universidade federal do paraná

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SETOR DE EDUCAÇÃO
Departamento de Biologia
Disciplina: Tópicos integrados em Anatomia e Fisiologia Humana-BIO017
Helen Keller
Este resumo refere-se ao artigo “Abuso de Esteróides Anabolizantes e seu Impacto sobre a
Função Tireóidea” de autoria de Rodrigo S. Fortunado e colaboradores, em que são abordados os
efeitos da utilização de anabolizantes com função estética, que nas ultimas três décadas este índice
se elevou e, a partir disso, novas pesquisas foram feitas demonstrando os efeitos colaterais.
O artigo inicia com uma breve descrição sobre os hormônios que são produzidos, em sua
maioria, pelo córtex da glândula supra-renal, testículos e ovários. Os hormônios masculinos são
denominados esteróides anabólico-androgênicos em que se destaca a testosterona, um mantedor dos
caracteres masculinos.
As primeiras descrições dos esteróides surgiram em 1889, onde foram feitos experimentos
utilizando extrato de testículo de cachorro e porco em que se verificou aumento de força e energia
mental. Os androgênios são importantes hormônios para manutenção e diferenciação sexual em
machos, além de agirem em tecido ósseo, adiposo, músculo esquelético, coração, cérebro e fígado.
Os anabolizantes são substâncias sintéticas derivadas da testosterona que com grande
atividade anabólica, anti-catabólica com redução da degradação protéica e inibição da reabsorção
óssea.
A molécula de testosterona sofre modificações de estrutura afim de não ser metabolizada
pelo fígado e assim ficar inativa e poderam ser ministradas oralmente. Esse hormônio age em
diferentes tecidos e quando metabolizado pode gerar derivados. Em estudos em que foi injetado este
composto diretamente na região anterior do hipotálamo foi observado um aumento da freqüência,
mas ainda alguns aspectos como importância fisiológica e efeitos não genômicos são
desconhecidos.
Em experimento com ratas, a administração de testosterona antes do sétimo dia de vida
estimula o aumento de fibras musculares, depois desse período apenas aumenta a área transversa
das fibras, isso se dá devido ao aumento da síntese protéica. Além disso, estimula a eritropoese e o
aumento de 2,3-difosfoglicerato que é responsável pela ligação do oxigênio a hemoglobina presente
no eritrócito. E ainda, aumenta a proliferação osteoblástica. Pessoas do sexo masculino com
hipogonadismo apresentam anemia, hipertrofia muscular e diminuição na remodelação óssea.
Além da testosterona os andrógenos são convertidos em estrógeno, importante na reabsorção
óssea.
Nos anos 50 foi verificado o uso excessivo desses esteróides por atletas e principalmente
levantadores de peso, a fim de obterem mais força e massa muscular, associado à perda de gordura
corpórea. No entanto nas ultimas cinco décadas foi observado que o consumo dessa substância
aumento na população com fins estéticos.
Esses hormônios são naturalmente sintetizados por nosso organismo e são importantes na
diferenciação, crescimento e metabolismo. A síntese e secreção dos hormônios da tireóide (HT) é
regulada por um sistema de retroalimentação negativa entre o hipotálamo, a hipófise e a glândula
tireóide. O TSH é o regulador primário da síntese e secreção dos hormônios da tireóide. Ele também
é importante no crescimento da glândula tireóide. Exemplificando o processo: o hormônio liberador
de tireotrofina (TRH) estimula a síntese e liberação de TSH, havendo grande quantidade de HTs, o
TSH é convertido em T4 em T3 e ainda a somatostatina e a dopamina regula negativamente a
secreção de TSH.
Os hormônios da tireóde não metabolizados nos tecidos periféricos e regulam a
disponibilidade de T3 que é o hormônio ativo metabolicamente. As concentrações de hormônios
tireóideos controlam a atividade da D2 tanto em nível pré-transcricional quanto pós-transcricional.
T3 e T4 exercem efeitos supressores sobre a atividade da D2. A atividade da D3 é estimulada pelo
T3, como pode ser observado em pacientes com hipertireoidismo, em que a atividade da D3 no
sistema nervoso central é maior.
Em relação aos efeitos dos esteróides anabolizantes sobre a função tireóidea pode-se dizer
que é direta. Pois, a testosterona, os hormônios sexuais afetam a produção de TSH e modulam a
enzima D1, baseados em estudo com ratos gonadectomizados. Enquanto que ao ser convertida a
testosterona em estrógeno é possível perceber o aumento da concentração sérica de TBG e T4 ligado
e de TSH. Por fim é possível, segundo os autores, é possível afirmar que os esteróides podem atuar
diretamente sobre a glândula, como também no metabolismo periférico, o que levaria à diminuição
de T3 total e T4 livre, mas ainda são necessários estudos mais aprofundados e esclarecedores.
Em humanos existem poucos estudos e mesmo assim não há parâmetros fixos, pois são
analisados atletas que consomem, por conta própria, os anabolizantes e alguns fazem uso de
hormônio do crescimento e anfetaminas paralelamente, o que vem a distorcer os dados.
O que se conclui é que os esteróides anabolizantes em doses suprafisiologicas afetam a
função tireóidea, nos aspectos de diminuição de TBG que controla as concentrações de T4 e T3, que
nesse caso são diminuídas, que dependem da aromatização do esteróide anabolizante utilizado.
Outras anomalias foram verificadas, no entanto, podem ser confundidas com hipotireoidismo. Por
tudo isso é visto que o uso de anabolizantes é um perigo para a saúde, pois afeta pois este artigo é
um exemplo de mais uma estrutura muito importante fisiologicamente afetada pelos
hormônios tiroidianos. No entanto, o próprio artigo comenta que: “a utilização de esteróides
anabolizantes tem atingido níveis alarmantes nas últimas décadas” (1 a 3 milhões de homens e
mulheres no EUA; praticantes de musculação de Porto Alegre – prevalência de 11,1% de
usuários).
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