UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Dissertação Desenvolvimento de vacinas recombinantes e de teste de diagnóstico para controle da linfadenite caseosa Andréa de Fátima Silva Rezende Pelotas, 2013 ANDRÉA DE FATIMA SILVA REZENDE DESENVOLVIMENTO DE VACINAS RECOMBINANTES E DE TESTE DE DIAGNÓSTICO PARA CONTROLE DA LINFADENITE CASEOSA Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências (área do conhecimento: Biotecnologia) Orientadora: Sibele Borsuk Pelotas, 2013 Dados de catalogação na fonte: Maria Beatriz Vaghetti Vieira – CRB-10/1032 Biblioteca de Ciência & Tecnologia - UFPel R467d Rezende, Andrea de Fatima Silva Desenvolvimento de vacinas recombinantes e de teste de diagnóstico para controle da linfadenite caseosa / Andrea de Fatima Silva Rezende. – 94f. – Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. Universidade Federal de Pelotas. Centro de Desenvolvimento Tecnológico. Pelotas, 2013. – Orientador Sibele Borsuk. 1.Biotecnologia. 2. Vacinas recombinantes. 3. CP0369. 4. ELISA. 5. Linfadenite caseosa. I.Borsuk, Sibele. II.Título. CDD: 614.47 Banca examinadora: Prof. Dr Alan McBride, Universidade Federal de Pelotas Profª Drª Daiane Hartwig, Universidade Federal de Pelotas Profª Drª Sibele Borsuk, Universidade Federal de Pelotas (Orientadora) Drª Silvana Marchioro, Universidade Federal de Pelotas Prof. Dr Vasco Azevedo, Universidade Federal de Minas Gerais Dedico este trabalho aos meus pais Fátima e Anselmo (in memoriam) e ao meu filho João Henrique por todo amor e carinho. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus Pai que em sua infinita misericórdia me deu sabedoria e forças para enfrentar esse desafio. A minha orientadora Profª Sibele Borsuk por toda confiança e incentivo durante todo o Mestrado. Muito obrigada por todo carinho e por ser uma verdadeira amiga, sendo um grande exemplo de caráter, humildade e profissionalismo. Serei grata por toda a minha vida. Ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e à Universidade Federal de Pelotas pela oportunidade. Ao meu esposo Carlos Davi, grande parceiro, por todo apoio, paciência e companheirismo nesta caminhada. Ao meu filho João Henrique por ser minha maior inspiração. A minha família, principalmente a minha Mãe por me fazer sempre acreditar que sou capaz, por todo amor e carinho. A minha grande amiga Betânia por toda força e por me aguentar em momentos difíceis .... Valeu flor !!! Aos meus companheiros de luta do LPDI Alexandre, Cristiane, Márcia, Henrique, Carlos, Alex e Suelen por todo apoio. Em especial a minha “filhusca” Karen por todo carinho e incentivo. Sem vocês eu não teria conseguido. As minhas queridas Drielly e Gabriela por toda ajuda inicial assim que cheguei ao laboratório. Nunca esquecerei o que vocês fizeram por mim. Aos professores Alan McBride, Lucielli Savegnago, Daiane Hartwig, Odir Dellagostin, Fabiana Nora, Cláudia Hartleben e Luciano Pinto. A equipe do Biotério Central, pela atenção e incontáveis auxílios. Ao meu eterno amigo Professor Ricardo Scher por toda força e por sempre acreditar no meu potencial. Aos meus amigos sergipanos que mesmo longe sei que torcem por mim Taniara, Alécia, Péricles, Karynne, Inês, Edna, Josinaldo, Jane, Wanessa, Dani, Rose e Geraílda. Aos demais amigos gaúchos que me ajudaram muito sempre que precisei Helena, Karine, Gizele, Bianca, Sérgio, Charles, Andressa,Thaís, André, Carol Rizzi, Vânia, Neida, Ivânia e Wallace. A Fabiane Perez, Claudinei, Michele e Vilson por toda alegria e boas risadas. A amiga Regina Suarez por todo apoio e carinho. A todos que não foram mencionados aqui, mas que de alguma forma foram importantes e contribuíram para mais uma etapa na minha vida. "É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar; É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder. Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver ..." Martin Luther King LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS % Porcentagem BHI Brain Heart Infusion C Citosina DL50 Dose letal para 50% da população em teste DNA Ácido desoxirribonucleico ELISA Enzyme-Linked Immunoabsorbent Assay fagA Proteína Integral de Membrana fagB Transportador de enterobactina de ferro fagC ATP-proteína de ligação da membrana fagD Sideróforos – proteína de ligação de ferro G Guanina h Hora H2O2 Peróxido de hidrogênio IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IFN Interferon IgG Imunoglobulina G IPTG Tio-galactopiranosídeo de isopropila kDa Kilodalton LB Meio de cultura Lúria-Bertani LC Linfadenite caseosa Mb Mega bases mM Milimolar mPCR Multiplex-PCR N Número NE Nordeste nm Nanômetro ºC Graus Celsius P.S.N.C Projeto Senador Nilo Coelho pb Pares de base PBS Solução Fosfato Salina PBS-T Solução Fosfato Salina com Tween-20 PCR Reação em cadeia da polimerase pH Potencial hidrogeniônico RNA Ácido ribonucleico SDS-PAGE Sodium dodecyl sulfate polyacrylamide gel electrophoresis Tris-HCl Tris(hydroxymethyl) aminomethane hydrochloride Β Beta μg Micrograma Μl Microlitro Μm Micrômetro TABELAS MANUSCRITO 1 Tabela 1: Grupos e preparações vacinais utilizadas no experimento.......................................................................................................50 LISTA DE FIGURAS MANUSCRITO 1 FIGURA 1: Western Blotting utilizando anticorpo monoclonal anti- 6Xhis Tag (Sigma)........................................................................................................51 FIGURA 2: Avaliação da transfecção de células CHO com o DNA do vetor PTARGET/0369 e pTARGET por Reação de Imunoflurorescência Indireta (RIFI)............................................................................................................52 FIGURA 3: Avaliação da antigenicidade da proteína rCP0369 através de Western Blotting utilizando soros de ovinos positivos e negativos para LC................................................................................................................53 FIGURA 4: Curva de sobrevivência dos animais imunizados com as diferentes formulações vacinais após desafio com a cepa Mic6 de C. psudotuberculosis........................................................................................54 FIGURA 5: Determinação do nível de IgG total através de ELISA indireto utilizando a proteína recombinante rCP0369 nos grupos experimentais pósimunização...................................................................................................55 MANUSCRITO 2 FIGURA 1: Western Blotting utilizando anticorpo monoclonal anti- 6Xhis Tag (Sigma).................................................................................................73 FIGURA 2: Análise do ELISA-rCP0369 através do Receiver Operating Characteristic (ROC) usando 182 amostras de soros de ovinos....................................................................................................74 FIGURA 3: Valor preditivo positivo e negativo associado ao ELISA-r0369 em vários níveis de prevalência de linfadenite caseosa......................................75 RESUMO REZENDE, Andréa. DESENVOLVIMENTO DE VACINAS RECOMBINANTES E TESTE DE DIAGNÓSTICO PARA LINFADENITE CASEOSA. 