FACULDADE INTERNACIONAL DO DELTA ANA CÉLIA BRANDÃO MARQUES, ISADORA DE SOUSA CARDOSO E JEAN OLIVEIRA LUCAS TEMA: DA VALA AO MERCADO: Processo histórico e cotidiano dos feirantes do Mercado da Quarenta (2002 à 2009). Introdução: A pesquisa aborda os feirantes do Mercado da Quarenta, mercado este que se situa no bairro Mendonça Clarck, nas proximidades do centro da cidade de Parnaíba, no estado do Piauí. O mercado ganhou esse nome devido estar situado no bairro Mendonça Clarck, antigamente denominado de “Quarenta”, cujo nome está relacionado à prostituição que ocorria /ocorre frequentemente nesse bairro. Ele encontra-se dividido em dois blocos, sendo um destinado a venda de carnes e peixe e o outro destinado a venda de frutas, cereais, produtos artesanais, vendas de roupa e a praça de alimentação. Desenvolvimento: Muitos feirantes ainda lembram com fervor e com uma grande energia de várias coisas que vivenciaram no período de transição de Vala para Mercado da Quarenta, e nesse relatar do cotidiano se percebe o quanto esse processo está inserido, fixo na memória de cada trabalhador que de forma particular buscam em tudo agradar seus fregueses, Relacionado a isso, já falava Mayol (2005, p.63) Enfim, os vendedores, são obrigados, pela sua profissão, a chamar os seus fregueses; mantêm com eles uma relação vocal que se poderia hiper-alocutiva, muitas vezes próxima do grito. É por isso que aplicaram geralmente uma energia vocal que os obriga a ir ao essencial sem muitos matizes, quer em vista de elogiar aos seus produtos, que em vista de atrair a freguesia. Daí o impressionante índice de imitações de declaração de amor, ladainhas de palavras carinhosas espalhadas em todas as direções (“minha querida”, “ meu bem” , “ meu amor”, “ meu tesouro”), um sem-número de expressões “permitidas” pelo contexto do mercado. Sendo assim, para conhecer como era o cotidiano dos feirantes, observou-se como eram as suas práticas cotidianas, o que eles costumavam fazer no seu dia-a-dia de trabalho, e mesmo com algumas dificuldades o número de pessoas que vinham para trabalhar na feira só prosperava. Considerações Finais: Inauguração do Mercado da Quarenta. Fonte: acervo pessoal de Isadora Cardoso. O Mercado da Quarenta exerceu um forte poder sobre o cotidiano dos feirantes e da população parnaibana, sendo um espaço vivo como já foi mencionado nos relatos dos feirantes sobre sua vivência nesse local de trabalho, mostrando toda as dificuldades para se manter num ambiente que não possuía uma higienização que possibilitasse uma boa convivência e um bom atendimento para com a população que frequentava comprando suas mercadorias. Referências: CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 19° ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2012. LE GOFF, Jacques. História e memória. Lisboa: Edições 70, 1982. PASSOS, Caio. Cada rua sua história. Parnaíba, 1982