58 Relato de Caso (Case Report) Orthodontic Science and Practice. 2010; 2(9). O expansor mandibular de Prieto associado à ortodontia lingual: relato de caso clínico Prieto mandibular expander associated with Lingual Orthodontics: a clinical-case report Marcos Gabriel do Lago Prieto - Especialista (FOB-USP) e mestre (UNIMAR) em Ortodontia e Ortopedia Facial; Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da ABO-MS. Lucas Tristão Prieto - Cirurgião-dentista graduado pela UFPR; Especializando em Ortodontia ABO-MS. Erika Nana Ishikawa - Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial (ABO-MS); ,Professora do Curso de Especialização em Ortodontia da ABO-MS. Resumo Sendo os desgastes interproximais uma necessidade em casos de discrepância negativa em que não se aplica a extração de pré-molares, acreditamos que expandir previamente os arcos facilita tal mecânica. Para que se consiga um tratamento previsível é preferível que se utilize de dispositivos fixos quando se opta por tal procedimento. Este trabalho enfoca esta abordagem com a apresentação de dois casos clínicos que foram tratados pela Técnica Lingual. Descritores: Apinhamento, expansor mandibular, ortodontia lingual. Abstract When interproximal stripping is required in cases of negative discrepancy in which extraction of premolars is not recommended, it is the authors view that prior expansion the arches facilitates the stripping procedure. For predictable outcomes, fixed appliances are to be preferred for this type of treatment. This study describes two clinical cases that this approach was used in conjunction with Lingual Orthodontics. Descriptors: Crowding; mandibular expander; lingual orthodontics. Correspondência com autor: [email protected] Recebido para publicação: 24/07/2009 Aceito para publicação: 09/03/2010 Orthodontic Science and Practice. 2010; 2(9). Introdução O tratamento ortodôntico bem sucedido, além de ter as suas bases em uma criteriosa análise dos elementos de diagnóstico e na elaboração de um correto plano de tratamento, requer uma atenção especial quanto às preocupações do paciente sobre os tipos de mecanismos a serem empregados na sua correção dentária, pois o que almejam, principalmente os pacientes adultos, é um tratamento rápido, que incomode o mínimo possível e que preferencialmente seja estético. Este artigo apresenta uma proposta de tratamento para o paciente adulto que oferece os recursos necessários para satisfazer tais aspirações, baseada em uma mecânica segura, rápida e confortável para dissipar o apinhamento, facilitando a mecânica de desgastes e a colagem dos braquetes. Quanto ao requisito estético, o tratamento oferecido é o que contempla na totalidade essa exigência, no qual após a fase de expansão, os pacientes foram tratados pela Técnica Lingual. Prieto, M. G. L. Prieto, L. T. Ishikawa, E.N. Casos clínicos Foram selecionados dois casos clínicos apresentando apinhamentos significativos. Foi proposto realizar pequenas expansões para facilitar a mecânica de desgastes e permitir a colagem inicial dos braquetes em um número maior de dentes. Caso clínico 1 O paciente F.Q., 25 anos, gênero masculino, leucoderma, apresentava padrão de crescimento vertical com suave Classe III esquelética, sendo essa característica mais evidenciada pelo excesso de mento. O relacionamento dos dentes posteriores aproximava-se da chave normal, no entanto, a região anterior apresentava um severo apinhamento, tanto superior como inferior, além do trespasse horizontal negativo, mantendo-se apenas o incisivo superior direito em situação de topo (figuras 1 a 5). Revisão de literatura Apinhamento De acordo com alguns autores(1,2), a avaliação anatômica da coroa dos incisivos inferiores é de fundamental importância para se decidir extrair ou não extrair na região anterior. Apinhamentos leves a moderados em incisivos com coroas de formato triangular poderiam ser bem resolvidos por meio de desgastes interproximais, favorecendo a estética pela