2013.93f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. A linfadenite Caseosa (LC) é uma doença que acomete principalmente pequenos ruminantes sendo causada pela bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis. No Brasil a prevalência clínica da LC é de 30%. As medidas de controle são a vacinação e o diagnóstico dos animais infectados. As vacinas disponíveis comercialmente não são totalmente eficazes, o mesmo ocorre com os métodos de diagnóstico, pois os sinais clínicos não são perceptíveis de imediato. Através de sequenciamento e da análise proteômica complementar foram identificados vários alvos, dentre eles o gene cp1002_0369, que codifica para uma proteína secretada sendo esta descrita provavelmente como uma fosfoesterase, potencialmente antigênica, a qual pode vir a ser utilizada no desenvolvimento de vacinas recombinantes e no desenvolvimento de testes de diagnóstico. Esta proteína foi utilizada na forma recombinante como vacina de subunidade e como vacina de DNA e também para o desenvolvimento de um teste de diagnóstico baseado em ELISA. Para isso o gene cp1002_0369 foi clonado no vetor de expressão em eucariotos pTARGET e de expressão em procariotos pAE. A proteína CP0369 recombinante foi purificada e avaliada como vacina recombinante associada aos adjuvantes xantana e hidróxido de alumínio e em um ELISA indireto com soros de ovinos. O potencial imunoprotetor foi avaliado em modelo murino através de desafio com a 104 UFC da cepa Mic6 de C. pseudotuberculosis em 9 grupos vacinais. A formulação vacinal que aumentou a taxa de sobrevida dos animais após o desafio foi o grupo contendo a proteína recombinante (rCP0369 + hidróxido de alumínio). O ELISA para diagnóstico de LC foi avaliado através da análise ROC em um total de 182 soros revelou uma sensibilidade e a especificidade de 90% e 75,6%, respectivamente. O formato de ELISA (ELISArCP0369) pode ser utilizado no diagnóstico de LC em rebanhos ovinos com bom índice de sensibilidade. No entanto, novas estratégias vacinas empregando a proteína CP0369 serão avaliadas para melhorar a eficácia da vacina. Palavras chaves: CP0369. Vacinas recombinantes. ELISA. Linfadenite caseosa ABSTRACT REZENDE, Andréa. DESENVOLVIMENTO DE VACINAS RECOMBINANTES E TESTE DE DIAGNÓSTICO PARA LINFADENITE CASEOSA. 2013.93f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. The caseous lymphadenitis (CLA) is a disease that affects mainly small ruminants and is caused by the bacteria Corynebacterium pseudotuberculosis. In Brazil the clinical prevalence CLA is 30%. The control measures are vaccination and diagnosis of infected animals. Currently, commercial vaccines are not completely effective, the same occur with the methods of diagnosis, because the medical signs are not immediately detectable. By sequencing and additional proteomic analysis, several targets were identified, including cp1002_0369 gene, which codifies a secreted protein which is probably described as a potentially antigenic phosphoesterase, that can subsequently be used in the development of recombinant vaccines and development of diagnostic tests. This protein was used as recombinant and it was tested as subunit vaccine and as a DNA vaccine and also to develop a diagnostic test based on ELISA. For this, the cp1002_0369 gene was cloned in the eukaryotic expression vector pTARGET and in a vector of expression in prokaryotes pAE. The recombinant protein CP0369 was purified and evaluated as a recombinant vaccine associated with both of the adjuvants xanthan and aluminum hydroxide and then measured in an indirect ELISA with sheep serum. The immunoprotective potential was assessed in a murine model by challenge with 104 CFU of strain Mic-6 of C. pseudotuberculosis in 9 vaccinal groups. The vaccine formulation that increased the survival rate of animals after challenge was the group containing the recombinant protein (rCP0369 + aluminum hydroxide). The ELISA for diagnostic of CL was evaluated by ROC analysis of 182 sera and showed a sensitivity and specificity of 90% and 75.6%, respectively. The format of ELISA assay (ELISA-rCP0369) can be used in the diagnosis of LC sheep herds with a good sensitivity index. However, new vaccine strategies employing the CP0369 protein will be evaluated to improve the effectiveness of the vaccine. Keywords: CP0369. Recombinant vaccines. ELISA. Caseous lymphadenitis SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................. 15 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 18 2.1 Aspectos microbiológicos e bioquímicos .......................................... 18 2.2 Epidemiologia........................................................................................ 19 2.3 Impactos Econômicos .......................................................................... 20 2.4 Resposta Imune .................................................................................... 21 2.5 Transmissão .......................................................................................... 22 2.6 Determinantes moleculares de virulência e patogenicidade ............ 23 2.7 C. pseudotuberculosis e estudos de genômica e proteômica .......... 24 2.8 CP0369 uma possível Fosfoesterase .................................................. 26 2.9 Diagnóstico............................................................................................ 27 2.10 Vacinas................................................................................................. 28 3. OBJETIVOS .............................................................................................. 32 3.1.Objetivo Geral........................................................................................ 32 3.2. Objetivos Específicos .......................................................................... 32 4. MANUSCRITO 1: Fosfoesterase recombinante (Cp1002_0369): avaliação como vacina de subunidade para Linfadenite Caseosa.............................................................................................................33 5. MANUSCRITO 2: Desenvolvimento de um ELISA indireto utilizando a proteína recombinante CP0369 de Corynebacterium pseudotuberculosis para diagnóstico de linfadenite caseosa em ovinos...................................................57 6. CONCLUSÕES ......................................................................................... 76 7. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 77 1. INTRODUÇÃO GERAL A Linfadenite Caseosa (LC) é uma doença crônica, infectocontagiosa, que acomete pequenos ruminantes, acarretando sérias perdas econômicas para as atividades de ovinocaprinocultura. É reconhecida como doença de importância mundial, em decorrência da alta prevalência e pelos prejuízos econômicos nos rebanhos (D'AFONSECA et al. 2008). É causada pelo Corynebacterium pseudotuberculosis, uma bactéria gram-positiva, intracelular facultativa (D'AFONSECA et al. 2010), pleomórfica e anaeróbica facultativa. C. pseudotuberculosis são microrganismos cosmopolitas, encontrados predominantemente no solo, na pele, ou mucosas dos animais e, ao abrigo da luz solar direta, pode manter-se viável por longos períodos no ambiente e em secreções purulentas por 6 a 12 meses (BINNS et al. 2002). A forma mais comum de infecção por C. pseudotuberculosis em animais de produção é causada pela contaminação de água, alimentos e feridas por descargas purulentas resultantes da fistulação dos abscessos (BAIRD AND FONTAINE 2007). O Brasil é o 8º maior criador de ovinos e caprinos do mundo com cerca de 26 milhões de cabeças sendo 34% de caprinos e 66% de ovinos. A maior parte do rebanho se localiza na região Nordeste, onde se concentram aproximadamente 9,6 milhões de animais (IBGE 2010). Nesta região, estimase que a prevalência da doença em rebanhos seja de aproximadamente 30%. Em alguns estados brasileiros como Minas Gerais a prevalència da doença pode chegar a 70% em rebanhos ovinos e 80% em caprinos (SEYFFERT et al. 2010). 