INFORMATIVO CFQ Informativo CFQ - Abril a Junho - 2004 SEDE - SETOR DE AUTARQUIAS SUL - SAUS - QUADRA 05 - BLOCO I TELS.: (0xx61) 224-0202/224-5316/224-0493 - FAX: (0xx61) 224-3277 CEP 70070-050 - BRASÍLIA - DF e-mail: [email protected] ANO XXXIII - Abril a Junho / 2004 Dia Nacional do Químico - 18 de Junho O CONSELHO FEDERAL DE QUÍMICA parabeniza a todos os PROFISSIONAIS DA QUÍMICA DO BRASIL nesta grande data. O dia 18 de junho foi escolhido para comemorar o “DIA NACIONAL DO QUÍMICO” pois foi nesta data que o Presidente Juscelino Kubistchek promulgou a “Lei Mater dos Químicos” - Lei nº 2800/56. Nesta destaca-se a disposição sobre o exercício da profissão de Químico e a criação dos Conselhos de Química. DIA NACIONAL DO QUÍMICO - 01 - No dia 16 de junho de 2004, foi celebrada uma missa Solene em Ação de Graças pela passagem do Dia Nacional do Químico na Igreja Dom Bosco em Brasília. O Conselho Federal de Química ainda prestigiou a classe, através de seus Conselheiros Federais e Presidentes Regionais com um jantar, realizado em sua sede, no dia 17 de junho de 2004, ocasião em que foram homenageados pelo Presidente do CFQ por Serviço Relevante prestado à Nação. O jantar também contou com a presença dos funcionários do Conselho Federal de Química e dos gerentes do Banco do Brasil agência nº 0452-9, órgão patrocinador do evento, ao qual neste momento, queremos expressar os nossos mais profundos agradecimentos. Foram pronunciadas duas saudações durante o evento: A de D. Aracy Adad, irmã do Presidente do CFQ, e a do Dr. Roberto Hissa, Vice-Presidente do CFQ. SAUDAÇÃO DE D. ARACY ADAD AMAZÔNIA : QUÍMICA E ÁGUA - 05 - “ Boa Noite. Peço licença para apresentar uma mensagem: Caro mano Jesus, A Escola de Química da Universidade Federal do Paraná, fundada há 80 anos (1924), desde os seus primórdios foi considerada uma das mais completas do Brasil, no gênero, tanto como Instituto de Química Industrial da Universidade do Paraná, até Engenharia Química da Universidade Federal do Paraná. Foi aí que você escolheu estudar. Sim! Estive em Curitiba, que lhe é tão querida, bem assim o seu povo, conheci algo daquela Escola que você nunca esquece, e assisti naquele longínquo 1954, às solenidades de Colação de Grau dos alunos da Turma Samuel Klabim – 1954, sendo você um dos seus integrantes. Este ano de 2004, desejamos Madalena e eu, homenageá-lo aqui na presença de seus amigos, por um motivo muito interessante: faz 50 anos que você, com a graça de Deus, conquistou os títulos de Químico Industrial e Engenheiro Químico, na cidade de Curitiba no Paraná. INDÚSTRIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL (CONCLUSÃO) - 06 - Trazemos ao seu coração a lembrança e a saudade da sua Escola, de seus cursos, dos seus professores, Drs. Leprevost, Spitzner, Alceu Shwab, o Diretor Nilton Büerer (para citar alguns que me vêm à memória), bem como boas e saudosas recordações de colegas, tais como Aldyr Cajuhy, Enéas Ribeiro, Gabriel Gaissler, José Küster, Maria Helena Olah, Yolanda Mazzato, Rui Leite e outros que de momento, escapam-me. Foi aí que você quis estudar... E foi à Química que você sempre se dedicou; foi a Química que você abraçou de coração e mente, através de seu trabalho na Fábrica de Celulose Klabin (Monte Alegre – PR), na Acesita (MG), Fábrica de cimento (MG), Magistério e Pesquisa, inclusive na Universidade Federal de Minas Gerais, e no Sistema Conselho Federal – Regionais de Química, tendo como objetivo a Ciência Química, a da boa qualidade dos produtos, o bem, a saúde da população, a da boa formação dos profissionais da Química, a defesa dos interesses desta digna classe, visando o engrandecimento do Brasil no concerto das nações. Da esquerda para a direita: Dr. Jesus Miguel Tajra Adad, Presidente do CFQ; Aracy Adad e Madalena Adad, irmãs do Presidente. 1 Informativo CFQ - Abril a Junho - 2004 Por uma feliz coincidência, estamos comemorando o Dia Nacional do Químico a 18 deste mês de junho. Apresentamos pois, os Parabéns aos valorosos Químicos aqui presentes, aos ausentes, e a todos os Químicos do país, e desejamos-lhes Fé, Sabedoria, Alegria e Coragem, guiando o seu labutar, muitas vezes árduo e anônimo, mas que lhes enche de Paz pela satisfação do dever cumprido, e que apesar das dificuldades, do cansaço e incompreensões, estejam certos em seu íntimo, de que valeu a pena a sua escolha e meritório e os faz felizes... porque o seu idealismo os leva a concluir que é bom ser Químico! Parabéns! Agora, um voto de louvor especial a todos os funcionários da casa, dignos colaboradores dos Químicos nos vários Conselhos, cada um na sua especialidade, na sua missão, tão importantes que são para o bom funcionamento desta Entidade! Parabéns! Finalizando, peço licença para a nossa irmã Madalena entregar ao mano Jesus uma lembrança (placa comemorativa de sua Colação de Grau) e que faça a leitura do conteúdo da mesma.” TEXTO DA PLACA “ Em gratidão a Deus, a família de Jesus Miguel Tajra Adad orgulhosamente homenageia-o pelo 50º aniversário de sua Colação de Grau em Química Industrial e Engenharia Química da Universidade do Paraná – Turma Samuel Klabin – 1954! Que Deus o abençoe! Teresina-PI ” DISCURSO DO VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DE QUÍMICA, DR. ROBERTO HISSA “ Senhores, Senhoras e colegas presentes, Estamos reunidos aqui hoje a fim de festejarmos mais uma vez o Dia Nacional do Químico (18 de junho). A Química é uma ciência que possui uma cronologia do seu avanço histórico até os dias de hoje e com um futuro ilimitado. É uma atividade e, como outra qualquer, está à disposição de todos. A história da Química, a partir da pedra alquimia que, ao ser esculpida por cientistas extraordinariamente notáveis, materializou-se como uma ciência - a Química - e que, segundo Berthelot, “cria o seu próprio objeto”. Mas quem são esses cientistas? Vejamos alguns deles: Isaac Newton (1642 a 1727) Não iniciou a revolução científica, pois ela já existia quando nasceu. Além dos seus trabalhos no campo da física, responsáveis pela formulação de três leis do movimento e a Lei Universal da Gravidade, abordou também o estudo da Alquimia. Albert Einstein (1879 a 1955) Como Isaac Newton, Einstein, baseando-se na manipulação por meio da tecnologia, nos presenteou com vários trabalhos, realçando entre alguns deles: • O microscópio eletrônico; • Computadores; • Células fotoelétricas; • O “movimento Browniano”; 2 • A Teoria Quântica onde propôs que “a massa de um corpo é a medida de seu conteúdo de energia”; • A Teoria Especial da Relatividade; • A confirmação experimental da luz visível, ganhando com este trabalho o Prêmio Nobel em 1921; • A eletrodinâmica dos corpos em movimento; • Teoria Geral da Relatividade; e • Até sua morte, Einstein não conseguiu sucesso em uma Teoria Unificada de Campo, que uniria as Teorias da Gravitação e do Eletromagnetismo. Este gênio encontrou muitos obstáculos pela frente. Em criança, com 10 anos de idade, foi considerado mais esquisito do que inteligente. Sua educação secundária também foi muito problemática. Com 17 anos entrou no Instituto Politécnico Suíço, um ano após ter sido reprovado em sua primeira tentativa de inscrição. Como dizia Charles Darwin que “grande é o poder da persistência”. Niels Bohr (1885 a 1962) A mecânica quântica constitui uma alavanca para se entender o micromundo. Bohr forneceu dados para se alcançar: • O transistor, • O chip de silício, e • A energia nuclear. Ajudou, ainda, ao