preservação das papilas gengivais(3). A relação entre o tamanho mésiodistal dos dentes anteriores é determinante na quantidade de trespasse horizontal e vertical entre os incisivos(4). Uma vez que a extração de um incisivo inferior pode mudar a geometria da relação interarcos na região anterior(5,6) e apesar de alguns autores sugerirem essa opção de tratamento(7,8,9,10), é muito usual a prática ortodôntica de dissipar o apinhamento anterior mediante desgastes interproximais(11). Ortodontia lingual Nos últimos anos, os aparelhos linguais têm-se firmado como uma técnica eficiente de tratamento ortodôntico. Os aspectos estéticos e de conforto do paciente, procedimentos laboratoriais, clínicos e mecânicos da Técnica Lingual têm sido relatados amplamente na literatura(12,13,14,15,16,17,18,19,20,21,22,23,24). A comparação entre os sistemas de forças linguais e labiais, comprovando similaridade entre ambos, evidencia a garantia de resultados satisfatórios e que venham preencher as expectativas dos pacientes e dos ortodontistas(25). O desenvolvimento da colagem indireta permitiu maior precisão no posicionamento dos braquetes linguais, reduzindo o tempo clínico, apesar de requerer procedimentos extras de laboratório(15,16,17,26). Inúmeros sistemas de montagem em laboratório foram desenvolvidos(15,16,17,20). Dentre os mais recentes avanços nos braquetes linguais, destacam-se o sistema Lingualcare, com os braquetes customizados de Wiechmann(17,24,26) e o novo aparelho de modelo diminuto de Scuzzo e Takemoto, o STb - Light Lingual System. 59 Figura 1: Foto frontal da face antes do tratamento. Figura 2: Foto do perfil da face antes do tratamento. Figura 3: Foto frontal intrabucal antes do tratamento. Figura 4: Foto oclusal superior antes do tratamento. 60 Prieto, M. G. L. Prieto, L. T. Ishikawa, E.N. Figura 5: Foto oclusal inferior antes do tratamento. Tendo em vista que os incisivos superiores e inferiores apresentavam inclinação próxima aos valores normais, optou-se por um tratamento conservador. Portanto foi planejada expansão mais desgastes interproximais nos dentes inferiores, protrusão mais desgastes interproximais nos superiores e mecânica elástica de Classe III. No arco inferior foi empregado um sistema de expansão, por nós denominado de Expansor Mandibular de Prieto, um dispositivo fixo e estético que favorece uma melhor adaptação aos braquetes linguais pelo paciente, uma vez que está fixado contornando a face lingual dos dentes. Esse expansor libera uma força aproximada de 200g e independente da colaboração do paciente, causa uma inclinação dos pré-molares e caninos para vestibular e abre diastemas nos incisivos sem protrui-los, além de facilitar a mecânica de desgastes. Para a confecção desse dispositivo, utilizam-se dois segmentos de fio de 0,036” (0,9mm) que são soldados em sua extremidade posterior nas bandas dos molares inferiores. A parte ativa encontra-se na região anterior, sendo que em uma das extremidades do fio solda-se um segmento de tubo telescópico e a outra extremidade é a que recebe a mola de ativação. Para a ativação da mesma, faz-se necessário um ponto de solda de prata que serve como stop da mola e deve ser posicionado de forma a permitir a liberação da força desejada. Como o aparelho tende a ser expulsivo, recomendase envolver um elástico 5/16”ou 3/8” de um lado a outro, na mesial das bandas, para facilitar a cimentação, logo após, o mesmo é cortado (figura 6). O mecanismo de expansão inferior desenvolveu uma força aproximada de 200g e foi reativado duas vezes (figura 7). Para o tratamento no arco superior, os incisivos receberam inicialmente ganchos linguais colados verticalmente, mantendo-se apenas as aletas que ficavam voltadas para cervical, de forma que pudessem servir de encaixe para os arcos iniciais. Os pré-molares receberam braquetes da “A Company”, modelo Attract, e os molares, acessórios da marca “GAC”, todos com slot 0,022” X 0,028”. Os arcos iniciais foram 0,014” NiTi, 0,016” TMA e 0,016” de aço, todos com alça de protrusão na mesial dos primeiros molares (figura 8). Aproximadamente 3,5 meses após a instalação do Expansor Mandibular de Prieto no arco inferior, conquistou-se uma expansão satisfatória. Nesse momento, o expansor foi removido, realizaram-se desgastes interpro- Orthodontic Science and Practice. 