48 J Bras Nefrol 2002;24(1):48-55 Revisão: Hiperparatiroidismo secundário – visão atual de aspectos fisiopatológicos e clínicos Secondary hyperparathyroidism – an updated view of pathogenic and clinical aspects Divino U Mendonça, Rosélia RS Lobão e Aluízio B Carvalho Disciplina de Nefrologia da Escola PPaulista aulista de Medicina/Universidade FFederal ederal de São PPaulo. aulo. São PPaulo, aulo, SP SP,, Brasil Resumo Insuficiência renal crônica. Diálise. Osteodistrofia renal. Hiperparatiroidismo. Chronic renal failure. Dialysis. Renal osteodystrophy. Hyperparathyroidism. O hiperparatiroidismo secundário desenvolve-se precocemente no curso da insuficiência renal crônica. O déficit de calcitriol e as anormalidades nos receptores de cálcio e vitamina D parecem ser os primeiros fatores desencadeantes da hipersecreção de paratormônio e da hiperplasia das paratiróides. Com o avançar da insuficiência renal crônica e principalmente no decorrer do tratamento dialítico, sobrevém a hiperfosfatemia, que passa a ser o principal fator de manutenção e agravamento do estado de hiperparatiroidismo. O difícil controle da hiperfosfatemia tem sido, na maioria dos casos, a razão do insucesso terapêutico do hiperparatiroidismo secundário. Além disso, a hiperfosfatemia persistente exerce seus efeitos deletérios de maneira sistêmica, sendo responsabilizada pelo desenvolvimento de calcificações metastáticas e calcifilaxia. A prevenção da hiperfosfatemia e do elevado produto cálcio e fósforo na insuficiência renal melhora não somente a progressão do hiperparatiroidismo secundário e da doença óssea mas também a morbidade e a mortalidade resultantes das calcificações vasculares. A presente revisão aborda os aspectos fisiopatológicos atuais do hiperparatiroidismo secundário, assim como discute as novas propostas terapêuticas para seu controle. Abstract Secondary hyperparathyroidism occurs early in the course of chronic renal failure. The most important factors at this stage are deficit of calcitriol and abnormalities in the calcium sensor and calcitriol receptors. As renal failure advances, hyperphosphatemia turns into an additional important pathogenic factor. Reducing hyperphosphatemia is essential and the first step in the management of secondary hyperparathyroidism. Moreover, the persistent hyperphosphatemia has been associated with metastatic calcifications and calciphylaxis. Poor control of hyperphosphatemia aggravates the hyperparathyroidism and bone disease, increasing morbidity and mortality risk. The present review describes recent advances regarding the pathogenic aspects of secondary hyperparathyroidism as well as discusses new therapeutic approaches. 8-1413hiper.p65 48 26/04/02, 11:19 Hiperparatiroidismo secundário – Mendonça DU et al. I n t r o d u ç ã o O hiperparatiroidismo secundário (HPT2º) é uma complicação freqüente em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC), caracterizado pela hiperplasia das glândulas paratiróides e hipersecreção de paratormônio (PTH).1-5 O HPT2º é causa da principal desordem esquelética a osteíte fibrosa atualmente apresentada por indivíduos em programa de diálise. No passado, a real prevalência de osteíte fibrosa era mascarada pela intoxicação alumínica que acometia os pacientes em larga escala. Após o controle adequado da água utilizada na diálise e a descontinuidade do uso de quelantes de fósforo contendo alumínio, o HPT2º volta a tomar lugar de destaque no cenário da doença óssea do paciente renal crônico.6-12 Além disso, devido à melhora da qualidade de diálise, o tempo de permanência da população de renais crônicos nesse tipo de tratamento tem aumentado.13 Tal fato tem sido responsabilizado pelo agravamento do HPT2º, principalmente no que diz respeito a suas graves complicações que elevam a morbimortalidade do paciente com IRC.2,4,14-17 Aspectos fisiopatológicos O desenvolvimento do HPT2º inicia-se precocemente no curso da IRC, sendo resultante basicamente do déficit de vitamina D18-20 e das anormalidades no receptor de cálcio das paratiróides.21-23 Com o avançar da IRC, a hiperfosfatemia24-26 torna-se importante fator adicional para o desenvolvimento do HPT2º. A complexa inter-relação desses fatores conduz à hipocalcemia, que é o principal determinante da hipersecreção do PTH e da proliferação de células das paratiróides.4,23,27-29 Recentemente, Brown et al30 clonaram e caracterizaram um receptor de cálcio (receptor-sensor), presente em órgãos como paratiróides, rins e outros, que se localiza na membrana celular acoplado à proteína G. As alterações na concentração extracelular do cálcio são detectadas por esses receptores, que estimularão ou mesmo inibirão a produção do PTH via RNA-mensageiro (RNAm). No HPT2º, anormalidades na expressão do receptor