando pela minimização dos riscos e maximização dos resultados. O processo dos sete passos para minimizar os risco e maximizar as oportunidades, pode ser uma ferramenta que possibilite ao profissional, enfrentar os desafios adquirindo conhecimento necessário, aplicando as qualificações necessárias e fracionando isto em uma série de etapas. Falando sobre os Sete Passos, Grayson e Hodges (2002), comentam: O Processo dos Sete Passos é um modelo de atuação para gerentes e suas equipes que ajuda a conquistar vitórias tanto para a empresa quanto para a sociedade. Baseia-se nas boas praticas de empresas experientes nos temas emergentes de gestão e na mudança de expectativa dos stakeholders. Ainda comentando sobre o Processo dos Sete Passos, Grayson e Hodges (2002), dizem que as empresas em geral reagem improvisadamente e ficam expostas a riscos. Este processo pode ser usado como um modelo para avaliar, planejar e monitorar as ações empresariais. Cada passo se fundamenta em práticas e no principio da melhoria continua, conforme é descrito na figura 08. 34 COMO USAR OS SETE PASSOS (continua) 1 Identifique os Gatilhos Identifique os gatilhos - Esteja à frente dos fatos O processo começa com um evento que exige a atenção e uma ação da gerencia – um gatilho. Ele pode surgir durante a crise de um produto ou no local de trabalho, ou ainda com a vigência de novas regulamentações. Também pode ser disparado quando se percebe que a empresa está prestes a gastar mais ou perderá as vantagens previstas. Os executivos precisam aprender a reconhecer os gatilhos ou até disparálos para ficar à frente dos fatos. 2 Prepare Argumentos Sólidos Conheça os riscos - Identifique as oportunidades - Fortaleça as pessoas - Fortaleça o negócio - Fortaleça a reputação Às vezes os executivos conseguem tomar a iniciativa e reagir a um gatilho que ocorra em sua área de atuação. Porém, é mais freqüente recorrer a consultas e obter um consenso outros colegas e departamentos. É preciso, então, elaborar um business case bem estudado para poder agir. 3 Avalie a Abrangência das Questões Mapeie as questões no radar da empresa - Abra o diálogo com os stakeholders Faça benchmarking - Avalie os impactos do negócio - Use cenários Com ferramentas que ajudem a identificar a abrangência das questões que podem atingir o negócio, o passo seguinte é avaliar os riscos e as oportunidades que possam surgir do provável impacto sobre as operações da empresa. Ficarão claras as áreas prioritárias e as lacunas de informações e conhecimentos, indicando as atitudes necessárias e uma estratégia mais ampla. 4 Comprometa-se a Agir Dê valor agregado ao acionista - Sinalize - Envolva a governança - Demonstre liderança Mapeadas as principais questões, é preciso se comprometer a agir, na condição de gerente, chefe de departamento ou alto executivo. O compromisso é o de tomar decisões que minimizem os riscos e maximizem as oportunidades tanto para a empresa quanto para a sociedade, reconhecendo ao mesmo tempo sua interdependência. 5 Integre as Estratégias Obtenha qualidade e excelência - Gerencie a cadeia de suprimento - Gerencie riscos - Crie métodos e uma cultura de benefícios mútuos É necessário transformar o comprometimento em ação: primeiro, integrando a ação a processos existentes e, depois, criando diretrizes e procedimentos. Neste passo se estabelece uma cultura que incorpore a maximização de oportunidades e a minimização dos riscos ao DNA da empresa, para criar situações em que todos se beneficiem. 35 (conclusão) 6 Envolva os Stakeholders Comunique-se - Ofereça incentivos e motivação - Discuta políticas públicas - Crie parcerias - Avalie as necessidades da comunidade - Dê treinamento -Vença os obstáculos É necessário efetivar mudanças e implementar as ações, identificados em fases anteriores por meio de um diálogo constante com as partes interessadas. É preciso identificar os principais grupos de interesse, abrir canais de comunicação, entender as necessidades da comunidade, usar a capacidade de fazer parcerias e superar obstáculos. 7 Faça a Avaliação e os Relatórios Entenda por que a avaliação e os relatórios são necessários - Crie confiabilidade O que medir e como – Invista no futuro É vital monitorar e demonstrar a eficiência da estratégia, ao mesmo tempo em que se avalia se as metas estão sendo cumpridas. Este passo serve para avaliar o impacto da empresa, fazer relatórios do progresso e demonstrar transparência às partes interessadas (cada vez mais exigentes), mantendo ao mesmo tempo um olho no futuro. Figura 08: Os sete passos para minimizar os riscos e maximizar as oportunidades Fonte: (Grayson e Hodges, 2002, adaptado) 2.1.7 Pesquisa em Marketing A pesquisa em marketing utiliza-se de métodos de planejamento, coleta e análise de dados para as situações específicas da área pesquisada. “Pesquisa de marketing é o processo de coleta e análise de informações relativas às questões específicas ou problemas de marketing enfrentados pela empresa” (DIAS et al., 2003, p.368). Para Kotler e Armstrong (1998, p.77), “Pesquisa de marketing é o instrumento que liga o consumidor, o cliente e o público ao profissional de marketing através de informações”. “A tarefa da pesquisa de marketing é avaliar as necessidades de novas informações e fornecer à gerência informações relevantes, precisas, confiáveis, válidas e atuais” (MALHOTRA, 2001 p.44). Ainda de acordo com Malhotra (2001, p.44): O objetivo maior da pesquisa de marketing é a identificação e satisfação das necessidades dos clientes. Para determinar as necessidades dos clientes e implementar estratégias e programas de marketing visando a sua satisfação, os gerentes de marketing necessitam de informações a respeito dos clientes, concorrentes e outras forças que atuam no mercado. 36 Gomes (2005) comenta que, uma pesquisa de mercado bem planejada, deve ter pelo menos nove passos estruturados de forma seqüencial, para que não haja surpresas no decorrer de sua aplicação, conforme o descrito na figura 09. : Figura 09: Pesquisa Planejada Fonte: (Gomes, 2005, adaptado) 37 2.1.7.1 Classificação da pesquisa em marketing O entendimento das classificações de uma pesquisa se faz necessário, para que haja entendimento aprofundado dos métodos utilizados e dos resultados obtidos. “A pesquisa pode ser classificada de forma ampla como exploratória ou conclusiva” (MALHOTRA, 2001, p.105) (figura 10). Figura 10: Pesquisa de Marketing Fonte: (Malhotra, 2001, adaptado) Malhotra, (2001, p.105) ainda diz que “O principal objetivo da pesquisa exploratória é prover a compreensão do problema enfrentado pelo pesquisador”. Procura gerar hipóteses ou explicações prováveis e identificar áreas para um estudo mais aprofundado (DIAS et al., 2003) Por outro lado, “Pesquisa conclusiva é a pesquisa concebida para auxiliar o responsável pelas decisões a determinar, avaliar e selecionar o melhor curso de ação a ser tomado em determinada situação” (MALHOTRA, 2001, p.106). Dentro da definição “O objetivo da pesquisa descritiva é descrever os fenômenos ou objetos tais como o potencial de mercado para certo produto ou os dados demográficos e atitudes dos consumidores que o compram” (KOTLER e ARMSTRONG, 1998, p.78). 