explicar de uma forma mais compreensível as ligações químicas. Em 1913, Bohr publicou artigos relativos à estrutura atômica, que provocou o começo de um curso de Física. O seu modelo para o átomo, apresentou vários defeitos. O acontecimento subatômico em relação à percepção humana, foi explicado pela mecânica de ondas de Schröndinger, pela Mecânica de Matriz Heisenberg e pelo famoso Princípio da Incerteza, onde limita os conhecimentos dos sistemas físicos, através de seu modelo puramente matemático para o átomo. Antoine Laurent Lavoisier (1743 a 1794) Dentre várias de suas realizações, desenvolveu o conceito de elemento como uma substância básica, chegando ao Princípio da Conservação da Matéria nas Reações Químicas, o que levou a Análise Quantitativa, sob um ângulo de grande importância. Em 1793, durante os dias da Revolução Francesa foi preso no momento em que se encontrava fazendo experiências, e foi guilhotinado. Em 1789, publicou um livro em que propôs princípios básicos e uma teoria de como os componentes químicos são formados a partir dos elementos. É dele também o postulado sobre a conservação da matéria durante as reações químicas. Werner Heisenberg (1901-1976) Em 1925, Heisenberg foi considerado como um dos arquitetos em evidência quando propôs o Princípio da Incerteza, onde sustentava que não era possível calcular com precisão a posição e o impulso de uma partícula subatômica. Durante a década de 1930, conjuntamente com Bohr, formulou a “Doutrina de Compenhage” sobre a teoria Informativo CFQ - Abril a Junho - 2004 Quântica. Logo após Heisenberg descrever o elétron através da álgebra, o físico Schröndinger elaborou outro modelo conhecido como a “Mecânica de Ondas”, onde caracterizava o elétron como partícula. Linus Pauling (1901 a 1944) Cerca de 1930, com base nos recentes métodos de análise a partir da Mecânica Quântica, começaram a ficar transparente as ligações Químicas. Os Pauling formavam uma família de um espectro comportamental de grandes diferenças. Apenas uma dessas diferenças foi sua tia chamada Stella “dedos” Darling, uma conhecida arrombadora de cofres. Belle Pauling administrou uma pensão em Oregon conhecida como “de um só cavalo”. Herman Pauling era um farmacêutico que colocou anúncios de “pílulas rosa” Pauling para as pessoas pálidas. Em 1928, Linus Pauling usou a Teoria Quântica no fenômeno da ligação química e, em 1931, publicou a natureza da ligação química. Linus Pauling contribuiu para a Biologia Molecular feita com base nos seus estudos de aminoácidos e proteínas. Através da percepção de Linus Pauling, foi obtida a estrutura do DNA. Ernest Rutheford (1871 a 1937) Este cientista desenvolveu um modelo de átomo como sendo um núcleo, bem cheio e pequeno, tendo elétrons em sua órbita. Este acontecimento deu origem a Física Nuclear que ajudou a retificar a Tabela Periódica dos elementos. Posteriormente, Rutheford verificou que o átomo não era tão denso como pensara, e o seu átomo possuía defeitos, que foram sanados com o surgimento da “Mecânica Quântica”. Como dizia Louis Aragon: “O erro é acompanhado pela certeza. O erro se impõe pela evidência”. Max Planck (1858 a 1917) Ao começar com a Teoria Quântica, Planck mudou para sempre a estrutura fundamental da física. Em 1859, Gustav Kirchchoff foi taxativo ao dizer que a quantidade de calor irradiada por qualquer objeto dependia somente da temperatura e do comprimento de onda, e não a natureza do próprio objeto. O exame de um “corpo negro”, e sua maneira de emitir radiação, quebrava a Lei Clássica onde dizia que a radiação proveniente de algo que absorvesse toda a energia deveria expedir calor e energia em quantidades infinitas, e com uma maior intensificação nos comprimentos de onda ultravioleta mais curtos e invisíveis – As experiências mostraram que isto não acontece. Dmitri Mendeleev (1834 a 1907) “Um número relativamente pequeno de elementos específicos, constituído de átomos de massas diversas, combina-se de maneiras diferentes para se transformar numa enormidade de moléculas que organizam todo o mundo físico”. Aproximadamente de 1860, com mais de 70 elementos descobertos, Mendeleev introduzia a Tabela Periódica que, no mesmo ano, classificou os elementos de maiores destaques. John Dalton (1766 a 1844) No final do século XVIII, Lavoisier esclareceu o conceito de elemento e, com isto, deixou a Alquimia para trás. Em 1803, John Dalton, consolidou um modelo propondo que os próprios elementos feitos de átomos – “partículas sólidas duras, com peso, impenetráveis e móveis” – combinavam-se em proporções constantes e definidas, devidas aos seus pesos relativos. Louis Victor de Broglie (1892 a 1987) Ao estabelecer as equações confirmadas por experiências, de Broglie, em 1920, fortaleceu a teoria da Mecânica Quântica, mostrando que a matéria, numa escala quântica, tem propriedade tanto de ondas como de partículas. Marie Curie (1867 a 1934) Em 1898, ela e o seu marido Pierre, isoloram 2 elementos que denominaram de Rádio e Polônio a partir de um mineral (a uranita). Com isso, foi aberto o caminho para a Teoria da Decomposição Radioativa. Justus Liebig (1803 a 1873) Incrementou a velocidade da química prática, fazendo descobertas decisivas no campo da química e, com isso, emergiu a Química Orgânica. Os seus trabalhos são responsáveis pelo sucesso industrial alemão de produtos químicos e corantes. Foi a partir de seus trabalhos que Liebig estabeleceu a base para a Teoria dos Radicais. August Kekulé (1829 a 1896) Este homem foi considerado por muitos como o pai da Química Orgânica. Os seus trabalhos permitiram aos químicos rever e explicar as reações químicas, nas quais prevê as mudanças moleculares. Kekulé foi o pai da descoberta da estrutura cíclica do benzeno - um hexágono com 6 átomos de carbono com duplas ligações alternadas envoltas por átomos de hidrogênio. O problema da radiação do “corpo negro” foi melhor visualizado com a descoberta do “quantum”. Planck ao estudar o “corpo negro”, e admitiu que a energia é irradiada em unidades discretas ou pacotes, criando uma constante, hoje conhecida com o seu nome, ao abordar que um “quantum” elementar de ação é um número muito pequeno. Emil Fischer (1852 a 1919) É um cientista que produziu em seu laboratório um número extenso de pesquisas básicas. As suas descobertas foram aplicadas na indústria como, também, ajudaram a criar a ciência da Bioquímica. Da esquerda para a direita: Dr. Roberto Hissa, Vice-Presidente do CFQ; Dr.Jesus Miguel Tajra Adad, Presidente do CFQ. 3 Informativo CFQ - Abril a Junho - 2004 J. Robert Oppenheimer (1904 a 1967) A criação da bomba atômica foi dirigida por este cientista. Ao se conscientizar das conseqüências deste artefato de destruição em massa, ele foi contrário à construção da bomba de hidrogênio. Fez o curso de química na universidade de Havard. Dentre várias de suas realizações destaca-se aquela da estimativa da quantidade de isótopo de Urânio U235 necessária para fazer uma bomba atômica. Edward Teller (1908) “A história da Física Nuclear está intimamente ligada com as armas de destruição em massa”. Conhecido como o pai da bomba atômica, concebeu também, a guerra nas estrelas, baseando-se no espaço exterior. Posteriormente, prosseguiu com o seu interesse inicial no comportamento das moléculas. Graças a estes cientistas, hoje estamos aqui reunidos, como uma família ciente da responsabilidade que lhe foi concedida de vigiar, perante a nação, uma