Modelo I

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Caracterização de acessos de aceroleira com base em características físicas e
químicas de frutos
Maria Angélica Pereira de Carvalho Costa1; Rogerio Ritzinger2;
Cristina de Fátima Machado2; Daniel Botto3
1
Docente. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas
2
(CCAAB). CEP: 44380‑000, Cruz das Almas, BA.. BA. [email protected]; Embrapa Mandioca e Fruticultura.
Rua Embrapa, s/n. CEP: 44380-000, Cruz das Almas, BA. [email protected]; [email protected]
3
. Engenheiro Agrônomo, (CCAAB/UFRB). [email protected].
Palavras chave: análise multivariada, recursos genéticos, Malpighia emarginata.
Introdução
Nos últimos anos, o cultivo da acerola (Malpighia emarginata D.C.) vem se destacando no Brasil,
principalmente pela adaptação da planta ao clima tropical e subtropical. A caracterização de plantas
constitui uma das principais etapas dos trabalhos com germoplasma, pois permite indicar plantas com
potencial de uso imediato pelos agricultores, bem como identificar acessos ou genótipos que apresentam
características interessantes para o melhoramento, além de ser fundamental para o estabelecimento de
formas de exploração econômica e racional (Lacerda et al., 2001). O trabalho teve como objetivo avaliar as
características físicas, químicas e físico-químicas de frutos de aceloreira do Banco Ativo de Germoplasma
da Embrapa Mandioca e Fruticultura, visando identificar genótipos promissores para uso imediato e para
futuros trabalhos de melhoramento.
Materiais e Métodos
As avaliações foram realizadas em 20 frutos maduros, coletados em 44 acessos do Banco Ativo de
Germoplasma (BAG) de Aceroleira em todos os lados da planta. Foram avaliados: massa de 20 frutos (g),
teor de ácido ascórbico em mg 100 g-1 de polpa, utilizando-se do reativo de Tillmans, sólidos solúveis totais
(SST), por leitura em refratômetro, expresso em ºBrix; acidez total titulável (AT), obtida por titulação com
NaOH 0,1N, expressa em porcentagem de ácido málico; relação SST/AT (ratio) (BRASIL, 2005) e pH,
quantificado com o uso de peagâmetro. Os dados foram analisados por estatística descritiva obtendo-se
medidas de centralidade e de dispersão: valores mínimos, médios e máximos, desvio padrão e coeficiente
de variação. Como medida de dissimilaridade calculou-se a distância euclidiana média e para a formação
dos agrupamentos utilizou-se o método UPGMA – Unweighted Pair Group Method with Arithmetic Mean
(Sneath e Sokal, 1973).
Resultados e Discussão
Observou-se uma grande amplitude de variação entre as variáveis analisadas (Tabela 1). A massa
dos 20 frutos variou de 92,6 a 300 g e os teores ácido ascórbico (vitamina C) de 574 a 1979 mg por 100 g
de polpa , com os maiores coeficientes de variação (29,59% e 27,53%, respectivamente). Ampla variação
também foi observada para o teor de sólidos solúveis totais (CV de 25,33%) e relação SST/AT (CV de
21,53%). A relação ºBrix/Acidez indica o grau de equilíbrio entre o teor de açúcares e ácidos orgânicos no
fruto e está diretamente relacionada à sua qualidade quanto ao atributo sabor, sendo, portanto, um
importante parâmetro a ser considerado para avaliar a qualidade dos frutos (Lima et al., 2002). Entre as
variáveis analisadas, o pH foi a que se apresentou mais homogênea, com amplitude de variação entre 3,18
e 4,03.
O dendrograma obtido a partir dos caracteres quantitativos está apresentado na Figura 1. O valor
cofenético (CCC) foi alto (r = 0,83), refletindo uma boa concordância com os valores de dissimilaridade
genética (Vaz Patto et al., 2004). Observou-se a formação de dois grupos de diversidade genética. O
acesso CMF 133 formou um único grupo, destacando-se com o maior valor em três parâmetros avaliados,
teor de vitamina C, sólidos solúveis e acidez titulável. Os demais acessos ficaram agrupados em um
segundo grupo. A variável que mais contribuiu para a dissimilaridade genética e consequentemente para a
formação dos grupos foi a percentagem de vitamina C (95,85%), dado que o acesso CMF 133 apresentou
1979 mg de ácido ascórbico/100 g, valor muito superior aos demais.
Tabla 1. Análise descritiva para características físicas químicas, avaliadas em frutos de aceroleira
(Malphigia emarginata D.C.) do Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Mandioca e
Fruticultura.
Características
Mínimo
Máximo
Média
CV (%)
DP
Massa dos 20
frutos (g)
Vitamina C
(mg 100 g-1)
92,60
300,00
185,37
29,59
54,22
574,00
1979,00
986,82
27,53
271,04
Acidez
Titulável
(% de ácido
málico)
3,53
7,80
4,90
15,39
0,75
Sólidos
Solúveis
(°Brix)
SST/AT
pH
0,54
1,33
0,8
25,33
0,20
3,90
9,70
6,31
21,53
1,36
3,18
4,03
4,48
4,33
0,15
.
Figura 1. Dendrograma representativo da divergência genética entre 44 genótipos de aceroleira (Malphigia
ermaginata D.C.) do Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Mandioca e Fruticultura. CCC =
0,84. Cruz das Almas, BA. 20012.
Conclusão
A variabilidade detectada entre os acessos de aceroleira indica a necessidade de melhor avaliação
visando a identificação de materiais promissores para exploração comercial e trabalhos de melhoramento
da espécie.
.
Referências
BRASIL. Ministério da Sáude. Secretaria de atenção à Saúde. Coordenação Geral da Política de
Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para a população brasileira. Brasília: MS, 2005. 236p.
LACERDA, D.R.; ACEDO, M.D.P.; LEMOS-FILHO, J.P.; LOVATO, M.B. Genetic diversity and structure of
natural populations of Plathymenia reticulata (Mimosoideae), a tropical tree from Brazilian Cerrado.
Molecular Ecology, [S.I.], v.10, p.1143-1152, 2001.
LIMA, V.L.A.G.; MÉLO, E.A.; LIMA, L.S. et al. Polpa congelada de acerola: efeito da temperatura sobre os
teores de antocianinas e flavonóis totais. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.24, n.3, p.669670, 2002.
SNEATH, P. H.; SOKAL, R. R. Numerical taxonomy: the principles and practice of numerical classification.
San Francisco: W.H. Freeman, 1973. 573p.
VAZ PATTO, M.C.; SATOVIC, Z.; PÊGO, S.; FEVEREIRO, P. Assessing the genetic diversity of Portuguese
maize germplasm using microsatellite markers. Euphytica, v.137, p. 63-72, 2004.
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