2010; 2(9). Figura 6: Expansor Mandibular de Prieto. Figura 7: Arco inferior após as reativações com o Expansor Mandibular de Prieto. Figura 8: Aparelho lingual superior instalado. Figura 9: Braquetes linguais no modelo de set-up inferior. Orthodontic Science and Practice. 2010; 2(9). ximais de canino a canino e uma placa de acetato de 1,0 mm foi indicada como contenção provisória. Realizou-se uma moldagem destinada à montagem dos braquetes linguais inferiores. Feito o set-up (figura 9), foram adaptados os braquetes inferiores no modelo corrigido, que a seguir foram transferidos para o modelo inferior atual do paciente (pós-expansão) pelo Sistema de Transferência por Canaletas(20) e, por último, levados à boca do paciente e inserido um arco 0,014” NiTi (figura 10). Considerando que o apinhamento superior já não mais impediria o posicionamento dos braquetes, nesse momento foram removidos os ganchos colados nos incisivos e, após desgastes nas faces proximais distais dos incisivos centrais, realizou-se nova moldagem superior para confecção do set-up parcial (figura 11). Adaptaram-se os acessórios apropriados no modelo corrigido e a seguir foram transferidos para o modelo superior atual do paciente, para então serem levados à boca. Foi inserido inicialmente um arco 0,014” NiTi com alça stop justa aos molares. Logo que possível, um arco 0,016” TMA, também com alça stop nos primeiros molares, foi instalado. Com esse fio e o auxílio de corrente elástica (figura 12), conseguiu-se o alinhamento dos incisivos superiores. Dessa forma, seguiu-se com o procedimento de conformação dos arcos seguintes, passando para um fio 0,016” de aço no arco superior e demorando um pouco mais para chegar nesse arco nos dentes inferiores, devido ao alto grau de rotação que apresentavam os incisivos laterais. O arco superior permitiu um desenho livre do in-set de pré-molares, em função dos acessórios dos caninos serem específicos para tal fim, tendo uma maior projeção vestíbulo-lingual, o que permite eliminar a dobra. Em uma visão frontal, temos uma boa perpectiva do sucesso do tratamento (figura 13). Após conquistar o espaço suficiente para o alinhamento dos incisivos, os arcos seguintes estabeleceram uma coordenação adequada e uma correta intercuspidação. Para auxiliar nesse propósito, incorporou-se a mecânica de elásticos de Classe III. Não sendo necessário alterar os torques, dispensou-se a utilização de arcos retangulares para finalizar o caso. As imagens finais mostram a reanatomização dos incisivos superiores e o bom engrenamento dos dentes superiores e inferiores, logo após a remoção dos aparelhos (figuras 14 a 19). Prieto, M. G. L. Prieto, L. T. Ishikawa, E.N. Figura 11: Braquetes linguais no modelo de set-up parcial superior. Figura 12: Alinhamento dos incisivos com corrente elástica no fio 0,016” TMA. Figura 13: Foto frontal intrabucal com arco superior 0,016” de aço inoxidável. Figura 10: Aparelho lingual inferior instalado. Figura 14: Foto frontal da face após o tratamento. Figura15: Foto do perfil da face após o tratamento. 61 62 Prieto, M. G. L. Prieto, L. T. Ishikawa, E.N. Orthodontic Science and Practice. 