de cálcio têm sido responsabilizadas pela proliferação celular e pela conhecida disfunção das paratiróides em detectar as variações do cálcio extracelular.5,15,17,28,29,31,32 Embora se acredite que a hiperplasia das paratiróides seja inicialmente causada por uma hiporregulação (downregulation) desses receptores de cálcio, recente estudo em ratos urêmicos indicou que a hiperplasia pode preceder as anor- 8-1413hiper.p65 49 J Bras Nefrol 2002;24(1):48-55 49 malidades do receptor.33 Independentemente da seqüência desses fatos, Gogusev et al15 detectaram uma reduzida expressão dos receptores de cálcio nas células paratiroideanas de pacientes com HPT2º, quando comparadas a de indivíduos normais. Essa hiporregulação mostrou-se mais acentuada nas glândulas com hiperplasia do tipo nodular que do tipo difusa. O desenvolvimento da hiperplasia nodular tem sido também atribuído a anomalias genéticas. Falchetti et al34 observaram a perda de um alelo do cromossoma 11 em glândulas paratiroideanas aumentadas de alguns pacientes em diálise, responsabilizando essa mutação genética pelo desenvolvimento de quadros graves de HPT2º. Esses resultados sugerem que a proliferação tumoral autônoma das paratiróides, nessa circunstância, poderia ser conseqüência da inativação de um gene supressor tumoral localizado no cromossoma 11. Outro fator responsável na gênese do HPT2º é o déficit de vitamina D, particularmente do calcitriol ou 1,25(OH)2D3, seu metabólito mais ativo. Nas glândulas paratiróides, a vitamina D pode agir de forma direta, ligando-se a seus receptores presentes na superfície das células, inibindo a transcrição do RNAm do PTH. Essa ação acarreta a redução da síntese hormonal e a proliferação celular,14,20,23,28 assim como, para os receptores de cálcio, alguns estudos têm demonstrado uma redução da expressão do receptor de vitamina D nas paratiróides de pacientes com HPT2º, principalmente nas áreas de proliferação nodular quando comparadas às de proliferação difusa.1,4,5,14,28 Essas alterações parecem ser fundamentais na gênese do HPT2º e podem explicar a relativa ineficiência no tratamento com vitamina D, particularmente naqueles pacientes com hiperplasia nodular, o que caracteriza os quadros de HPT2º autônomo. Nessa situação, a hipersecreção de PTH ocorre mesmo na vigência de níveis normais, ou até mesmo elevados, de cálcio e/ou vitamina D. O controle da hiperfosfatemia tem sido de fundamental importância no manuseio do HPT2º, uma vez que estudos clínicos e experimentais têm demonstrado que, na presença de níveis elevados de fósforo, a terapia com vitamina D é pouco efetiva. Além disso, a hiperfosfatemia tem sido implicada como importante fator de risco na mortalidade de indivíduos em diálise.35 Após a teoria do trade off, proposta por Bricker & Slatopolsky25,36 na década de 70, vários autores têm demonstrado a importância do fósforo na fisiopatogenia do HPT2º.24,26,37-41 Inicialmente, os estudos apontavam para um papel indireto do fósforo sobre o PTH, 26/04/02, 11:19 50 J Bras Nefrol 2002;24(1):48-55 via hipocalcemia. Dessa forma, a hiperfosfatemia, por aumentar a resistência óssea ao PTH e inibir a produção de vitamina D, estimularia secundariamente a produção de PTH pela redução da calcemia.1,4,42 Entretanto, um efeito direto do fósforo na secreção de PTH, como também na proliferação das células paratiroideanas, tem sido demonstrado in vitro e in vivo.24,28,43-46 Esse efeito ocorre por um mecanismo pós-transcripcional em que se evidencia o aumento da expressão do RNAm do PTH. Embora o efeito direto do fósforo sobre a glândula esteja bem estabelecido, até o momento não se identificou um receptor específico desse mineral nas células paratiroideanas. Entretanto, estudos têm relatado que a hiperfosfatemia reduz a expressão dos receptores de cálcio e da vitamina D, causando resistência da glândula aos efeitos terapêuticos do cálcio e do calcitriol.47,48 Finalmente, outro fator que pode participar de forma indireta na patogênese do HPT2º é a resistência óssea à ação calcêmica do PTH,49-51 que se baseia em um menor incremento da calcemia frente às elevações desse hormônio. Assim, sabe-se que pacientes com IRC necessitam de maiores níveis de PTH para manter a calcemia e o turnover ósseo normais. Nesse sentido, a análise histomorfométrica de biópsias ósseas de indivíduos em diálise tem apontado para valores de PTHintacto (PTHi), duas a três vezes o limite superior do método, como ideais para a manutenção do turnover ósseo normal.9,12,52 Uma provável causa para a resistência óssea do paciente urêmico baseia-se na presença de uma hiporregulação de receptores de PTH nas células ósseas,49-51 basicamente nos osteoblastos, como conseqüência da retenção de fósforo16 e de toxinas urêmicas.53 Recentemente, a