ATENÇÃO Caso o seu veículo publique – parcialmente ou na íntegra – esta matéria de serviço, envie-nos uma cópia da edição. O endereço é o SCN Quadra 5 Bloco “A” Torre Norte, sala 417, Edifício Brasília Shopping, Brasília (DF). CEP: 70715-900. Obrigado. Doses que protegem Vacinas oferecidas pelo SUS ajudam na prevenção de doenças perigosas O sarampo é uma ameaça à saúde das crianças, principalmente das que apresentam um quadro de desnutrição. As complicações da doença podem levar à morte. Para enfrentar o problema, na década de 90 os países do continente americano apostaram em políticas públicas para eliminar a doença. Desde 2000, não há confirmação de que casos de sarampo tenham origem no Brasil. A imunização contra o sarampo e doenças como rubéola, poliomielite e caxumba faz parte do calendário de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS). Levar os filhos para cumprir esse calendário representa uma grande arma na guerra contra essas doenças. Desde novembro de 2006, houve casos de sarampo nos municípios de Filadélfia, Irecê e João Dourado, na Bahia. Os técnicos da Saúde confirmaram 24 casos em Filadélfia, 18 em João Dourado e um em Irecê. Outros 54 estão sendo investigados em oito municípios, incluindo Salvador. A cepa (tipo) do vírus do sarampo que está circulando é a D4, comum na população da África e da Ásia. Assim, o surto provavelmente tem como origem o contato dos pacientes com alguém que trouxe o vírus do exterior. “Faz pouco tempo que países de fora do nosso continente começaram a se conscientizar com mais vigor sobre a necessidade de medidas mais eficazes contra o sarampo”, lembra o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Expedito Luna. “Logo, estamos vulneráveis a surtos no Brasil, provocados por viajantes que vêm da África, Europa e Ásia”. Além da dose oferecida da vacina tríplice viral – que também protege contra rubéola e caxumba – o Ministério da Saúde promove campanhas nacionais de vacinação contra o sarampo a cada quatro anos. A última aconteceu em 2004 e a próxima será realizada em 2008. Desde a detecção do primeiro caso na Bahia, o Ministério da Saúde iniciou o bloqueio da cadeia de transmissão, vacinando quem teve contato com pacientes ou com pessoas suspeitas de terem a doença. ”Em João Dourado já estamos há 60 dias sem registrar novos casos, portanto, concluímos que as ações de controle no município foram eficazes”, afirma Expedito Luna. O Ministério da Saúde recomenda a vacinação contra o sarampo para as pessoas que viajarem para os locais onde haja incidência ou suspeita de casos. Quem viajar para fora do continente americano também deve se vacinar contra o sarampo. “Isso é necessário para que o viajante, quando voltar, não corra o risco de trazer o vírus do sarampo ao país”, recomenda Luna. Rubéola – A partir do segundo semestre de 2006, os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais começaram a sofrer com surtos de rubéola. A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério identificou cerca de 300 casos em Minas Gerais e 200 no Rio. Assim como o sarampo, a rubéola faz parte do grupo das doenças que provocam manchas avermelhadas na pele. Ambas são transmitidas de uma pessoa para a outra. A rubéola preocupa mais as autoridades de saúde quando atinge gestantes até o terceiro mês da gravidez. “Nas pessoas em geral, apresenta um quadro mais brando e pode até ser assintomática. Porém, nas grávidas até o terceiro mês de gestação pode causar malformação nos fetos, a chamada Síndrome de Rubéola Congênita”, explica Expedito. O Ministério da Saúde vem promovendo ações de bloqueio da transmissão da doença. Atualmente, o governo federal discute com os estados brasileiros e com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) estratégias para eliminação da rubéola do Brasil. Entre os anos de 2000 e 2003, o país desenvolveu campanhas maciças para imunizar mulheres em idade fértil (dos 12 aos 39 anos) contra a rubéola. No período, cerca de 40 milhões de mulheres receberam a vacina. A cobertura, nesta faixa etária, chegou a mais de 90%. A questão é que hoje há mulheres em idade fértil que não receberam a vacina na época, por que ainda não tinham atingido a faixa etária coberta. Elas estão expostas a contrair a doença dos grupos não imunizados – mulheres que entre 2000 e 2003 estavam acima dos 39 anos e homens. O Ministério da Saúde recomenda, ainda, às pessoas que forem viajar para a Amazônia e para a África que tomem a vacina contra febre amarela. A dose tem validade de dez anos e leva 10 dias para surtir efeito. A febre amarela se transmite quando um mosquito que picou um macaco infectado – reservatório da doença – pica o homem. De olho no calendário Em março do ano passado, o calendário de vacinas do SUS incorporou a vacina contra o rotavírus. A infecção por esse microrganismo ameaça principalmente a saúde de crianças menores de cinco anos e responde por cerca de 30% dos casos de diarréias graves nesta faixa etária. Cada bebê tem direito a tomar duas doses da vacina, uma aos dois meses e outra aos quatro meses de idade. A vacina contra o rotavírus reforça um elenco do calendário de imunizações que protege contra várias outras doenças perigosas para as crianças. Bebês com idade entre zero e um ano tomam a gotinha para prevenção da poliomielite aos dois, quatro e seis meses, além das doses de reforço oferecidas nas campanhas nacionais de vacinação contra a pólio. Logo que nascem, as crianças também recebem a BCG, proteção contra formas graves de tuberculose, e a primeira dose da vacina contra hepatite B. Com um mês e aos seis meses, os bebês voltam a receber a vacina contra hepatite B. Aos dois, quatro e seis tomam a tetravalente, proteção em relação à coqueluche, difteria, tétano e ao hemófilus influenza B, vírus responsável por doenças como a meningite. Com um ano, é a vez de a criança receber a tríplice viral, para se proteger do sarampo, rubéola e caxumba. Todas essas vacinas são gratuitas e estão disponíveis nos postos de saúde do SUS. “Nosso calendário é amplo, universal e reconhecido por toda a população”, afirma Expedito Luna, coordenador de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde. “Até mesmo pessoas que poderiam pagar pela vacina na rede privada vêm ao SUS porque sabem como funciona e conhecem a seriedade e a eficácia do nosso sistema”, comemora.