IMPLANTAÇÃO DO OBSERVATÓRIO GEOFÍSICO DE GOIÁS Na semana entre os dias 27 de fevereiro a 2 de março deste ano estiveram presentes no campus de Jataí – UFG os pesquisadores Dr. Paulo R. Fagundes, da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), Dr. Kazuo Makita e o Eng. Mitsuo Hoshino, ambos da Takushoku University, Tóquio, Japão. O Dr. Paulo R. Fagundes fornecerá equipamentos geofísicos, por um período de 11 anos, para a instalação do Observatório Geofísico de Goiás (OGG) no valor aproximado de R$ 600.000,00. Os equipamentos a serem instalados são: riômetro, ionossonda e imageador all-sky, na primeira etapa, posteriormente um magnetômetro. O objetivo disso é, além de criar uma importante infraestrutura para pesquisa em Física Espacial e Ambiental, colocará Jataí em uma importante rede de pontos geográficos imprescindíveis para o estudo do sistema terrestre. É importante salientar que o nosso planeta sofre constantemente a influência não somente de radiação eletromagnética como a luz, mas também de partículas altamente energéticas chamadas de Ejeção de Massa Coronal (CME do inglês Coronal Mass Ejection) que podem, dependendo desta 1 energia, afetar drasticamente sistemas de telecomunicações e distribuição de energia elétrica em determinadas partes do globo. Nosso planeta possui um campo geomagnético que impede que uma enorme parte destas partículas atinja a superfície terrestre, levando-as aos polos e provocando as chamadas auroras boreais. Embora o planeta tenha este escudo magnético, uma parte dela apresenta uma intensidade relativamente baixa chamada de Anomalia Magnético do Atlântico Sul. Esta anomalia está justamente sobre o nosso território brasileiro. Região do planeta Terra onde o campo geomagnético é menor. Esta diminuição do campo magnético terrestre sobre o Brasil afeta, e muito, os sistemas de comunicação via satélite e o Sistema de Posicionamento Global (GPS do inglês Global Positioning System). Por isso, a compreensão e o monitoramento do campo geomagnético sobre o Brasil é de extrema importante para compreender este fenômeno, modelar e criar mecanismos de salvaguardas. Neste sentido, a cidade de Jataí (GO), juntamente com as cidades de São José dos Campos (SP) e Palmas (TO), oferece uma localização importante dentro deste estudo, permitindo analisar como as partículas altamente ionizadas se comportam ao longo de uma vasta região do país. O Dr. Kazuo Makita e o Eng. Mitsuo Hoshino vieram à Jataí instalar o riômetro, primeiro equipamento geofísico e o único do centro-oeste brasileiro. 2 Este equipamento tem por objetivo medir a radiação eletromagnética que se origina no núcleo central de nossa galáxia. Esta radiação atravessa uma camada permanentemente ionizada da nossa atmosfera, a chamada ionosfera. Quando ocorre uma CME, esta provoca uma mudança na ionosfera e que permite medi-la, obtendo uma importante propriedade desta camada atmosférica e seus efeitos. De acordo com o Dr. Mauricio Bolzam, do Curso de Física do Campus de Jataí (UFG), “A instalação destes equipamentos geofísicos mostra não somente a importância geográfica da cidade, mas também a possibilidade de transforma-la num importante centro de pesquisa de Física Espacial e Ambiental, que ainda não existe no centro-oeste brasileiro. Isto permitirá outros estudos importantes como, por exemplo, o estudo da forte incidência de câncer de pele no centro-oeste brasileiro. Por isso, estamos conversando com o Dr. Makita para instalar também sensores de UVA/UVB (radiação ultravioleta nas faixas A e B), em cooperação com a Universidade de São Paulo (USP). 3