sulfato de cádmio - Faculdades Oswaldo Cruz

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Rev. Abril/2003
SULFATO DE CÁDMIO
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1. IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO
Nome químico: sulfato de cádmio
Fórmula química: CdSO4; 3 CdSO4 . 8H2O; CdSO4 . 4H2O
Sinônimos: monosulfato de cádmio; sulfato de cádmio (1:1); ácido sulfúrico, sal de cádmio (1:1); sal de
cádmio 2+ do ácido sulfúrico.
CAS: 7790-84-3
2. COMPOSIÇÃO E INFORMAÇÃO SOBRE INGREDIENTES
Número CAS: 7790-84-3
99%
PERIGOSO
3. IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS
APARECE NA FORMA DE CRISTAIS BRANCOS OU PÓ. É INODORO. CAUSA IRRITAÇÃO NA PELE,
OLHOS E NO TRATO RESPIRATÓRIO. A EXPOSIÇÃO PODE CAUSAR DANOS NOS RINS. O
CÁDMIO E SEUS COMPOSTOS SÃO CLASSIFICADOS COMO CANCERÍGENOS.
EFEITOS POTENCIAIS PARA A SAÚDE
• Por inalação: Gosto metálico na boca, náuseas, vômitos, frio, fraqueza, dor nas pernas, diarréia,
secura na garganta, tosse, dor de cabeça, diminuição da respiração, dor no peito, danos nos rins,
extremo cansaço e irritabilidade; pneumotite, bronquite e em casos severos edema pulmonar (com
possibilidade de morte). NOTA: os sintomas podem aparecer após 12h da exposição.
• Por ingestão: Severas náuseas, salivação abundante, choque, vômito, diarréia, dores abdominais,
cãibras musculares, vertigem e talvez convulsões. Exaustão, colapso, choque e morte podem ocorrer
até 24 horas após a ingestão, se as doses forem altas.
• Contato com a pele: Causa irritação na pele.
• Contato com os olhos: Causa irritação nos olhos.
• Exposição crônica: Bronquite e rinite crônicas, sintomas gastrointestinais, prejuízo ou perda do olfato,
fibrose pulmonar, efisema, disfunção renal, pedras nos rins, danos renais, coloração amarelada nos
dentes e mudança nos ossos. Os dados a respeito de anemia são conflitantes em estudos com
humanos e com animais. A anemia primária resulta de baixa absorção de ferro da dieta seguida de
exposição gastrointestinal ao cádmio. Efeitos no fígado têm sido encontrados, mas são limitados em
humanos. Imunosupressão tem sido observada em animais mas são raramente observadas em
humanos. Os dados a respeito de câncer de próstata e exposição ao cádmio são conflitantes.
Estudos recentes sugerem elevações de câncer de próstata em homens que são expostos
ocupacionalmente ao cádmio, mas subseqüentes investigações encontraram elevações no número
de casos não tem significância estatística.
• Exposições prolongadas: danos nos rins, pele e pulmões.
4. MEDIDAS DE PRIMEIROS SOCORROS
INALAÇÃO: Remova a vítima ao ar fresco e ministre respiração artificial se necessário. Encaminhe
imediatamente para o serviço médico.
INGESTÃO: Nunca dê nada para uma pessoa inconsciente ou com convulsão. Entre em contato com o
centro de controle de intoxicações (CEATOX) . Se o CEATOX recomendar, dê à pessoa “consciente e
alerta” 1 a 2 copos de água e então induza ao vômito.
CONTATO COM A PELE: Rapidamente remova a roupa contaminada. Enxague com grande quantidade
de água por no mínimo 15 minutos. Lave a área exposta com água e sabão. Se a pele apresentar
vermelhidão e bolhas, consulte um médico.
CONTATO COM OS OLHOS: Não permita que a vítima esfregue ou mantenha os olhos fechados.
Levante as pálpebras dos olhos e lave imediatamente e sem parar por, no mínimo, 15 minutos. Consulte
um oftalmologista se dor e irritação aparecerem e persistirem.
NOTA AO MÉDICO: Doença renal induzida pelo Cádmio pode aparecer em trabalhadores, meses ou
anos após a exposição ao produto.; os sinais da patologia renal podem progredir lentamente. A
proteinúria é comumente caracterizada pela excreção de proteínas de baixa massa molecular (15.000-
40.000) acompanhada da perde de eletrólitos , cálcio, ácido úrico e fosfatos. Os compostos comumente
excretados são: beta-2-microglobulina, ribonuclease, lisozima, imunoglobinas de cadeias leves e
proteínas ligadas ao retinol. A elevada excreção destas proteínas é sintomática de dano tubular. A
terapia de quelação pode ser benéfica se feita, imediatamente, após uma exposição aguda por ingestão,
mas não é recomendada em casos de envenenamento por exposição crônica. O carvão ativo tem se
mostrado benéfico em envenenamentos por cádmio. Para edemas pulmonares mantenha a ventilação e
oxigenação com monitoramento do gás do sangue arterial, fechado. Quando do uso de PEEP e
ventilação mecânica pode ser preciso para manter a pO2 maior que 50mm Hg com FlO2 menor que 60%.
5. MEDIDAS DE COMBATE A INCÊNDIO
Chamas quando envolvem este material podem ser controladas por spray de água, dióxido de carbono,
espuma, pó químico seco. Quando na forma de pó o composto é moderadamente perigoso para causar
incêndio. Os produtos da combustão são óxidos de enxofre e cádmio. Não jogue as águas usadas na
extinção das chamas, no esgoto.