atividade Química quanto ao seu aspecto legal e em defesa da sociedade. O CFQ com os seus Regionais constitui um sistema com a finalidade precípua de fiscalizar e normatizar procedimentos compatíveis com a legislação do Brasil. Também, na data de hoje, queremos prestar uma justa homenagem ao líder do nosso Sistema, que preenche todas as características requeridas para o seu comando, seja quanto à competência e honestidade. A pessoa de quem estou falando possui uma vasta trajetória no campo da Química, e que a seguir discrimino. Cargos ocupados: • Presidente do Conselho Regional de Química, abrangendo os estados de Minas Gerias, Goiás e DF; • Presidente da Associação Brasileira de Química de Minas gerais; • Presidente da Associação Profissional dos Químicos de Belo Horizonte (MG); • Professor adjunto da Escola de Engenharia da UFMG; - Coordenador do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da EEUFMG; - Cordenador do curso de Engenharia de Segurança do Trabalho EEUFMG/ FUNDACENTRO. - Conselheiro do FUNDACENTRO -MG Títulos Universitários: • Engenheiro Químico pela Universidade Federal do Paraná (1954); • Químico Industrial pela Universidade Federal do Paraná (1954); • Engenheiro Sanitarista (Especialização e Mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); 4 Disciplinas Lecionadas: 1. Curso de Engenharia Química: a) Química Geral e Química Inorgânica; b) Química Analítica Qualitativa; c) Matérias-primas para a Indústria Química; d) Saneamento Industrial. 2. Curso de Engenharia Civil: a) Qualidade da água 3. Curso Técnico de Química Industrial (Escola Técnica Federal): a) Química Analítica Qualitativa; b) Química Analítica Quantitativa; E muitos outros! • Engenheiro de Segurança (Especialização) – UFMG; • Especialização em radioisótopos aplicados à Bioquímica do Trabalho c) Tecnologia Química. 4. Cursos de Pós-Graduação: a) Química Sanitária; b) Higiene Industrial; c) Toxicologia. Publicações: 1. Livros: a) Controle Químico de qualidade (Editora Guanabara Dois); b) Guia para o Ensino da Química Geral – Ministério da Educação / Escola Técnica de Minas Gerais (coautoria com o professor Clóvis); c) Guia para ensino de Tecnologia Química – Ministério da Educação / Escola Técnica de Minas Gerais; d) Tratamento Químico de Águas Naturais – Universidade Federal de Pernambuco (co-autoria com o professor Raphael Senner de Araudo). 2. Pesquisas e Trabalhos didático-científicos: Publicados mais de quarenta trabalhos de pesquisa e de caráter didático, abrangendo as áreas de: • Química Industrial; • Corrosão; • Toxicologia básica; • Toxicologia Industrial; • Doenças Profissionais; • Tratamento de Águas de Abastecimento Industriais e residuárias; • Tratamento de Lixo Urbano; • Controle de poluição da Água e do Ar, etc. A pessoa de quem estou falando é o nosso Presidente, Jesus Miguel Tajra Adad. Muito obrigado pela atenção dispensada, peço uma salva de palmas para o homenageado.” Dr. Roberto Hissa Vice-Presidente do CFQ Informativo CFQ - Abril a Junho - 2004 AMAZÔNIA : QUÍMICA E ÁGUA No dia 15 de junho de 2004, o Presidente do Conselho Federal de Química, Dr. Jesus Miguel Tajra Adad, esteve presente na XVIII Semana da Química da Universidade Federal do Amazonas, promovida pelo CRQ XIV, em comemoração ao Dia Nacional do Químico, cujo tema era “Amazônia: Química e Água”. Segue o discurso do Presidente do CFQ. - Igualmente, o equacionamento desses problemas “ Exmo. Sr. Dr. Avelino Cuvello só pode ser feito de maneira adequada, pelos D.D. Presidente do CRQ XIV Profissionais da Química, que são técnica e legalmente D.D. Conselheiros e Delegados Regionais capacitados para o desempenho dessa honrosa missão. V. Em.ª Revm.ª Dom Luiz Soares Vieira - Assim, pois, é o Profissional da Química quem, Arcebispo de Manaus conhecendo os processamentos químico-industriais, Exma. Sra. Marilene Corrêa da Silva Freitas poderá mais apropriadamente equacionar os problemas Secretária de Ciência e Tecnologia do Estado do relativos à evolação dos poluentes atmosféricos, Amazonas possibilitando o aprimoramento do processo, com conseqüente aumento do rendimento industrial e Minhas Senhoras, diminuição paralela da evolação desses poluentes. Meus Senhores, - Honrados por generoso convite do Presidente do Conselho Regional de Química da 14ª Região, aqui estamos, na qualidade de Presidente do Conselho Federal de Química que temos a honra de presidir, para congratularmo-nos convosco, pela realização deste Evento, em comemoração pela passagem do Dia Nacional do Químico, especialmente por haverdes escolhido como tema central, matéria altamente significativa para toda a Humanidade, enfocando a participação do Profissional da Química no contexto do Uso e Re-uso da água, e a Qualidade Química da mesma. - Este tema se reveste caracteres da maior grandeza na medida em que sabemos ser a Amazônia, uma das regiões mais ricas em recursos hídricos de todo o globo terrestre. - Entretanto, o Profissional da Química da Amazônia, ouvindo o clamor de nossos irmãos de outras paragens, coloca sobre a mesa de debates esse tema, buscando os caminhos, através da Química, que venham a contribuir para o fornecimento de melhor qualidade de água de abastecimento, água industrial, e bem assim, as melhores técnicas para o re-uso das mesmas, não descuidando, ainda, das diretrizes oferecidas pela Tecnologia Química que permitem otimizar os processos industriais de modo a reduzir ao mínimo, o volume de efluentes industriais e sua carga de poluente, e, até, transformar poluentes em utilidades. - Cabe, pois, ao Profissional da Química, mostrar à sociedade que é possível a “coexistência pacífica” entre o desenvolvimento tecnológico e a preservação do MeioAmbiente, através da aplicação de uma tecnologia limpa, isto é, com o mínimo de resíduos. - Urge uma conscientização dos órgãos encarregados do controle da poluição ambiental (Públicos e Privados), no sentido de que torna-se cada vez mais necessária uma efetiva e intensa participação dos Profissionais da Química, no combate à poluição ambiental, e, conseqüentemente, na proteção ao Meio Ambiente. - É evidente que o controle do desprendimento dos elevados teores de monóxido de carbono, de gás sulfuroso, de amônia, e do expelimento de ponderáveis quantidades de Cobre, Mercúrio, Níquel, Cromo, e outros metais para o Ar-Ambiente e para os cursos d’água, envolvem conhecimentos de Química, e dos problemas ligados ao aprimoramento de processos químicoindustriais e no desenvolvimento de processos de captação e tratamento de poluentes químicos, de modo a que se possa assegurar que os efluentes das indústrias não mais poluam o Meio-Ambiente. - Por outro lado, é ainda o Profissional da Química quem melhor poderá desenvolver métodos de captação de poluentes atmosféricos e, até, transformar tais poluentes em utilidades, dado que a sua formação básica reside, fundamentalmente, no estudo das propriedades das substâncias e na tecnologia de sua transformação. É o Profissional da Química quem interfere com o seu conhecimento em defesa do Meio Ambiente aquático, procurando, mediante análise, qualificar e quantificar os elementos nocivos para, então, prescrever a melhor forma de tratamento, de modo a transformar águas nocivas em águas potáveis, isto é, que atendam às exigências estéticas e, sobretudo, de saúde. Por outro lado, a par dessas ações fundamentais para a preservação do Meio Ambiente, cumpre igualmente, ao Profissional da Química, buscar