38 “O objetivo da pesquisa causal é testar hipóteses sobre relações de causa e efeito” (KOTLER e ARMSTRONG, 1998, p. 78). Para a coleta de dados mais adequada na pesquisa causal usa-se a pesquisa experimental. Esse tipo de pesquisa envolve seleção de grupos experimentais, controle de fatores aleatórios e checagem das diferenças de comportamento e respostas dos grupos (KOTLER e ARMSTRONG, 1998). Os estudos transversais são comumente utilizados em pesquisas de marketing. Malhotra (2001) diz que este é um tipo de estudo que envolve a coleta de informações de uma dada amostra de elementos de população somente uma vez. Pode ser dividido em transversal único, onde há somente uma amostra e se obtém os dados uma vez. No caso de transversal múltiplo, existem pelo menos duas amostras que serão avaliadas uma vez cada. O estudo longitudinal é descrito por Malhotra (2001) como um tipo de pesquisa que envolve uma amostra fixa de elementos da população, a qual é medida repetidamente. A amostra permanece a mesma ao longo do tempo, provendo assim, uma série de quadros que, vistos em conjunto, oferecem uma ilustração vívida da situação e as mudanças que estão ocorrendo. 2.1.7.2 Fontes de informação Os profissionais de marketing precisam de informações, não apenas de dados, que são simplesmente fatos e estatísticas. “Informação refere-se a dados apresentados de maneira que sejam úteis para a tomada de decisões” (CHURCHILL e PETER, 2000, p. 117). Segundo Kotler e Armstrong (1998, p. 75) “A informação necessária aos profissionais de marketing pode ser obtida por intermédio de registros internos da empresa, serviço de inteligência de marketing e pesquisa de marketing”. Para Kotler e Armstrong (1998), os registros Internos são dados coletados dentro da empresa para avaliar o desempenho de marketing e identificar seus problemas e oportunidades. No caso da inteligência de marketing, as informações diárias sobre o desenvolvimento do ambiente de marketing, determina que tipo de informações são necessárias e coleta essas informações por meio de pesquisas. 39 Por último, a pesquisa de marketing é um instrumento que liga o consumidor, o cliente e o público ao profissional de marketing através de informações. Para Kotler (1998) o plano de pesquisa pode exigir o levantamento de dados secundários, dados primários ou ambos. Geralmente os pesquisadores começam suas investigações examinando dados secundários para verem se seus problemas podem ser parcial ou totalmente resolvidos sem a onerosa coleta de dados primários. Os dados secundários oferecem um ponto de partida para a pesquisa e oferecem as vantagens de custo baixo e pronta disponibilidade. “Dados secundários são coletados para outros propósitos e já estão disponíveis. Dados primários são aqueles reunidos para um propósito ou para um projeto de pesquisa específico” (KOTLER, 1998, p.117). Chisnall (1980) comenta que quando os dados necessários pelo pesquisador não existem, estão desatualizados, estão incompletos ou não são confiáveis, o pesquisador terá que coletar dados primários. Assim, dados secundários podem ser excessivamente datados ou não serem específicos o bastante para uso numa determinada decisão. Porém, como a coleta desse tipo de dado tende a ser menos cara do que a condução de uma pesquisa primária, uma estratégia de pesquisa eficiente é começar procurando dados secundários. As informações geradas por essa busca podem estreitar o foco de qualquer pesquisa primária necessária e, às vezes, podem até mesmo eliminar a necessidade de obter dados primários. 2.1.7.3 Etapas da pesquisa A realização de uma pesquisa de marketing envolve várias etapas. Conforme Churchill e Peter (2000), os profissionais devem formular o problema a ser resolvido. Depois desenham um projeto de pesquisa apropriado para solucionar o problema. Em seguida, analisam e interpretam os dados e comunicam os resultados preparando e apresentando um relatório de pesquisa. 2.1.7.3.1 Formulação do Problema 40 O ponto de partida em um projeto de marketing deve ser a identificação do problema. Segundo Churchill e Peter, (2000, p.126) “um problema é uma situação que requer algum tipo de ação”. Para Sandhusen (2000, p.114), “problemas são identificados de forma ampla, como concorrências que afetam adversamente os esforços em atingir objetivos, e que podem ser tratadas”. Ainda Sandhusen (2000) diz que neste estágio do processo de pesquisa o entendimento e a concordância das partes são muito importantes. Se falhar em entender ou definir claramente o tema principal, certamente isso levará ao desapontamento e ao desperdício de esforços. Definir claramente os verdadeiros problemas deve estar em primeiro lugar. As informações, independentemente de sua qualidade ou quantidade, se coletadas para o problema errado ou sem qualquer relação com a decisão, representam desperdício de recursos e podem inclusive ser enganadoras. Se não for possível definir o problema com as informações atuais, talvez seja necessário um estudo completo apenas para identificá-lo claramente (STEVENS et al., 2001). 2.1.7.3.2 Planejamento do projeto de pesquisa Antes de tudo, os pesquisadores de marketing precisam selecionar as ferramentas de pesquisa mais adequadas, a fim de obter as melhores informações pelo menor custo. “O processo de planejar a coleta e análise de dados é conhecido como projeto de pesquisa” (CHURCHILL e PETER, 2000, p. 126). Com base na definição do problema, os pesquisadores selecionam um ou mais projetos básicos de pesquisa: exploratória, descritiva ou causal. De acordo com Sandhusen (2000, p.108): Embora o processo de pesquisa e o sistema de informações de marketing tenham o objetivo comum de melhoria das decisões gerenciais, há diferenças significativas entre eles. O processo de pesquisa de marketing tende a ser executado projeto a projeto, ao invés de continuamente, enfocando a solução de problemas e não sua prevenção. Paralelamente às diferenças, contudo, ambos trabalham de forma bastante próxima, visando 41 facilitar o processo de pesquisa de marketing em uma variedade de aplicações. Após a definição do problema e demais processos de pesquisa, o pesquisador deve determinar o número de pessoas que serão entrevistadas. Se o número de pessoas que compõe o grupo de interesse do pesquisador (universo) for pequeno, ele poderá questionar todos os participantes. Entretanto, se o grupo for muito grande ele deverá selecionar uma parcela deste grupo (amostragem) para, a partir dos resultados encontrados, generalizar aos demais membros do universo (LAS CASAS, 1993). 