Boletim Epidemiológico 2014

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Prefeitura Municipal de Jataí
Secretaria Municipal da Saúde
Núcleo de Vigilância Epidemiológica
e Ambiental em Saúde
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO
Nº 01/ 2014
Editorial
O Boletim Epidemiológico do Núcleo de
Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde
(NVEAS) – Secretaria Municipal da Saúde de
Jataí tem por finalidade desenvolver a
epidemiologia nos serviços da saúde, organizar
estratégias para que os profissionais apliquem os
diversos métodos epidemiológicos, contribuindo
também para o desenvolvimento da saúde
coletiva,
além
de
permitir
análises
epidemiológicas e conhecimento de alguns perfis
em determinadas situações clínicas e fornecer
informações essenciais para estabelecer o
diagnóstico da situação de saúde no município.
Amilton Fernandes Prado
Secretário Municipal da Saúde
Jataí, entre janeiro de 2009 e dezembro de 2013,
obtendo informações baseadas nas notificações de
uma
unidade
pública
hospitalar
de
urgência/emergência do município. Para cálculo
de incidência foi considerada a população
economicamente ativa do município apresentada
no censo demográfico realizado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no
ano de 20105.
Observa-se na Tabela 01, que entre os anos
de 2009 e 2013 os acidentes com animais
peçonhentos tiveram uma diminuição da
incidência de 0,057 para 0,032 para cada 100 mil
pessoas economicamente ativas em Jataí.
Tabela 01: Frequência e incidência de acidentes
por animais peçonhentos atendidos em unidade
hospitalar de urgência e emergência do município
de Jataí entre 2009 e 2013, Jataí 2014.
Acidentes de trabalho por animais peçonhentos
atendidos em uma unidade hospitalar de
urgência e emergência de Jataí
Os acidentes por animais peçonhentos são
ocorrências graves e frequentes, não apenas em
área rural, mas também no meio urbano e
periferias das cidades e muitos deles ocorrem
durante as atividades de trabalho1,2. Para ser
considerado como acidente do trabalho é
necessário que a lesão ou moléstia tenha uma
relação entre o resultado e o trabalho, ou seja, que
o resultado lesivo tenha origem no trabalho
desempenhado ou em função de serviço3. Animais
peçonhentos, para o Ministério da Saúde2, são
aqueles que produzem substâncias tóxicas, e
inocula seu veneno por meio de aparelho
especializado (dentes ocos, ferrões, aguilhões ou
cerdas).
Os dados informados foram retirados do
Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN)4 e teve por objetivo analisar o perfil dos
acidentes por animais peçonhentos ocorridos
durante as atividades laborais no município de
Fonte: SINAN net, 2014.
*População economicamente ativa
Em relação ao gênero o mais atingido foi o
masculino com 82,41% e a faixa etária das
vítimas, mais frequente, foi a de 30 a 59 anos
(67,6%), essa incidência é encontrada, pois a
maioria das pessoas desenvolvem atividades
relacionadas à agricultura e pecuária. Vale
ressaltar o fato de encontramos incidência de
trabalho infantil no município, pois 1,85% dos
acidentes ocorreram em pessoas com idade de 10
a 14 anos (Tabela 02).
Tabela 02: Frequência de acidente por animais
peçonhentos atendidos em uma unidade hospitalar
do município de Jataí segundo faixa etária e
gênero, 2009-2013, Jataí 2014.
VARIÁVEIS
necessárias às orientações de ações adequadas
frente à ocorrência de acidentes a exemplo:
 Lavar o local da picada com água e sabão;
não fazer torniquete ou garrote, não furar, não
cortar, não queimar, não espremer, não fazer
sucção no local da ferida e nem aplicar folhas,
pó de café ou terra sobre ela para não
provocar infecção;
 Não dar à vítima pinga, querosene ou fumo,
como é costume em algumas regiões do país;
levar a vítima imediatamente ao serviço de
saúde do Centro Médico Municipal, para que
possa receber o tratamento em tempo;
 Fazer compressas mornas e analgésicos para
alívio da dor até chegar a um serviço de saúde
para as medidas necessárias e avaliar a
necessidade ou não de soro.
Cabe também a necessidade de se divulgar
os meios de Prevenção dos acidentes, sendo os
principais:
 Não colocar as mãos nuas em buracos no
solo, sob pedras, troncos podres ou pedaços
de madeira, tijolos e telhas empilhadas;
 Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los.
 Evitar o acúmulo de materiais, entulhos e
restos de construção, próximos às residências;
 No jardim, evitar folhagens densas junto às
casas e manter a grama aparada;
 Vedar frestas e buracos em paredes, ralos,
assoalhos e vãos entre o forro e paredes;
 Manter as residências livres de insetos e
principalmente de baratas;
Além da parceria com os órgãos
competentes de fiscalização em relação ao
trabalho infantil e ao emprego informal na área
rural de Jataí.
ANO
2009
2010
2011
2012
2013
Total
Percentual
N
N
N
N
N
N
%
10 a 14
1
0
1
0
0
2
1,85
15 a 19
0
2
0
2
0
4
3,70
20 a 29
6
5
2
4
3
20
18,52
30 a 39
7
12
1
4
3
27
25,00
40 a 49
5
6
2
2
3
18
16,67
50 a 59
8
9
5
2
4
28
25,93
60 a 69
0
3
2
2
1
8
7,40
70 a 79
0
0
1
0
0
1
0,93
Masculino
21
33
11
13
10
88
81,48
Feminino
6
4
3
3
4
20
18,52
TOTAL
27
37
14
16
14
108
100
Faixa Etária
Gênero
Fonte: SINAN net, 2014.
Na tabela 03, verificamos que o acidente
ofídico foi o que teve a maior incidência
(70,37%), seguido do acidente escorpiônico
(17,59%) isso ocorre, pois o acidente ofídico
relaciona-se a fatores climáticos e ao aumento da
atividade humana nos trabalhos no campo.
Tabela 03: Frequência de acidente por animais
peçonhentos atendidos em uma unidade hospitalar
do município de Jataí segundo tipo de animal,
2009-2013, Jataí 2014.