16 Considerando que o tratamento da LC é de alto custo e ineficaz, a medida de melhor custo-benefício contra a disseminação da LC é a imunização. Entretanto, não existe uma vacina eficiente e protetora contra C. pseudotuberculosis. Vários estudos relatam diferentes estratégias que vêm sendo testadas, como o uso de bactérias atenuadas ou inativadas, frações contendo antígenos da parede da bactéria ou do sobrenadante de cultura bacteriana e ainda uma mistura de componentes celulares e sobrenadante (DORELLA et al. 2009). Todas as preparações ofereceram certo grau de proteção contra infecções experimentais e até mesmo naturais. Contudo, os níveis de proteção e a severidade das lesões são variáveis. Vacinas de DNA contra LC já foram testadas, porém com resultado pouco satisfatório (COSTA et al. 2011;De Rose et al.2002). A identificação de determinantes moleculares presentes no genoma da bactéria C. pseudotuberculosis permite a formulação de novas estratégias vacinais, como as vacinas recombinantes, as quais podem possibilitar um controle mais efetivo da LC nos rebanhos (D'AFONSECA et al. 2008). Alguns antígenos já foram avaliados nesta abordagem (BURREL 1980; HODGSON et al. 1990; HODGSON et al. 1999; De ROSE et al. 2002; FONTAINE et al. 2006), no entanto apresentaram proteção pouco satisfatória. Os dados genômicos sobre C. pseudotuberculosis foram obtidos a partir do sequenciamento de várias linhagens deste microrganismo (SILVA et al. 2011; PINTO et al. 2012; SOARES et al. 2012; PETHICK et al. 2012b). Através dos dados de sequenciamento e da análise proteômica complementar foram identificados vários alvos importantes, dos quais pode-se citar o gene cp1002_0369, que codifica para uma provável proteína secretada sendo esta uma possível fosfoesterase (SANTOS et al. 2012), potencialmente antigênica, a qual pode vir a ser utilizada no desenvolvimento de vacinas recombinantes e de um teste de diagnóstico baseado em ELISA. Com a finalidade de obter uma vacina protetora e mais segura, diferentes estratégias vêm sendo testadas, como vacinas recombinantes de subunidade e de DNA em caprinos e ovinos. Ambas apresentam potencial protetor sem riscos de causar a doença. Além disso, as vacinas de DNA têm 17 diversas vantagens como estabilidade, baixo custo de produção além de induzir ambos os tipos de imunidade, celular e humoral (BABIUK et al. 2000). Assim, devido à tamanha relevância econômica e social da ovinocaprinocultura em nosso país e, concomitantemente a este fato, a inexistência de uma vacina nacional eficaz contra LC, este estudo tem como objetivo desenvolver vacinas recombinantes e um teste de ELISA diagnóstico utilizando a proteína recombinanterCP0369 . A utilização da proteína rCP0369 como vacina de subunidade recombinante administrada a diferentes adjuvantes, bem como na estratégia de vacina de DNA contendo a sequencia codificadora do gene cp1002_0369 é apresentado no Manuscrito 1, e a utilização da proteína CP0369 recombinante em um ELISA indireto com soros de ovinos é apresentada no Manuscrito 2. Ambos serão submetidos ao periódico Veterinary Microbiology. 18 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Aspectos microbiológicos e bioquímicos C. pseudotuberculosis é o agente causador da linfadenite caseosa. Esta bactéria pertence ao gênero Corynebacterium e à ordem dos Actinomicetos, predominantemente gram-positivos. Este gênero é composto por 50 espécies, algumas das quais podem ser patogênicas para animais e plantas. O gênero pertencente ao grupo CMNR (Corynebacterium,Mycobacterium,Nocardia e Rhodococcus) (HARD 1975; SONGER et al. 1988; PAULE et al. 2004), o qual é um grupo que apresenta características específicas, como uma parede celular peculiar e um alto conteúdo de guanina e citosina (47-74%) em seu genoma (GARG AND CHANDIRAMANI 1985; FUNKE et al. 1995; NAVAS 1996; DORELLA et al. 2006b). C.pseudotuberculosis foi descrito pela primeira vez em 1888 pelo veterinário francês Edmound Nocard (BENHAM et al. 1962). Em 1891, Hugo Von Preisz isolou uma bactéria semelhante de um abscesso renal ovino. A partir daí o patógeno foi nomeado de bacilo de "Preisz-Nocard”, denominação que perdurou por décadas. A nomenclatura atual foi adotada em 1948 na sexta edição do Manual Bergey, e a designação Corynebacterium ovis é usada como sinônimo (MOORE et al. 2010). A bactéria C. pseudotuberculosis é pleomórfica, detentora de fímbrias, imóvel e anaeróbica facultativa. Exibe formas que variam desde cocóides a bastões filamentosos, não possui cápsula e não esporula. Suas dimensões variam de 0,5 a 0,6 micrometros por 1,0 a 3,0 micrômetros (DORELLA et al. 2006b). 19 A presença de dois biovares denominados equi e bovis demonstra uma variabilidade nas características bioquímicas do C. pseudotuberculosis que são definidas pela sua capacidade de produzir a enzima nitrato-redutase, que permite a conversão do nitrato para nitrito em provas bioquímicas (BATEY 1986a). O biotipo equi possui capacidade de reduzir o nitrato a nitrito, enquanto o biotipo ovis não reduz este substrato. O biotipo equi infecta preferencialmente os equinos, enquanto o biotipo ovis acomete os pequenos ruminantes. Os bovinos podem ser infectados pelos dois biovares, com predomínio do equi (SONGER et al. 1988). As reações bioquímicas de isolados de C. pseudotuberculosis variam, principalmente em sua habilidade de fermentação. Todas as linhagens produzem ácido, mas não gás, a partir de fontes de carbono incluindo glicose, frutose, maltose, manose, e sacarose (HOLT et al. 1994). O peptideoglicano apresenta, além de outros constituintes, o ácido meso-diaminopimelico relacionado a resistência da parede celular contra a maioria das peptidases, mas a arabinose e galactose são os principais açúcares da parede (DORELLA et al. 2006b). As afecções causadas por essa bactéria em animais de produção (ovinos, caprinos e equinos) geram grandes prejuízos aos produtores, que incluem a depreciação da pele e lã, redução na produção de carne e leite em ruminantes, indisponibilidade para o exercício ou treinamento em equinos e morte ocasional de animais com disseminação sistêmica do organismo. Tais perdas econômicas são significativas na ovinocaprinocultura em diversos países do mundo incluindo o Brasil (PEPIN et al. 1989; STING et al. 1998; PAULE et al. 2003). 