6. MEDIDAS DE CONTROLE PARA DERRAMAMENTO E VAZAMENTO
Evacue a área, ventile o local e remova fontes de ignição. O pó pode ser aspirado. Quando na forma
líquida absorva com areia, vermiculite, terra. Encaminhe para aterro classe 1.
7. MANUSEIO E ARMAZENAMENTO
Use avental de mangas longas, óculos de proteção, máscara P3 e luvas de borracha. Lave bem as mãos
e o rosto antes de comer, beber ou fumar, após ter manuseado esta substância.
Estoque em local fresco, seco e bem ventilado longe de fontes de ignição e incompatíveis. Estoque na
ÁREA AZUL do almoxarifado.
8. CONTROLE DE EXPOSIÇÃO E PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Limites de exposição permitidos :
OSHA: PEL: 0,005 mg/m3 (TWA)
ACGIH: TLV: 0,01 mg/m3 (TWA) poeira\partícula inalável
0,002 mg/m3 (TWA) fração respirável de poeira
NIOSH: REL: 0,1 mg/m3 carcinogênico em concentração possivelmente baixa
IDHL Level: 9mg (Cd)/m3
VESTIMENTA MÍNIMA RECOMENDADA: luvas protetoras, botas, óculos protetores e avental
MÁSCARA RESPIRATÓRIA RECOMENDADA: máscara P3
9. PROPRIEDADES FÍSICO – QUÍMICAS
Descrição física: sólido incolor ou branco
Odor: inodoro
Massa molecular: 208,47
Densidade: 4,691g/cm3 @ 20°C
Ponto de fusão: 1000° C
SOLUBILIDADE:
Água: 75,5g/100mL @ 0° C
10. ESTABILIDADE E REATIVIDADE
Este composto é estável em condições normais de estocagem em temperatura normal. Quando aquecido
até decomposição pode produzir óxido de enxofre e cádmio. É incompatível com agentes oxidantes,
hidrogênio azida, metais, zinco, selênio e telúrio.
11. INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS
Dose típica
Modo
Espécie
Quantidade
Unidades
LD 50
Oral
Rato
280
mg\kg
LD 50
Oral
Camundongo
88
mg\kg
CARCINOGENICIDADE: A2 – provavelmente carcinogênico e carcinogênico em experimentos com
animais.
EFEITOS GENÉTICOS: humano linfócitos: 500µmol/L causando danos no DNA
rato células fígado: 30 µmol/L causando danos no DNA
camundongo: 150 µmoll/L causando mutações
EFEITOS REPRODUTIVOS: camundongo: intraperitoneal 2750µg/kg administrado em fêmeas aos 9d
de gestação causam desenvolvimento de anormalidades no sistema músculo esquelético
Rato: oral TDLo 35230 mg/kg (1-19d de gestação)os efeitos tóxicos
incluem efeitos na fertilidade (mortalidade pré-implantação e pós-implantação), efeitos nos embriões e
nos fetos (troca materno fetal), desenvolvimento de anormalidades específicas (sistema cardiovascular),
e efeitos no recém-nascido (tumores mamários).
12. INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS
Sulfato de cádmio tende a se precipitar em águas naturais com óxido de magnésio, óxido de ferro e
hidratos. É relativamente móvel no ambiente aquático e pode ser transportado em soluções como
cátions hidratados ou como complexos orgânicos e inorgânicos. Fotólise não é um mecanismo removível
no ambiente aquático.
ECOTOXICIDADE: Cloeon dipterum (inseto de maio) LC50: 6990µg/L/72h @ 25°C
Acanthocyclops viridis LC50: 0,5µg/L/72h @ 25°C
Daphnia magna 3-5d de idade LC50: 12µg/L/72h @ 25°C
TOXICIDADE AQUÁTICA: peixe listrado: LC50: 0,003mg/L/24h
TRANSPORTE AMBIENTAL: Daphnia magna exposta ao sulfato de cádmio por 7 dias exibe um fator de
bioconcentração de 484.
ABSORÇÃO NO SOLO/MOBILIDADE: vai depender muito do pH, aumentando a abosrção em solos
alcalinos. Quando o pH é abaixo de 6-7 o cádmio é desabsorvido.
13. CONSIDERAÇÕES SOBRE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO
Encaminhe para aterro classe 1.
14. INFORMAÇÕES SOBRE TRANSPORTE
Número ONU: 2570
15. REGULAMENTAÇÕES
NFPA:
Saúde: 2
Inflamabilidade: 0
Reatividade: 0
Rótulo: APARECE NA FORMA DE CRISTAIS BRANCOS OU PÓ. É INODORO. CAUSA IRRITAÇÃO
NA PELE, OLHOS E NO TRATO RESPIRATÓRIO. A EXPOSIÇÃO PODE CAUSAR DANOS NOS RINS.
O CÁDMIO E SEUS COMPOSTOS SÃO CLASSIFICADOS COMO CANCERÍGENOS.
BIBLIOGRAFIA
Ficha de segurança msds n.199. Genium Publishing Corporation. 1/87.
Guia de Seleção de Respiradores 3M. 2001.
ELABORADO E REVISADO PELA COORDENAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES –
PROFESSORA MARIA LUCILA UJVARI DE TEVES
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