2.1.7.3.3 Amostragem As formas para amostragem são bastante variáveis. De um lado o pesquisador pode usar uma amostragem não probabilística onde os componentes da amostra são geralmente determinados por escolha do pesquisador. Por outro lado, o critério a ser utilizado pode ser probabilístico, o que dá uma chance a todos os componentes do universo de serem selecionados, daí o termo amostragem probabilística (LAS CASAS, 1993). Malhotra (2001, p. 301), “Amostra é um subgrupo de uma população, selecionado para participação no estudo. Utilizam-se aí características amostrais, chamadas estatísticas, para efetuar inferências sobre os parâmetros populacionais”. As técnicas de amostragem podem ser genericamente classificadas como não-probabilísticas e probabilísticas (MALHOTRA, 2001). Malhotra (2001) define a amostragem não-probabilística como a que confia no julgamento pessoal do pesquisador, e não na chance de selecionar os elementos amostrais. O pesquisador pode decidir os elementos a serem incluídos na amostra. Essas amostras podem oferecer boas estimativas das características da população, mas não permitem uma avaliação objetiva da precisão dos resultados amostrais. Por outro lado, Malhotra (2001) também diz que na amostragem probabilística as unidades amostrais são escolhidas por acaso. É possível pré-especificar cada amostra potencial de determinado tamanho que pode ser extraída da população, assim como a probabilidade de selecionar cada amostra. Como os elementos da amostra são selecionados aleatoriamente, é possível determinar a precisão das 42 estimativas amostrais das características de interesse. Isso permite ao pesquisador fazer inferências ou projeções sobre a população-alvo da qual se extraiu a amostra. A segunda parte da técnica de amostragem é o tamanho da amostra. Conforme Malhotra (2001, p. 304), “[...] o tamanho da amostra diz respeito ao número de elementos a serem incluídos no estudo”. LAS CASAS (1993) comenta que em geral, para decisões mais importantes, é necessário obter mais informações, e estas informações são obtidas de maneira mais precisa. Isso exige maiores amostras. Se necessitarmos de uma análise mais sofisticada dos dados utilizando técnicas multivariadas, o tamanho da amostra deve ser grande. O mesmo se aplica quando os dados precisam ser analisados nos seus mínimos detalhes. A natureza da pesquisa também tem impacto sobre o tamanho da amostra. Para projetos de pesquisas exploratórias, o tamanho da amostra é comumente pequeno (MALHOTRA, 2001). 2.1.7.3.4 Elaboração do questionário Todos os métodos de pesquisa exigem alguma forma de padronização do processo de coleta, para que os dados obtidos sejam internamente consistentes e possam ser analisados de maneira uniforme e coerente. “Um questionário é uma técnica estruturada para a coleta de dados, que consiste de uma série de perguntas – escritas ou verbais – que um entrevistado deve responder” (MALHOTRA, 2001, p. 276). De acordo com Malhotra (2004), um questionário deve traduzir a informação desejada em um conjunto de questões específicas que os entrevistados tenham condições de responder e precisa motivar e incentivar o entrevistado a se deixar envolver pelo assunto, cooperando e completando a entrevista. Ao planejar um questionário, o pesquisador precisa sempre minimizar o cansaço e o aborrecimento do entrevistado, e igualmente esforçar-se para minimizar as respostas incompletas (MALHOTRA, 2001). O entrevistador pode contar com diferentes formas para formular as perguntas. Ele poderá usar perguntas abertas, que permite que o entrevistado expresse sua opinião mais livremente. Pode usar também as perguntas fechadas, 43 que incluem diferentes opções de respostas para o entrevistado escolher uma delas e perguntas dicotômicas (LAS CASAS, 1993). “Uma pergunta dicotômica é uma questão com apenas duas alternativas de resposta, como sim ou não” (MALHOTRA, 2001, p. 282). As diretrizes sobre a seqüência no questionário procuram reduzir a confusão do entrevistado e realçar sua motivação para responder. Informações básicas devem preceder informações de classificação (o entrevistado oferece dados como, idade sexo, etc.), que devem ser seguidas de informações de identificação (nome, endereço, etc.). Na seção de informações básicas, perguntas que despertam o interesse devem aparecer primeiro, com as perguntas potencialmente embaraçosas deixadas para mais tarde, quando o entrevistado provavelmente estará mais à vontade (SANDHUSEN, 2000). 2.1.7.3.5 Tabulação A tabulação especifica exatamente como se deve proceder a apuração dos dados. Tabulação consiste na contagem do número de itens que entram nas categorias estabelecidas (BOYD e WESTFALL,1978). Uma tabulação cruzada descreve duas ou mais variáveis simultaneamente. Uma tabulação cruzada é a combinação, em uma tabela única, das distribuições de freqüência de duas ou mais variáveis (MALHOTRA, 2001). Para fazer o planejamento, deve-se ter sempre em mente os objetivos do estudo ao especificar as tabulações que devem ser feitas. 2.2 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Com o desenvolvimento deste trabalho de pesquisa, foi possível identificar algumas peculiaridades relacionadas às estratégias de marketing social e responsabilidade social empresarial, que estão sendo aplicadas nas madeireiras associadas no SIMCA e que constam no topo da Relação dos 200 Maiores Pagadores de Alvará de 2008, da Prefeitura Municipal de Caçador. São 18 44 empresas que estão estabelecidas dentro dos limites do município de Caçador/SC e que estão em atividade plena no mercado em que atuam. A pesquisa possibilita o mapeamento amostral das atividades relacionadas ao tema, que estão sendo aplicadas pelas empresas do setor madeireiro. Além disso, propicia maior entendimento sobre o real conhecimento, por parte das empresas, sobre os conceitos de marketing social e responsabilidade social empresarial, suas influências e as percepções sobre a visão da sociedade em relação às empresas. Ainda é possível enumerar as vantagens obtidas pelas empresas em estudo, com a aplicação de ações de marketing social e responsabilidade social empresarial, em suas práticas de mercado. Com base nos dados coletados, pode-se avaliar as práticas desenvolvidas por estas empresas, propiciando melhor entendimento do perfil de atuação destas madeireiras. Por outro lado, é possível sugerir a incrementação das estratégias existentes ou a sugestão de novas linhas de ação, que contribuam para o seqüencial desenvolvimento do setor e correta utilização desta estratégia em prol do bem comum. Gráfico 01 – Cargo ocupado pelo representante entrevistado Fonte: (VEZARO, 2009) A maioria dos entrevistados, ocupam cargos administrativos e de apoio e de direção totalizando 87%, enquanto que os outros 13% atuam na gerência intermediária da empresa (conforme gráfico 01). Quanto ao nível de escolaridade dos entrevistados, 87% têm pelo menos ensino superior destes, 62% tem pósgraduação e somente 13% estudaram somente até o nível médio (conforme gráfico 02). 45 Gráfico 02 – Escolaridade do representante entrevistado Fonte: (VEZARO, 2009) Para facilitar o entendimento e a tabulação proposta, as questões estão distribuídas em grupos e subgrupos que definem objetivamente o âmbito da pergunta e o desenrolar do questionário, facilitando o entendimento e acompanhamento dos dados coletados. E como resultado da pesquisa, segue abaixo as perguntas que compuseram o questionário, bem como os gráficos com os resultados obtidos e as respectivas análises explicativas. 