Avaliação do potencial genotóxico de esteróides anabolizantes

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51º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005
Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4
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Palavras-chave: Esteróides anabolizantes,
Testosterona, Drosophila melanogaster
Valadares, BLB1; Batista, TM2; Rezende, AAA1; Pantaleão, SM1; Souza, NC1; Spanó, MA1
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Instituto de Genética e Bioquímica, Universidade Federal de Uberlândia; 2Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Centro
Universitário de Caratinga.
Avaliação do potencial genotóxico
de esteróides anabolizantes derivados
sintéticos da testosterona,
em Drosophila melanogaster
O uso de esteróides anabólico-androgênicos é comum entre praticantes de musculação, principalmente
jovens do sexo masculino. Sua aplicação ocorre indiscriminadamente e pouco se conhece sobre seus efeitos
colaterais. Entre os anabolizantes mais utilizados, por produzirem aumento da massa muscular em curto
espaço de tempo, encontramos o Deca Durabolin (decanoato de nandrolona), o Durateston (propionato
de testosterona, fenilpropionato de testosterona, isocaproato de testosterona e decanoato de testosterona)
e o Winstrol (stanozolol). Estes três agentes químicos apresentam estruturas moleculares semelhantes,
por serem derivados sintéticos da testosterona. O teste de detecção de mutação e recombinação somática
(SMART) em células de asas de D. melanogaster foi empregado com o objetivo de detectar possíveis efeitos
genotóxicos dessas substâncias. Para tanto, foram realizados dois tipos de cruzamentos: 1] padrão – ST (fêmeas
flr3 / TM3, BdS cruzadas com machos mwh) e; 2] alta capacidade de bioativação – HB (fêmeas ORR; flr3 /
TM3, BdS cruzadas com machos mwh). Este último é caracterizado por apresentar altos níveis constitutivos
de enzimas citocromo P450. Larvas de terceiro estágio (72 horas), obtidas de ambos cruzamentos, foram
tratadas com diferentes concentrações de Durateston (0,78; 1,56 e 3,125 mg/mL) e Deca Durabolin
(0,625; 1,25 e 2,5 mg/mL), diluídos em 1% Tween-80 + 3% etanol em água, e Winstrol (0,625; 1,25 e
2,5 mg/mL) diluído em água destilada estéril. Como controles negativos foram usados os diluentes dos
anabolizantes e como controle positivo foi utilizado uretano (10 mM). As asas dos adultos emergentes de
ambos cruzamentos foram analisadas quanto a ocorrência de manchas mutantes. Para as três concentrações
utilizadas de Deca Durabolin e de Winstrol não foram encontradas, em ambos cruzamentos (ST e HB),
diferenças estatisticamente significantes nas freqüências de manchas mutantes, quando comparado com
o controle negativo, indicando que, nessas condições experimentais, os anabolizantes Deca Durabolin e
Winstrol não possuem efeitos genotóxicos. Para os tratamentos com Durateston, foi verificado aumento
estatisticamente significativo nas freqüências de manchas observadas nos descendentes do cruzamento HB,
o que sugere que, nessas condições experimentais, o Durateston possui efeito genotóxico dependente da
ativação metabólica pelo sistema enzimático citocromo P450.
Apoio financeiro: CAPES, CNPp, FAPEMIG, UNEC, UFU.
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