tecnologias que possibilitem a redução consumo de água e a gestão de sua oferta, com indicativos de fontes múltiplas de água, a fim de minimizar o problema da escassez do produto nas regiões menos aquinhoadas. É que, como sabemos, a inexistência de gestão, ou a inadequada aplicação de Recursos Hídricos, tenderá, necessariamente, a agravar os problemas relacionados com a estiagem, a seca, o racionamento e, até, as enchentes, comprometendo a economia, o desenvolvimento e a qualidade de vida das populações. Assim é que, nas regiões em que o problema existe, torna-se lícito, e até necessário, pensar-se no aproveitamento das águas de chuvas, e na reutilização das águas de banho e de lavagem de roupas com vistas ao esgotamento de vasos sanitários, ou, ainda, quando os fatores econômicos o indicarem, o tratamento químico para a remoção das impurezas de modo a tornar tais águas usadas, em águas que atendam as condições estéticas e de saúde. Em outras palavras: potabilizálas. Assim, pois, é muito oportuna a escolha do tema central desta semana: AMAZÔNIA: QUÍMICA E ÁGUA. De parabéns, pois, o Conselho Regional de Química da 14ª Região, os Departamentos de Química das Universidades Federais de Amazonas, de Roraima, de Rondônia, e demais Entidades e Profissionais da Química da Amazônia, sem cujo apoio, este importante Evento não teria alcançado o brilhantismo de que ora se reverte. Temos dito” Jesus Miguel Tajra Adad Presidente do CFQ 5 Informativo CFQ - Abril a Junho - 2004 INDÚSTRIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL ATIVIDADE BÁSICA DA MEDICINA VETERINÁRIA OU DA QUÍMICA? (CONCLUSÃO) 4.4 – A FABRICAÇÃO DO QUEIJO Qualquer que seja o tipo de queijo que se deseje fabricar, o controle de qualidade começa pelo controle da matéria prima, ou seja, do leite, com no mínimo, os seguintes testes: 1. Cheiro, gosto e aspecto; 2. Acidez; 3. Prova de redutase; e 4. Prova de Fermentação. 4.4.1 – PRÉ-REQUISITOS PARA A FABRICAÇÃO DE QUEIJOS Após a seleção, o leite deverá passar, no mínimo, pelo tratamento de FILTRAÇÃO e de PASTEURIZAÇÃO. A filtração tem por finalidade a extração de impurezas maiores em suspensão, e a pasteurização objetiva a eliminação de organismos patogênicos e outros que, embora não sejam patogênicos, são indesejáveis pelas más fermentações que podem ocasionar nos queijos. Entretanto, como para obtenção de um queijo de boa qualidade, a condição de semi-esterilidade é fundamental, torna-se conveniente adicionar, ao leite destinado à fabricação de queijos, uma nova flora, o que é conseguido através de fermentos lácticos selecionados. Por outro lado, durante a pasteurização, em face da temperatura, parte dos sais de cálcio é perdida, por se tornar insolúvel. Assim, cabe ao Profissional da Química, recompor a salinidade do leite, o que é feito pela adição de um sal de cálcio solúvel, sendo, geralmente, usado o CLORETO DE CÁLCIO. Durante a pasteurização, o Profissional da Química deve estar atento para os seguintes parâmetros: a - controle da temperatura; b - dosagem da peroxidase; e c - dosagem da fosfatase. A presença ou não das enzimas, nos indica que a pasteurização está transcorrendo normalmente, ou que há algum problema, seja do controle do operador, ou mesmo, defeito de equipamento. Esse controle se baseia em reações químicas aromáticas. Dr. Jesus Miguel Tajra Adad Presidente do CFQ indicar o Laboratório de Controle Químico), prepara-se o leite para a COAGULAÇÃO. Nesta etapa, adiciona-se, inicialmente, o FERMENTO o qual, deverá ser selecionado de acordo com o tipo de queijo que se objetiva produzir. LÁCTICO, A adição do fermento láctico tem por objetivos: - proporcionar o desenvolvimento no leite, de microorganismos capazes de produzir uma boa maturação, - aumentar a acidez de modo a atingir valores tais que tornem o meio inadequado ao desenvolvimento de microorganismos indesejáveis; - dirigir a reação no sentido de que o máximo possível de LACTOSE seja transformada em ÁCIDO LÁCTICO inibindo a ação de bactérias indesejáveis sobre a LACTOSE, transformando-a, por fermentação, em gases que seriam produzidos em grande quantidades, ocasionando o chamado “ESTUFAMENTO DO QUEIJO”. Sabemos que o COALHO é uma substância existente nas glândulas gástricas de quase todos os mamíferos, especialmente no 1º período da lactação, que, através de enzimas, age sobre o leite, coagulando-o. Sabedor disto, o Profissional da Química, interfere no processo industrial, aumentando a acidez do leite (cujos parâmetros são fornecidos pelo Laboratório de Controle Químico), estimulando, desta forma, a atuação do COALHO e tornando a COAGULAÇÃO mais rápida e perfeita, com diminuição da perda de caseína e gordura, no SORO. Antes da adição do COALHO, o leite padronizado e pasteurizado, é tratado com uma solução de CLORETO DE CÁLCIO a 50% (preparada sob fervura), de modo a proporcionar à massa, uma concentração de CaCl2, da ordem de 25 a 30 gramas, por 100 quilos de leite. Por outro lado, apesar da providência do aumento da acidez do leite para dirigir a reação a fim de que o máximo de lactose se transforme em ácido láctico, ainda assim, resta alguma lactose não transformada. Um requisito importante para a fabricação de Queijos é a padronização da gordura do leite, a qual, é variável em função do tipo de queijo que se deseja produzir. Isto se consegue através da padronização e acompanhamento por meio da análise química de quantificação do teor de gordura. Aqui, mais uma vez, interfere o Profissional da Química no processo industrial, desta feita, incorporando ao leite, antes do coalho, (ainda para evitar o estufamento pela ação das bactérias indesejáveis sobre a lactose residual), NITRATO DE SÓDIO, numa dosagem controlada de 20 a 25 gramas por 100 quilos de leite. Enfatiza-se que este controle objetiva atingir o mínimo de gordura estabelecido pela legislação específica, além do atendimento aos interesses econômicos de produção. O objetivo desta adição de NaNO3 se baseia na cinética da reação de redução do nitrato a nitrito, que atrai para si a ação das bactérias indesejáveis, diminuindo a sua atividade sobre a lactose residual. 4.4.2 – COAGULAÇÃO 4.4.2.1 – Medidas preliminares Uma vez padronizado, seja através de desnatação do leite, seja pela adição de leite gordo (conforme o 6 Outrossim, a liberação do oxigênio pela redução do nitrato a nitrito, permitirá a reação do oxigênio nascente, com o hidrogênio também nascente, este, oriundo da decomposição de parte da lactose residual, dando como resultado a formação de água. Informativo CFQ - Abril a Junho - 2004 Isto significa dizer que, a interferência do Profissional da Química neste processo, implica na formação de água (em substituição aos gases oxigênio e hidrogênio), evitando o estufamento do queijo. Algumas vezes, objetivando comunicar ao queijo de massa cozida ou semi-cozida, um aspecto mais agradável à vista, usa-se adicionar CORANTE, o que deve ser feito, antes do coalho. 