2010; 2(9). Caso clínico 2 A paciente S.O., 29a, gênero feminino, xantoderma, apresentava padrão de crescimento mesofacial, face simétrica e bom vedamento labial. A relação molar era de Classe I de Angle, com suave atresia no arco superior, sendo o incisivo lateral direito conoide, o que permitiu um discreto desvio da linha média superior para a direita. No arco inferior a atresia era mais acentuada, o que refletia em um apinhamento severo dos incisivos e caninos (figuras 20 a 24). Figura 16: Foto frontal intrabucal após o tratamento. Figura 20: Foto frontal da face antes do tratamento. Figura 21: Foto do perfil da face antes do tratamento. Figura 17: Foto oclusal superior após o tratamento. Figura 22: Foto frontal intrabucal antes do tratamento. Figura 18: Foto oclusal inferior com a contenção. Figura 23: Foto oclusal superior antes do tratamento. Figura 19: Foto oclusal superior com a contenção. Figura 24: Foto oclusal inferior antes do tratamento. Orthodontic Science and Practice. 2010; 2(9). Prieto, M. G. L. Prieto, L. T. Ishikawa, E.N. Visando não comprometer o perfil facial agradável que apresentava a paciente, resolveu-se trabalhar com expansão de ambos os arcos e desgastes interproximais nos dentes inferiores. Para a maxila, o resultado viria pela própria conformação dos arcos mais expandidos. Já para a mandíbula, buscando uma mecânica previsível e confortável para a paciente, decidiu-se instalar o Expansor Mandibular de Prieto. Nas figuras 25, 26 e 27 observa-se a foto inicial do aparelho lingual superior colado, o resultado obtido com o expansor mandibular e o arco inferior em uma fase mais avançada do tratamento. Nas figuras 28 a 32, pode-se observar as fotos finais do caso clínico. Figura 28: Foto frontal da face após o tratamento. Figura 29: Foto do perfil da face após o tratamento. Figura 25: Aparelho lingual superior instalado. Figura 30: Foto frontal intrabucal após o tratamento. Figura 26: Arco inferior após as reativações com o Expansor Mandibular de Prieto. Figura 31: Foto oclusal superior após o tratamento. Figura 27: Arco inferior em uma fase mais avançada do tratamento. Figura 32: Foto oclusal inferior com a contenção. 63 64 Prieto, M. G. L. Prieto, L. T. Ishikawa, E.N. Discussão Sendo também aspiração dos pacientes, uma mecânica não extracionista, decidiu-se pelo emprego do Expansor Mandibular de Prieto associado a desgastes na região anterior. O dispositivo foi empregado por um período de 90 a 120 dias, resultando na obtenção de pequenos diastemas na região anterior, favorecendo um cuidadoso e bem distribuído desgaste nas faces proximais dos incisivos e caninos. Como o aparelho subsequente a ser empregado seria pela Técnica Lingual, acreditamos que a presença do expansor facilitou a adaptação dos braquetes pela língua, pois a aceitação do aparelho lingual foi imediata pelos pacientes, não havendo reclamações quanto à dicção ou outro comprometimento. Isso não foi surpresa, visto que se tem na literatura a comprovação da boa tolerância pelos pacientes em receber aparelhos linguais(12,19). Com o desenvolvimento e aprimoramento da Ortodontia Lingual, hoje ela é tão eficiente quanto a convencional, pois muitas dificuldades existentes durante seu desenvolvimento já foram superadas. Dessa maneira, pode-se finalizar um caso lingual tão bem quanto a técnica convencional(12,19,21,23,26). Os casos clínicos aqui apresentados foram concluídos dentro de um período médio de 27 meses. As fases da mecânica foram similares. Os dois pacientes receberam aparelhos linguais superiores enquanto se fazia a expansão prévia inferior. Após a utilização do Expansor Mandibular de Prieto no arco inferior, esse recebeu uma placa de acetato como contenção provisória, enquanto era feito o set-up e a confecção da moldeira de transferência com os braquetes linguais. As etapas simplificadas do tratamento podem ser observadas nas imagens apresentadas no texto. Conclusão O entendimento sobre as características dos diversos graus de apinhamento anterior permite ao profissional selecionar uma mecânica apropriada para as diferentes situações clínicas. O emprego do Expansor Mandibular de Prieto demonstrou ser um eficiente mecanismo de dissipação transversal do apinhamento anterior, sendo de grande utilidade na ortodontia contemporânea, sobretudo quando lidamos com pacientes adultos, que buscam tratamentos rápidos, confortáveis e estéticos. Para satisfazer esse último requisito, lançar mão da Técnica Lingual parece ser a melhor decisão e o profissional deve estar apto para isso. Referências bibliográficas 1 Faeroving, E; Zachrisson, BU. Effects of mandibular incisor extraction on anterior occlusion in adults with class III malocclusion and reduced overbite. Am J Orthod Dentofacial Orthop 1999 Feb;115(2):113-24. 