real presença da resistência óssea ao PTH tem sido questionada após o advento de novos ensaios capazes de determinar especificamente a seqüência 1-84 do PTH, chamado de whole-PTH.54,55 Esses estudos detectaram no plasma uma molécula biologicamente inativa, provavelmente o fragmento PTH 7-84, que, juntamente com o PTH 1-84, é medido pela maioria dos radioimunoensaios já existentes. Dessa forma, não haveria uma resistência óssea ao PTH, e sim valores superestimados do hormônio medidos pelos ensaios do tipo intacto. No entanto, esses estudos envolvendo o whole-PTH não foram capazes de negar categoricamente a teoria da resistência óssea ao PTH na IRC. Além disso, Slatopolsky et al56 observaram em ratos urêmicos possíveis efeitos bloqueadores do fragmento 7-84 sobre a atividade 8-1413hiper.p65 50 Hiperparatiroidismo secundário – Mendonça DU et al. do PTH 1-84, sugerindo um novo mecanismo para a resistência óssea na uremia. Aspectos clínicos A forma de apresentação clínica do HPT2º tem se modificado nas últimas décadas, uma vez que dores ósseas, fraqueza muscular, prurido, rotura de tendão, calcificação metastática e deformidades esqueléticas eram mais comumente observados. Atualmente, a grande maioria dos pacientes em diálise é oligossintomática graças às medidas preventivas e ao precoce controle do HPT2º. No entanto, importantes problemas clínicos têm emergido nos últimos anos, como hiperfosfatemia, calcificação coronariana e calcifilaxia. Recentemente, Block et al35 demonstraram, em uma grande série de indivíduos em hemodiálise, que níveis séricos de fósforo maiores que 6,5 mg/dL eram marcadores de mortalidade cardiovascular. A hiperfosfatemia em diálise tem como causas principais a não restrição dietética, o uso incorreto de quelantes, a incapacidade da diálise em remover adequadamente o fósforo e a liberação de fósforo pelo osso conseqüente ao HPT2º não-controlado. A restrição dietética de fósforo requer a supervisão contínua de um nutricionista especializado em pacientes com IRC. Tal tarefa muitas vezes torna-se árdua, pois a restrição de fósforo se faz por restrição protéica na dieta, o que, além de oferecer risco de desnutrição, não conta, na maioria das vezes, com a aderência do paciente. Em relação aos quelantes de fósforo, os mais utilizados atualmente são o acetato e o carbonato de cálcio, cujos efeitos têm se mostrado similares.57 A inconveniência do uso de quelantes à base de cálcio reside no fato de se administrar continuamente sais de cálcio ao paciente em diálise, o que poderia induzir o desenvolvimento de calcificações metastáticas e calcifilaxia. Além disso, há que se atentar para o momento no qual o quelante deve ser administrado, isto é, durante ou imediatamente após a refeição que contenha proteínas. A inadvertida prescrição de quelantes de fósforo, fixada somente às principais refeições, comumente acarreta ineficácia do tratamento. Embora a diálise de quatro horas seja limitada na remoção do fósforo,58 um estudo recente sobre diálise noturna diária demonstrou um decréscimo significante dos níveis de fósforo quando comparada à diálise convencional.59 Foi surpreendente que a ingestão de fósforo pôde ser aumentada em 50% nos indivíduos sob diálise noturna e que, em nenhum deles, houve necessidade do uso de que- 26/04/02, 11:19 Hiperparatiroidismo secundário – Mendonça DU et al. lantes de fósforo. Ao lado dos problemas que contribuem para a manutenção da hiperfosfatemia, está a liberação de fósforo do osso conseqüente à reabsorção óssea do HPT2º, muitas vezes negligenciada pelo nefrologista.60 As conseqüências clínicas da hiperfosfatemia persistente são graves, principalmente no que diz respeito às calcificações de tecidos moles. Parfitt61 demonstrou que o grau de elevação do produto cálcio x fósforo (Ca x P) correlacionou-se à incidência de calcificações metastáticas. Dentre elas, a mais importante é a que ocorre nas artérias coronarianas, freqüentemente observada em indivíduos urêmicos por meio da tomografia computadorizada por feixe de elétrons. Braun et al62 observaram que os escores de cálcio em coronárias de pacientes em diálise eram 2,5 a 5 vezes maiores que os de indivíduos não dialisados, com ou sem doença cardiovascular, e que tais calcificações estiveram associadas ao produto Ca x P maior que 55 mg2/dL2. Recentemente, foi observado que as calcificações coronarianas são mais freqüentes na população jovem americana em diálise que em seus pares não-dialisados.63 Além disso, nesse estudo, o fósforo sérico e o produto Ca x P foram mais elevados naqueles pacientes com calcificação coronariana, assim como a duração da diálise e a ingestão diária de cálcio. Paralelamente às calcificações coronarianas, está a arteriolopatia urêmica cálcica, mais conhecida como