VARIÁVEl
Tipo de
animal
Serpente
Aranha
Escorpião
Abelha
Outros
Total
2009
2010
2011
2012
2013
Total
N
N
N
N
N
N
21
0
2
1
2
26
26
1
5
2
3
38
12
0
2
0
0
14
11
1
4
0
0
16
6
0
6
0
2
14
76
2
19
3
8
108
Programa Municipal de DST/ AIDS/ Hepatites
Virais
O Programa Municipal de DST (Doenças
Sexualmente Transmissíveis) /AIDS (Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida) e Hepatites Virais
realiza através do Centro de Testagem e
Aconselhamento (CTA) testagem gratuita para
HIV, Sífilis e Hepatites B e C. Outro serviço
prestado é a assistência médica realizada pelo
Serviço de Assistência Especializada (SAE) por
meio dos dois Médicos Infectologistas que fazem
o acompanhamento das pessoas que recebem
diagnósticos positivos das enfermidades ora
testadas.
A AIDS é o estágio mais avançado da
doença que ataca o sistema imunológico. A
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, como
%
70,37
1,85
17,59
2,78
7,41
100
Fonte: SINAN net, 2014.
Com vistas a diminuir e/ou eliminar a
ocorrência
dos
acidentes
com
animais
peçonhentos relacionados ao trabalho tornam–se
2
também é chamada, é causada pelo vírus HIV, e
saber precocemente da doença é fundamental para
aumentar ainda mais a sobrevida da pessoa. Por
isso, o Ministério da Saúde recomenda fazer o
teste sempre que passar por alguma situação de
risco e usar sempre o preservativo. No entanto, de
acordo com o Gráfico 01, podemos observar um
aumento considerável nos casos nos últimos três
anos e no Gráfico 02 o acréscimo ocorrido no caso
de óbitos por AIDS desde o ano de 2010.
Com relação às Hepatites Virais podemos
observar, através do Gráfico 04, que no ano de
2013 os casos tanto de Hepatite B como de
Hepatite C dobraram se levarmos em consideração
o ano anterior.
Gráfico 04: Número de casos de Hepatites Virais
em indivíduos residentes no município de Jataí
registrados no SINAN, 2009 a 2013.
18
16
Gráfico 01: Número de casos de AIDS em
adultos residentes no município de Jataí
registrados no SINAN, 2009 a 2013.
Hepatite B
14
Hepatite C
12
10
30
8
Homem
25
Mulher
6
4
20
2
15
0
2009
10
2010
2011
2012
2013
5
Fonte: SINAN net, 2014.
0
2009
2010
2011
2012
2013
O Gráfico 05 apresenta os casos de
Doenças Sexualmente Transmissíveis registrados
de 2009 a 2013. Nesse período, notamos que a
cada ano tem havido uma queda nos casos das
DST, com exceção da Síndrome Uretral em
Homens que assinalou uma crescente nos casos de
2009 a 2012 e apontou queda só em 2013.
Fonte: SINAN net, 2014.
Gráfico 02: Número de casos de Óbito por AIDS
em indivíduos residentes no município de Jataí
registrados no SINAN, 2009 a 2013.
8
6
Gráfico 05: Número de casos de Doenças
Sexualmente Transmissíveis em indivíduos
residentes no município de Jataí registrados no
SINAN, entre os anos de 2009 a 2013.
4
2
0
2009
2010
2011
2012
2013
1600
Fonte: SINAN net, 2014.
1400
1200
Em relação aos casos de AIDS em gestante
(Gráfico 03), notamos que de 2009 a 2013 o
número de casos tem mantido uma média de 6 ao
ano, ressaltando que no ano de 2010 foram 7 e
2011 o total de 3 casos.
1000
800
600
400
200
0
2009
Gráfico 03: Número de casos de AIDS em
Gestantes em indivíduos residentes no município
de Jataí registrados no SINAN, 2009 a 2013.
8
7
6
2010
2011
2012
2013
Candidiase
Condiloma
Cancro Mole
Sind. Corrim. Em Mulheres
Tricomoniase
Sind. Uretral em Homens
Fonte: SINAN net, 2014.
5
4
Relativo à Sífilis (Gráfico 06), podemos
perceber que no período observado houve grande
oscilação na quantidade de casos. Considerando a
linha histórica, concluímos que no ano de 2013
obtivemos resultados positivos com a queda do
número de casos registrados.
3
2
1
0
2009
2010
2011
2012
2013
Fonte: SINAN net, 2014.
3
Gráfico 06: Número de casos de Sífilis em
adultos e gestantes e de Sífilis Congênita em
indivíduos residentes no município de Jataí
registrados no SINAN, 2009 a 2013.
80
Adulto
Gestante
março, o DEN- 1 foi isolado no bairro Vila
Paraiso I e II, a partir dai, alastrou-se para outros
bairros.
Com a introdução do DEN-1 no
município observou-se a elevação da letalidade de
7.4% em março de 2013 passando para 15.9% em
novembro de 2013.
A cada 3-5 anos ocorrem, praticamente de
forma regular, picos epidêmicos principalmente
no Brasil, Colômbia, Venezuela, Costa Rica e
Honduras13. Esse fato pode ser observado nessa
porção do globo justamente pelo crescimento
desordenado das populações humanas com a
renovação desses indivíduos pela alta taxa de
nascimentos e migração, trazendo dessa forma
cada vez mais indivíduos susceptíveis a novos
sorotipos14. Em Jataí, verificamos a presença de
picos epidêmicos (Tabela 04), nos anos 2010,
2013 e até setembro de 2014.
Congênita
70
60
50
40
30
20
10
0
2009
2010
2011
2012
2013
Fonte: SINAN net, 2014.
Manejo ambiental no combate à dengue
A dengue se tornou um problema de saúde
pública no mundo e atinge principalmente os
países de clima tropicais em razão do clima quente
e úmido. A afinidade entre transmissão da dengue
e condições socioeconômicas e ambientais
apresenta forte relação à doença pela falta de
saneamento ambiental e básico, domicílios em que
o lixo é jogado em terreno baldio ou logradouro,
condições de renda e de acesso a bens de
consumo, escolaridade, densidade populacional
urbana6. A transmissão da dengue ocorre pela
picada de mosquitos Aedes aegypti infectados em
humano susceptível no ciclo homem-mosquitohomem. A doença na sua forma clássica inicia-se
de maneira súbita com sintomas de: febre alta, que
dura em média cinco dias; dor de cabeça; dor atrás
dos olhos; dores nas costas; e manchas vermelhas
no corpo. Em geral, ocorre melhora progressiva
dos sintomas em dez dias, com raras
complicações. Já a dengue grave é uma forma
grave com início similar à clássica, mas após o
quinto dia os pacientes começam a apresentar
sangramento e hemorragias em vários órgãos,
como nariz e gengivas, podendo levar à
morte7,8,9,10.