4.4.2.2 – A Adição do coalho e Formação do Queijo Conforme foi dito anteriormente, a adição do coalho além de coagular, inicia a maturação do queijo. A quantidade de coalho a se adicionar, será determinada pela medida da chamada “força do coalho”, a qual uma vez quantificada, o coalho é adicionado ao leite, sob agitação a uma temperatura adredemente ajustada para cada tipo de queijo. Após algum tempo, o leite começa a tornar-se espesso, transformando-se em ûa massa gelatinosa, adquirindo consistência, passando a se contrair e, ao mesmo tempo, eliminando SORO. Antes da massa contrair-se, deve-se, proceder ao CORTE, o que deve acontecer em momento próprio, a fim de evitar-se vários incovenientes. Após o CORTE, a “coalhada” deverá ser submetida a uma série de operações, variáveis de queijo para queijo. De um modo geral, tem-se as seguintes etapas: - CORTE; - AGITAÇÃO; - AQUECIMENTO; - EXTRAÇÃO DO SORO; e - MOLDAGEM. A eliminação ou modificação de alguma(s) dessas etapas, dará origem a tipos de queijo diversos. Atingindo o “ponto” – variável para cada tipo de queijo – , cessa a mexedura, para a separação do SORO da MASSA. Esta, a linha geral para a fabricação de queijos. Deixa-se de comentar a fabricação de cada tipo de queijo, por desnecessário ao fim a que se destina este trabalho: é que qualquer que seja o tipo de queijo produzido, haverá sempre a necessidade de interferência de Laboratório de Controle Químico para a condução do processo, a fim de que sejam obtidos produtos de qualidade, como o exige o CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. (LEI N.º 8.078/90) * * * - A Importância da Análise de Controle de Acidez Vimos, ao longo desta exposição que, repetidamente, nas várias etapas da produção de laticínios, torna-se necessária a dosagem da ACIDEZ. Com efeito, é condição imprescindível para a obtenção de um bom produto, que a acidez do leite, por exemplo, esteja dentro de certos limites, cujos valores são variáveis de acordo com o produto fabricado. Além do interesse comercial há, ainda, o interesse econômico e técnico. Assim, por exemplo, sendo elevada a acidez, o leite ao ser pasteurizado, coagula-se dentro do equipamento, resultando, como conseqüência, além da perda do leite, a perda de tempo para o desentupimento das instalações. Por outro lado, mesmo que a acidez seja tal que, embora alta, não chegue a provocar a coagulação supra referida, ainda assim, ela possibilita a degradação do leite, que então, terá pouca durabilidade. Ademais, através da dosagem da Acidez, pode-se detectar fraudes no leite, seja por alcalinizantes ou mesmo, por adição de água. Por outro lado, pelo controle da Acidez pode ter-se uma excelente informação sobre a contaminação: “um leite cuja acidez aumenta rapidamente, é indicação segura de que o mesmo está altamente contaminado. 5 – A FABRICAÇÃO DA LACTOSE A análise da ACIDEZ DO SORO, pelo LABORATÓRIO DE CONTROLE ajudará a verificar se foi atingido o “ponto” ideal. A matéria prima para a fabricação da LACTOSE é o SORO DO LEITE, isento de creme e caseína, ou o SORO DAS QUEIJARIAS. Para melhor extração do SORO, a massa assim separada é, então, prensada (isso para os queijos que não recebem salga na massa). O processo industrial se inicia pelo tratamento químico do SORO (do leite ou do queijo) com hidróxido de cálcio, a fim de ajustar o pH para 6,2, em um tanque sob agitação e à quente (a temperatura de ebulição), a fim de COAGULAR A ALBUMINA, que será posteriormente isolada por FILTRO-PRENSA. Após essa fase, conforme o tipo de queijo, pode seguir-se a etapa de moldagem com salga e maturação, ou então, o cozimento da massa, para posterior moldagem. A salga do queijo pode ser feita a SECO, ou através de SALMOURA. Neste último caso, torna-se necessária, a ação permanente do Laboratório de Controle Químico para as dosagens: a - do teor de sal, cuja correção se fará pela adição de cloreto de sódio; e b - da concentração de acidez, cuja correção é feita através da adição de cal hidratada [Ca(OH)2]. Cumpre, ainda, lembrar que na maturação é importantíssimo, o Controle da temperatura e da umidade. O líquido contendo a LACTOSE, é, então concentrado de modo a atingir 20º Bé (aproximadamente 30% de lactose), e novamente filtrado para a eliminação de outras substâncias estranhas remanescentes. Após, o xarope é novamente submetido à concentração até atingir 40º Bé, transferido para um cristalizador, sendo também, centrifugado. O líquido-mãe centrifugado, retorna, então, ao concentrador à vácuo, para uma nova concentração, cristalização e centrifugação. O líquido-mãe desta segunda centrifugação é rico em RIBOFLAVINA, e, por seu conteúdo alimentício, é 7 Informativo CFQ - Abril a Junho - 2004 vendido como tal, para alimento de AVES e outros animais. Os cristais de LACTOSE crua obtidos pelas centrifugações, são de coloração amarelada, representam 70 a 80% da LACTOSE original e geralmente é obtida em grau de pureza de 85 a 90% de LACTOSE. É a LACTOSE INDUSTRIAL. Caso se deseje produzir a LACTOSE REFINADA, os cristais acima obtidos são dissolvidos em água, numa concentração de 30%, e, após tratadas com CARVÃO ATIVADO, o qual, pelas suas propriedades sortivas, vai reter as impurezas contidas na LACTOSE INDUSTRIAL, proporcionando a classificação dos CRISTAIS, além de auxiliar na sua filtração posterior. A solução resultante dessa filtração é concentrada em um simples efeito, a 40º Bé, cristalizado e centrifugado. Os cristais de LACTOSE assim obtidos, são secos, moídos e tamizados, e constituem a LACTOSE COMERCIAL REFINADA, com pureza da ordem de 99,7%. Vimos, assim, que neste processo, não apenas se promove reação química dirigida ou controlada, pelo controle do pH a um valor pré-estabelecido, como também, ao longo do processo, utiliza-se constantemente de Operações Unitárias da Indústria Química, nos exatos termos do Decreto n.º 85.877/81. 6 – A CASEÍNA A caseína pode ser fabricada utilizando o leite ou o coalho como matéria prima, sendo certo que em qualquer dos casos, a condição para que o produto seja considerado de BOA QUALIDADE é que esteja livre de gordura. A grande maioria da caseína comercial é obtida por PRECIPITAÇÃO com ácido, a partir do LEITE, sendo que apenas uma pequena parte é produzida a partir do COALHO. Quando o ácido responsável pela precipitação da caseína é o ácido láctico formado no próprio leite, temse a CASEÍNA LÁCTICA. Nos casos em que a caseína é obtida pela acidulação com Ácido Clorídrico ou Sulfúrico, temse respectivamente, a CASEÍNA CLORÍDRICA ou SULFÚRICA. 6.1 – A LINHA GERAL DE FABRICAÇÃO Inicialmente o leite integral é submetido ao tratamento de extração do CREME para a fabricação da MANTEIGA, e, do SORO remanescente, procede-se a separação da CASEÍNA . A caseína do leite, assim desnatado, é conduzida para CUBAS, onde pode sofrer, um dos seguintes tratamentos, conforme se deseje obter a caseína láctica, clorídrica ou sulfúrica: a)fermentação (caseína láctica); b)adição do Ácido Clorídrico (caseína clorídrica); c)adição de Ácido Sulfúrico (caseína sulfúrica). 6.1.1 – CASEÍNA ÁCIDA A adição de ácido para a precipitação da caseína, deve ser feita em pequenas porções com agitação 8 constante e a uma temperatura de 40º C. Estas são condições para que seja conseguida uma boa precipitação da caseína. No caso da adição de Ácido Clorídrico, a solução deve ter concentração de 01 parte de ácido para 08 a 10 partes de água, em volume (acidez clorídrica correspondente a 0,5%). Quando se usa Ácido Sulfúrico, a solução deve ter concentração de 01 parte de ácido para cada 05 a 06 partes de água, em volume, (acidez sulfúrica de 0,32%). Em um e outro caso, o Profissional da Química estará conduzindo o processo para ajustar o pH em torno de 4,1. Após a precipitação e o repouso do conjunto para a separação da parte líquida, o coágulo, precipitado é lavado com água, deixado novamente em repouso, após o que se separa a água de lavagem. Repete-se esta operação de lavagem por várias vezes, até que a água de lavagem esteja clara e neutra. O coágulo é, então, conduzido a ûa “mesa de enxágüe” e ali deixado até que não mais haja escorrimento de água. Atingindo este ponto, a massa é submetida à prensagem, obtendo-se assim, a TORTA DE CASEÍNA, a qual é submetida à moagem, colocada em bandejas e conduzida aos SECADORES. 