CENTRO TECNOLÓGICO ESTADUAL PAROBÉ CURSO DE ELETRÔNICA ELETRÔNICA INDUSTRIAL – MÓDULO III Prática 1: SCR - parte I Objetivos: Conhecer e testar os princípios de funcionamento do SCR. Material necessário: BC 548, BT 151 (TIC 126), resistores diversos, capacitores diversos, led’s, sonalarme, reed-switch c/ imã, chaves NF / NA e fonte de 12V. Elaboração: Carla e Jorge Henrique SCR – Parte I Introdução a Tiristores Tiristor é o nome dado a uma família de componentes utilizados em Eletrônica Industrial. Os Tiristores podem chavear grandes cargas, como motores, eletroímãs, aquecedores, participar na conversão de CA em CC, CC em CA e gerar pulsos de controle para outros tiristores. Dentre os principais tiristores podemos citar o SCR e o TRIAC. Eles serão objetos de nosso estudo nesta disciplina. Iniciaremos nosso estudo pelo SCR (Silicon Controlled Rectifier), que significa Retificador Controlado de Silício. Tarefa 1: Pesquisar em Data-Book as características elétricas IGT, VGT, IH e IAK(máx) do BT 151. 1. Comparação Transistor Bipolar x SCR Tarefa 2: a) Montar os circuitos acima; b) Em cada circuito, atuar sobre a chave S observando o que ocorre; c) A partir do comportamento dos dois circuitos, tirar conclusões. SCR – Parte I 1 de 4 2. Teste do SCR com o ohmímetro O teste do componente com o multímetro analógico pode ser feito da seguinte forma: a) Posicione a ponteira vermelha no terminal ( - ) do instrumento, e a preta no terminal ( + ); b) Selecione a escala mais baixa de resistência; c) Com o gate inicialmente desconectado, posicione as ponteiras somente nos terminais do anodo e do catodo. A medição deve indicar alta impedância, não importando a polaridade; d) Quando colocamos a ponteira vermelha no anodo e a ponteira preta no catodo, e simultaneamente aplicamos polarização ao gate (curto-circuitando anodo e gate), o SCR deve passar à condução, apresentando baixa impedância. e) Mesmo que depois desfaçamos a polarização do gate, a medição entre anodo e catodo deverá permanecer indicando baixa impedância. 3. Disparo do SCR O SCR pode disparar através do gatilho, por uma sobretensão entre anodo e catodo, por uma rápida variação de tensão entre anodo e catodo e por excesso de temperatura no dispositivo. As três últimas formas são indesejáveis, por isso não serão objetos de nosso estudo. Formas de Disparo através do gatilho: Disparo CC O SCR pode ser usado com alimentação contínua para chaveamento de cargas por longos períodos, como lâmpadas, eletroímãs e motores, em sistemas de controle tipo liga-desliga. Nestes casos pode-se manter a alimentação do gatilho, apesar do consumo de energia desnecessário e o aquecimento da junção, simplifica-se o circuito de comando. Disparo CA É típico em controle de luminosidade de lâmpadas (dimmer) e de velocidade de motores. Nestes, a cada ciclo da tensão CA de alimentação, é gerada uma tensão defasada por uma ou duas redes de atraso RC, e quando a tensão da rede atingir o valor necessário ao disparo do SCR ou TRIAC, os mesmos são disparados. O processo se repete a cada ciclo, e variando o valor da constante de tempo (resistores ou capacitores tipicamente), varia-se a porção do ciclo em que é alimentada a carga (ângulo de condução do tiristor), variando a potência na carga. O disparo de tiristores em CA pode ocorrer com a aplicação de pulsos no gatilho, esta é a forma mais sofisticada e precisa, e a mais empregada. Este tipo de disparo apresenta melhor rendimento, pois o gatilho é mantido energizado apenas pelo tempo necessário para disparar o tiristor. 4. Comutação do SCR Comutar ou desligar um SCR significa bloquear a sua condução. Comutação em CA Quando utilizamos o SCR em Corrente Alternada, a comutação pode ocorrer no final do semi-ciclo da mesma, no cruzamento da tensão por zero. Esta ocorrência é conhecida como Ponto de Comutação Natural (PCN), sendo alvo de nosso estudo na próxima prática (Prática 2: SCR - parte II). SCR – Parte I 2 de 4 Comutação em CC Considerando a característica de “memória” do SCR, quando o utilizamos em Corrente Contínua, é necessário realizar uma ação complementar que seja capaz de desligar o mesmo. Essa ação, normalmente corta o caminho da corrente entre anodo e catodo do dispositivo, desvia a corrente ou aplica uma tensão reversa sobre o anodo e o catodo. A seguir ilustramos algumas formas de se fazer a comutação. a) Abertura do circuito Uma vez ligado o SCR (led aceso), a comutação pode ocorrer quando o caminho da corrente for interrompido, o que é obtido com a abertura de S2 (chave NF). Para que o led (carga) volte a operar é necessário atuar novamente sobre S1 (chave NA). b) Extinção da corrente direta Quando o SCR está operando, e atuamos sobre S2 (chave NA), a corrente é desviada do SCR, fazendo com que ela fique abaixo do valor mínimo que o mantém operando (corrente de retenção). c) Aplicação de tensão reversa Quando o SCR está operando, o capacitor se carrega pelo resistor de 10K. Ao atuarmos sobre S2 (chave NA), é aplicada uma diferença de potencial negativa sobre o SCR, forçando-o à comutação. d) Aplicação de tensão reversa com SCR auxiliar Este circuito é semelhante ao anterior, onde a chave S2 (daquele) foi substituída por um SCR, conhecido como auxiliar. Quando S2 (deste) é pressionada, o segundo SCR entra em condução, desligando o primeiro. Devido ao valor do resistor de 4K7, o SCR auxiliar não se mantém operando após a abertura da chave S2. Tarefa 3: Monte e teste cada um dos circuitos acima. SCR – Parte I 3 de 4 5. Exemplo de Aplicação do SCR em CC Alarme com Reed-Switch: Tarefa 4: A. Monte o circuito ao lado. B. Ligue-o, mantendo o imã junto ao ReedSwitch (sensor Fechado). C. Afaste o imã do Reed-Switch e observe o que acontece. D. Aproxime o imã novamente e observe o efeito de memória. E. Pressione a chave NA. O que ocorre? F. Explique o funcionamento do circuito. SCR – Parte I 4 de 4