O agente etiológico da dengue pertence à
família Flaviviridae e possui quatro diferentes
sorotipos virais: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN4. A infecção com um sorotipo proporciona
imunidade, entretanto, o indivíduo não é protegido
contra a infecção com os outros sorotipos11,12.
Com o intuito de identificar o vírus
circulante em Jataí, realizou-se inquérito
sorológico em 2012, nos residentes, detectando no
bairro Estrela Dalva, o DEN- 4, que se disseminou
para outros bairros, permanecendo detectável até
dezembro de 2013. Ainda em 2013, no mês de
Tabela 04. Coeficiente de incidência de dengue
por município de residência (número de casos por
100.000 habitantes). Jataí, 2014.
Ano
Numero de casos
confirmados
Incidência
2009
População
estimada
(IBGE)
86.447
143
0.165
2010
88.006
4.208
4.781
2011
88.970
119
0.133
2012
89.902
75
0.083
2013
93.759
2.187
2.332
2014
93.759
2.284
2.436
Fonte: Sinan net, 2014.
Estima-se ainda que os números reais de
incidência de Dengue no município de Jataí sejam
ainda maiores do que os apresentados, pois
existem muitas subnotificações, dos casos
atendidos na rede pública e particular de
assistência à saúde que, mesmo sendo uma doença
de notificação compulsória não a realizam de
forma integral. Sendo que, não é possível
controlar as taxas de incidência e evitar óbitos se a
população, como citado anteriormente, não estiver
envolvida num processo contínuo de cuidados
diários em suas residências, evitando criadouros
do mosquito e se empenhando em manter a
limpeza dos ambientes.
A Prefeitura Municipal de Jataí, através do
Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Ambiental
em Saúde e outras Secretarias Municipais, realiza
duas vezes no ano o manejo ambiental, que é uma
atividade auxiliar com o objetivo de eliminar
condições favoráveis para criadouros do vetor
Aedes aegypti, influenciando positivamente
também na redução de outros agravos na saúde
pública. Conforme a Nota Técnica sobre Manejo
Ambiental
002/2013
–
4
CVCAV/GVSAST/SUVISA/SES os manejos
ambientais são necessários para que criadouros do
mosquito transmissor da Dengue sejam
eliminados. Durante a realização dos manejos,
retira-se grande quantidade de possíveis
criadouros do Aedes aegypti, como lixos
acumulados, entulhos, resíduos sólidos, faz-se a
remoção de água parada no interior de garrafas,
pneus e vasos, além de orientar o tapamento de
caixas d'águas e cisternas, e assim o número de
casos notificados da Dengue podem ser reduzidos.
A primeira etapa do manejo ambiental é
realizada entre os meses de março e abril e a
segunda etapa ocorre no mês de outubro, tendo
cada uma a duração de duas semanas. O trabalho é
dividido primeiramente na limpeza de terrenos
baldios maiores, retirando mato e lixo com 01
supervisor do departamento de endemias e 15
operadores de máquinas, sendo necessários 07
caminhões, 03 pás carregadeiras e 01 roçadeira
mecânica. Posteriormente, com aproximadamente
09 Agentes Comunitários de Saúde, 60 servidores
do departamento de endemias, uma média diária
de 50 braçais, 07 supervisores de área, 01 gerente
de endemias e 01 supervisora geral, realiza-se a
retirada de criadouros nas residências e terrenos
baldios.
A maior parte de lixos e inservíveis
retirados dos manejos é proveniente dos terrenos
sem construção, onde há acúmulo de lixos
atribuído pela falta de conscientização da
população que fazem a má disposição de resíduos
sólidos, o que contribui com o acúmulo de água e
proliferação do mosquito Aedes aegypti, abrigo
para roedores e escorpiões, o que vem a prejudicar
a saúde pública.
Outro problema observado é a resistência
de vários moradores à entrada da equipe e a
limpeza dos imóveis, sendo que a maioria é local
em que as pessoas acumulam muito entulho,
nestes casos faz-se necessário a utilização de um
mandado de liminar judicial, para que o trabalho
seja realizado e os criadouros retirados. Todos os
materiais retirados das residências e dos terrenos
baldios são encaminhados diretamente ao aterro
sanitário do município.
Desenvolvem-se também outras ações
voltadas para a prevenção e controle da doença,
como os trabalhos do Departamento de Endemias,
os trabalhos de educação em saúde, ações do
Comitê Municipal de Mobilização Contra a
Dengue e do Grupo Executivo de Manejo
Ambiental, que auxiliam na intensificação das
ações cruciais de conscientização, envolvimento e
combate ao vetor.
A Dengue não é um problema específico
da área da saúde, a vontade política dos governos,
a coordenação intersetorial, a participação ativa da
comunidade e o fortalecimento da legislação
pertinente e de apoio estabelecem como princípios
orientadores para a melhoria das políticas de saúde
e do desempenho das medidas de prevenção e
controle da dengue.
Programa Municipal de Controle de
Tabagismo (PMCT)
O Tabagismo é considerado Doença
Crônica, gerada pela dependência à nicotina que
mata cerca de 4,9 milhões de pessoas por ano no
mundo, sendo considerado o fator de risco
modificável com maior número de mortes
atribuidos15. O PMCT segue as diretrizes do
Programa Nacional de Controle do Tabagismo que
tem como objetivo a redução da morbimortalidade
por
doenças
relacionadas
ao
cigarro,
desenvolvendo ações de motivação e apoio à
cessação ao fumo através do tratamento da
dependência à nicotina, e oferece aos seus
usuários o tratamento para aqueles que desejam
parar de fumar e orientação com intuito de
sensibilizar os demais quanto aos malefícios do
cigarro.
Conforme Tabela 05, no município de Jataí
- GO, no período de março de 2013 a agosto de
2014,
constam
em
seus
registros
o
acompanhamento de 112 tabagistas. Estudos
realizados mostram que 52% dos fumantes
querem parar, destes somente 5% param sem
ajuda16, isso demonstra a importância da
implantação do PMCT para apoio aos fumantes
que desejam parar de fumar e para a prevenção da
iniciação ao tabagismo.