2.2 Epidemiologia C. pseudotuberculosis é um patógeno muito importante na pecuária mundial, pois é o agente causador de doenças como a linfadenite caseosa, linfangite ulcerativa, e acne contagiosa ou dermatite ulcerativa que acomete caprinos e ovinos, equinos e bovinos, respectivamente. Tais doenças apresentam um 20 grande impacto econômico por afetarem rebanhos ou animais de considerável valor econômico (BROWN et al. 1987). Em vários países, incluindo Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Estados Unidos, Canadá e Brasil, existem casos relatados de LC, principalmente em pequenos ruminantes (BINNS et al. 2002; ARSENAULT et al. 2003; PATON et al. 2003; CONNOR et al. 2007). C. pseudotuberculosis também foi isolada de espécies como camelos, cervos, alpacas, rinocerontes, porcos, roedores, macacos, búfalos e lhamas. Em humanos, foram relatados aproximadamente 25 casos de contaminação por esse microrganismo (PEEL et al. 1997). De acordo com a Organização Mundial da Saúde Animal, dos 201 países que relataram suas situações sanitárias, 64 declararam a presença de animais com LC (OIE 2009). O Brasil é considerado o país com a mais alta prevalência de LC. Pinheiro et al.(2000) relataram que 66,9% dos capinos apresentavam sinais clínicos de LC no estado do Ceará. Em Minas Gerais estudos epidemiológicos recentes demonstram uma prevalência de 75,8% para ovinos e de 78,9% para caprinos (GUIMARAES et al. 2011). Na Austrália, 61% dos rebanhos de ovinos apresentaram sinais clínicos da infecção por C.pseudotuberculosis (EGGLETON et al. 1991). Nos EUA, a prevalência pode atingir até 43% em ovinos(STOOPS et al. 1984). No Reino Unido, 45% dos produtores que foram entrevistados mencionaram a presença de abscessos na sua criação de ovinos (UNANIAN et al. 1985; BINNS et al. 2002). 2.3 Impactos Econômicos No Brasil rebanhos de pequenos ruminantes somam cerca de 26 milhões, sendo 66% de ovinos e 34% de caprinos. A região Nordeste é a que apresenta maior prevalência da LC, devido a maior concentração desses animais com cerca de 90% dos rebanhos de caprinos e 40% de ovinos, Destes, rebanhos cerca de 30% dos animais são acometidos pela LC (IBGE 2010). A LC tem causado sérias perdas econômicas ao redor do mundo como a diminuição da produção de leite e carne, perda de peso, redução da pele 21 devido às cicatrizes e dificuldades na locomoção do animal. No entanto as perdas econômicas devido a esta doença ainda não foram devidamente contabilizadas (GUIMARAES et al. 2011). A LC também está se tornando um problema para as regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste, onde esta atividade cresce rapidamente, afetando negativamente a indústria de processamento de carne ovina (GUIMARAES et al. 2009). No Nordeste brasileiro, onde caprinos são importantes fontes de alimento e renda, a situação é ainda mais crítica devido ao tipo de vegetação (espinhosa) e ao baixo nível de escolaridade dos agricultores (UNANIAN et al. 1985). 2.4 Resposta Imune C. pseudotuberculosis é uma bactéria intracelular facultativa que se multiplica dentro dos macrófagos e sobrevive à ação de enzimas fagolisossômicas com ajuda da camada lipídica externa da parede celular. Nesta parede estruturas como os ácidos micólicos são determinantes da patogenicidade que são muito importantes na sobrevivência dessa bactéria no ambiente (WEST et al. 2002; BAIRD AND FONTAINE 2007;DORELLA et al. 2006b)). Ao penetrar no hospedeiro através das mucosas ou de feridas na pele, esta bactéria se difunde pelo sistema linfático, linfonodos locais e órgãos internos. A camada lipídica da parede desta bactéria tem a capacidade de impedir a sua fusão com o fagolisossomo, aumentando a sua virulência e a sobrevivência no interior dos macrófagos (DORELLA et al. 2006b). A liberação de enzimas lisossômicas acaba formando os abscessos . A infecção por LC apresenta diferentes fases: uma fase inicial (1-4 dias pós-infecção), caracterizada pelo recrutamento de neutrófilos para o local da inoculação e linfonodos de drenagem; uma fase de amplificação (5-10 dias pós-infecção), caracterizada pelo desenvolvimento de piogranuloma, e uma fase de estabilização, caracterizada pela maturação e persistência do piogranuloma (PEPIN et al. 1997). 22 Após a captura do C. pseudotuberculosis por células fagocíticas como neutrófilos e macrófagos, o fagossomo se funde com o lisossomo, formando o fagolisossomo (BATEY 1986b). No entanto C. pseudotuberculosis é um patógeno intracelular facultativo capaz de sobreviver dentro de macrófagos por mais de 48 horas. Durante esse tempo, as bactérias são liberadas como resultado de um processo que leva os fagócitos à morte (BASTOS et al. 2012). Ainda não se sabe ao certo quais os mecanismos específicos de morte celular causada por C. pseudotuberculosis, mas a capacidade das bactérias de sobreviver dentro de macrófagos é devido à incapacidade de várias populações desta célula produzirem óxido nítrico em resposta a essa bactéria in vivo (BOGDAN et al. 1997). Isso pode estar associado à presença da camada lipídica externa em C. pseudotuberculosis e outros componentes antigênicos, que interromperiam a produção de óxido nítrico pelos macrófagos (BASTOS et al. 2012). A multiplicação descontrolada da bactéria dentro dos macrófagos leva o hospedeiro a tentar restringir a infecção através da formação de piogranulomas, caracterizados pelo encapsulamento das células infectadas por C. pseudotuberculosis (BATEY 1986b). Além disso, a infecção por C. pseudotuberculosis leva a formação de abscessos por via subcutânea localizada, que não provem de lesões primárias nos linfonodos (PAULE et al. 2003). No entanto, alguns abscessos podem ser encontrados em estreita associação com os gânglios linfáticos, resultado da destruição dos tecidos associados com abscessos, que posteriormente encapsulam e podem conter pus parcialmente calcificado (MOLLER et al. 2000). 2.5 Transmissão A transmissão da LC ocorre principalmente através da ingestão de água e alimentos contaminados, bem como, através de ferimentos superficiais na pele, os quais podem ser causados tanto por manejo inadequado como por tosquia, castração e uso de agulhas contaminadas, quanto por fatores naturais como ferimentos por arbustos pontiagudos (ALVES et al. 1997). O principal fator que contribui para a disseminação dessa doença é a contaminação ambiental, pois o C. pseudotuberculosis é capaz de sobreviver no ambiente por longos períodos sob baixas temperaturas e condições de 23 umidade. Esse microrganismo pode sobreviver em frestas de piso a temperatura ambiente por até 10 dias e cerca de 8 meses ou mais de um ano em fômites, principalmente em baixas temperaturas (CAMERON AND BESTER 1984). 