6.1.2 – CASEÍNA AO COALHO Prepara-se uma solução de COALHO com pouca água, e verte-se sobre o leite desnatado, para facilitar a coagulação do leite pelo coágulo adicionado, cuja velocidade de reação vai depender do teor de acidez do leite usado. Em geral, um período de 15 minutos de agitação proporciona uma boa coagulação com uma completa separação da CASEÍNA em grumos que se depositam no fundo da cuba. A mistura é, então, aquecida a 63º C, em constante agitação. O soro é extraído da mistura por meio de uma válvula de fundo. Após totalmente eliminado o soro, a caseína é lavada por duas vezes com água quente e, mais duas vezes com água fria, a fim de assegurar-se que todo o soro foi eliminado. Após o escorrimento de toda a água em mesa de enxágüe, a caseína é prensada e moída, submetida a secagem e pulverizada como nos processos anteriores. Tendo em vista que a CASEÍNA produzida é usada quase exclusivamente para a fabricação de plásticos, a mesma deve ser preparada com cuidados especiais, de modo a adquirir características que lhe permitam tal uso, como sejam: a)possuir elevado teor de cinzas e pouco material graxo; b) ser livre de impurezas mecânicas; e c)possuir coloração branca, livre de partículas. Para tanto, deve o Profissional da Química estar atento para os seguintes requisitos técnicos ao longo do processo de fabricação: Informativo CFQ - Abril a Junho - 2004 - utilização de leite desnatado e fresco; - grande limpeza em todas as etapas do processo; - operações completas; e de lavagem e prensagem - controle de temperatura durante a secagem, que deve ser rápida e à baixa temperatura. Com tais precauções, o Profissional da Química na Indústria de laticínios, objetiva o atendimento de determinadas especificações técnicas de qualidade, que ora transcrevemos, a título de exemplificação: Umidade J 10% Matéria graxa J 1,0% Cinzas J 4,0% Nitrogênio J 14,0% Acidez J equivalente a 10,5 ml de Álcali 0,1N/grama de caseína. Além dessas especificações, é de levar-se em consideração o poder adesivo e a viscosidade das soluções, a granulometria, a coloração (que deve ser branca ou ligeiramente creme), e a solubilidade do pó. Deve ainda ser quase inodora, sendo de se rejeitar qualquer odor de ranço ou de mofo). Tais exigências, por si, recomendam a permanente presença de Profissional da Química técnica e legalmente habilitado, não sendo lógico que um médico veterinário, no desempenho da denominada “inspeção sanitária”, possa abarcar todos os requisitos indispensáveis exigidos durante o processo idustrial, para a consecução da qualidade do produto desejado. 7 – A ALBUMINA Este produto lácteo é obtido a partir do SORO resultante da precipitação da caseína, na fabricação do queijo, e possui, em média 0,1% de proteínas (albumina e globulina). Estas proteínas são precipitadas quando da obtenção da lactose, precipitação esta que pode ser feita pela adição de vários produtos, tais como: a)sais neutros; b)hidróxidos férricos e cúpricos; c)corantes; d)extratos vegetais que contenham ácido tânico; e)preparados enzimáticos. Entretanto, no caso específico do SORO LÁCTICO, o agente mais usual para a precipitação da Proteína é o calor. 7.1 – A LINHA GERAL DE FABRICAÇÃO DA ALBUMINA O SORO é aquecido a 90º - 95º C e o pH é ajustado para valores de 4,4 a 4,8 o que pode ser feito antes ou durante o aquecimento. possui tais características, o PROFISSIONAL DA QUÍMICA, aplicando os conhecimentos inerentes à sua Profissão, procede o ajuste da mesma por alguma das seguintes providências: a)ADIÇÃO DE ÁCIDO (clorídrico, cítrico, láctico, etc), quando o pH estiver muito elevado; e b)A DIÇÃO DE ÁLCALI (soda calcinada, soda cristalizada, hidróxido de cálcio, pedra de cal, etc), quando o pH estiver muito baixo. É de pontuar-se que pelas propriedades dos álcalis, estes devem ser adicionados em pequenas quantidades durante o aquecimento, a fim de evitar a formação de espuma. O soro é aquecido em tanques de aço inoxidável ou esmaltado, através de serpentinas ou de vapor direto, mantendo-se a temperatura de 90º - 95º durante 30 a 50 minutos. Depois da decantação, a proteína é filtrada, lavada, desidratada, moída e envasada em tonéis de madeira. No entanto, recomenda-se, para maior conservação que, o produto, uma vez desidratado e moído, seja armazenado em pacotes de papel, sendo, então, rotulados como LACTOALBUMINA*. * O rendimento obtido através deste processo é da ordem de 20 a 25 Kg de proteína contendo 80% de água por 1.000 litros de SORO. As características médias exigidas para o produto, são: Extrato seco mínimo J 20% Água (máximo) J 80% Aspecto (cor) J de branco a levemente amarelado Odor J puro (um pouco a leite ácido) Sabor J puro (neutro ou levemente ácido) Consistência J pastosa 8 – O IOGURTE 8.1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS O IOGURTE é um produto lácteo de caráter ácido, obtido pela ação específica de culturas simbióticas de bactérias capazes de fermentar a lactose do leite, transformando-a parcialmente em ácido láctico ou ácido alfa hidroxipropiônico (CH3CHOHCOOH). Esta reação de transformação parcial da lactose em ácido láctico, dá ao iogurte a característica de maior digestibilidade, fenômeno este de grande importância, tendo em vista a intolerância que muitas pessoas tem, na digestão do leite, em face do seu teor da lactose. Os principais microorganismos utilizados industrialmente para a produção do ácido láctico, são as bactérias homolácticas do gênero Lactobacillus e Streptococus. A espécie a ser escolhida depende do teor de carboidratos disponível e da temperatura a ser empregada. A título de ilustração, tem-se que para: Tal ajuste de pH objetiva comunicar à massa, uma acidez entre 12 e 16º SH, a fim de obter-se a máxima precipitação da proteína. (Albumina) - temperaturas entre 45 e 50º C – recomendam-se o Lactobacillus delbrushii; O ideal é que tal acidez fosse alcançada pelas características do próprio soro. Porém, quando este não - temperaturas em torno de 30º C, é recomendado o Lactobacicillus casei e o Streptococus lactis; 9 Informativo CFQ - Abril a Junho - 2004 - temperaturas acima de 30º C, pode-se escolher o Lactobacillus pentosis, o Lactobacillus leishmanii. Na fabricação do IOGURTE utiliza-se, geralmente, ûa mistura de Lactobacillus bulgaricus e Streptococus ssp thermophillus, os quais, são usados em proporções variáveis de 1:1. 