2.2.1 Percepção do Tema As questões responsabilidade abaixo social estão empresarial relacionadas e à marketing percepção social, pelas do tema, empresas selecionadas na amostra da pesquisa. Busca levantar dados sobre o envolvimento entre sociedade e empresa, a percepção das ações e benefícios almejáveis e os recursos a serem investidos nesta estratégia empresarial. 2.2.1.1 Envolvimento entre empresas e sociedade 1. O envolvimento crescente das empresas em responsabilidade social pode 46 levar ao crescimento das expectativas da sociedade em relação à contribuição das empresas. Gráfico 03 - Responsabilidade social na empresa aumenta a expectativa da sociedade Fonte: (VEZARO, 2009) Mais de 90% dos entrevistados concorda que envolvimento das empresas em responsabilidade social, leva ao crescimento das expectativas da sociedade em relação à sua contribuição efetiva com a melhoria das condições existentes. Entretanto, os que têm certeza disso são apenas 19%. Por outro lado, 6% das pessoas acham a afirmativa incorreta (Gráfico 03). 2. A sociedade espera que as empresas contribuam para a promoção do crescimento da economia como sua única preocupação. Gráfico 04 – A empresa deve promover somente o crescimento da economia Fonte: (VEZARO, 2009) 47 Quase 70% dos representantes das empresas pesquisadas discordam que o papel das empresas na sociedade é somente contribuir para o crescimento da economia. Todavia, 31% acham que a promoção da economia isenta as empresas de outras responsabilidades (Gráfico 04). 3. Empresas devem compreender que são parte da sociedade e por isso devem responder pelas questões sociais. Gráfico 05 – A empresa deve responder pelas questões sociais Fonte: (VEZARO, 2009) Fica clara a concordância de que as empresas devem responder pelas questões sociais, com de 74% das respostas apontando para concordância parcial e 13% aceitando como uma verdade sem dúvidas. No entanto outros 13% discordam desta exigência (Gráfico 05). 2.2.1.2 Entendimento das ações e benefícios alcançados 1. A contribuição empresarial para a solução dos problemas sociais, aliada a uma estratégia de marketing social, pode ser lucrativa para as empresas. Dos entrevistados, 94% ao menos concordam que pode existir lucratividade na adoção de estratégias de responsabilidade social aliadas ao marketing social, sendo que destes, menos da metade dos que representaram as empresas têm certeza disso. Outra parcela de 6% discorda desta afirmação (Gráfico 06). 48 Gráfico 06 – Projetos sociais com marketing social é lucrativo para a empresa Fonte: (VEZARO, 2009) 2. Programas de ações sociais podem ajudar a construir uma imagem favorável para a empresa. Gráfico 07 – Ações sociais melhoram a imagem da empresa Fonte: (VEZARO, 2009) Quase 60% dos entrevistados não têm dúvida, de que a atuação da empresas em programas sociais ajuda a construir uma imagem favorável para empresa. Uma fatia de 38% concorda parcialmente com esta afirmação (Gráfico 07). 3. A promoção de ações filantrópicas traz benefícios para a sociedade e para a empresa. 49 Gráfico 08 – Filantropia é bom para empresa e sociedade Fonte: (VEZARO, 2009) Quanto às ações filantrópicas desenvolvidas pela empresa, 13% discorda de sua contribuição positiva para ambos os lados. Por outro lado, mais de 85% acreditam que pode existir ganho mútuo, sendo que e 19% destes não têm dúvida que isso pode acontecer (Gráfico 08). 4. Ações de marketing social estão intimamente ligadas à responsabilidade social da empresa. Gráfico 09 – Marketing social e responsabilidade social andam juntos Fonte: (VEZARO, 2009) 50 Mesmo que mais de 60% ao menos concorda que as ações de marketing social estão interligadas com as ações de responsabilidade social da empresa, 31% discordam desta afirmação e, destes, 6% discordam totalmente (Gráfico 09). 2.2.1.3 Como investir 1. As empresas têm dinheiro e talento necessários para se engajarem em ações sociais. Quando questionadas sobre talento e dinheiro, 56% dos entrevistados discordam que as empresas têm o necessário para se engajarem em questões sociais. Por outro lado, praticamente dividindo as opiniões, 44% ao menos concordam com a afirmação (Gráfico 10). Gráfico 10 – A empresa tem dinheiro e talento para questões sociais Fonte: (VEZARO, 2009) 2. É injusto pedir a empresa para se envolver em programas de responsabilidade social por que ela já cumpre com a legislação social. Segundo 69% dos entrevistados cumprir a legislação social é pouca responsabilidade para as empresas, concordando que as empresas devem se envolver com responsabilidade social. Entretanto, 31% acham que a legislação social é o suficiente para o cumprimento do papel social empresarial (Gráfico 11). 51 Gráfico 11 – É injusto pedir responsabilidade social da empresa Fonte: (VEZARO, 2009) 2.2.2 Atuação da Empresa Nesta parte dos resultados, são apresentados os resultados obtidos com as questões que permitem relacionar a atuação da empresa. São questionamentos que visam identificar a origem dos recursos obtidos, como são aproveitados, o que é esperado como resultado e qual o estagio de atuação das empresas. 2.2.2.1 Projetos e recursos 1. A sua empresa desenvolve ações ou projetos de marketing social, aliados a responsabilidade social empresarial? Quando questionadas sobre a atuação da empresa em estratégias de marketing social, aliadas a responsabilidade social empresarial, 50% disseram que já estar atuando nesta área. A outra metade diz que ainda não possui projetos (Gráfico 12). 52 Gráfico 12 – A empresa tem projetos de marketing e responsabilidade social Fonte: (VEZARO, 2009) 2. O que melhor identifica os esforços de sua empresa segundo a afirmação: nós praticamos marketing social aliado a responsabilidade empresarial social? A) Garantindo o monitoramento e avaliação das condições ambientais (certificações); B) Atendendo as demandas dos stakeholders (clientes, sócios, fornecedores, acionistas, comunidade); C) Associando a imagem da empresa ao desenho de planos e políticas para melhorar os impactos positivos da firma; D)Nenhuma das anteriores. Gráfico 13 – Linhas de atuação das empresas em marketing social Fonte: (VEZARO, 2009) 53 No caso das linhas de atuação da empresa, 62% das empresas pesquisadas desenvolvem ações ligadas a garantia do monitoramento e avaliação das condições ambientais, com as certificações ambientais (opção A). Já, 25% das ações empresariais do setor são esforços para atender as demandas dos stakeholders que são clientes, sócios, fornecedores, acionistas, comunidade (opção C). Os outros 13% das práticas de marketing social ligadas à responsabilidade social empresarial, são para associar a imagem da empresa ao desenho de planos e políticas para melhorar os impactos positivos da firma (opção B) (Gráfico 13). 