calcifilaxia, que, embora rara, é encontrada principalmente em pacientes com IRC. De patogênese pouco clara, a calcifilaxia caracteriza-se por lesão cutânea que se assemelha ao livedo reticular, com nódulos violáceos superficiais, envolvendo principalmente as pontas dos dedos dos pés, tornozelos, coxas e nádegas. As lesões progridem, tornam-se hemorrágicas e evoluem para necrose isquêmica. Outras características da calcifilaxia são a simetria bilateral, a natureza superficial da lesão, a presença de pulso distal, homolateral à região da necrose, e a evolução final para gangrena.16,64 A biópsia dos nódulos de pele mostram a presença de depósitos de cálcio no interior da parede de pequenas artérias. A ligação entre calcifilaxia e HPT2º reside em observações anteriores nas quais a paratiroidectomia (PTX) foi seguida pela melhora sensível das lesões.65-67 O desenvolvimento da calcifilaxia parece depender do meio urêmico associado a um elevado produto Ca x P.65 O elevado conteúdo de cálcio presente na pele de pacientes com calcifilaxia68 e a reversão das lesões após a diminuição da concentração de cálcio do dialisato69 apontam para a 8-1413hiper.p65 51 J Bras Nefrol 2002;24(1):48-55 51 importância da sobrecarga de cálcio a que pacientes em diálise são submetidos com o uso de quelantes de fósforo.64 Embora o elevado nível de PTH seja reportado como fator patogênico da calcifilaxia, um número de casos de calcifilaxia associados a níveis reduzidos de PTH tem sido descrito.70 Outros fatores, como obesidade, principalmente em mulheres de raça branca, também têm sido associados à calcifilaxia.71,72 Llach & Forero64 avaliaram 22 pacientes urêmicos com calcifilaxia, estando a obesidade presente em 16 deles. Todos apresentavam elevado produto Ca x P, porém apenas três cursavam com níveis elevados de PTH. Em 16 dos 22 pacientes, foram estabelecidas a descontinuidade do uso de quelantes à base de cálcio e a redução do cálcio do dialisato (0 a 2 mEq/L) por cinco dias na semana. Dez pacientes apresentaram melhora significante das lesões de pele, e seis pacientes evoluíram para resolução total. Assim, o aumento da carga de cálcio a pacientes com IRC pode predispor ao aparecimento de calcificações vasculares e calcifilaxia. Aspectos terapêuticos O principal dilema no tratamento do HPT2º é o controle da hiperfosfatemia. Os quelantes de fósforo à base de cálcio estão limitados àqueles pacientes com fósforo sérico menor que 6 mg/dL ou produto Ca x P abaixo de 55 mg2/dL2, sem hipercalcemia e/ou evidência de calcificação metastática. Nesse sentido, o advento de quelantes livres de cálcio, alumínio ou magnésio, como o hidrocloreto de Sevelamer, trouxe novas perspectivas no tratamento dessa condição clínica, permitindo maior liberdade no uso da vitamina D.73,74 Além disso, essa droga tem um efeito benéfico adicional na redução dos níveis séricos de colesterol e das lipoproteínas de baixa densidade. No passado, o calcitriol foi considerado o tratamento de escolha para o HPT2º, disponível nas formas oral e endovenosa. No entanto, a hipercalcemia e a hiperfosfatemia têm sido fatores limitantes desse tipo de tratamento, além de alguns pacientes com HPT2º grave não responderem à terapia com vitamina D.75 Para esses pacientes, restam, como alternativas, os novos análogos de vitamina D ou mesmo a PTX. Muito esforço tem sido feito no sentido de desenvolver um análogo da vitamina D que possa inibir a produção de PTH sem, contudo, causar hipercalcemia e/ou hiperfosfatemia. A maioria deles não está disponível no Brasil. Os compostos 22-oxacalcitriol e 19-nor-1,25 dihidroxivitamina D parecem causar menos episódios 26/04/02, 11:19 Hiperparatiroidismo secundário – Mendonça DU et al. J Bras Nefrol 2002;24(1):48-55 52 de hipercalcemia e hiperfosfatemia.76 No entanto, outros estudos têm apresentado resultados controversos.77 Outro análogo da vitamina D, o paricalcitol (19-nor1,25 dihidroxivitamina D2), foi o único composto que em estudos experimentais apresentou um importante poder inibitório sobre o PTH sem qualquer efeito hipercalcêmico ou hiperfosfatêmico.78 A razão para isso parece residir no fato de que o paricalcitol é menos efetivo que o calcitriol em expressar o receptor intestinal de vitamina D.79-81 Outros compostos, como o doxercalciferol (1α-hidroxivitamina D2) e o alfacalcidol (1α-hidroxivitamina D3), esse último disponível no país, necessitam da hidroxilação hepática no carbono 25 antes de exibir sua atividade biológica completa.82,83 Embora sejam drogas que inibam a secreção de PTH, ainda há necessidade de novos estudos que determinem se elas provocam menos episódios de hipercalcemia e hiperfosfatemia quando comparadas ao calcitriol. Finalmente, os recentemente descritos agentes calcimiméticos são promissores