Tabela 05: Faixa Etária dos usuários cadastrados
no Programa de Tabagismo em Jataí, no período
de março de 2013 a agosto de 2014.
Fonte: Programa de Controle do tabagismo, Jataí 2014.
(Dados sujeitos a alteração)
O tabagismo tem potencial de causar
doenças e incapacitações precocemente, pois as
doenças que ocorrem frequentemente entre
indivíduos adultos e idosos podem acometer os
5
jovens. No Brasil estima-se em 30,6 milhões de
fumantes acima de 15 anos17.
Conforme demonstrado na Tabela 06, a
faixa etária com maior frequência de pessoas que
iniciaram o tabagismo foi os de 6 a 15 anos
(70,55%), dados esses que corroboram com
publicações que mostram a iniciação ao tabagismo
na adolescência, sendo esta considerada uma
doença pediátrica, pois 90% dos fumantes
iniciaram antes dos 9 anos, em média aos15 anos
de idade18,19.
Programa Municipal de Tuberculose
A Tuberculose é um importante problema
de saúde por ser de grande magnitude,
transcendência e vulnerabilidade, exigindo o
desenvolvimento de estratégias para o seu
controle, considerando aspectos humanitários,
econômicos e de saúde pública. É uma doença
causada por uma
bactéria que ataca
principalmente os pulmões, mas pode também
ocorrer em outras partes do corpo, como ossos,
rins e meninges (as membranas que envolvem o
cérebro)21.
É transmitida por via aérea (tosse, fala ou
espirro do doente com tuberculose), sendo que o
principal sintoma é a tosse por mais de 3 semanas,
que pode estar acompanhada de um dos seguintes
sintomas: falta de apetite, perda de peso, cansaço,
dor no peito, febre no fim do dia e suor noturno22.
O Programa Municipal de Tuberculose de
Jataí trabalha com equipe multidisciplinar, cujo
processo de trabalho envolve acolhimento, escuta,
avaliação das necessidades em saúde (com
identificação das vulnerabilidades), planejamento,
intervenção e supervisão.
Segundo os dados do Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN),
o programa atendeu 60 pacientes com tuberculose
de 2009 a 2013, destes 70% eram do sexo
masculino (Tabela 08), dados semelhantes aos
encontrados em estudos, onde relatam que
aproximadamente 72% dos pacientes com
tuberculose são do sexo masculino23.
Tabela 06: Faixa Etária de iniciação ao
Tabagismo dos usuários acompanhados no PMCT
em Jataí, no período de março de 2013 a agosto de
2014.
Fonte: Programa de Controle do tabagismo, Jataí 2014.
(Dados sujeitos a alteração)
Os determinantes para a iniciação ao
tabagismo são os mais variados, sendo citados
pela literatura entre outros a curiosidade, busca de
novidade, autoafirmação, rebeldia, aceitação e
pressão
dos
amigos,
subestimação
da
possibilidade de dependência, convivência com
fumantes na família.
Ao analisarmos a Tabela 07, observamos
que a motivação para iniciar com o tabagismo nos
usuários do PMCT não difere dos citados na
literatura, sendo a de maior frequência, com
35,71%, a convivência com fumantes na família,
uma vez que a unidade familiar é fundamental
para transferência da base social, cultural, genética
e dos fatores biológicos que podem influenciar o
consumo de tabaco20.
Tabela 08: Número de casos de Tuberculose, por
sexo, cadastrados no município de Jataí,
registrados no SINAN, 2009 a 2013.
Sexo
Tabela 07: Motivação para Iniciação ao
Tabagismo dos usuários acompanhados no PMCT
em Jataí no período de março de 2013 a agosto de
2014.
2009
Masculino
6
Feminino
Total
2010
2011
2012
2013
%
14
11
70
5
6
3
7
2
4
2
30
9
12
8
18
13
100
Fonte: SINAN net, 2014.
Quando analisados os pacientes por faixa
etária, tem-se que a doença acomete mais as
pessoas de 40 a 49 anos (30%), seguidas pelas de
20 a 39 anos (Tabela 09). Estudo mostra que a
tuberculose acomete mais o sexo masculino na
faixa entre 35 e 44 anos e o sexo feminino entre
15 e 34 anos de idade23.
A eficácia do Programa é verificada
quando analisada a situação de encerramento dos
casos de tuberculose. Conforme a Tabela 10, dos
pacientes que se submeteram ao tratamento 55%
foram curados da tuberculose, 6,7% abandonaram
Fonte: Programa de Controle do tabagismo, Jataí 2014.
(Dados sujeitos a alteração)
6
o tratamento e 5% foram a óbito pela doença.
Estudos que analisaram este quesito em diversos
municípios demonstraram alta taxa de cura
(71,7%) e de abandono (15,4%), mas sendo
similar quando analisado em relação à letalidade
(5%)24.
vias respiratórias (tosse e espirro) e pela pessoa
que ainda não recebeu tratamento, além do contato
íntimo prolongado27.
As principais manifestações clínicas são:
- manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou
amareladas em qualquer parte do corpo com
diminuição da sensibilidade a dor, calor e tato;
- áreas com diminuição de pelo e do suor;
- caroços e inchaços no corpo;
- áreas dormentes de duração prolongada.
No período de 2009 a 2013 em Jataí, foram
cadastrados 93 pacientes no Programa Municipal
de Hanseníase. Houve predomínio do sexo
masculino (57%), assim como em outras regiões
do país, e faixa etária de 40 a 49 anos (29%),
(Tabela 11), que difere de relatos onde a faixa
etária predominante é de 14 a 44 anos ou de 20 a
49 anos28,29.
Tabela 09: Pacientes cadastrados no Programa
Municipal de Tuberculose conforme faixa etária,
Jataí 2009 a 2013.
Fx
2009
2010
Etária
3
1
20 a 29
2
2
30 a 39
1
3
40 a 49
2
1
50 a 59
1
2
60 a 69
0
2
70 a 79
0
1
80 ou +
Total
9
12
Fonte: SINAN net, 2014.
