PrezadoColega, Estedocumentotemcomoobjetivoinformaraosmédicosendocrinologistassobreoprotocolo de uso de hormônio de crescimento (Growth Hormone – GH) no SUS. O mesmo é baseado na PORTARIA Nº 110, DE 10 DE MARÇO DE 2010 do Ministério da Saúde conforme discutido em reuniãonasededaSBEM-RSem17denovembrode2015.Osdestaquesegrifossãodenossaparte. Para maiores detalhes, por exemplo tempo de tratamento, interrupção, se sugere a leitura da portariaedoprotocolonasuaíntegra. Abaixo são destacados o diagnóstico (clínico, laboratorial e de imagem) da deficiência de GH em crianças, critérios de inclusão e exclusão de uso de GH e termo de esclarecimento e responsabilidade. Em resposta a questionamento de nossos associados lembramos que pelo protocolo na suspeita de deficiência isolada de GH deve se ter dois testes provocativos de GH não responsivos. Entretanto, na presença de defeitos anatômicos ou de defeitos de outros hormônioshipofisários,énecessáriosomenteumtesteprovocativoalterado(veraseguir). PortoAlegre,07deoutubro2016. DiretoriaSBEM-RS ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Av.Ipiranga5311sala104-CEP:90610001 Tel/Fax:[email protected] Protocolo 4.1DIAGNÓSTICOCLÍNICO Crianças Os principais achados clínicos em crianças com deficiência de GH são baixa estatura e redução na velocidade de crescimento. É importante salientar que outras causas de baixa estatura, como displasiasesqueléticas,SíndromedeTurneremmeninasedoençascrônicas,devemserexcluídas. AinvestigaçãoparadeficiênciadeGHestáindicadanasseguintessituações: -baixaestaturagrave,definidacomoestatura(comprimento/altura)inferior-3desvios-padrão(zscore = -3) da curva da Organização Mundial de Saúde (OMS 2007). disponíveis no site http://www.who.int/growthref/. -baixaestatura,definidacomoestaturaentre-3e-2desviospadrão(z-score=-2a-3)daestatura previstaparaaidadeesexo(OMS2007),associadaàreduçãonavelocidadedecrescimento,definida comovelocidadedecrescimentoinferioraopercentil25dacurvadevelocidadedecrescimento; -estaturaacimade-2desvios-padrãoparaidadeesexo,associadaaumabaixíssimavelocidade decrescimento(quedade1desviopadrãonacurvadecrescimentoem12meses). - presença de condição predisponente como lesão intracraniana e irradiação do sistema nervoso central; -deficiênciadeoutroshormônioshipofisários; -sinaisesintomasdedeficiênciadeGH/hipopituitarismonoperíodoneonatal(hipoglicemia,icterícia prolongada,micropênis,defeitosdelinhamédia). 4.2DIAGNÓSTICOLABORATORIAL Crianças Naavaliaçãodebaixaestatura, adosagemdeIGF-1éimportante.ValoresdeIGF-1acimadamédia paraidadeesexosãoforteevidênciacontraodiagnósticodedeficiênciadeGH.NíveisdeIGF-1abaixo de -2 desvios-padrão são sugestivos deste diagnóstico (lembrando entretanto, que crianças normais com baixo peso e menores de 2 anos podem ter níveis baixos de IGF-1). Este diagnóstico deve ser confirmadopelarealizaçãodetestesprovocativosdasecreçãodeGH.Ostestesprovocativosenvolvem estímulos como a administração de insulina, clonidina, levodopa, e glucagon, conforme protocolos específicos. O teste com hipoglicemia insulínica não deve ser realizado em crianças com história de convulsões, cardiopatias ou em menores de 20 kg. Apesar do teste da insulina ter sido considerado como padrão-ouro, têm se preferido a realização do estímulo com clonidina e glucagon, pelo menor perfil de efeitos colaterais. O teste com glucagon tem a vantagem de também avaliar o eixo corticotróficoeserdeescolhaemcriançasmenoresde2anosdeidade. Paratécnicascomoquimioluminescência,imunofluorometria,queutilizamanticorposmonoclonais,o pontodecorteutilizadoéumaconcentraçãodeGHinferiora5ng/ml. NoscasosdesuspeitadedeficiênciaisoladadeGHsãonecessáriosdoistestesprovocativosnãoresponsivos (todos valores inferiores a 5 ng/ml) para que se estabeleça o diagnóstico. Em pacientes que apresentam lesão anatômica ou defeitos da região hipotálamo-hipofisária, história de tratamento com radioterapia e/ou deficiência associada de outros hormônios hipofisários,apenasumtesteprovocativoénecessárioparaodiagnóstico.Nocasodedeficiência deoutroshormônioshipofisários,estesdevemestaradequadamenterepostosantesdarealizaçãodo teste. NoscasosdesuspeitadedeficiênciadeGHnoperíodoprépuberal,poderáserrealizadoprimingcom hormôniossexuaispreviamentearealizaçãodotesteprovocativodesecreçãodeGH: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Av.Ipiranga5311sala104-CEP:90610001 Tel/Fax:[email protected] - meninas: com idade a partir de 8 anos e estágio puberal abaixo de M3 e PH3 de Tanner deverão receberestrógenosconjugadosnadosede1,25mg/m2,viaoral,3doses,administradas72,48e24h antesdarealizaçãodoteste; -meninos:comidadeapartirde9anoseestágiopuberalabaixodePH3deTanner,deverãoreceber cipionatodetestosterona50mgIM,2doses,administradas16diase48hantesdarealizaçãodoteste. 