2.6 Determinantes moleculares de virulência e patogenicidade Os determinantes moleculares de virulência do C. pseudotuberculosis, e o controle da sua expressão gênica ainda são pouco conhecidos (DORELLA et al. 2006b; MCKEAN et al. 2007). As bactérias patogênicas possuem genes que codificam para antígenos que permitem sua entrada e sua sobrevivência no hospedeiro, bem como os que resultam na doença, os quais são denominados como determinantes de virulência (SCHUMAN W. 2007). Três genes presentes em um operon fagABC e gene fagD apresentam papel na virulência desta bactéria e foram designados como genes de aquisição de ferro (BILLINGTON et al. 2002). Uma proteína de 40 kDa, identificada como proteína imunogênica que revelou atividade proteolítica, a serina protease também seria um outro determinante de virulência (WILSON et al. 1995). Entretanto, apenas dois determinantes da C. pseudotuberculosis estão bem caracterizados: a fosfolipase D (PLD) e os lipídeos da parede celular. A PLD tem sido considerada como o principal fator de virulência para C. pseudotuberculosis (CARNE et al. 1956; HODGSON et al. 1992). Essa exotoxina funciona como um fator de permeabilidade promovendo a disseminação da bactéria a partir do local inicial de infecção a todos os tecidos do corpo do hospedeiro, causando sérios danos, além de contribuir para a passagem do patógeno da derme para pequenos vasos sanguíneos para que acesse os vasos linfáticos (EGEN et al. 1989). A fosfolipase D é uma enzima encontrada em bactérias, fungos, plantas e animais (PEPIN et al. 1989). Tem como função hidrolisar a esfingomielina que pertence a uma classe de lipídeos cuja função parece estar ligada a transmissão de sinais e reconhecimento celular através da membrana de células. Uma variedade de atividades biológicas da PLD de C. pseudotuberculosis 24 e o uso da antitoxina tem reduzido a disseminação desta bactéria no hospedeiro (WILLIAMSON 2001a). Para que exista uma devida compreensão da patogênese de espécies bacterianas se faz necessário a caracterização dos fatores de virulência expressos em resposta a certos estímulos. Os lipídios de superfície de C. pseudotuberculosis têm sido descritos como fatores importantes que contribuem para a patogênese (CARNE et al. 1956; HARD 1972; HARD 1975). Uma avaliação da toxicidade de material lipídico foi realizada através da indução de necrose em cobaias após injeção intradérmica. Logo após foi analisado o fluido peritoneal dessas cobaias infectadas e foram encontrados macrófagos suscetíveis à ação necrosante de lipídeos de superfície do C.pseudotuberculosis. No entanto, a infecção com C. pseudotuberculosis em cobaias progride até a morte, invariavelmente, enquanto os macrófagos de cobaias não são sensíveis à ação citotóxica dos lipídios bacterianos (HARD 1975). O produto secretado de C. pseudotuberculosis foi avaliado pela primeira vez por BRAITHWAITE et al. (1993). Neste estudo extraíram-se proteínas a partir de um sobrenadante de cultura com sulfato de amônio, no qual foram encontradas sete proteínas com pesos moleculares entre 14 e 64 kDa. Destas apenas cinco reagiram com soros de cabras infectadas com C. pseudotuberculosis. 2.7 C. pseudotuberculosis: estudos de genômica e proteômica Com o início dos estudos de genômica uma informação relativa a uma proteína imunogênica, por exemplo, pode ser rastreada através do seu genoma. Várias espécies de Actinobacteria têm sido objeto de análise genômica incluindo Mycobacterium avium, Mycobacterium tuberculosis, Rhodococcus equi e Corynebacterium diphtheriae (LATCHUMANAN et al. 2005). Muitos genes que foram identificados podem desempenhar um papel importante em todo ciclo biológico do C. pseudotuberculosis, e são promissores para o desenvolvimento de vacinas. Já foram sequenciados genomas de 15 linhagens do C. pseudotuberculosis dentre elas a FRC41, 3/99-5,1/06A, 258, 267, 31, 316, 42/02A, 25 C231, CIP 52.97, CP162, I19, P54B96, PAT10 e 1002 (TROST et al. 2010; SILVA et al. 2011; CERDEIRA et al. 2011a; CERDEIRA et al. 2011b; LOPES et al. 2012; RAMOS et al. 2012; SILVA et al. 2012; SOARES et al. 2012; HASSAN et al. 2012a; PETHICK et al. 2012a; HASSAN et al. 2012b; PETHICK et al. 2012b; SILVA et al. 2013a). Várias informações podem ser obtidas através dos dados genômicos das espécies sequenciadas. Por exemplo, a cepa 1002 de C. pseudotuberculosis apresenta um genoma de 2.34 Mb (megabases), 2.203 genes que podem expressar provavelmente 2.090 proteínas. Além disso, apresentam um conteúdo de G+C de 52,2% (RESENDE et al. 2011). Em um estudo realizado por Silva et al.( 2013b) foi possível demonstrar a presença de 11 proteínas que não foram previamente detectadas). Duas linhagens de C. pseudotuberculosis foram avaliadas utilizando a técnica LC-MSE (Cromatografia líquida acoplada com espectrometria de massas) que apresentou vantagens em relação com o 2D – PAGE. A predominância das proteínas detectadas em cada proteoma extracelular foi compartilhada, o que permitiu observar um total de 93 proteínas extracelulares diferentes das quais 45 foram compartilhadas entre duas linhagens isoladas de C. pseudotuberculosis cepas 1002 e C231 de hospedeiros distintos. Dessas 11 proteínas identificadas, três têm funções desconhecidas (hipotéticas) e oito estão relacionadas às funções fisiológicas e a fatores de virulência. Em outro estudo abordado por Silva et al. (2013a) foi realizada uma análise de exoproteômica de linhagens diferentes de C. pseudotuberculosis. A linhagem 1002 isolada de isolados de cabra, e a C231 referente a isolados de ovelha. Foram identificadas 17 proteínas com funções biológicas diversas tais como envelope celular, metabolismo proteômico e proteólise. Esta análise proteômica revelou exoproteínas de cepas específicas, embora cada gene correspondente foi encontrado em ambos os genomas das cepas. Estudos de proteômica são de grande importância para a compreensão dos elementos vitais para a manutenção de determinado patógeno em um ambiente. Em um estudo empregando um gene repórter (TnFuZ) para 26 identificar genes que codificam proteínas extracelulares, foi observada uma grande diversidade de proteínas, incluindo uma subunidade fimbrial, outra relacionada com a absorção de ferro, adesinas e proteínas envolvidas no transporte, bem como proteínas hipotéticas e duas proteínas desconhecidas (DORELLA et al. 2006a). Uma serino protease secretada, a corynebacterial protease (CP40) foi encontrada em sobrenadante de cultura de C. pseudotuberculosis confirmando que provavelmente é secretada por esta bactéria. Em um estudo descrito por Trost et al. (2010) foi realizado o sequenciamento de uma linhagem isolada de um granuloma de uma menina de 12 anos onde se verificou que a corynebacterial protease (CP40) juntamente com a PLD, os quais são fatores de virulência codificados no genoma deste isolado. 2.8 CP0369 uma possível Fosfoesterase Diversas linhagens de C. pseudotuberculosis foram sequenciadas fornecendo dados genômicos sobre este microrganismo (SILVA et al. 2011; PINTO et al. 2012; SOARES et al. 2012; PETHICK et al. 2012b). Com o resultado do sequenciamento e da análise proteômica complementar foram identificados vários alvos, dentre eles pode-se citar o gene cp1002_0369, que codifica para uma proteína secretada sendo esta provavelmente uma fosfoesterase que apresenta 300 aminoácidos, grande densidade celular, é potencialmente imunogênica podendo com isso vir a ser utilizada no desenvolvimento de vacinas recombinantes, ou mesmo em diagnóstico. Esses dados foram avaliados a partir de um estudo descrito por Santos et al.