1:2, 1:3, etc, sendo, entretanto, recomendável que haja maior quantidade de cocus do que de bacillus. As proporções supracitadas são de suma importância para comunicar ao iogurte características flavorizantes, as quais, são devidas a pequenas quantidades de ácido láctico, acetaldeído e diacetil. Considera-se que o acetaldeído é o produto químico ao qual se atribui ser o maior responsável pelo aroma do iogurte, de cuja produção, o Lactobacillus delbruskii ssp. bulgaricus é o principal responsável. A sua mistura, na proporção de 1:1 com o Streptococus ssp thermophillus, proporciona maior rendimento na produção de acetaldeído do que o seu uso sozinho. Por oportuno, cabe aqui fazer uma pequena digressão para lembrar que os demais produtos de laticínios até aqui referidos, têm sempre uma ou mais substâncias químicas, responsável (eis) pelo seu aroma característico. É que, muitas são as substâncias químicas responsáveis pelos distintos perfis de flavor de produtos lácteos a partir do leite de vaca. Assim, pois, os aromas característicos da MANTEIGA e do creme de leite são o resultado da presença de diacetila, ácidos graxos livres e acetaldeído. Por outro lado, entre as substâncias que comunicam ao queijo o seu aroma característico, incluem-se os ácidos graxos livres, os compostos sulfurados, os ácidos láctico e acético, além dos peptídeos originários da degradação das proteínas que se formam durante a maturação. Pois bem, voltando ao IOGURTE: o aroma característico desse produto lácteo conforme dissemos anteriormente, fé determinado em grande parte pelo seu elevado teor em ACETALDEÍDO. Aromatizantes com sabor de frutas e baunilha podem completar o flavor básico do IOGURTE. 8.2 – A FABRICAÇÃO DO IOGURTE A linha geral de fabricação de descrita pela seguintes fases: IOGURTE pode ser 8.2.1 – Inicialmente procede-se a padronização do leite quanto ao teor de gordura desejável, e faz-se adição ao leite dos ingredientes que se fizerem necessários. Esta operação é feita em tanque hermeticamente fechado de modo a não permitir a penetração de quaisquer organismos indesejáveis onde se procede a mistura do conjunto, devendo-se utilizarse, tanques separados para iogurtes lights (0% de gordura e sem adição de açúcar) e iogurtes com gordura (cremosos ou líquidos). 8.2.2 – A mistura dos produtos com gordura é feita em homogeneizador de alta pressão com o objetivo de reduzir o tamanho dos glóbulos de gordura e de proporcionar ao produto final uma consistência lisa e cremosa. 8.2.3 – A seguir, o conjunto é submetido a processo de pasteurização, em que a massa é aquecida a uma temperatura capaz de eliminar todas as bactérias indesejáveis eventualmente presentes na mistura. 10 8.2.4 – Após isto, faz-se a adição dos agentes de coagulação que como dito anteriormente, se constituem numa mistura das bactérias:Lactobacillus bulgaricus e Streptococus thermophilus, com vistas a provocar a transformação parcial da lactose em Ácido Láctico. 8.2.5 – Aquece-se o conjunto a temperatura de 42º a 43º C, por um período de cerca de 2 horas para permitir a fermentação durante o qual é feito o controle do teor de acidez e do aroma, através do Laboratório de Controle. 8.2.6 – Quando o produto atinge o teor de Acidez desejado, é o mesmo transferido para outro tanque hermético, onde é submetido ao resfriamento. 8.2.7 – Após isto, conforme se deseje, poderá haver aqui, a adição de polpa ou pedaços de frutas, ou ainda de aromatizantes, em razão das características, que se queira proporcionar ao IOGURTE. 8.2.8 – O IOGURTE assim obtido é envasado através de máquinas especiais, sem contato manual, a fim de que sejam mantidas inalteradas todas as suas características de qualidade e frescor, sendo conservado à temperatura de 1º C a 10º C. O período de validade do produto é da ordem de 35 dias. 8.2.9 – Em todas estas etapas do processo de fabricação, ocorre o acompanhamento do Laboratório de Controle, com vistas a assegurar que o processo se desenvolva conforme o planejado, sendo o produto final liberado ao Consumo somente após o laudo de sua aprovação. 8.2.10 – É de frisar-se que esta linha geral de fabricação do IOGURTE, somam-se outros procedimentos em função dos objetivos do fabricante, no sentido de comunicar ao produto, novas qualificações, seja do ponto de vista de sua apresentação, seja para proporcionar-lhe aromas e sabores mais agradáveis, melhor consistência, ou ainda, melhores características alimentares, ou mesmo de custos. 8.2.11 – Em quaisquer destes casos, ressalta a necessidade da atuação permanente do Profissional da Química, através do Laboratório de Controle Químico. 9 – ASPECTOS NUTRICIONAIS E ADITIVOS ALIMENTARES Conforme dito anteriormente e, tendo em vista que muitas pessoas apresentam dificuldade na digestão da lactose do leite, a transformação parcial desta, em ácido lactico, acrescido do fato de que as proteinas no iogurte, se encontram coaguladas mesmo antes de sua ingestão, o IOGURTE pode ser considerado como uma fonte de proteínas, superior à do leite. Além disto, possue maior concentração de sais minerais, sendo uma excelente fonte de CÁLCIO. Possue, entretanto, em relação ao leite, concentrações inferiores de vitaminas, em razão do precessamento a que o mesmo é submetido, para a obtenção do iogurte. Em razão disto, é prática comum, proceder-se ao enriquecimento do produto, pela adição de ingredientes, ricos em vitaminas, (polpa de frutas, por exemplo), para acrescentar-lhe aromas e sabores agradáveis, e, até, substâncias que venham a proporcionar, ao iogurte, Informativo CFQ - Abril a Junho - 2004 colorações com a finalidade de aguçar a percepção do sabor da fruta adicionada. E aqui, mais uma vez, interfere o Profissional da Química, para aprimorar o processo de qualificação do iogurte, pelo controle do pH e da viscosidade da polpa da fruta, que devem estar próximos aos do iogurte. A fim de comunicar sabor adocicado ao iogurte, pode ser adicionado a este, o açúcar refinado ou cristal, isento de impurezas. Em se tratando de iogurte “light” ou “diet”, costumase usar edulcorantes tais com sacarina, o aspartame, a estévia e o ciclamato. Em determinadas circustâncias, e de acordo com a legislação específica, podem ser adicionadas algumas substâncias, como os HIDROCOLOIDES, com a finalidade de obter-se efeitos específicos. Os hidorcoloides neutros, tais como o AMIDO, o ágar-ágar, a goma xantana, a carragena e a pectina, são agentes estabilizantes cuja função principal é proporcionar meios de retenção de água, aumentando a viscosidade e melhorando a textura e o orpo do alimento, passando, assim, a atuar como agente espessante. Por tais razões, os hidrocoloides neutros são de uso frequente na fabricação do iogurte, devendo a sua escolha atender às características seguintes: sabor neutro, estabilidade em pH ácido, ausência de coloração, e serem solúveis em água e no leite, nas proporções necessárias ao seu uso. 10 – FATORES DE ORDEM TECNOLÓGICA QUE INFLUENCIAM NA QUALIDADE DO PRODUTO (IOGURTE). Dentre os principais fatores que influenciam na qualidade do iogurte, destacamos: 10.1 – ATIVAÇÃO DO ESTABILIZANTE A fim de provocar a ativação da mistura do estabilizante contendo AMIDO , deverá a mesma ser submetida a aquecimento à temperatura de Pasteurização durante, pelo menos, 10 minutos após a sua adição ao leite. Com isto, consegue-se a ativação dos sítios das moléculas de AMIDO que passam a reter água (em face dos dipolos eletrostáticos desta), tornando a mistura mais viscosa. 10.2 – COMPOSIÇÃO DA MASSA (FORMULAÇÃO) Além da natureza do AMIDO e de sua concentração, influem na formação e consistência do iogurte, o pH, o teor de proteína, e os percentuais de açúcar, sais minerais e de gordura. 