3. Em que estágio sua empresa se encontra considerando o nível de envolvimento com ações de responsabilidade social? A) Reconhece a importância da temática e declara intenções de atuar; B) Formula planos de ação, busca assessoria e capacita funcionários para estudar e sugerir modos de lidar com os problemas sociais; C) Integra a política de responsabilidade social em suas operações. Gráfico 14 – Estágio de atuação da empresa em questões sociais Fonte: (VEZARO, 2009) No questionamento sobre o estágio de atuação da empresa nas questões que envolvem responsabilidade social, praticamente 50% das respostas apontam a integração da política de responsabilidade social nas operações da empresa (opção C). Outros 38% dos entrevistados afirmam que o que move as ações ligadas ao tema é a formulação de planos de ação, a busca assessoria e capacitação de funcionários para estudar e sugerir modos de lidar com os problemas sociais (opção 54 B). Ainda, os outros 13% reconhecem a importância da temática e declaram intenções de atuar (opção A) (Gráfico 14). 4. Na sua percepção quais as vantagens que tem a sua empresa com a adoção de práticas de marketing social? Dentre as questões citadas como vantagens da empresa com a adoção de praticas de marketing social, os representantes das empresas pesquisadas acreditam que quase 21% dos benefícios estão resumidos na satisfação do publico interno. Em seguida a melhoria da imagem aparece com 20% da pontuação total creditada. A dúvida fica clara no empate com 17% ente a lealdade dos clientes e o crescimento das vendas. A redução de custos cota 13% dos pontos e em seguida a redução de demissões aparece com 8% dos pontos. Por fim, os 4% restantes são creditados à redução de acidentes de trabalho (Gráfico 15). Gráfico 15 – Pontuação dos benefícios diretos do marketing social na empresa Fonte: (VEZARO, 2009) 5. Dos recursos empregados nos projetos de responsabilidade social de sua empresa o Sr.(a) poderia indicar a origem e o percentual aplicado? A) Recursos da própria empresa, em %; B) Utilização de incentivos fiscais em %; C) Outras formas. Especificar. D) Ainda não tenho projetos em execução 55 Gráfico 16 – Origem dos recursos aplicados nas ações sociais Fonte: (VEZARO, 2009) Quanto à origem dos recursos, utilizados pela empresa para a implementação das estratégias de marketing social e responsabilidade social empresarial, segundo os entrevistados, maioria são da própria empresa (opção A). Apenas 8% dos investimentos são de incentivos fiscais (opção B) (Gráfico 16). Além do que foi descrito acima, foram identificados uma franquia do Projeto Pescar e a contribuição com uma instituição de ensino superior como projetos que podem se enquadrar nos moldes do marketing social e responsabilidade social empresarial, dentro de suas limitações. 2.2.3 Pontos Positivos e Negativos Com base no que foi elencado no referencial teórico deste trabalho e de acordo com os objetivos propostos, pode-se enumerar os seguintes pontos como positivos, quando se trata das ações de marketing social e responsabilidade social empresarial, realizados pelo setor em pesquisa: 1. Mais de 90% dos entrevistados afirma que, o marketing social pode contribuir para a construção de uma imagem favorável à empresa; 2. Os que concordam com o envolvimento das empresas nos projetos sociais somam mais de 80% das empresas pesquisadas; 3. Já é consenso que o marketing social é uma estratégia de marketing positiva; 56 4. Tem consciência que a sociedade espera uma resposta das empresas e afirmam ser uma exigência justa; 5. Acreditam que a incrementação de uma estratégia de marketing social pode ser lucrativa para a empresa; 6. Ao menos sabem que, marketing social e responsabilidade social empresarial são estratégias que se completam; 7. Mais de 60% dos que responderam, afirmam que investem na proteção ao meio ambiente; 8. Foram identificados 2 (dois) projetos que podem ser qualificados como de marketing social: Projeto Pescar e Investimentos na Universidade do Contestado – UnC; Por outro lado, as questões que ainda não estão sintonia com o proposto podem ser enumeradas como segue: 1. Ainda há confusão quanto a definição, relação e benefícios das ações filantrópicas e de marketing social, em favor das empresas; 2. Apesar de reconhecerem a importância das ações de marketing social e responsabilidade social, para a empresa e para a comunidade, mais de 50% dos entrevistados não estão dispostos a investir em marketing social e responsabilidade social empresarial com recursos financeiros e capital humano próprios; 3. Mesmo afirmando que as ações de marketing social e responsabilidade social empresarial são importantes para a imagem da empresa e o bem estar dos stakeholders, apenas 13% das empresas que afirmam investir nesta área fazem isto realmente; 4. Quando se trata dos resultados obtidos, os pesquisados demonstraram dúvida clara sobre quais são as vantagens possíveis, do marketing social para a empresa; 5. Não buscam incentivos fiscais do governo para a reaplicação destes recursos na própria região em que estas empresas estão inseridas; 6. No caso do estágio de atuação da empresa, dos 50% dos entrevistados que afirmam possuir projeto na área estudada, metade disse que apenas integra a política de responsabilidade social às políticas da empresa. No entanto, não formulam planos de ação, não capacitam funcionários para estudar e sugerir modos de lidar com os problemas sociais e nem buscam 57 assessorias, tornando as possíveis ações, inquantificáveis e desprovidas de qualquer controle. 2.2.4 Aplicação do planejamento do processo dos sete passos De acordo com Grayson e Hodges, (2002), existem muitos acontecimentos que podem ser o gatilho para o gerente agir de acordo com a abordagem deste trabalho. Alguns exemplos podem ser objeções das associações de moradores ou de órgãos de defesa social, altos índices de doenças e faltas no trabalho, assédio da imprensa local, protestos contra ações da empresa, exigências de um grande cliente. As situações podem ser desencadeadas no ambiente interno da empresa ou provirem do ambiente externo. Para que a empresa ou setor não seja pego de surpresa é preciso estar à frente dos fatos, para evitar perdas substanciais com o novo processo desencadeado. 2.2.4.1 Definição dos possíveis gatilhos Com base no referencial teórico e nos resultados da pesquisa realizada, são identificadas algumas situações que podem ser tratadas como gatilhos. São questões atuais da realidade enfrentada pelas empresas em estudo que, se aproveitadas como sugestão, devem ser planejadas separadamente, para que sigam a metodologia apresentada pelo processo dos Sete passos. 2.2.4.1.1 Recessão econômica A diminuição considerável do faturamento do setor desde o inicio do século XIX, fez com que muitas empresas decretassem falência e outras diminuíssem drasticamente sua produção. Isto contribuiu diretamente para o aumento do índice 58 de desemprego dos profissionais do setor. Além disso, a movimentação econômica do comércio varejista sentiu diretamente o resultado negativo. Uma ação bem planejada poderia ter motivado uma áurea de cooperação entre as empresas e os funcionários, para que o impacto da crise pudesse ser absorvido de forma mais branda e inteligente. A formação de entidades de apoio ao progresso social, poderia facilitar o entendimento e a aceitação deste recesso. 