no controle do HPT2º.8486 Eles aumentam a sensibilidade do receptor de cálcio pelo cálcio extracelular e inibem a liberação de PTH das células paratiroideanas. Seus efeitos, demonstrados em animais urêmicos, compreendem a redução do PTH e da calcemia, além de evitar o desenvolvimento da hiperplasia da paratiróide.87 Dados preliminares de pacientes em diálise, utilizando o agente calcimimético R568, mostraram redução significativa do PTH, embora muitos pacientes tenham desenvolvido hipocalcemia sintomática. Outros estudos, em longo prazo, ainda serão necessários para comprovar a verdadeira eficácia e os efeitos colaterais desses agentes. Quando o tratamento clínico do HPT2º falha, o último recurso é a PTX. No passado, o tipo de PTX mais comumente realizado era a PTX subtotal. Posteriormente, devido às altas taxas de recorrência, esse tipo deu lugar à PTX total com auto-implante. 88,89 Alguns estudos, no entanto, constataram resultados similares entre os dois tipos de cirurgia.23 Uma opção mais recente foi a PTX total sem auto-implante, que, embora não apresentasse recorrência do HPT2º, acarretava hipoparatiroidismo na maioria dos pacientes.90 Atualmente, a cirurgia mais freqüentemente proposta é a PTX com auto-implante, que pode ser realizada no antebraço ou na região pré-esternal.89-91 Sua vantagem, diferentemente do tipo subtotal, está na facilidade de acesso ao enxerto no caso de excesso ou mesmo falta de tecido paratiroideano. Uma alternativa à PTX é a injeção percutânea, guiada pela ultra-sonografia, de etanol ou calcitriol na glândula paratiróide, cujos resultados na literatura ainda são pouco consistentes.91,92 Em conclusão, apesar dos avanços no conhecimento da fisiopatogenia do HPT2º e de sua aplicação no descobrimento de novas medidas terapêuticas, a melhor arma contra o HPT2º é a prevenção. A gravidade de suas complicações, que resultam no aumento da morbimortalidade do paciente com IRC, exige formas de tratamento cada vez mais eficazes que venham a proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente em diálise. R e f e r ê n c i a s 1. Drüeke TB. The pathogenesis of parathyroid gland hyperplasia in chronic renal failure. Kidney Int 1995;48:259-72. 7. Monier-Faugere MC, Malluche HH. Trends in renal osteodystrohy: a survey from 1983 to 1995 in total of 2248 patients. Nephrol Dial Transplant 1996;11(Suppl 3):111-20. 2. Felsenfeld A, Llach F. Parathyroid gland function in chronic renal failure. Kidney Int 1993;43:771-89. 8. 3. Malluche H, Faugere MC. Renal bone disease 1990: An unmet challenge for the nephrologist. Kidney Int 1990;38:193-211. Pei Y, Hercz G, Greenwood C, Segre G, Manuel A, Saiphoo C, et al. Risk factors for renal osteodystrophy: a multivariant analysis. J Bone Min Res 1995;10:149-56. 9. 4. Parfitt AM. The hyperparathyroidism of chronic renal failure: a disorder of growth. Kidney Int 1997;52:3-9. Quarles LD, Lobaugh B, Murphy G. Intact parathyroid hormone overestimates the presence and severity of parathytoid-mediated osseous abnormalities in uremia. J Clin Endocrinol Metab 1992;75:145-50. 5. Slatopolsky E, Brown A, Dusso A. Pathogenesis of secondary hyperparathyroidism. Kidney Int 1999;56(Suppl 73):S14-S9. 6. Fournier A, Oprisiu R, Said S, Sechet A, Ghazali A, Marié A, et al. Invasive versus non-invasive diagnosis of renal bone disease. Curr Opin Nephrol Hypertens 1997;333-48. 8-1413hiper.p65 52 10. Salem MM. Hyperparathyroidism in the hemodialysis population: a survey of 612 patients. Am J Kidney Dis 1997;29:862-5. 11. Sherrard DJ, Hercz G, Pei Y, Maloney NA, Greenwood C, Manuel A, et al. The spectrum of bone disease in endstage renal failure: an evolving disorder. Kidney Int 1993;43:436-42. 26/04/02, 11:19 Hiperparatiroidismo secundário – Mendonça DU et al. 12. Torres A, Lorenzo V, Hernández D, Rodríguez JC, Concepcion MT, Bonis E, et al. Bone disease in predialysis, hemodialysis, and CAPD patients: evidence of a better bone response to PTH. Kidney Int 1995;47:1434-42. 13. Chertow GM, Plone M, Dillon MA, Burke SK, Slatopolsky E. Hyperparathyroidism and dialysis vintage. Clin Nephrol 2000;54(4):295-300. 14. Fukuda N, Tanaka H, Tominaga Y, Fukagawa M, Seino Y. Decreased 1,25, dihidroxyvitamin D3 receptor density is associated with a more severe form of parathyroid hyperplasia in chronic uremic patients. J Clin Invest 1993;92:1436-43. 15. Gogusey J, Duchambon P, Hory B, Giovannini M, Goureau Y, Sarfati E, et al. Depressed expression of calcium receptor in parathyroid gland tissue of patients with hyperparathyroidism. Kidney Int 1997;51:328-36. 16. Llach F. Hyperphosphatemia in end-stage renal disease patients: pathophysiological consequences. Kidney Int 1999;56(Suppl 73):S31-S7. 17. Rostand S, Drüeke T. Parathyroid hormone, vitamin D, and cardiovascular disease in chronic renal failure. Kidney Int1999;56:383-92. 