( 2012) onde foi realizada uma análise de pan-genômica com cinco cepas de C. pseudotuberculosis 1002, C231, I19, FRC41 e PAT10 produzindo 306, 59 e 12 conjuntos de genes. Destes conjuntos, 150 genes provavelmente codificam proteínas secretadas e 227 codificam proteínas de superfície. Essa avaliação in silico permitiu definir vários candidatos vacinais a partir da análise e dos genomas completos dessas cinco linhagens de C. pseudotuberculosis. Além disso, também foi possível definir in silico as proteínas exportadas indispensáveis 27 dessa bactéria evidenciando com isso futuros experimentos na área de vacinas, diagnóstico e de drogas para LC. 2.9 Diagnóstico Mesmo sendo uma doença de grande importância para a ovinocaprinocultura mundial, não existem diagnósticos, tratamentos e vacinas totalmente eficazes para combater a LC. Atualmente o diagnóstico utilizado é a cultura bacteriológica retirada de material purulento dos abcessos superficiais dos animais, com posterior análise através do teste bioquímico API Coryne system (API-bioMérieux, Inc., La Balme les Grottes, France), o qual consiste em 21 testes bioquímicos e pode ser realizado entre 24 e 48 horas. Ao longo de décadas de estudo uma variedade de testes sorológicos foram desenvolvidos na tentativa de superar o problema dos animais com casos assintomáticos da LC, incluindo o teste de soro aglutinação (AWAD 1960), a imunodifusão em gel, inibição da hemólise (BURREL 1980; ANDERSON AND NAIRN 1984), e diferentes ensaios de ELISA, como ELISAs indiretos utilizando varias preparações da célula bacteriana, proteínas secretadas e a toxina (PLD) de C. pseudotuberculosis (DERCKSEN et al. 2000; PAULE et al. 2003; BINNS et al. 2007), ELISA sanduiche com PLD (TER LAAK et al. 1992; DERCKSEN et al. 2000) e ELISA para detectar interferon gama (IFN-γ) como um marcador de imunidade mediada por células contra C. pseudotuberculosis (PRESCOTT et al. 2002; MENZIES et al. 2004). Atualmente, o teste ELISA tem sido utilizado com muita frequência para diagnosticar a LC em rebanhos em todo mundo, pois tem a capacidade de detectar animais infectados subclinicamente, além de apresentar altos níveis de sensibilidade e especificidade (DERCKSEN et al. 2000; GUIMARAES et al. 2009). Um ELISA indireto foi utilizado para detecção de imunoglobulinas específicas totais para antígenos secretados de C. pseudotuberculosis e alcançaram 98,5% de especificidade e 93,5% de sensibilidade (SEYFFERT et al. 2010). 28 A maioria destes de ELISAs ainda não são comercialmente disponíveis e aqueles que estão disponíveis ainda apresentam um custo relativamente elevado (DERCKSEN et al. 2000; KABA et al. 2001; BINNS et al. 2007). A sensibilidade e especificidade são elementos importantes que devem ser considerados ao selecionar um teste de diagnóstico para um programa de rastreamento. Uma abordagem alternativa para o imunodiagnóstico da LC pode ser a análise combinada dos testes in vitro da resposta imune celular aos antígenos de C. pseudotuberculosis com testes de ELISA simultâneos (BASTOS et al. 2011). Outro método de diagnóstico é a detecção do DNA do C. pseudotuberculosis. Uma análise baseada na reação de PCR multiplex (mPCR) para amplificar simultaneamente três sequencias de genes específicos, como: 16S rDNA, gene de escolha no estudo de taxonomia bacteriana; rpoB (subunidade beta da RNA polimerase), amplamente usado para análises filogenéticas; e PLD (fosfolipase D), que codifica uma exotoxina associada com a virulência de C. pseudotuberculosis, C. ulcerans e Arcanobacterium haemolyticum. Este teste se mostrou tão especifico quanto a cultura bacteriana seguida de testes bioquímicos. Apesar disso, este método não foi capaz de identificar microrganismos em amostras biológicas (CETINKAYA et al. 2002; PACHECO et al. 2007). 2.10 Vacinas Várias estratégias vacinais contra a LC foram avaliadas, havendo vacinas comerciais já disponíveis no mercado, porém nenhuma alcançou uma proteção adequada. Apenas algumas vacinas licenciadas para ovinos têm a mesma eficiência para caprinos. Geralmente se faz necessário ajustar o programa de vacinação a cada caso (WILLIAMSON 2001b). O potencial de vacinação para prevenir o LC tem sido explorado há décadas e introduziu a aplicação de vacinas de toxóides disponíveis comercialmente (BAIRD AND FONTAINE 2007). Mesmo assim, existem outras abordagens utilizadas para o desenvolvimento de vacinas. 29 O processo de imunização é deficiente e pode também ser associado ao uso incorreto das vacinas pelos criadores dos rebanhos. No Brasil, existem algumas vacinas disponíveis para utilização, como a vacina viva atenuada produzida a partir da cepa 1002 da C. pseudotuberculosis, desenvolvida pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A (EBDA). Outra vacina baseada em toxóide é produzida pela Embrapa Caprinos, e uma outra, já comercialmente no mercado, contém toxóides purificados de Clostridium septicum, agente etiológico do edema maligno, C. novyi Tipo B (hepatite necrótica), C. tetani (tétano), C. perfringens tipo D (enterotoxemia) e culturas inativadas de C. chauvoei (carbúnculo sintomático), uma fração do C. pseudotuberculosis (LC) e um antihelmíntico (moxidectina) (DORELLA et al. 2009). As vacinas de bacterina, que consistem em células inteiras de C. pseudotuberculosis inativadas (mortas), demonstraram proteger ovinos contra os efeitos letais da doença, porém, não evitou a formação de lesões de uma infecção crônica (CAMERON et al. 1972). Em um estudo realizado por Menzies et al, 1991, em um teste de campo em caprinos e ovinos, foi avaliada uma vacina baseada em bacterina a partir de células inteiras e, a qual demonstrou uma diminuição significatica da incidência de LC em ovinos, sugerindo um efeito similar em caprinos. Em outra investigação realizada por MENZIES, et al. (1991) foi realizada uma imunização em ovinos com a bacterina de C. pseudotuberculosis virulenta associada ao adjuvante hidróxido de alumínio, demonstrandouma proteção significativa contra desafio homólogo. A proteína CP40 de C. pseudotuberculosis é considerada como um antígeno protetor contra LC em ovinos. Em um estudo realizado por (WILSON et al. 1995) essa proteína foi superexpressa na forma recombinante em E. coli. Neste trabalho foi descrita a clonagem molecular, sequenciamento, expressão, além de análises bioquímicas das formas nativa e recombinante dessa proteína. Esta análise demonstrou uma atividade proteolítica associada, classificando-a como uma serino-protease através da utilização de inibidores específicos. Mesmo não sabendo ao certo a função da CP40 e que as respostas imunológicas desenvolvidas pelos animais vacinados não foram 30 caracterizadas, sabe-se que ela afeta indiretamente o crescimento da bactéria, podendo até levá-la morte. Em outra abordagem no desenvolvimento de vacinas contra a linfadenite caseosa, Dorella et al.