2/13/2017 TEORIA CINÉTICA DOS GASES Prof. Harley P. Martins Filho • Postulados fundamentais da Teoria Cinética Um gás é composto por um grande número de partículas diminutas Na ausência de um campo de forças estas partículas movem-se em linha reta incessantemente Estas partículas colidem raramente, e, quando acontece, a colisão é elástica 1 2/13/2017 • Pressão exercida por um gás Área A Colisão de uma partícula com a parede pressão momentânea exercida. Pressão total do gás resulta do somatório de impactos de todas as partículas. Pressão momentânea exercida por uma partícula em uma parede da caixa: P P F dv e F ma m A dt Aceleração da partícula ocorre no momento do choque: Antes do choque: velocidade v1 Depois do choque: velocidade –v1 t v = –v1 – (v1) = -2v1 Se o tempo de colisão é tcol , a = -2v1/tcol F1 = -2v1m/tcol Mas esta é a força que a parede exerceu na partícula. A força exercida pela partícula é o negativo deste valor: Fpart 1 = 2v1m/tcol 2 2/13/2017 Mas devemos calcular a força média exercida pela partícula, considerando o tempo total de uma colisão a outra, por exemplo. Tempo t1 decorrido entre uma colisão e outra (= tempo que inclui uma colisão inteira): v1 = 2l/t1 t1 = 2l/v1 Caminho percorrido: 2l Na maior parte do tempo, entre uma colisão e outra (t1 - tcol ), a força é nula: 2v m (t1 tcol ) 0 tcol 1 2 tcol 2v1m v1 m Fmédia 1 2l t1 l v1 Pressão média exercida pela partícula 1: P1 Fmédia 1 mv12 mv12 A lA V Para o conjunto de partículas: P Pi m v12 v22 v32 ... V i Definindo: 2 2 2 2 v (v1 v2 v3 ...) / N P Nmv 2 V Efeito de colisões: v2 v1 Partícula 1 aumenta sua frequência de colisões com a parede mas partícula 2 não colide com a mesma parede. Em termos de colisões, é o mesmo efeito das duas partículas separadas. Na verdade o cálculo só precisou levar em conta uma componente da velocidade molecular (x, digamos). É mais conveniente expressar o resultado em termos de uma velocidade média quadrática global. 3 2/13/2017 Levando em conta movimentação em todas as direções: c 2 vx2 v y2 vz2 onde c é a velocidade quadrática média das partículas. Mas as três componentes da velocidade quadrática média são iguais: c 2 3v x2 Nmc 2 P 3V Equação fundamental da Teoria Cinética Numa mistura de gases, os impactos das moléculas de um gás são independentes dos impactos das moléculas dos outros gases Lei de Dalton das pressões parciais segue naturalmente da Teoria Cinética. • Consequências da Teoria Cinética Energia cinética de uma partícula: EK (i ) Equação fundamental: P Nmc 2 2 NEK 2 ou PV NEK 3V 3V 3 Gás ideal: PV = nRT nRT Mas n = N/NA T RT 1 2 1 mci EK mc 2 2 2 2 NE K 3 2 N A EK 3 2N A EK 3R Interpretação: temperatura é uma medida da energia cinética média do movimento caótico das partículas. 4 2/13/2017 Equação não contém nenhum parâmetro dependente da natureza do gás A uma certa temperatura, todos os gases possuem a mesma energia cinética média. Mas N A E K dá a energia cinética total associada a um mol de partículas EK: 3 2N A 2 EK T EK EK RT 2 3R 3R Razão das velocidades médias quadráticas para dois gases em uma mesma temperatura: 1 1 E K ( A) E K ( B ) N A m Ac A2 N A mB cB2 2 2 2 c M Mas M i mi N A M Ac A2 M B cB2 A2 B cB M A 1/ 2 c A2 M B 2 cB M A Lei da efusão de Graham Velocidade quadrática média para um gás EK 3 3 1 3 RT N A E K RT N A mc 2 RT 2 2 2 2 1/ 2 3RT c M Exemplo: O2 a 27C c = 483,56 m s-1 (1741 km h-1) Velocidade média das partículas Fazendo-se a média comum dos módulos das velocidades das partículas usando-se a distribução de velocidades de Maxwell, chega-se a 1/ 2 8RT c M 5 2/13/2017 Capacidade calorífica dos gases Capacidade calorífica molar de uma substância é a quantidade de calor requerida para elevar a temperatura de um mol da substância em um grau Celsius. Cm dQ em uma temperatura especificada dT Em uma troca de calor a volume constante, todo o calor é transformado em energia cinética. dE dQ K dT dT V Mas pela Teoria Cinética, E K 3 3 RT CV ,m R 2 2 Mas estes resultados só são válidos para partículas que só têm movimento de translação (átomos). Para moléculas, calor absorvido pode aumentar energia cinética de rotações e vibrações. Para moléculas diatômicas, por exemplo, CV,m = (5/2)R 6 2/13/2017 • Colisões intermoleculares Velocidade média relativa de uma partícula em relação às outras: crel 2c Área da seção de choque: = d2. Se centro de outra partícula estiver dentro do tubo de choque, ocorre colisão. Comprimento do tubo de choque: crel t Pode-se demonstrar que a frequência de colisões para uma partícula é dada por z 2c P kT k (constante de Boltzmann) = 1,3806610-23 JK-1 Exemplo: N2 a 1 atm e 25C ( = 0,43 nm2) z = 5109 s-1 Caminho livre médio (distância percorrida entre duas colisões ) Tempo transcorrido entre colisões (ou tempo que contém uma colisão): P colisões 1 seg. kT Uma colisão t1 2c t1 kT 2c P 7 2/13/2017 Caminho percorrido neste tempo (): c t1 c kT 2c P kT 2P Exemplo: N2 a 1 atm e 25C ( = 0,43 nm2) 1,38066 1023 298 6,7 108 m 18 2 0,43 10 101325 Comparação do caminho livre médio com as dimensões moleculares: d 0,43 1018 3,7 1010 m 3,1416 Relação caminho livre/diâmetro molecular: d 181,1 8