2011
2012
2013
%
0
0
5
0
1
0
2
8
4
5
4
2
1
2
0
18
2
1
5
1
3
1
0
13
16,7
16,7
30,0
10,0
13,3
8,3
5,0
100
Tabela 11: Casos de Hanseníase cadastrados no
município de Jataí e registrados no SINAN no
período de 2009 e 2013, conforme sexo e faixa
etária.
Tabela 10: Situação de encerramento dos
pacientes cadastrados no Programa Municipal de
Tuberculose, Jataí 2009 a 2013.
Situação Enc.
2009
0
Ign/branco
8
Cura
0
Abandono
0
Óbito
por
Tuberculose
0
Óbito
por
outras causas
1
Transferência
0
Mudança de
Diagnóstico
Total
9
Fonte: SINAN net, 2014.
2010
0
8
1
0
2
1
0
12
2011
0
3
1
2
2
0
0
8
2012
0
11
0
1
3
2
1
18
2013
2
3
2
0
2
2
2
13
Sexo
%
3,3
55,0
6,7
5,0
2009
2010
2011
2012
2013
Total
%
Masculino
10
14
9
6
14
53
57
Feminino
7
12
11
5
5
40
43
15 a 19
0
2
0
0
0
2
2,2
20 a 29
1
3
2
1
1
8
8,6
30 a 39
2
4
3
2
6
17
18,3
40 a 49
12
4
2
1
8
27
29,0
50 a 59
0
5
3
3
1
12
12,9
60 a 69
1
5
4
3
3
16
17,2
70 a 79
1
3
6
1
0
11
11,8
Total
17
26
20
11
19
93
100
Faixa Etária
15,0
10,0
5,0
100
Fonte: SINAN net, 2014.
Quando analisado a situação de
encerramento dos pacientes com hanseníase, em
Jataí 86,1% obtiveram cura da doença e uma baixa
taxa de abandono (2,1%), (Tabela 12).
A transmissão da doença pode ser
prevenida com a implantação de ações como
diagnóstico e tratamento precoce. O tratamento
não deve ser interrompido e após 15 dias de
tratamento a pessoa já não transmite mais a
doença25.
Em Jataí o tratamento é diretamente
observado (TDO), que consiste na observação da
tomada dos medicamentos na residência do
paciente de 2ª a 6ª feira sendo que nos sábados e
domingos é orientado auto administração, com o
intuito de evitar o abandono ao tratamento.
A melhor forma de prevenção é a vacina
BCG administrada ao nascer, que protege contra
as formas mais graves da doença26.
Tabela 12: Tipo de saída dos pacientes
cadastrados no Programa Municipal de
Hanseníase, Jataí 2009 a 2013.
Tipo
de
saída
Não
preenchido
Cura
Programa Municipal de Hanseníase
Hanseníase é um a doença que atinge pele
e nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto,
orelhas, olhos e nariz. A transmissão se faz por
2009
2011
2012
2013
%
0
0
0
0
4
4,3
16
22
19
9
14
86,1
Transf.
para outro
município
Transf.
para outro
estado
Abandono
0
4
1
0
0
5,4
0
0
0
1
1
2,1
1
0
0
1
0
2,1
Total
17
26
20
11
19
100
Fonte: SINAN net, 2014.
7
2010
O tratamento recomendado tem duração de
6 ou 12 meses. Uma vez iniciado o tratamento não
há transmissão da doença podendo trabalhar e
levar uma vida normal junto a familiares e
sociedade27.
As medidas preventivas para hanseníase
30
são :
- Vacina BCG ao nascer para evitar as formas
graves;
- Vacinar todos os contatos íntimos de hanseníase;
- Divulgações de sinais e sintomas.
entre 30-49 anos, sendo esta considerada a mais
produtiva (Tabela 14). A faixa etária para esta
patologia é relativa quando analisando outros
estudos, onde se tem maior incidência entre 21-50
anos e até mesmo em crianças de 0-14 anos34.
Tabela 14: Pacientes cadastrados no Programa
Municipal de Leishmaniose conforme faixa etária,
Jataí 2009 a 2013.
Fx
Etária
10 a 14
15 a 19
20 a 29
30 a 39
40 a 49
50 a 59
60 a 69
70 a 79
Total
Programa Municipal de Leishmaniose
A Leishmaniose Tegumentar Americana
(LTA) causa lesões na pele, frequentemente
ulcerações, conhecidas como “ferida brava”,
leishmaniose cutânea ou Úlcera de Bauru. Em
casos mais graves acometem as mucosas do nariz,
palato (céu da boca) e lábios, passando a ser
chamada por leishmaniose mucosa31.
A transmissão ocorre pela picada de
insetos hematófagos conhecidos no Brasil por
birigui, mosquito de palha e tatuquira, entre
outros. Ao exercer o hematofagismo, a fêmea do
flebotomíneo corta com suas mandíbulas a pele da
pessoa ou do animal e inocula o protozoário da
leishmaniose32.
Os principais sintomas caracterizam por
úlceras com bordas elevadas, em moldura, de
fundo granuloso com ou sem exsudação. Em geral
as úlceras são indolores33. Em Jataí, diagnóstico,
exames e tratamento da doença são realizados pelo
Programa Municipal de Leishmaniose.
Dados do SINAN mostram que no período
de 2009 a 2013 foram cadastrados no Programa 44
pessoas, sendo 84,1% homens e 15,9% mulheres
(Tabela 13). Nossos dados estão de acordo com
estudos recentes que mostram a maior incidência
da patologia LTA acometendo indivíduos do sexo
masculino34,35,36.
2009
2010
2011
2012
2013
%
Masculino
8
6
9
5
9
84,1
Feminino
1
2
1
1
2
15,9
Total
9
8
10
6
11
100
2010
2011
2012
2013
%
0
1
1
0
4
3
0
0
9
1
0
0
3
1
1
1
1
8
0
0
2
3
1
0
1
3
10
0
0
2
1
2
0
0
1
6
0
0
1
4
3
2
1
0
11
2,3
2,3
13,6
25,0
25,0
13,6
6,8
11,4
100
Fonte: SINAN net, 2014.
A doença pode ser eliminada quando feito
corretamente o tratamento, dado este que pode ser
comprovado no município de Jataí, onde houve
100% de cura dos pacientes que persistiram com o
tratamento (Tabela 15).