(2009), utilizando mutagênese aleatória com o TnFuZ na linhagem T1 produziu 34 linhagens recombinantes de C. pseudotuberculosis, em 21 loci diferentes. Estes 21 mutantes foram utilizados em ensaios de imunização visando a busca por novas alternativas vacinais contra a LC. Das 21 linhagens testadas, as linhagens vivas atenuadas denominadas de CP13 (proteína secretada ligada ao sistema de transporte de ferro) e CP09 (subunidade fimbrial) mostraram os melhores níveis de proteção sendo de 80 e 60% em camundongos, respectivamente. Camundongos imunizados com o mutante CP09 apresentaram 60% de proteção contra o desafio, o mesmo resultado observado no grupo de camundongos imunizados com a vacina comercial Glanvac™3. Já em relação a vacinas recombinantes para linfadenite caseosa, poucos são os trabalho descritos. A proteína Hsp60 de C. pseudotuberculosis foi utilizada na sua forma recombinante como vacina associada ao adjuvante Hidróxido de Alumínio em camundongos. Esse teste vacinal não conferiu proteção contra desafio (PINHO et al. 2009). Em outra abordagem realizada por Costa et al. (2011) o gene hsp60 de C. pseudotuberculosis foi caracterizado como potencial imunogênico como vacina de DNAHsp60 em experimentos com camundongos. Esta vacina induziu uma resposta imune celular, porém falhou ao conferir proteção contra desafio. Um mutante atenuado da linhagem C231 de C. pseudotuberculosis, denominado aromático aroQ, demonstrou ter um potencial de ação com vetor vacinal. Esse mutante demonstrou ser bastante eficiente em experimentos com modelo murino em que foi avaliada a importância do INF-gama na infecção primária pelo C. pseudotuberculosis (SIMMONS et al. 1997). Uma vacina que completamente eficaz deve ser capaz de induzir uma resposta humoral e celular contra a LC. Vários estudos estão sendo realizados na busca e avaliação de novos alvos capazes de estimular uma resposta imunológica efetiva para combater a doença. 31 2.11 Adjuvantes Os adjuvantes vacinais são substâncias naturais ou sintéticas associadas a antígenos que podem atuar potencializando a resposta imune (CHIN & SAN GIL, 1998). Eles podem proporcionar o desenvolvimento de uma resposta imune mais duradoura ou de uma instalação mais precoce (GUPTA &SIBER, 1995). O adjuvante é responsável pela modificação da resposta imunológica devido à capacidade de suscitar inflamação no local onde foi administrado o antígeno aumentando a possibilidade de atração das células do sistema imune para a área inflamada além de promover a liberação gradual e prolongada do antígeno, favorecendo a interação com os macrófagos (FLAMINIO, et al., 2000). O hidróxido de alumínio é um adjuvante utilizado há várias décadas e com resultados positivos, todavia, é considerado um adjuvante que induz principalmente resposta imune humoral e não tem capacidade de estimular imunidade celular, causando ainda reações locais como eritremas, nódulos subcutâneos e reações de hipersensibilidade (GUPTA et al., 1998; CLEMENTS et al. 2002; BAYLOR et al. 2002). A xantana é um polissacarídeo derivado de bactérias do gênero Xanthomonas, as quais causam doenças em vegetais. A goma xantana apresenta como propriedades a viscosidade, sendo amplamente utilizado como espessante ou viscosificante e estabilizante nas indústrias alimentícia e não alimentícia (SUTHERLAND et al., 1998; BECKER et al., 1998; CHIOU et al., 2009). A utilização da goma xantana como adjuvante foi caracterizada com um ativador de linfócitos e originalmente descrita em 1980 (ISHIZAKA et al., 1983). Dessa maneira uma cultura in vitro de macrófagos estimulada por X. campestris produziu interleucina-12 (IL-12) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) em resposta a este estímulo. Além disso, formulações vacinais associadas à xantana bioadesiva na imunização intranasal com o vírus influenza foram avaliadas com de sucesso (BERTRAM et al., 2010). 32 3. OBJETIVOS 3.1.Objetivo Geral Desenvolver vacinas recombinantes e um teste de ELISA diagnóstico para controle da linfadenite caseosa utilizando a proteína recombinante CP0369 de Corynebacterium pseudotuberculosis. 3.2. Objetivos Específicos Amplificar o gene cp1002_0369 e clonar nos vetores pTARGET e pAE; Expressar e purificar a proteína recombinante (rCP0369) através de cromatografia de afinidade; Purificar em larga escala da vacina de DNA pTARGET/ Cp1002_0369 e transfecção in vitro de células CHO (ovary hamster chinese); Inocular camundongos com a rCP0369 purificada e produzir soro policlonal; Imunizar camundongos com as vacinas recombinantes e desafiar com a cepa virulenta de C. pseudotuberculosis Mic6; Desenvolver um teste de ELISA utilizando a proteína recombinante CP0369 com soros de ovinos. 33 4. MANUSCRITO 1 Fosfoesterase recombinante (Cp1002_0369): avaliação como vacina de subunidade para controle da Linfadenite Caseosa (Conforme normas do periódico Veterinary Microbiology) 34 Fosfoesterase recombinante (Cp1002_0369): avaliação como vacina de subunidade para Linfadenite Caseosa Andréa de Fátima Silva Rezende1; Alexandre Antunes Brum1, Henrique Ramos Angelo1; Drielly Cristina Braite1; Gizele Lima de Sá2; Claudia Pinho Hartleben2; Helena Trurow3; Fabiana K. Seixas3; Vasco Azevedo4; Sibele Borsuk1* 1 Laboratório de Pesquisa em Doenças Infecciosas, Centro de Desenvolvimento Tecnológico, Biotecnologia, UFPel. 2 Laboratório de Imunodiagnóstico, Centro de Desenvolvimento Tecnológico, Biotecnologia, UFPel. 3 Laboratório de Genômica Funcional, Centro de Desenvolvimento Tecnológico, Biotecnologia, UFPel. 4 Laboratório de Laboratório de Genética Celular e Molecular, Departamento de Biologia Geral, UFMG. *Correspondência do autor: Laboratório de Pesquisa em Doenças Infecciosas, Centro de Desenvolvimento Tecnológico, Biotecnologia, UFPel. Telefone: (53) 3275 7350. Mail: [email protected] 35 Resumo O Corynebacterium pseudotuberculosis é o agente causador da linfadenite caseosa, doença que acomete principalmente pequenos ruminantes causando perdas econômicas em todo o mundo. Através de sequenciamento e da análise proteômica complementar foram identificados vários alvos, dentre eles o gene cp1002_0369, que codifica para uma proteína secretada sendo esta descrita como uma provável fosfoesterase, potencialmente antigênica, a qual pode vir a ser utilizada no desenvolvimento de vacinas recombinantes. A antigenicidade da rCP0369 foi observada em Western Blotting ao reagir com soros de ovinos infectados naturalmente pela LC. A rCP0369 foi avaliada como vacina recombinante de subunidade e de DNA e o potencial imunoprotetor foi avaliado em modelo murino através de desafio com a 10 4 UFC da cepa Mic6 de C. pseudotuberculosis em 4 grupos vacinais(pTARGET/0369, r0369/Xantana, r0369/Al(OH)3 e prime-boost) e 3 grupos controle negativos (pTARGET, Xantana e Al(OH)3 ) e 2 grupos controles positivos. A indução de anticorpos foi verificada apesar de as vacinas não conferirem proteção contra o desafio; contudo, a formulação vacinal que aumentou a taxa de sobrevida dos animais após o desafio foi o grupo contendo a proteína recombinante (rCP0369) associada ao hidróxido de alumínio. Novas estratégias vacinas empregando a rCP0369 serão avaliadas para melhorar a eficácia da vacina. Palavras chave: linfadenite caseosa, vacinas recombinantes, CP0369. 36 1. Introdução A Linfadenite Caseosa (LC) é uma doença crônica, infectocontagiosa, que acomete pequenos ruminantes como ovinos e caprinos, acarretando sérias perdas econômicas.