18. Coburn JW, Hartenbower DL, Massry SG. Intestinal absorption of calcium and the effect of renal insufficiency. Kidney Int 1973;4:96-104. 19. Korkor AB. Reduced binding of 1,25,dihidroxyvitamin D3 in the parathyroid glands of patients it renal failure. N Eng J Med 1987;316:1573-7. 20. Naveh-Many T, Marx R, Keshet E, Pike W, Silver J. Regulation of 1,25, dihidroxyvitamin D3 receptor gene expression by 1,25, dihidroxyvitamin D3 in the parathyroid in vivo. J Clin Invest 1990;86:1968-75. 21. Akizawa T, Fukagawa M. Modulation of parathyroid cell function by calcium ion in health and uremia. Am J Med Sci 1999;317:358-62. 22. Pollack MR, Brown EM, Chou YW, Hebert SC, Seidman CE, Seidman JG. Mutations in the human Ca 2+ sensing receptor gene cause familial hypocalciuric hypercalcemia, neonatal severe hyperparathyroidism, and autosomal dominant hypocalcemia [Abstract]. J Am Soc Nephrol 1994;5:871. 23. Drüeke TB, Zingraff J. The dilemma of parathyroidectomy in chronic renal failure. Curr Opin Nephrol Hypertens 1994;3:386-95. 24. Kilav R, Silver J, Naveh-Many T. Parathyroid hormone gene expression in hypophosphatemic rats. J Clin Invest 1995;96:327-33. 25. Slatopolsky E, Bricker NS. The role of phosphorus restriction the prevention of hyperparathyroidism in chronic renal failure. Kidney Int 1973;4:141-5. 26. Slatopolsky E, Finch J, Denda M, Macdonald PN, Dusso A, Brown A. Phosphorus restriction prevents parathyroid gland growth. J Clin Invest 1996;97:2534-40. 8-1413hiper.p65 53 J Bras Nefrol 2002;24(1):48-55 53 27. Hruska KA, Teitebaum SL. Renal of Osteodystrophy. N Engl J Med 1995;333:166-74. 28. Silver J, Sela SB, Naveh-Many T. Regulation of parathyroid cell proliferation. Curr Opin Nephrol Hypertens 1997;6:3216. 29. Silver J, Yalcindag C, Sela-Brown A, Kilav R, Naveh-Many T. Regulation of the parathyroid hormone gene by vitamin D, calcium and phosphate. Kidney Int 1999;56(Suppl 73):S2S7. 30. Brown EM, Pollak M, Seidman CE, Chou YHW, Riccardi D, Hebert SC. Calcium-ion-sensing cell-surface receptors. N Eng J Med 1995;333:234-40. 31. Hory B, Drueke TB. The parathyroid-bone axis in uremia: new insights into old questions. Curr Opion Nephrol Hypertens 1997;6:40-8. 32. Naveh-Many T, Silver J. Regulation of parathyroid hormone gene expression by hipocalcemia, hypercalcemia and vitamin D in the rat. J Clin Invest 1990;86:1313-9. 33. Ritter CS, Finch JL, Slatopolsky EA, Brown AJ. Parathyroid hyperplasia in uremic rats precedes down-regulation of the calcium receptor. Kidney Int 2001;60:1737-44. 34. Falchetti A, Bale AE, Amorisi A, Bordi C, Cicchi P, Bandini S, et al. Progression of uremic hyperparathyroidism involves allelic loss on chromosome II. J Clin Endocrinol Metab 1993;76:139-44. 35. Block GA, Hulbert-Shearon E, Levin NW, Port FK. Associations of serum phosphorus and calcium x phosphate product with mortality risk in chronic hemodialysis patients: A national study. Am J Kidney Dis 1998;31:607-17. 36. Bricker NS. On the pathogenesis of the uremic state: an exposition of the trade-off hypothesis. N Eng J Med. 1972; 286:1093-1099. 37. Calvo MS. Dietary phosphorus, calcium metabolism and bone. J Nutr 1993;123:1627-33. 38. Cuppari L, Carvalho AB, Lobão RRS, Ventura RTP, Draibe AS. Phosphorus supplementation in predialysis patients with adynamic bone disease. Clin Nephrol 2001;56(1):35-43. 39. Davis GR, Zerwekh JE, Parker TF, Krejs GJ, Pak GY, Fordtran JS. Absorption of phosphate in the jejunun of patients with chronic renal failure before and after correction of vitamin D deficiency. Gastroenterology 1983;85:908-16. 40. Hernández A, Concepción MT, Rodríguez M, Salido E, Torres A. High phosphorus diet increases preproPTH mRNA independent of calcium and calcitriol in normal rats. Kidney Int 1996;50:1872-8. 41. Slatopolsky E, Dusso A, Brown A. The role of phosphorus in the development of secondary hyperparathyroidism and parathyroid cell proliferation in chronic renal failure. Am J Med Sci 1999;317:370-6. 42. Fournier A, Oprisiu R, Hottelart C, Yverneau PH, Ghazali A, Atik A, et al. Renal osteodystrophy in dialysis patients: diagnosis and treatment. Artificial Organs 1998;22:530-57. 26/04/02, 11:19 54 J Bras Nefrol 2002;24(1):48-55 43. Tatsumi S, Segawa H, Morita K, Haga H, Yamamoto H, Inoue Y, et al. Molecular cloning and hormonal regulation of PiT1, a sodium-dependent phosphate cotransporter from rat parathyroid glands. Endocrinology 1998;139:1692-9. 44. Lucas PA, Brown RC, Woodhead JS, Coles G. 1,25Dihydroxycholecalciferol and parathyroid hormone in advanced renal failure: effect of simultaneous protein and phosphorus restriction. Clin Nephrol 1986;25:7-12. 