4.3DIAGNÓSTICOPOREXAMESDEIMAGEM Crianças Emcriançascombaixaestaturaereduçãonavelocidadedecrescimento,aavaliaçãodaidadeósseaé ummétodoauxiliarimportanteemcriançasmaioresde2anos.NadeficiênciadeGH,emgeral,aidade ósseatemumatrasomaiorde2desvios-padrão.Nasuspeitaclínica,comconfirmaçãolaboratorialde deficiência de GH, deverá ser realizada avaliação por imagem (tomografia computadorizada ou preferencialmente, ressonância nuclear magnética) da região hipotálamo-hipofisária buscando alterações anatômicas auxiliares no diagnóstico (transecção de haste hipofisária, neurohipófise ectópica,hipoplasiadehipófise,lesõesexpansivasselaresoudisplasiasepto-óptica). 5.CRITÉRIOSDEINCLUSÃO São necessários os itens abaixo além do diagnóstico de deficiência de GH conforme os critérios estabelecidosnoitem3(devemserinformadosnolaudo): CriançaseAdolescentes -Idade,pesoealturaatuais -Pesoecomprimentoaonascer,idadegestacional* - Velocidade de crescimento no último ano ou curva de crescimento (preferencial) em crianças maioresde2anos -Estadiamentopuberal -Alturamedidadospaisbiológicos* -RXmãosepunhosparaidadeóssea -IGF-1, glicemia, TSH E T4 Total ou livre (e demais exames do eixo hipofisário no caso de panhipopituitarismo)easreposiçõeshormonaisrealizadas -Examedeimagem(RNMdehipófise,preferencial) -2testesparaGHcomdataeestímulosdiferentes(informarserealizadoprimingcomestradiolou testosterona).Noscasoscomalteraçõesanatômicaspodeseaceitarumteste. - em lactentes com sinais e sintomas de deficiência de GH/hipopituitarismo (hipoglicemia, icterícia prolongada,micropênis,defeitosdelinhamédia),pode-seaceitarumteste. (Conforme item 4.2 na presença de outros defeitos hormonais hipofisários, também só é necessário1testeprovocativo)(comentárionosso). * na impossibilidade de fornecer tais dados, em casos de crianças adotivas, por exemplo, justificar a nãoinclusãodosmesmos. 6.CRITÉRIOSDEEXCLUSÃO NãopoderãoreceberGHpacientescomqualquerumadascondiçõesaseguir: -doençaneoplásicaativa; -doençaagudagrave; -hipertensãointracranianabenigna; -retinopatiadiabéticaproliferativaoupré-proliferativa. Em caso de doença neoplásica, o tratamento com somatropina somente poderá ser utilizado após liberação documentada por oncologista, decorridos 2 anos do tratamento e remissão completa da doença. Pacientecomintolerânciaaousodomedicamento. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Av.Ipiranga5311sala104-CEP:90610001 Tel/Fax:[email protected] TERMODEESCLARECIMENTOERESPONSABILIDADE Somatropina Eu, _________________________________________ (nome do(a) paciente), declaro ter sido informado(a) claramente sobre os benefícios, riscos, contra-indicações e principais efeitos adversos relacionados ao uso do medicamentosomatropina,indicadoparaotratamentodadeficiênciadehormôniodocrescimento. Os termos médicos foram explicados e todas as minhas dúvidas foram resolvidas pelo médico_________________________________________(nomedomédicoqueprescreve). Assimdeclaroque: Fui claramente informado(a) de que o medicamento que pas-so a receber pode trazer as seguintes melhorias: -aumentodaalturaevelocidadedecrescimentoemcrianças; -aumentodadensidademineralósseaemadultos; -melhoradadislipidemiaemadultos. Fuitambémclaramenteinformadoarespeitodasseguintescontra-indicações,potenciaisefeitosadversose riscos: -nãosesabeaocertoosriscosdousodestemedicamentonagravidez,portanto,casoengravide,devoavisar imediatamenteaomeumédico; -asegurançaparaousodasomatropinaduranteaamamentaçãoaindanãofoiestabelecida; - os efeitos adversos já relatados são os seguintes: reações no local da injeção, como dor, inchaço e inflamação. Algumas reações mais raras incluem dor de cabeça, dor nos músculos, fraqueza, aumento da glicosenosangue,resistênciaàinsulina,dornoquadrile/ounosjoelhos,leucemiaehipotireoidismo. -medicamentoestácontra-indicadoemcasosdehipersensibilidade(alergia)conhecidaaofármaco; -oriscodaocorrênciadeefeitosadversosaumentacomasuperdosagem; Estoucientedequeestemedicamentosomentepodeserutilizadopormim,comprometendo-meadevolvêlocasonãoqueiraounãopossautilizá-loouseotratamentoforinterrompido.Seitambémquecontinuarei seratendido,inclusiveemcasodeeudesistirdeusaromedicamento. Autorizo o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde a fazer uso de informações relativas ao meu tratamento,desdequeasseguradooanonimato. Local:Data: Nomedopaciente: CartãoNacionaldeSaúde: Nomedoresponsávellegal: Documentodeidentificaçãodoresponsávellegal: Assinaturadopacienteoudoresponsávellegal MédicoResponsável: CRM: UF: AssinaturaecarimbodomédicoData:____________________ Observação: Este Termo é obrigatório ao se solicitar o fornecimento de medicamento do Componente de Medicamentos de Dispensação Excepcional (CMDE) e deverá ser preenchido em duas vias, ficando uma arquivadanafarmáciaeaoutraentregueaousuárioouseuresponsávellegal. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Av.Ipiranga5311sala104-CEP:90610001 Tel/Fax:[email protected]