Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Mandioca e Fruticultura Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Rua Embrapa s/n - CP. 007 - 44380-000 - Cruz das Almas, BA Tel: (75) 621-8000 - Fax: (75) 621-8097 www.cnpmf.embrapa.br [email protected] BANANA Número 52 EM FOCO Outubro/2004 Manejo do Cacho da Bananeira Marcelo Bezerra Lima1 ELIMINAÇÃO DO CORAÇÃO OU MANGARÁ: visa a obtenção de frutos com boa aparência e alta qualidade para o consumo de mesa, seja no mercado interno ou para exportação. A prática deve ser realizada logo após a abertura da última penca e consiste em eliminar, preferencialmente sem o uso de ferramentas, a parte da planta conhecida como ráquis, coração ou mangará logo abaixo da última penca, deixando-se um prolongamento de 10 a 20 centímetros da parte terminal da ráquis, que servirá como apoio para o manuseio na ocasião da colheita (Figura 1). Uma vez eliminado, o coração deve ser enterrado ou picado e distribuído ao longo das fileiras do bananal, podendo ainda ser utilizado na alimentação animal. Quando for indispensável o uso de ferramentas, recomenda-se após uso em cada planta, higienização em solução de hipoclorito de sódio (água sanitária) na proporção de 50% do produto comercial, ou seja, meio litro de água sanitária para meio litro de água, e a aplicação de fungicidas no local do corte da planta. A eliminação do coração deve ser realizado, sempre que possível, juntamente com outras práticas, principalmente com aquelas tidas como seqüenciais, como é o caso da eliminação de pencas, despistilagem dos frutos e ensacamento do cacho. ELIMINAÇÃO DE PENCAS: consiste na eliminação da falsa e da última penca, possibilitando colheita de cachos mais homogêneos, com frutos mais longos e mais grossos, evitando-se a penca refugo, ou “reba”, de menor valor no mercado. O descarte é feito conservando sempre um fruto central na última penca (Figura 2). A prática, sempre que possível, deve ser realizada sem uso de ferramentas e deve coincidir com a época da eliminação do coração. A DESPISTILAGEM: visa o controle de doenças fúngicas, principalmente de Trachysphaera fructigena, agente causal da moléstia conhecida como ponta-do-charuto. Consiste na retirada dos restos florais, com as flores ainda túrgidas, no estádio que se soltam com maior facilidade. Os restos florais aderidos às extremidades dos frutos, são removidos com a ponta dos dedos, ou segurando-se a penca e esfregando a palma da mão nos pistilos (Figura 3). Como as pencas abrem-se escalonadamente, torna-se necessário dois ou três repasses no mesmo cacho em dias diferentes. Essa prática confere também melhor aparência aos frutos e deve coincidir também com o período da eliminação do coração. ENSACAMENTO DO CACHO: tem o objetivo de evitar o atrito das folhas com os frutos, diminuir o ataque de trips, ajudar a controlar a ponta-do-charuto, proteger os frutos das baixas temperaturas, acelerar seu desenvolvimento, uniformizar a coloração, proteger o cacho contra os atritos da colheita e reduzir o período que vai da emissão à colheita (Figura 4). Quando realiza-se o ensacamento precoce a limpeza dos cachos deve ser feita a cada dois dias. Após a colheita, deve-se coletar os sacos utilizados e destina-los à reciclagem. Eng Agr , M.Sc., Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Rua Embrapa, S/N, Caixa Postal 007, CEP 44380-000 Cruz das Almas-BA. [email protected] 1 o o Como forma de se determinar a idade do cacho e estimar a época de colheita, após a eliminação do coração, amarram-se fitas de uma mesma cor em frutos emitidos numa mesma semana (Figura 5). Na colheita mede-se o diâmetro dos frutos, e quando grande percentagem de cachos com fitas da mesma cor forem colhidos, deve-se colher todos os demais para racionalizar os trabalhos na área. A eliminação do coração e da última penca, a despistilagem dos frutos e o ensacamento do cacho, proporcionam as seguintes vantagens: Uniformidade na aparência dos frutos. Aumento no tamanho e peso dos frutos. Antecipa a colheita. Reduz a incidência de pragas e doenças. Evita manchas nos frutos pelo escorrimento da seiva na ocasião da colheita. Pela redução do peso do cacho, diminui o risco de tombamento da planta pela ação do ventos. A parte eliminada (Ráquis, Coração ou Mangará), pode ser utilizada como alimento para animais. Possibilita previsão da época de colheita. Diminui custos operacionais pela realização simultânea de mais de uma prática cultural. Fig.2. Eliminação do coração e da última penca. Fig.1. Eliminação do coração. Tiragem: 1000 exemplares Fig.3. Eliminação do coração e da última penca, e despistilagem dos frutos. Fig.5. Fitas de uma mesma cor indicam a idade do cacho e a época de colheita. Fig.4. Ensacamento do cacho. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Fotos: Marcelo Bezerra Lima/Domingos Souza Ramos 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.