45. Lopez-Hilker S, Dusso AS, Rapp NS, Martin KJ, Slatopolsky E. Phosphorus restriction reverses hyperthyroidism in uremia independent of changes in calcium and calcitriol. Am J Physiol 1990;259:F432-F7. 46. Navah-Many T, Rahamimov R, Livini N, Silver J. Parathyroid cell proliferation in normal and chronic renal failure rats: The effects of calcium, phosphate and vitamin D. J Clin Invest 1995;96:1786-93. 47. Hernandez A, Concepcion MT, Rodriguez M, Salido E, Torres A. High phosphorus diet increases preproPTH mRNA independent of calcium and calcitriol in normal rats. Kidney Int 1996;50:1872-8. 48. Ritter CS, Finch JL, Slatopolsky E, Brown A. The decreased calcium parathyroid gland of rats with chronic renal insufficiency can be restored with phosphate restriction [abstract]. J Am Soc Nephrol 1996;10:625. 49. Hoyland JA, Picton ML. Cellular mechanisms of renal osteodystrophy. Kidney Int 1999;56(Suppl 73):S8-S13. 50. Massry SG, Coburn JW, Lee DB, Jowsey J, Kleeman CR. Skeletal resistance to parathyroid hormone in renal failure. Ann Int Med 1973;78:357-64. 51. Urena P, Kubrusly M, Mannstadt M, Huuby M, Ailve C, Lacour B, et al. The renal PTH/PTHrP receptor is downregulated in rats with chronic renal failure. Kidney Int 1995;45:605-11. 52. Qi Q, Faugere MC, Geng Z, Maluche HH. Predictive value of serum parathyroid hormone levels for bone turnover in patients on chronic maintenance dialysis. Am J Kidney Dis 1995;26:622-31. 53. Patel SR, Ke HQ, Vanholder R, Koenig RJ, Hsu CH. Inhibition of calcitriol receptor binding to vitamin D response elements by uremic toxins. J Clin Invest 1995;96:50-9. 54. Gao P, Schmidt-Gayk H, Dittrich K, Nolting B, Maier A, Roth HJ, et al. Immunochemiluminometric assay with two monoclonal antibodies against the N-terminal sequence of human parathyroid hormone. Clin Chim Acta 1996;245(1):39-59. 55. Gao P, Scheibel S, DAmour P, John MR, Rao SD, SchmidtGayk H, et al. Development of a novel immunoradiometric assay exclusively for biologically active whole parathyroid hormone 1-84: implications for improvement of accurate assessment of parathyroid function. J Bone Miner Res 2001;16:605-14. 56. Slatopolsky E, Finch J, Clay P, Martin D, Sicard G, Singer G, et al. A novel mechanism for skeletal resistance in uremia. Kidney Int 2000;58(2):753-61. 8-1413hiper.p65 54 Hiperparatiroidismo secundário – Mendonça DU et al. 57. Musci I, Hercz G. Control of serum phosphate in patients with renal failure. New approaches. Nephrol Dial Transplant 1998;13:2457-60. 58. Lowrie EG, Lew NL. Death risk in hemodialysis patients: the predictive value of commonly measured variables and an evaluation of death rate differences between facilities. Am J Kidney Dis 1990;15:458-82. 59. Nucsi I, Hercz G, Uldall R, Ouwendyk M, Francoeur R, Pierratos A. Control of serum phosphate without any phosphate binders in patients treated with nocturnal hemodialysis. Kidney Int 1998;53:1399-404. 60. Kurz P, Moniere-Faugere MC, Wegner E, Roth P, Malluche HH. Evidence for abnormal calcium homeostasis in patients with adynamic bone disease. Kidney Int 1994;46:855-61. 61. Parfitt SM. Soft tissue calcification in uremia. Arch Intern Med 1969;124:544-52. 62. Braun J, Oldendorf M, Mostage W, Heider R, Zeitler E, Luff FC. Electron beam computed tomography in the evaluation of cardiac calcifications in chronic dialysis patients. Am J Kidney Dis 1996;27:394-401. 63. Goodman WG, Goldin J, Luizon BD, Salusky I. Coronary artery calcification in young adults with end-stage renal disease undergoing dialysis. N Engl J Med 2000;342:1478-83. 64. Llach F, Velasquez Forero F. Secondary hyperparathyroidism in chronic renal failure: pathogenic and clinical aspects. Am J Kidney Dis 2001;38(Suppl 5):S20-33. 65. Gipstein RM, Coburn JW, Adams DA, Massry SG. Calciphylaxis in man. Arch Intern Med 1976;136:1273-80. 66. Richens G, Piepkora MW, Kruege OC. Calcifying panniculitis associated with renal failure. J Am Acad Dermatol 1982;6:537-9. 67. Biedermann K, Brunner U, Jelfenstein U, Berg A. Uremic small artery disease with medical calcification and intimal hypertrophy (so-called calciphylaxis): a complication of chronic renal failure and benefits from parathyroidectomy. J Am Acad Dermatol 1995;33:954-62. 68. Massry SG, Coburn JW, Hartenbower DL, Shinaberger JH, Depalma JR, Chapman E, et al. Mineral content of human skin in uremia: effect of secondary hyperparathyroidism and hemodialysis. Proc Eur Dial Transplant Assoc 1970;7:146-8. 69. Massry SO, Coburn JW, Hartenbower DL, Shinaberger JH, Depalma JR, Chapman E, et al. The effect of calcemic disorders and uremia or the mineral content of the skin. Israel J Med Sci 1971;7:514-7. 70. Fournier A, Moriniere P, Marie A. Adynamic bone disease: is it actually a disease? Nephrol Dial Transplant 1995;10:454-7. 