2.2.4.1.2 Pressão de ONG’s e entidades sociais As ONG’s, entidades de representatividade social, associações, podem exercer grande influência nas práticas das empresas. Na região de caçador, a atuação de Organizações Não Governamentais ainda é tímida, se comparada com outras regiões que possuem a extração da madeira como meio lucrativo. Entretanto, as manifestações contra a monocultura de Pinus, as formas de incentivo a geração desta matéria prima e os possíveis malefícios que esta cultura propicia à terra e seus mananciais, por muitas vezes colocou em discussão as verdadeiras contribuições da indústria madeireira à comunidade. A criação de programas de proteção ambiental, como aplicações adequadas do manejo florestal; a criação de parcerias com estes órgãos a fim de promover a readequação do solo e do meio ambiente às condições naturais; e a promoção do controle das pragas de forma responsável, podem ser oportunidades de melhorar a situação negativa a fim de promover o bem estar das partes. Estas ações podem ser desenvolvidas com recursos próprios da empresa ou podem ser contratados órgãos de certificação florestal que facilitem este processo. O IMAFLORA - Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola – incentiva e promove mudanças nos setores florestal e agrícola, visando a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais e a promoção de benefícios sociais. É um importante facilitador para as ações das empresas nesta área, e pode ser uma opção prática para o setor madeireiro em estudo. 2.2.4.1.3 Pressão governamental 59 A pressão governamental pode ser decisiva para um negócio, se ele não está preparado para as novas adequações. Quando a pressão é positiva, aproveitar é o recurso correto. Entretanto, como na região em estudo, a preservação das matas ciliares, apresenta-se como um redutor de lucros para as empresas, por outro lado, conseqüentemente, as empresas que não favorecem esta ação de preservação do meio ambiente, podem ter sua imagem prejudicada. Adiantar-se neste processo, pode ser uma importante ação em favor da empresa. Além disso, a criação de banco de sementes, serapilheira (material vegetal ou animal depositado na superfície da floresta), chuva de sementes e controle de abertura de dossel favorecem a recuperação do meio ambiente degradado e contribui para o reconhecimento do valor que a empresa representa para a região. 2.2.4.1.4 Exigências de compradores Os compradores, principalmente do mercado exterior, muitas vezes forçados por protocolos, tratados e normas internacionais de comércio exigem certificações, normas de conduta e políticas de apoio à comunidade, para que seja possível o fechamento do negócio. A oportunidade está em valorizar estas exigências a favor da empresa, aproveitando para incrementar as políticas e valores da organização. Isto possibilita a transferência destas novas idéias aos funcionários, que as levarão ao meio social em que vivem, possibilitando a atualização da forma de pensar coletiva. 2.2.4.1.5 Ações de funcionários As ações trabalhistas podem ser um identificador da realidade do capital humano da empresa. A ocorrência de muitos acidentes de trabalho, desmotivação dos trabalhadores, movimentações sindicais, greves devem ser abordadas de forma estratégica. 60 Os gatilhos podem ser identificados na criação de meios que favoreçam a qualificação profissional, como centros de treinamento, atualização da tecnologia utilizada, favorecem o aumento da produção. Benefícios como creches no bairro, incentivo ao esporte e a cultura, além de acompanhamento psicológico à comunidade contribui para que o funcionário sinta orgulho da empresa que trabalha, reconheça as contribuições e às valorize, contribuindo de forma à amenizar os efeitos que a extração causa ao meio. 2.2.4.1.6 Inspiração A participação em fóruns, feiras e eventos podem surpreender com uma nova visão que favoreça a cidadania corporativa. A predominância de empresas familiares na região em estudo pode favorecer este tipo de ação, visto que neste tipo de empresa é predominante a centralização do poder, tornando menos burocrático o processo de aprovação da nova idéia, se partir da gerência da empresa. 2.2.4.1.7 Normas internacionais ISO A ISO - International Standardization for Organization é uma organização nãogovernamental sediada em Genebra, fundada em 23 de fevereiro de 1947 com o objetivo de ser o fórum internacional de normalização, para o que atua como entidade harmonizadora das diversas agências nacionais. Segundo site Ambiente Brasil, 95% da produção mundial estão representados na ISO por mais de uma centena de países-membros, os quais são classificados em “P” (Participantes) e “O” (Observadores). A diferença fundamental entre ambos é o direito de votação que os membros “P” têm, nos vários Comitês Técnicos, Subcomitês e Grupos de Trabalho. No início da década de 90, foi lançada a Norma ISO 14000 que, conforme descrito pelo site Ambiente Brasil, tem o objetivo de fornecer assistência para as organizações na implantação ou no aprimoramento de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Ela é consistente com a meta mundial de desenvolvimento 61 sustentável e é compatível com diferentes estruturas culturais, sociais e organizacionais. Ainda, segundo o site Ambiente Brasil, um SGA oferece ordem e consistência para os esforços organizacionais no atendimento às preocupações ambientais através de alocação de recursos, definição de responsabilidades, avaliações correntes das práticas, procedimentos e processos. A análise do site Ambiente Brasil (2009), diz que: A Diretriz 14.000 especifica os elementos de um SGA e oferece ajuda prática para sua implementação ou aprimoramento. Ela também fornece auxílio às organizações no processo de efetivamente iniciar, aprimorar e sustentar o Sistema de Gestão Ambiental. Tais sistemas são essenciais para a habilidade de uma organização em antecipar e atender às crescentes expectativas de desempenho ambiental e para assegurar, de forma corrente, a conformidade com os requerimentos nacionais e/ou internacionais. A Normalização ISO para algumas das empresas pesquisadas não é novidade. O contato com este sistema internacional de normalização, pode facilitar a implantação, também da Norma ISO 14000. Esta norma pode se um gatilho que possibilite à empresa que ativá-lo, a sua inserção na política empresarial de responsabilidade social e desenvolvimento sustentável. Não obstante, atualmente está em processo de estruturação a Norma ISO 26000, que será a Norma Internacional e Responsabilidade Social. Para o Instituto Ethos (2009), a ISO 26000 será uma norma internacional de responsabilidade social e sua publicação está prevista para 2009. A norma será um guia de diretrizes em responsabilidade social que, ao contrário da ISO 9001 e ISO 14001, não será certificável e não irá propor requisitos que devam ser cumpridos pelas organizações. A ISO 26000 será um grande guia de diretrizes. A longo desta norma, a linguagem utilizada será não-mandatória e o termo “deveria” será usado ao invés do termo “deve”, denotando um caráter de recomendação. O (INMETRO) comenta que o desenvolvimento desta norma tem também sido inovador, um processo multistakeholder. O Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO (ISO/TMB WG) é constituído por mais de 360 experts e observadores de mais de 60 países, inclusive o Brasil. Já se podem saber algumas decisões tomadas que possibilitam o melhor entendimento norma. O Instituto Ethos (2009) destaca que será uma norma de diretrizes, sem propósito de certificação, será aplicável a qualquer tipo de organização como empresas, governo, ONGs, entre outros, será construída com base em iniciativas já existentes e não terá caráter de sistema de gestão. 