Tabela 15: Evolução do caso dos pacientes
cadastrados no Programa Municipal de
Leishmaniose, Jataí 2009 a 2013.
Tipo de
saída
Cura
2009
2010
2011
2012
2013
%
9
8
10
6
10
97,7
Transf.
para outro
município
Total
0
0
0
0
1
2,3
9
8
10
6
11
100
Fonte: SINAN net, 2014.
As formas de evitar a transmissão são37:
- usar mosquiteiros;
- proteger portas e janelas com telas;
- usar repelentes;
- fazer saneamento básico;
- manter quintais, chiqueiros e galinheiros limpos
e longe de casa;
- observar os cães domésticos e de rua e fazer
exame sorológico;
- evitar banhos em rio próximo à mata;
- evitar a exposição nos horários em que os
mosquitos estão mais ativos, ou seja, ao
amanhecer e no final da tarde.
Tabela 13: Número de casos de Leishmaniose,
por sexo, cadastrados no município de Jataí,
registrados no SINAN, 2009 a 2013.
Sexo
2009
Fonte: SINAN net, 2014.
Em Jataí a maior incidência dos casos
acometidos pela LTA, quanto à faixa etária, estava
8
estudos que relatam que 31,58% dos estomizados
encontram-se na faixa etária de 18 a 28 anos,
seguido, 26,32% entre 38 e 48 anos de idade38.
Programa Municipal de Estomia
Estoma é uma palavra derivada de dois
termos gregos, os e tomia, que significam abertura
de uma boca ou comunicação entre um órgão
interno e o exterior, com a finalidade de suprir a
função do órgão afetado, em diversos sistemas
orgânicos38. A estomia intestinal, é resultado de
uma cirurgia realizada para o tratamento das
patologias
do
trato
gastrointestinal39,40.
Conhecidas também como diverticulite, doenças
inflamatórias, traumatismos colorretais, anomalias
congênitas e principalmente tumores colorretais,
podendo ser também em decorrência de traumas41.
O paciente que se submete a uma estomia
necessita
de
cuidados
específicos,
um
acompanhamento especializado que atenda às suas
necessidades psicobiológicas, psicossociais e
psicoespirituais.
O processo de cuidar da pessoa
colostomizada e ileostomizada é um desafio e
devem-se buscar melhorias nas condições de
atendimento a essa clientela. É necessário também
criar políticas públicas voltadas para a valorização
destas pessoas, que incluam informações a
respeito de suas condições e dar suporte social,
emprego, dentre outros. Assim, os profissionais de
saúde não devem reduzir os cuidados apenas para
a entrega de bolsas e materiais e ao ensino de
como manusear o coletor, deve-se realizar ações
que promova a integração do paciente,
incentivando-o a ter uma vida social ativa, mesmo
com suas limitações.
Com esta visão foi instituído em 2011 o
Programa de Estomia no município de Jataí, cujo
objetivo é fornecer os equipamentos coletores e
adjuvantes (ECAE) e auxiliar os pacientes a terem
habilidade motora para os utilizarem, melhorar a
autoestima e amenizar as dificuldades emocionais
e fornecer apoio aos familiares, bem como a
adesão ao convívio social.
Para Associação Brasileira de Ostomizados
(ABRASO)42, em 2004 haviam 50.000 mil
estomizados cadastrados em 23 estados
brasileiros, dos quais 53% eram mulheres e 80%
das pessoas estomizadas eram colostomizadas,
fato esse presente em Jataí, onde tem-se
predomínio das colostomias (90%), porém ao
analisarmos o sexo, no período entre 2011 e
setembro de 2014, de 60 estomizados cadastrados,
55% eram homens (Tabela 16).
Ao investigar a faixa etária constatou-se
que 36,7% encontram-se na faixa etária de 50 a 69
anos, seguido por 35% com idade igual ou maior
de 70 anos (Tabela 16). Este resultado difere de
Tabela 16. Distribuição dos tipos de estomia
realizadas no município de Jataí-GO, desde maio
de 2011 a setembro de 2014.
Coleostomizados
Ileostomizados
Parâmetros
Total
Masculino
Feminino
Masculino
Feminino
N
F
4
12,5
N
F
2
9,1
N
F
1 100
N
4 a 29 anos
30 a 49 anos
3
9,4
5
2,7
-
50 a 69 anos
13
40,6
7
31,8
≥ 70 anos
12
37,5
8
36,4
Total
32
100
22
100
1
F
-
7
2
40
10
-
2
40
22
-
1
20
21
100
5
100
60
Fonte: Programa Municipal de Estomia, Jataí 2014.
Análise dos acidentes com material biológico
notificados em Jataí-GO
Acidentes de trabalho com exposição a
materiais biológicos são aqueles que envolvem
sangue e demais fluidos orgânicos, e ocorrem com
os profissionais da área da saúde durante a
realização do seu trabalho, no qual os mesmos
estão
expostos
a
materiais
biológicos
43
potencialmente contaminados . Esse contato
acontece por meio de perfurações com agulhas,
objetos cortantes, respingos ou espirros nas
mucosas oral, nasal e ocular, e ainda por contato
direto com a pele lesionada44. Conforme o Sistema
de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN)4 no período de 2009 a 2013 em Jataí
foram notificados 244 acidentes ocupacionais com
exposição a material biológico. Pode-se observar
um aumento gradual na frequência de notificações
a partir do ano de 2010, sendo a maior no ano de
2013 com 30,74% dos acidentes (Tabela 17).
Observando a tabela 17, verifica-se que os
técnicos de enfermagem foram os que mais se
destacaram pelo número de acidentes com
exposição a material biológico (64,34%). Esse
grupo, além de ser o de maior contingente no
hospital, está mais exposto a esse tipo de acidente
uma vez que assumem a assistência direta aos
pacientes e realizam procedimentos que os
expõem ao risco de acidentes, como por exemplo:
preparo e administração de medicação, coleta de
sangue, punção venosa e realização de glicemia
capilar, dentre outros procedimentos.
9
A partir da observação das tabelas 17 e 18,
é possível constatar que a ocorrência dos acidentes
de trabalho com exposição a material biológico foi
predominante entre os profissionais de
enfermagem e no sexo feminino.
idade entre 15 e 19 anos e 0,41% de profissionais
com idade entre 60 e 69 anos (Tabela 18).