71. Ahmed S, ONeill KD, Hood AF, Evan AP, Moe SM. Calciphylaxis is associated with hyperphosphatemia and increased osteopontin expression by vascular smooth muscle cells. Am J Kidney Dis 2001;37(6):1267-76. 26/04/02, 11:19 Hiperparatiroidismo secundário – Mendonça DU et al. J Bras Nefrol 2002;24(1):48-55 55 72. Mazhar AR, Johnson RJ, Gillen D, Stivelman JC, Ryan MJ, Davis CL, et al. Risk factors and mortality associated with calciphylaxis in end-stage renal disease. Kidney Int 2001;60(1):324-32. 84. Brown EM, Pollak M, Hebert SC. Sensing of extracellular Ca 2+ by parathyroid and kidney cells: Cloning and characterization of an extracellular Ca2+ sensing receptor. Am J Kidney Dis 1995;25:506-13. 73. Chertow GM, Burke SK, Lazarus JM. Poly (allylamine hydrochloride) (RenaGel): a noncalcemic phosphate binder for the treatment of hyperphosphatemia in chronic renal failure. Am J Kidney Dis 1997;29:66-71. 85. Martinez I, Saracho R, Montenegro L, Llach F. A deficit of calcitriol may not be the initial factor in the pathogenesis of secondary hyperparathyroidism. Nephrol Dial Transplant 1996;11:22-8. 74. Chertow GM, Dillon M, Burke SKl. A randomized trial of sevelamer hydrochloride (RenaGel) with and without supplemental calcium: Strategies for the control of hyperphosphatemia and hyperparathyroidism in hemodialysis patients. Clin Nephrol 1999;51:18-26. 86. Kifor O, Moore FD, Wang P, White M. Reduced immunostaining for the extracellular Ca2+-sensing receptor in primary and uremic secondary hyperparathyroidism. J Clin Endocrinol Metab 1996;81:1598-606. 75. Felsenfeld AJ. Considerations for the treatment of secondary hyperparathyroidism in renal failure. J Am Soc Nephrol 1997;8:993-1004. 76. Brown AJ, Ritter CR, Finch JL. The noncalcemic analogue of vitamin D, 22- oxacalcitriol, suppresses parathyroid hormone synthesis and secretion. J Clin Invest 1989;84:728-32. 77. Monier-Faugere MC, Geng Z, Friedler RM, 22-Oxacalcitriol suppresses secondary hyperparathyroidism without inducing low bone turnover in dogs with renal failure. Kidney Int 1999;55:821-32. 78. Slatopolsky E, Finch J, Ritter C, Brown A. A new analog of calcitriol, 19-nor-1,25-(OH) 2D2, suppresses parathyroid gland hormone secretion in uremic rats in the absence of hypercalcemia. Am J Kidney Dis 1995;26:852-60. 79. Takahashi F, Finch JL, Denda M, Slatopolsky E. A new analog of 1,25-(OH) 2 D 2 , suppresses serum PTH and parathyroid gland growth in uremic rats without elevation of intestinal vitamin D receptor content. Am J Kidney Dis 1997;30:105-12. 80. Brown AJ. Vitamin D analogues. Am J Kidney Dis 1998;32(Suppl 12):S25-S39. 81. Llach F, Keshav G, Goldblat MV, Lindberg JS, Sadler R, Delmez J, et al. Suppression of parathyroid hormone secretion in hemodialysis patients by a novel vitamin D analogue: 19-Nor-1,25-dihydroxyvitamin D2. Am J Kidney Dis 1998;32(Suppl 2):S48-S54. 82. Weber K, Goldberg M, Stangsainger M, Erben RG. Hydroxyvitamin D2 is less toxic but not bone selective relative to hydroxyvitamin D3 in ovarectomized rats. J Bone Miner Res 2001;16:639-44. 83. Tan Au JR, Levine BS, Mazess RB, Coburn J. Effective suppression of parathyroid hormone by 1 alpha-hydroxyvitamin D 2 in hemodialysis patients with moderate to severe secondary hyperparathyroidism. Kidney Int 1997;51:317-23. 8-1413hiper.p65 55 87. Wada M, Furuya Y, Sakiyama J, Kobayashi N, Miyata S, Ishii H, et al. The calcimimetic compound NPS R-568 suppresses parathyroid cell proliferation in rats with renal insufficiency: Control of parathyroid cell growth via a calcium receptor. J Clin Invest 1997;100:2977-83. 88. Decker PA, Cohen EP, Doffek KM, Ashley BA, Bienemann ME, Zhu YR, et al. Subtotal parathyroidectomy in renal failure: still needed after all these years. World J Surg 2001;25(6):708-12. 89. Tominaga Y, Uchida K, Haba T, Katayama A, Sato T, Hibi Y, et al. More than 1,000 cases of total parathyroidectomy with forearm autograft for renal hyperparathyroidism. Am J Kidney Dis 2001;38(Suppl 1):S168-71. 90. Leme GM, Carvalho AB, Lobão RRS, Draibe AS. Insuficiência renal crônica: revisão em paratireoidectomia. J Bras Nefrol 2001;23:187-90. 91. Fukagawa M, Tominaga Y, Kitaoka M, Kakuta T, Kurokawa K. Medical and surgical aspects of parathyroidectomy. Kidney Inr 1999;56(Suppl 73):S65-S9. 92. Kitaoka M, Fukagawa M, Kurokawa K. Direct injection of calcitriol into parathyroid hyperplasia in chronic dialysis patients with severe parathyroid hyperfunction. Nephrology 1995;1:563-8. Recebido em 23/11/2001. Fonte de financiamento e conflito de interesses inexistentes. Endereço para correspondência: Aluízio B Carvalho Hospital do Rim e Hipertensão – FFundação undação Oswaldo R amos Ramos Rua Borges Lagoa, 960, Vila Clementino 04038-002 São PPaulo, aulo, SP SP,, Brasil Tel.: (0xx11) 5087-8000 E-mail: [email protected] 26/04/02, 11:19