62 Neste sentido vale lembrar que, atualmente as empresas que são normalizadas pelo sistema ISO, gozam de credibilidade em qualquer mercado que possam atuar. Para as empresas que estão interessadas em melhorar sua atuação em responsabilidade social, este não é o momento de ficar parado, pois com o lançamento oficial da ISO 26000, a busca por estas diretrizes será o diferencial de mercado, e nenhuma empresa espera com tranqüilidade, a perda de mercado, principalmente nos dias atuais. 3 CONCLUSÃO Com base no problema inicial que possibilitou o desenrolar deste trabalho e dos objetivos que delinearam as formas do seu desenvolvimento é possível, a partir deste estudo, visualizar a atual situação dos esforços de marketing social e responsabilidade social empresarial nas madeireiras filiadas ao SIMCA. O estudo dos autores citados facilitou o entendimento dos diversos conceitos relacionados ao tema proposto e, de forma convicta, definiu a forma como fluiu o desenvolvimento do estudo, levando ao entendimento das ramificações do marketing e culminando na definição clara dos conceitos do marketing social. A partir disso, ficou favorecida a criação e aplicação do questionário nas empresas, que norteou todo resultado obtido neste estudo. São identificados grandes avanços que favorecem ao entendimento do tema por parte das empresas e a aceitação da estratégia de marketing social e responsabilidade social empresarial, como positiva para a empresa os stakeholders. Além disso, metade das empresas pesquisadas afirma, já aplicar recursos no desenvolvimento de projetos na área. Por outro lado, foi possível identificar algumas possibilidades de melhorias na atuação das empresas, principalmente quando se trata da metodologia utilizada para formular e aplicar os projetos na prática diária. Ainda é possível perceber, certa dificuldade em identificar os reais benefícios do marketing social e da responsabilidade social empresarial às empresas. Isto muito se deve ao fato de existir, conforme acontece em todo o Brasil, a miscigenação da estratégia de marketing social com ações filantrópicas, que são ações que determinam resultados diferentes. Sendo analisados todos os pontos citados, foi possível sugerir o Processo dos Sete Passos, como um facilitador para que as empresas pesquisadas busquem sinergia com a realidade mundial. Não obstante, foram descritos possibilidades de atuação nesta área para a realidade local, que possibilitam o adiantamento deste processo, visto que a norma internacional ISO 26000, que trata da responsabilidade social das empresas, já está em processo de revisão e as empresas pesquisadas ainda não têm certeza da relevância do tema. 64 Para que o crescimento das empresas aconteça de forma sustentável e de acordo com as normas internacionais e exigências de mercado, é preciso estar à frente, atualizando-se constantemente, a fim de identificar os possíveis gatilhos que podem desencadear uma nova maneira de manutenção dos recursos da empresa. Para tanto, é necessário que as empresas passem a investir mais na valorização de sua imagem diante dos stakeholders, pois sãos estas partes que, cada vez mais, influenciam a tomada de decisão da organização. O aproveitamento dos recursos naturais, humanos, físicos e sociais de uma determinada região, implica nas exigências desta comunidade para que sejam reinvestidos, na mesma região, estes recursos que outrora faziam parte de uma realidade ainda não modificada pela empresa. Em suma, pode-se dizer que o nível de desenvolvimento de uma região, está relacionado diretamente, ao nível de recursos que são retirados e reinvestidos neste mesmo ambiente. Os resultados identificados através da pesquisa realizada permitem concluir que, é necessário maior envolvimento destas empresas com a sua comunidade, de forma a impedir a continuidade do processo de degradação desta relação, que outrora foi tão lucrativa às empresas que decretaram falência no decorrer do tempo. REFERÊNCIAS AGUIAR, Jacqueline. Disponível em: <http://www.professorajacque.kit.net/tiposdemarketing.pdf> Acesso em 14 de junho de 2009. AMBIENTE BRASIL. 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Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Marketing_social> Acesso em: 22 de abril de 2009 APÊNDICE A – Instrumento de Coleta de Dados Universidade do Contestado – UnC - Caçador- SC Rua Victor Baptista Adami, 800 - Centro - Cx. Postal 232 CEP 89500- 000 - Caçador - SC Fone/Fax: (49)3561-6223 – 3561-6224 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC MARKETING SOCIAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL Instrumento de coleta de dados INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO Neste questionário você encontrará varias questões relacionadas à temática do marketing social e da responsabilidade social empresarial. É um instrumento parte de um Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Administração da Universidade do Contestado – UnC – Caçador. · As questões têm opções de respostas diferenciadas de acordo com o enunciado; · São de caráter anônimo, portanto, os dados não serão associados, em nenhum momento, ao nome da empresa ou ao respondente; · É dirigido a todo o setor madeireiro do Município de Caçador/SC; Este questionário está organizado com 16 afirmações numeradas, objetivas, e não exige mais que 15 minutos para ser respondido. Sobre o tema “MARKETING SOCIAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL” na sua empresa, responda: Quanto à percepção sobre o tema: 01. O envolvimento crescente das empresas em responsabilidade social pode levar ao crescimento das expectativas da sociedade em relação à contribuição das empresas. ( ) Concordo totalmente ( ) Concordo ( ) Discordo ( ) Discordo totalmente 02. Empresas devem compreender que são parte da sociedade e por isso devem responder pelas questões sociais. ( ) Concordo totalmente ( ) Concordo ( ) Discordo ( ) Discordo totalmente 03. A contribuição empresarial para a solução dos problemas sociais, aliada a uma estratégia de marketing social, pode ser lucrativa para as empresas. ( ) Concordo totalmente ( ) Concordo ( ) Discordo ( ) Discordo totalmente 69 04. Programas de ações sociais podem ajudar a construir uma imagem favorável para a empresa. ( ) Concordo totalmente ( ) Concordo ( ) Discordo ( ) Discordo totalmente 05. A promoção de ações filantrópicas traz benefícios para a sociedade e para a empresa. ( ) Concordo totalmente ( ) Concordo ( ) Discordo ( ) Discordo totalmente 06. As empresas têm dinheiro e talento necessários para se engajarem em ações sociais. ( ) Concordo totalmente ( ) Concordo ( ) Discordo ( ) Discordo totalmente 07. A sociedade espera que as empresas contribuam para a promoção do crescimento da economia como sua única preocupação. ( ) Concordo totalmente ( ) Concordo ( ) Discordo ( ) Discordo totalmente 08. É injusto pedir a empresa para se envolver em programas de responsabilidade social por que ela já cumpre com a legislação social. ( ) Concordo totalmente ( ) Concordo ( ) Discordo ( ) Discordo totalmente 09. Ações de marketing social estão intimamente ligadas à responsabilidade social da empresa. ( ) Concordo totalmente ( ) Concordo ( ) Discordo ( ) Discordo totalmente Quanto à atuação da empresa: 10. A sua empresa desenvolve ações ou projetos de marketing social, aliados a responsabilidade social empresarial? ( ) Sim ( ) Não (nesta opção, seguir para a pergunta 15) 11. Na sua percepção quais as vantagens que tem a sua empresa com a adoção de práticas de marketing social? (coloque o número 1 para a mais importante, 2 para a segunda escolha e assim por diante) ( ) Crescimento das vendas ( ) Redução de demissões ( ) Redução de custos ( ) Satisfação do público interno ( ) Lealdade dos clientes ( ) Redução de acidentes de trabalho ( ) Melhoria da imagem 70 12. O Senhor(a) poderia assinalar, dentre as alternativas abaixo apresentadas, aquela que melhor identifica os esforços de sua empresa: Nós praticamos marketing social aliado a responsabilidade empresarial social: (assinalar apenas uma alternativa) ( ) Garantindo o monitoramento e avaliação das condições ambientais (certificações); ( ) Atendendo as demandas dos stakeholders (clientes, sócios, fornecedores, acionistas, comunidade); ( ) Associando a imagem da empresa ao desenho de planos e políticas para melhorar os impactos positivos da firma; ( ) Nenhuma das anteriores. 13. Em que estágio sua empresa se encontra considerando o nível de envolvimento com ações de responsabilidade social? (assinalar apenas uma alternativa) ( ) Reconhece a importância da temática e declara intenções de atuar; ( ) Formula planos de ação, busca assessoria e capacita funcionários para estudar e sugerir modos de lidar com os problemas sociais; ( ) Integra a política de responsabilidade social em suas operações. 14. Dos recursos empregados nos projetos de responsabilidade social de sua empresa o Sr.(a) poderia indicar a origem e o percentual aplicado? (assinalar todas as alternativas possíveis) ( ) Recursos da própria empresa, em % _______. ( ) Utilização de incentivos fiscais em % _______. ( ) Outras formas. Especificar :__________________________________________________. ( ) Ainda não tenho projetos em execução Quanto ao entrevistado (a): 15. Qual o seu nível de escolaridade? ( ) Até nível médio ( ) Nível superior incompleto ( ) Nível superior completo, em caso positivo qual a formação acadêmica? 15a. Pós-graduação? ( ) Sim ( ) Não 16. Qual o cargo que o Senhor(a) ocupa na empresa? ( ) Gerência intermediária ( ) Direção ( ) Técnico especializado ( ) Administrativo e de apoio ( ) Outro, especificar: _________________________________________________________. ANEXO A – Lista de Empresas Filiadas ao Sindicato da Madeira de Caçador SINDICATO DA INDÚSTRIA DA MADEIRA DE CAÇADOR Av. Barão do Rio Branco, 327 - 2° andar FoneslFax (49)3563-1036/3563-1557 e-mail: [email protected] 89500-000 Caçador/SC Santa Catarina ADAMI S/A MADEIRAS RUA: NEREU RAMOS - 196 CX.: 15 FONES: 3561.3000 - 3561.3200 FAX:3561.3065 - 3561.3226 CONTATO: VICTOR ADAMI FILHO ([email protected]) BAÚ MADEIRAS AGRO - INDL. RUA: ARISTEU PORTO LOPES - 01 CX.: 49 FONE: 3563-0958 - FAX: 3567.3567 . CONTATO:AURIMARCELBAÚ ([email protected]) FRAME MADS ESPECIAIS LTDA RUA: LUIZ CAETANO FRANCO -131 CX.: 131 FONE: 3561.6600 - FAX: 3561.6633 CONTATO: AUGUSTO FRANCIO ([email protected]) IND. DE MOVEIS ROTTA LTDA. RUA: PASCOAL ROTTA - S/NR. CX.: 169 FONE: 3563.1155 - FAX: 3563.1001 CONTATO: IL TON ROTTA ([email protected]) GUARARAPES PAINÉIS LTDA ROD A VELlNO MANDELLl S/N - KM 01 BAIRRO AEROPORTO FONE: 3563.7647 FAX: 3563.7647 CONTATO: JOÃO CARLOS RIBEIRO PEDROSO ([email protected]) INDÚSTRIAS TUPI LTDA RUA: SÃO FRANCISCO DE ASSIS - 77 CX.: 546 FONE: 3563.1828 - FAX: 3563.1828 CONTATO: VITOR MANDELLI ([email protected]) LAMINADOS AB LTDA ROD SC 302 KM 0.2 - CX.: 295 FONE: 3563.0012 - FAX: 3563.0012 CONTATO: MAURICIO BUSATO ([email protected]) 72 MADECAL AGRO-INDL LTDA ROD SC 302 KM 4.5 CX.: 226 FONE: 3561.2700 - FAX: 3561.2749 CONTATO: MAURICIO ZANDA V ALLI ([email protected] .br) MADEIRAS SALAMONI LTDA ROD SC 451 KM 35 FILIAL KM 06 - CX.: 352 FONE: 3563.1254 - FAX: 3563.1254 CONTATO: REINALDO SALAMONI ([email protected]) MADEIREIRA SELEME LTDA ROD SC 302 KM 01 CX.: 294 FONE: 3563.1244- FAX: 3563.1126 CONTATO: GILBERTO SELEME ([email protected]) MADEPINUS IND E COM DE MADS LTDA RUA: HENRIQUE JÚLIO BERGUER - 855 CX.: 245 FONE: 3563.1188 - 3563.1930 - FAX: 3563.1385 CONTATO: MAURICIO GRANDO ([email protected]) MADEVALI AGRO-INDL LTDA KM 01 ESTR. CAÇADOR/PORTO UNIÃO - CX.: 164 FONE: 3563.0437 - FAX: 3563.0751 CONTATO: AOELMO ZANDAVALLI ([email protected]) MAGADAL MADS LTDA LINHA CACHOEIRA - CX.: 80 FONE: 3563.1772 - 3563.2458 - FAX: 3563.1772 CONTATO: IRINEU GATTI ([email protected]) MORO IND E COM DE MADS LTDA ROD SC 451 KM 07 CX.: 354 FONE: 3563.1602 - FAX: 3563.1602 CONTATO: ITACIR LUIZ "MORO" ([email protected]) NARCISO ROTTA & CIA LTDA. RUA AMAZONAS - 1001 - CX.: 505 FONE:3563.1071 - FAX: 3563.1071 CONTATO: NARCISO ROTTA ([email protected]) SERRARIA ARTEPINUS LTDA LINHA CACHOEIRA - S/NR KM 01 CX.: 148 FONE: 3563.0769 - FAX: 3563.0769 73 CONTATO: RICARDO ROFNER ([email protected]) FAQUIBRAS AGRO-INDL LTDA RUA: CONSELHEIRO MAFRA 708 FONE: 3563.2517 - FAX: 3563.2517 CONTATO: MARCELO MARINS ([email protected]) SINCOL S/A IND E COM RUA: ALEMANHA -197 CX: 371 FONE: 3563.2522 - FAX: 3563.0433 CONTATO: ALTAIR PELEGRlNO BAL VEDI / JOÃO ULISSES BAL VEDI ([email protected]) PRIMO TEDESCO S/A B. BOM SUCESSO - S/NR. - CX.: 481 FONE: 3563.0600 - 3563.1024 - FAX: 3563.0637 CONTATO: MARCELO TEDESCO ([email protected]) TEMASA IND E COM LTDA RUA: BRASILlA - 190 FONE: 3563.1789 - FAX: 3563.2669 CONTATO: LEONIR TESSER ([email protected]) MARAVILHA LAMINAS MADS INO E COM LTDA SC 302 ESTR. GERAL AEROPORTO KM 01 CX.: 385 FONE: 3563.0724 - FAX: 3563.0724 CONTATO: JOÃO TONIETTO ([email protected]) FIMAR AGRO-INOL LTDA ROD SC 451 - KM 3,5 - BAIRRO FIGUEROA - CX.P.266 FONE: 3567.0115 FAX: 3567.1818 CONTATO: VALOEMIR "PAULO" MARQUES DE OLIVEIRA ([email protected]) VIDEIRA (SC) 89560-000 ARGENT A S/A IND E COM RUA: ANTONIO PINTO - 260 CX.: 18 FONE: (49) 3566.0283 - FAX: (49) 3566. 0283 CONTATO: AMAURI ARGENTA ([email protected]) INDUSTRIAL MADEIREIRA S/A.- IMASA ROD SC 453 S/NR. OISTR. INOL CX.: 45 FONE: (49) 3531.1233 - FAX: (49) 3531.1179 CONTATO: WAL TER REICHERT 74 ([email protected]) FRAIBURGO (SC) - 89580-000 FISCHER S/A COM. INO E AGRICULTURA ROD. SC 453 KM 24,5 FONE: (49) 3246.2099 - FAX: (49) 3246.2155 CONTATO: TOSHIO OOA ([email protected]) RENAR MÓVEIS S/A RUA: NEREU RAMOS - 219 CENTRO CX.: 02 FONE: (49) 3246.2033 - FAX: (49) 3246.2519 CONTATO: MARCELO FREY ([email protected])