10.3 – HOMOGENEIZAÇÃO Após a adição dos ingredientes ao leite, a mistura deverá ser submetida à homogeneização em um único estágio, à pressão de 100 a 200 Kg/cm 2 e á temperatura de 50°-70°C. Com tal providência proporciona-se a redução do tamanho dos glóbulos de gordura, e o consequente aumento da sua adsorção nas miscelas de caseína, o que resulta no aumento de viscosidade do produto. Em decorrência dessas propriedades dos hidrocoloides, os produtores de laticínios costumam adicioná-los ao iogurte com vistas à comunicar ao produto melhor consistência, aparência e viscosidade. E mais, em razão de sua propriedade de retenção de água, estes hidrocoloides produzem o efeito adicional de preveção da sinérese, ou seja, previnem contra a separação do soro. A participação do Profissional da Química na Indústria de Laticínios, como de resto, nas indústrias de alimentos em geral, estende-se ainda, à escolha, assentamento e regeneração do piso desse tipo de atividade industrial. Conquanto muitas possam ser as causas que originam produtos lácteos não conformes, especialmente no que diz respeito à textura, viscosidade e separação visível das fases, abordaremos aqui o problema da adição do AMIDO, por ser o hidrocoloide de maior uso e um dos grandes responsáveis pelas anomalias, em razão de sua utilização inadequada tecnicamente. É que, além da necessidade de ausência de juntas e da características de impermeabilidade (não porosas), os pisos devem apresentar grande resistência química aos ácidos e às susbtãncias de natureza básica, (sempre presentes nas indústrias de alimentos, e, em particular, nas indústrias de laticínios), cujo controle através de testes específicos, é feito pelo Profissional da Química. É que a prepraração do AMIDO para sua utilização como estabilizante/espessante, exige uma técnica especial decorrente das propriedades físico-químicas de sua molécula, técnica esta, embora relativamente simples, precisa ser observada com rigor, para que se possa obter o fim desejado. Assim, pois, o AMIDO, mesmo sendo praticamente insolúvel em água fria, quando aquecido a temperaturas entre 50°-70ºC, sofre um aumento gradual de retenção de água pelos grânulos, aumentando, assim, a sua viscosidade. Paralelamente, ocorre o aumento de transparência do sistema à medida em que se aproxima da temperatura critica, quando se dá a GELATINIZAÇÃO. Após o resfriamento, a fase solúvel – SOL – passará à fase gelificada – GEL - , a qual será menos ou mais firme, em função do tipo e da proporção do amido usado. 11 – PISOS PARA LATICÍNIOS CONCLUSÃO Do exposto, fica evidente que, passando pelo projeto e acabamento das instalações da fábrica, inclusive do piso, pela qualificação e escolha dos equipamentos, pelas atividades básicas e complementares do processo das Indústrias de Alimentos (e de Laticínios, em particular), encontra-se o Profissional da Química, a desempenhar as suas atividades técnicas, de cunho social, econômico e, até, higiênico, com vistas a oferecer produtos alimentícios da melhor qualidade ao Consumidor final. É que visando obter um produto da melhor qualidade, com maior rendimento e máxima economia, o Profissional da Química, acompanha, através do Laboratório de Controle Químico, todas as fases do processo na Indústria de Laticínios, procurando identificar e quantificar todas as possíveis falhas durante o processo 11 CONSELHO FEDERAL DE QUÍMICA industrial, de modo a poder corrigí-las em tempo hábil para o consumo da Informativo CFQ - Abril a Junho - 2004 DIRETORIA Sociedade, com a segurança de qualidade necessária. Presidente: Jesus Miguel Tajra Adad 1º Vice-Presidente: Roberto Hissa Vimos que, qualquer que seja a finalidade a que se destine, o leite ao ser 2º Vice-Presidente: Augusto José Corrêa Gondim recebido é submetido a uma série de análises, cujos objetivos vão desde a 1º Tesoureiro: Fuad Haddad simples quantificação de gordura e da acidez para aquilatar o seu preço, 2º Tesoureiro: Abias Machado 1º Secretário: José de Ribamar Oliveira Filho para evitar transtornos que redundam em prejuízos na produtividade, e até 2º Secretário: Adauri Paulo Schmitt CONSELHEIRO FEDERAL REPRESENTANTE DE ESCOLA Gil Anderi da Silva * Engenheiro Químico (Escola Politécnica da USP) REPRESENTANTES DOS CRQ´S Engenheiros Químicos Augusto José Corrêa Gondim Dalton Rodrigues Percy Ildefonso Spitzner Júnior Roberto Lima Sampaio Químicos Industriais Arnaldo Felisberto Imbiriba da Rocha José de Ribamar Oliveira Filho Merílio Pinheiro Veiga Roberto Hissa Abias Machado Bacharel em Química Adauri Paulo Schmitt Técnico Químico Fuad Haddad Engenheiro Industrial - Modalidade Química Henio Normando de Souza Melo SUPLENTES Bacharéis / Licenciados em Química Maria Inez Auad Moutinho Luiz Roberto Paschoal mesmo, juntamente com outros parâmetros químicos, para direcionar a fabricação dos vários produtos de laticínios como vimos ao longo deste trabalho. Há, portanto, uma seleção de matéria-prima objetivando a sua destinação. Posteriormente, o leite, como matéria-prima dos vários produtos, é padronizado quanto, principalmente, à gordura, através de equipamentos específicos, controlados pela análise química de gordura, com a finalidade de, após processamento, obter-se produtos uniformes, de boa qualidade, que atendam as normas legais e, ao mesmo tempo, o mais economicamente possível. Depois de feita a seleção e a padronização do leite, a qualidade dos produtos finais, vai depender das condições de processamento, que serão controladas e modificadas pelo Profissional da Química sempre que se fizer necessário. Porquanto, ficou evidenciado que “as reações químicas que se verificam nos processos industriais de fabricação de Laticínios, são perfeitamente controladas e dirigíveis”, sendo tais processos e controles, a atividade básica da Indústria de Laticínios. Esta longa e árdua tarefa somente poderá levada a efeito, por Profissionais da Química técnica e legalmente habilitado, sempre presente na indústria, não sendo de admitir-se que o médico veterinário em sua rápida passagem em inspeção sanitária dos produtos de laticínios, desempenhando a sua função de inspetor nos órgão governamentais, possam acompanhar tão complexas atividades, em setores tão altamente especializados quanto específicos dos Profissionais da Química. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Decisões Judiciais do TRF e STJ. Químicos Industriais Luiz Pinheiro Silvana Carvalho de Souza Calado Renata Lilian Ribeiro Portugal 2. Fagioli,Helencia, M.B. – “Laudo Pericial”. Engenheiros Químicos Suely Abrahão Schuh Santos Julimar Edson Gualberto Borges 5. Powell, Shepard – “Water Condutioning for Industry Mc Graw-Hill Boor Company – 1984. Técnico Químico Rafael Tadeu Acconcia 6. Mc Coy, James W. – “The Chemical Treatment of Cooling WalterNew York Chemical Publishing Company, 1974. 3. 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Lima, U.A., Aquarone, E., Borsari, W. – “Biotecnologia” Tecnologia das Fermentações Editora Edigar Blucher Ltda. – 1975. 4ª Região - Manlio de Augustines 5ª Região - Ennecyr Pilling Pinto 6ª Região - Célio Francisco Marques de Melo 7ª Região - Ana Maria Biriba de Almeida 8ª Região - Carlos Alberto Vieira de Medonça 9ª Região - Alsedo Leprevost 10ª Região - Cláudio Sampaio Couto 11ª Região - José Ribamar Cabral Lopes 12ª Região - Wilson Botter Júnior 13ª Região - José Maximiliano Müller Netto 14ª Região - Avelino Pereira Cuvello 12. Sivieri, K., Oliveira, M.N., - Avaliação da Vida-de-prateleiras de Bebidas Lácteas preparadas com “Fat Replacers”. 13. Hansen, CHR, “Algumas considerações sobre a estabilização de Base Lácteas”. (informativo) Informativo HA-BIOTEC – Nov. e Dez/2002. 14. Engetecno On-Line – “Como fabricar Iogurte” – Bebida Láctea/2004. 15. Homsey, Cristina – “Descobrindo os Sabores do Leite” Revista Leite & Derivados – maio/junho/2002. 16. 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