2 Kokich, VU. Treatmente of Class I malocclusion with a carious mandibular incisor and no Bolton discrepancy. J Orthod Dentofacial Orthop 2000 Jul;118(1):107-13. 3 Lima, CMF; Lacet, E; Marques, CR. Extração de incisivo inferior: uma opção terapêutica. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 2005 Jul/Ago;10(4):47-59. 4 Silva Filho, OG; Zinsly, SR; Cavassan, AO; Capelozza Filho, L. Apinhamento: A extração no segmento de incisivos inferiores como opção de tratamento. R Clin Ortodon Dental Press 2002 Abr/ Mai;1(2):29-45. Orthodontic Science and Practice. 2010; 2(9). 5 Ramos, AL; Suguino, R; Terada, HH; Furquim, LZ; Silva Filho, OG. Considerações sobre análise da discrepância dentária de Bolton e a finalização ortodôntica. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 1996 Nov/Dez;1(2):86-106. 6 Tuverson, DL. Anterior interoclusal relations. Part I. Am J Orthod 1980 Oct;78(4):361-67. 7 Bahremann, AA. A lower incisor extraction in orthodontic treatment. Am J Orthod 1977 Nov;72(5):560-7. 8 Buchner, HJ. Treatment of cases with three lower incisors. Angle Orthod, Appleton 1964 Apr;34(2):108-14. 9 Canut, JA. Mandibular incisor extraction: indications and longterm evaluation. Eur J Orthod 1996 Oct;18(5):485-9. 10 Klein, DJ. The mandibular central incisor, and extraction option. Am J Orthod Dentofacial Orthop 1997 Mar;111(3):253-9. 11 Mondelli, AL; Siqueira, DF; Freitas, MR; Almeida, RR. Desgaste interproximal: opção de tratamento para o apinhamento. R Clin Ortodon Dental Press 2002 Jun/Jul;1(3):5-17. 12 Fillion, D. Orthodontie Linguale de l’a dulte et traitements multidiciplinaires. Cah Prothèse 1999 Dec;108:83-95. 13 Hong, RK; Heo, JM; Há, YK. Lever-arm and Mini-implant System for anterior torque control during retraction in lingual orthodontic treatment. Angle Orthod 2005;75(1). 14 Hong, RK; Kim, TG; Lim, SM; Lee, CH. Modified intrusive mechanics in lingual segmented-arch treatment. J Clin Orthod 2005 Aug;39(8):489-94. 15 Kim, T; Bae, GS; Cho, J. New indirect bonding method for lingual orthodontics. J Clin Orthod 2000 Jun;34(6):348-50. 16 Lobiondo, PE. Lingual technique direct bonding: double transfer tray technique. World J Orthod 2006;7(2):154-8. 17 Mujagic, M; Fauquet, C; Galletti, C; Palot, C; Wiechmann, D; Mah, J. Digital design and manufacturing of the Lingualcare Bracket System. J Clin Orthod 2005 Jun;39(6):375-82. 18 Park, JH; Lee, YK; Lim, BS; Kim, CW. Frictional forces between lingual brackets and archwires measured by a friction tester. Angle Orthod 2004;74(6):816-24. 19 Pato, JM; Sabóia, SV; Pato, JMM; Pato, BJ. Mordida profunda e aparelho lingual: união perfeita. R Clin Ortodon Dental Press 2002 Jun/Jul;1(3):55-9. 20 Prieto, MG; Ishikawa, EM; Maia, LGM; Gandini Jr.; L. Ortodontia lingual – Sistema de transferência por canaletas (STC). R Clin Ortodon Dental Press 2005 Ago/Set;4(4):22-30. 21 Rummel, V; Wievhmann, D; Sachdeva, RCL. Precision finishing in lingual orthodontics. J Clin Orthod 1999 Feb;33(2):101-13. 22 Stamm, T; Hohoff, A; Ehmer, U. A subject comparison of two lingual bracket systems. Eur J Orthod 2005;27(4):420-6. 23 Takemoto, K; Scuzzo, G. The Straight-Wire Concept in Lingual Orthodontics. J Clin Orthod 2001;35:46-52. 24 Prieto; MG. Ortodontia Lingual – Retrospectiva de uma Técnica e apresentação de Caso Clínico. J Bras Ortodon Ortop Facial 2006 Jul/Ago;11(64):348-54. 25 Fuck, LM; Wiechmann, D; Drescher, D. Comparison of the initial orthodontic force systems produced by a new lingual bracket system and a Straight-Wire appliance. J Orofac Orthop 2005;66(5):363-76. 26 Wiechmann, D. Lingual Orthodontics, Part I: Laboratory procedure. J Orofac Orthop 1999;60:371-79.