Tabela 18: Frequência de acidente com material
biológico no município de Jataí segundo sexo e
faixa etária no período de 2009-2013, Jataí, 2014.
Tabela 17- Frequência de acidente com material
biológico no município de Jataí segundo ocupação
no período de 2009-2013, Jataí, 2014.
Ano
Variável
200
9
201
0
201
1
201
2
201
3
TOTAL
%
Masculino
6
3
10
9
12
40
16,39
Feminino
24
27
41
49
63
204
83,61
15 a 19 anos
0
0
1
0
2
3
1,23
20 a 29 anos
6
12
12
17
27
74
30,33
Ano
Variáveis
2009
2010
2011
2012
2013
Sexo
TOTAL
Ocupação
Estudante
1
0
2
4
5
12
Medico anestesiologista
0
0
0
0
1
1
Medico cirurgião geral
0
0
3
0
0
3
Medico clinico
1
2
5
5
7
20
Medico em medicina
intensiva
Medico ginecologista e
Obstetra
Medico Legista
1
0
0
0
0
1
30 a 39 anos
14
10
18
19
24
85
34,84
0
0
1
1
1
3
40 a 49 anos
9
6
13
20
18
66
27,05
50 a59 anos
1
2
6
2
4
15
6,15
0
0
0
0
1
1
60 a 69 anos
0
0
1
0
0
1
0,41
Medico Ortopedista e
Traumatologista
Medico
Otorrinolaringologista
Medico pediatra
0
0
0
1
0
1
Total
30
30
51
58
75
244
100
0
1
0
0
0
1
0
0
0
0
1
1
Cirurgião dentistaClinico geral
Cirurgião dentistaodontologista legal
Cirurgião dentistaTraumatologista
bucomaxilofacial
Farmacêutico
1
1
2
0
5
9
2
0
1
0
0
3
0
0
0
0
1
1
0
0
0
1
1
2
Enfermeiro
0
0
1
2
4
7
Fisioterapeuta
0
0
1
1
2
4
Técnico de laboratório de
analises físico químicas
Técnico de enfermagem
1
0
0
0
0
1
23
24
30
40
40
157
Auxiliar de enfermagem
0
0
1
0
0
1
Técnico em higiene
dental
Auxiliar de prótese
dentaria
Técnico em radiologia e
imagenologia
Auxiliar de escritório
0
0
0
1
1
2
0
1
1
1
4
7
0
0
1
0
0
1
0
0
1
0
1
2
Auxiliar de laboratório
em analises clinicas
Total
0
1
1
1
0
3
30
30
51
58
75
244
Faixa etária
Fonte: Sinan net, 2014.
Os acidentes ocorrem em sua maioria em
atividades ligadas diretamente no contato com o
paciente, 15% dos casos em procedimentos
cirúrgicos, 11,89% na administração de
medicamentos endovenosos. Verificou-se também
que 4,51% se acidentaram ao encaparem
novamente a agulha, procedimentos que não são
recomendados pelas normas de segurança e
precaução padrão (Tabela 19).
Em relação ao material orgânico
envolvido, podemos observar na tabela 19 que
82,38% apresentavam sangue e 9,43% das
ocorrências apresentavam fluidos com sangue. Em
relação à evolução dos casos, podemos perceber
um número muito alto de abandono do tratamento
(83,61%). Estes números trazem desconforto, pois
o número de abandonos ao tratamento e o de
notificações em branco nos impossibilita conhecer
o real desfecho destes casos.
Evitar o acidente com material biológico
por exposição ocupacional é o principal caminho
para prevenir a transmissão ocupacional de vírus
como os das hepatites B e C e do vírus HIV. As
estratégias de prevenção em relação a ocorrência
desses acidentes devem incluir ações conjuntas,
estabelecidas entre os trabalhadores e a supervisão
dos serviços e devem estar voltadas para a
melhoria das condições de trabalho, a oferta de
equipamentos de proteção individual e coletiva,
realização de atividades educativas voltadas para
Fonte: Sinan net, 2014.
As mulheres representaram 83,61% na
ocorrência dos acidentes no período estudado.
Segundo dados do Conselho Federal de
Enfermagem, estes resultados são esperados, uma
vez que atualmente, a profissão no Brasil é
constituída por 88,26% de mulheres. Ao que se
refere a faixa etária, observa-se que maioria
(34,84%) possuíam idade entre 30 e 39 anos,
verifica-se ainda 3 profissionais (1,23%) com
10
5INSTITUTO
BRASILEIRO
DE
GEOGRAFIA
E
ESTATÍSTICA - IBGE.
Cidades Goiás Jataí. Disponível em:
<http://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=521190&idte
ma=107&search=goias|jatai|censo-demografico-2010:-resultados-daamostra-trabalho>. Acesso em: 22 de maio de 2014.
6ALMEIDA, A. S.; MEDRONHO, R.A.VALENCIA, L. I. O.
Análise espacial da dengue e o contexto socioeconômico no município do
Rio de Janeiro, RJ. Rev. Saúde Pública [online]. v. 43, n. 4, p. 666-673,
2009.
7FIGUEIREDO, L. T. M. Dengue in Brazil: history,
epidemiology and research. Virus Reviews & Research, v. 1, p. 09-16,
1996.
8RODHAIN, F.; ROSEN, L. Mosquito vectors and dengue virusvector relationships. In: GUBLER, D. J.; (Ed.) Dengue and dengue
haemorragic fever. New York: CAB International, 1997. p.45-60.
9TAUIL, P. L. Urbanização e ecologia da dengue. Cadernos de
Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, p. 99-102, 2001.
10BASTOS, M. S. Perfil soroepidemiológico do dengue
diagnosticado na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (19982001). 2004. 85f. (Dissertação em Ciências) – Fundação Oswaldo Cruz,
Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Manaus.
11OOI, E., GOH, K., GUBLER, D. Dengue prevention and 35
years of vector control in Singapure. Emerging Infectious Diseases
Journal, Atlanta, GA, v. 12, n. 6, p. 887-893, 2006. Disponível em:
<http://www.cdc.gov/eid>. Acesso em: 30 ago. 2014.
12SAN MARTIN, J.; PRADO, M. Percepción del riesgo y
estrategias de comunicación social sobre el dengue en las Américas. Rev
Panam Salud Publica, v.15, n.2, p.135-139, Feb 2004.
13Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Programa Nacional de
Controle da Dengue: amparo legal à execução das ações de campo imóveis fechados, abandonados ou com acesso não permitido pelo
morador. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2002. 154 p.
mudança de comportamento dos trabalhadores,
uma vez que ações pontuais são consideradas
ineficazes para a minimização de tais agravos
Tabela 19: Frequência de acidente com material
biológico no município de Jataí segundo
circunstância do acidente, material orgânico e
evolução do caso 2009-2013. Jataí GO, 2014.
Ano
Variáveis
2009
2010
2011
2012
2013
TOTAL
%
Circunstâncias do acidente
Ign/Branco
0
1
0
1
0
2
0,82
Adm. Med endovenosa
7
4
3
5
10
29
11,89
Adm med. Intramuscular
6
4
3
2
4
19
7,79
Adm med subcutânea
1
2
3
0
4
10
4,10
Punção coleta
1
1
1
3
0
6
2,46
Punção NE
3
0
3
7
1
14
5,74
Descarte inadeq. Lixo
0
2
1
0
1
4
1,64
Descarte inadeq chão
1
1
1
5
1
9
3,69
Lavagem de material
0
2
3
3
3
11
4,51
Manip caixa
perfuro/cortante
Proced. Cirúrgico
0
2
2
2
3
9
3,69
5
3
10
6
13
37
15,16
Proced. Odontológico
2
1
2
0
6
11
4,51
Proced Laboratorial
0
0
1
1
1
3
1,23
Reencape
2
1
2
2
4
11
4,51
Dextro
0
1
0
4
7
12
4,92
Outros
2
5
16
17
17
57
23,36
Total
30
30
51
58
75
244
100
14Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Vigilância Epidemiológica. Diretrizes nacionais para
prevenção e controle de epidemias de dengue. Brasília: Ministério da
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18VEIGA, L. D. B. Consumo e experimentação de tabaco entre
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Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
Material Orgânico
Ign/Branco
2
0
0
4
0
6
2,46
Sangue
24
27
42
47
61
201
82,38
Liquor
1
0
0
0
0
1
0,41
Fluido com sangue
2
0
7
4
10
23
9,43
Soro/Plasma
0
1
0
0
1
2
0,82
Outros
1
2
2
3
3
11
4,50
Total
30
30
51
58
75
244
100
Evolução do caso
Ign/Branco
0
0
1
0
1
2
0,82
Alta com Conv Sorologica
1
0
0
0
0
1
0,41
Alta sem conv sorológica
21
6
3
2
3
35
14,34
Alta pac. fonte negativo
0
0
0
2
0
2
0,82
Abandono
8
24
47
54
71
204
83,61
Total
30
30
51
58
75
244
100
Fonte: Sinan net, 2014.
Referências
1FUNDACENTRO. MINISTÉRIO DO TRABALHO E
EMPREGO
CD
DVD.
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diagnóstico e tratamento. Diagn Tratamento. v. 17, n. 4, p. 173-179, 2012.
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Saúde Brasília. Manual de Controle da Leishmaniose Tegumentar
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INCA
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Médico-Cirúrgica 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 869 p. , 2002.
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impacto da ostomia no processo de viver humano. Texto & Contexto
Enferm. v. 16, n. 1, p.163-67, 2007.
44ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA
DE
OSTOMIZADOS
(ABRASO). Política pública: recomendações para a criação da Portaria
Nacional específica para o atendimento à pessoa ostomizada. Rev
ABRASO. n. 3, p. 13-14, 2004.
Técnicos Colaboradores
Ana Cláudia Souza Pereira - Enfermeira
Ana Julia Teodoro Rezende- Enfermeira
Ana Paula Gouveia Mendes – Médica
Berendina Christoforo - Enfermeira
Bruno Bordin Pelazza - Enfermeiro
Cácia Régia de Paula – Enfermeira
Daniel Bartoli de Sousa - Veterinário
Flávio Henrique Alves de Lima - Médico
Gislaine Terra Cabral - Pedagoga
Giulena Rosa Leite - Enfermeira
Hélio Ranes de Menezes Filho - Médico
Juliana Flávia Ferreira e Silva Paranaíba - Bióloga
Lilian de O. Amicucci - Educadora em Saúde
Luciana Garcia O. Presotto - Médica Veterinária
Luciene Carneiro de Moraes – Enfermeira
Lucila Pessuti Ferri - Enfermeira
Ludmila Grego Maia - Enfermeira
Luiz Almeida da Silva - Enfermeiro
Maurício Lopes Parra - Médico
Marcelo Filizzola Septímio – Médico
Marlene Andrade Martins - Enfermeira
Maria Aparecida da Silva – Bacharel em Direito
Maria de Lourdes V. Souza - Enfermeira
Maria Regiane Trincaus - Enfermeira
Naira Mohamad da S. Ferreira - Enfermeira
Neila Rosa da Costa - Acadêmica Serviço Social
Raphaella Barbosa Meirelles Bartoli - Veterinária
Regyane Ferreira Guimarães Dias - Médica
Rita de Cássia da Silva - Médica
Apoio
Adelma Gomes da Silva Santos
Agelsileni Oliveira Neves
Débora Jaqueline Gonçalves de Souza
Elaine Elias Martins
Elvécio José da Silva
Elza Ferreira Ramos da Costa
Fátima Maria Fernandes
Hildete Oliveira Ferreira
Ilda Márcia de Oliveira Lima
Lúcia Regina do Carmo
Maria Sebastiana de Farias
Marta Luiza Silva Ferreira
Pâmela Rodrigues do Carmo
Paula Silvana Silva Magalhães
Raquel Garcia Lemes de Oliveira
Sandra Inês Líbero
Sérgio Paulo Gouveia Gonçalves
Tatiane da Silva Cesário
Vera Sônia Neves Cardoso
Expediente
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 01 ANO 14
Humberto de Freitas Machado
Prefeito de Jataí
Amilton Fernandes Prado
Secretário Municipal da Saúde
Cácia Régia de Paula
Coordenadora NVEAS
Rua Riachuelo, nº 2.762, B. Vila Fátima. CEP: 75803-050.
Jataí/GO – Brasil.
Tel: (64) 3606-3690/3691 /3693
Email: [email protected]
12
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