(D'Afonseca et al. 2008). A LC é causada por C. pseudotuberculosis, pleomórfica e uma anaeróbica bactéria gram-positiva, facultativa (D'Afonseca intracelular et al. facultativa 2010). Este microrganismo é cosmopolita, e encontrado predominantemente no solo, na pele, ou mucosas dos animais. As lesões causadas por esta bactéria nos animais são caracterizadas por abcessos em linfonodos superficiais e viscerais (Seyffert et al., 2010). A presença de C. pseudotuberculosis é diagnosticada a partir de sinais clínicos e isolamento dessa bactéria dosabcessos. Técnicas moleculares, tais como sequenciamento de 16S rDNA (Cetinkaya et al. 2002; Paule et al. 2003) e amplificação por PCR de sequências conhecidas além de métodos de tipagem molecular como ERIC-PCR podem ser utilizados para diagnóstico e para a identificação do C. pseudotuberculosis (Guimaraes et al. 2011a; Guimaraes et al. 2011b; Huerta et al. 2013; Pavan et al. 2012). A forma mais comum de infecção por C. pseudotuberculosis em animais de produção é representada pela contaminação de água, alimentos e feridas por descargas purulentas resultantes da fistulação dos abscessos (Sting et al. 1998). As afecções causadas por essa bactéria nesses animais geram prejuízos, que incluem a depreciação da pele e lã, redução na produção de carne e leite em ruminantes, indisponibilidade para o exercício ou treinamento em equinos e morte ocasional de animais com disseminação sistêmica do organismo (Paule et al. 2003), incluindo o Brasil (Seyffert et al. 2010; Sting et al. 1998). A vacinologia reversa permite a identificação de determinantes moleculares presentes no genoma da bactéria C. pseudotuberculosis (D'Afonseca et al. 2008) para formulação de novas estratégias vacinais, as quais podem possibilitar um controle mais efetivo da LC nos rebanhos. Alguns antígenos como a proteína de choque térmico HSP60 (Costa et al. 2011), uma serino protease secretada, a CP40, um mutante aromático aroQ, bastante eficiente em modelo murino como vacina, (Simmons et al. 1997), um mutante PLD 37 negativo, atenuando assim a bactéria, (Hodgson et al. 1992) já foram avaliados nesta abordagem. Várias linhagens de C. pseudotuberculosis foram sequenciadas fornecendo dados genômicos sobre este microrganismo (Pethick et al. 2012; Pinto et al. 2012; Silva et al. 2011; Soares et al. 2012). Com o resultado do sequenciamento e da análise proteômica complementar foram identificados vários alvos, dentre eles pode-se citar o gene cp1002_0369, que codifica para uma proteína secretada sendo esta provavelmente uma fosfoesterase (Santos et al. 2012), potencialmente antigênica, a qual pode vir a ser utilizada no desenvolvimento de vacinas recombinantes. Assim, o objetivo desse estudo foi desenvolver e avaliar vacinas recombinantes de DNA e de subunidade utilizando uma provável fosfoesterase de C. pseudotuberculosis, com a finalidade de avaliar o potencial imunológico destas em modelo murino. 2. Material e Métodos 2.1 Cepas e condições de cultivo Neste estudo foram utilizadas as cepas de C. pseudotuberculois 1002 (cedida pelo Dr. Roberto Meyer, UFBA) e Mic- 6 (cedida pelo Dr. Vasco Azevedo, UFMG) e Escherichia coli TOP10 e E. coli BL21 Star. C. pseudotuberculois foram cultivadas em meio “Brain Heart Infusion” (BHI) suplementado com 0,5 % de Tween 80, a 37 °C por 72 h sob agitação. Para as culturas em meio sólido, 1,5 % de ágar bacteriológico foram adicionados ao meio de cultura. As cepas de E. coli foram cultivadas em meio Luria Bertani (LB) ou LB contendo 1,5 % de ágar bacteriológico por 16 h a 37 °C. Quando necessário o meio LB foi acrescido com 100 µg/mL de ampicilina. 2.2 Expressão da Proteína recombinante CP0369 em E. coli A amplificação do gene cp1002_0369 foi realizada utilizando os primers F-5’CGG GGA TCC CAG CCA GTG CTT CAG GTC 3’ e R-5’CCC AAG CTT 38 TTA TTT TTG TAC CGC TTG CTC 3’. Para a PCR foram utilizados 50 ng de DNA genômico de C. pseudotuberculosis, além de 10 μM de cada primer e Mastermix (Promega) num volume final de 50 μL. O Produto da PCR foi visualizado em gel de agarose 1 % corado com Blue Green (LGC Biotecnologia). O gene cp1002_0369 foi clonado no nos sítios BamHI e HindIII do vetor de expressão pAE (Ramos et al., 2004),. Para isso, ambos (pAE e cp1002_0369) foram digeridos com as enzimas de restrição BamHI e HindIII (FERMENTAS, EUA) e posteriormente, ligados com auxilio da enzima T4 DNA ligase (FERMENTAS). O produto da ligação foi transformado por eletroporação em células de E. coli TOP 10 competentes, e cultivado em meio LB com 100 µg/mL de ampilicina por 16 h a 37 °C. Uma triagem rápida por lise de colônia com fenol clomormio (v/v), seguida de digestão com enzimas e restrição foram realizadas para caracterização dos clones recombinantes. Para a expressão da proteína CP0369 recombinante, o vetor pAE/0369 foi transformado por choque térmico na linhagem de expressão E. coli BL21 Star. A indução da expressão se deu pela adição de 1 mM de IPTG ao cultivo mantido sob agitação orbital a 37 °C por 3 h. A expressão das proteínas recombinantes foi confirmada através da técnica de Western blotting (Sambrook; Russell, 2001) utilizando anticorpo monoclonal anti-6xhistag conjugado com peroxidase (Sigma). A purificação foi realizada por cromatografia de afinidade em coluna de sepharose (HisTrap™; GE Healthcare), carregada com níquel. A pureza das mesmas foi determinada através de um SDS-PAGE 12 % e a concentração determinada pelo kit BCA (Pierce). 2.3 Western blot A proteína recombinante CP0369 foi utilizada para Western blot para avaliação da antigenicidade utilizando soros de ovinos clinicamente positivos e negativos para LC. Para isso, as amostras contendo rCP0369 foram misturadas com tampão (100-mM Tris-HCl at pH= 6.8, 100 mM βmercaptoetanol, 4 % SDS, 0,2 % azul de bromofenol, 20 % glicerol) sob condições redutoras e aquecidas a 100 °C durante 10 min e em seguida submetidas à eletroforese em gel SDS-PAGE 12 %. Após as proteínas do gel 39 foram transferidas eletricamente para uma membrana de nitrocelulose (GE Healthcare). A membrana foi bloqueada com PBS contendo 5 % de leite desnatado durante 1 h a 37 °C incubando-se, em seguida, com os soros de ovinos na diluição de 1:100 em `PBS-T a 37 °C durante 1 h. A membrana foi lavada três vezes com PBS tween 0,05 % (PBS-T), durante 5 min cada incubou-se em seguida anti-IgG ovino conjugado com peroxidase, diluídos 1:4000 e 1:6000, respectivamente em PBS-T, e incubados a 37 °C durante 1 h. As bandas reativas foram reveladas utilizando 3,3 '-tetrahidrocloreto (DAB) e H2O2. 2.4 Construção da vacina de DNA O gene cp1002_0369 amplificado no PCR foi clonado no vetor pTARGET utilizando o kit de clonagem pTARGET™ Mammalian Expression Vector System (Promega, USA) segundo instruções do fabricante. O produto da ligação foi usado para transformar E. coli TOP10 por eletroporação, o qual foi cultivado em meio LB contendo ampicilina (100 µg/mL) e X-gal (40 µ/mL). As colônias brancas foram selecionadas e cultivadas em meio LB líquido contendo ampicilina (100µg/mL) por 16 h a 37° C. Após foi realizada a extração de DNA plasmidial e, a confirmação dos clones recombinantes foi caracterizada enzimaticamente através da digestão com a enzima de restrição EcoRI. Um clone (pTARGET/0369) foi cultivado em um volume de 200 mL de LB, e submetido à extração de DNA usando o kit Perfectprep Plasmid Maxi (Eppendorf, Alemanha). 2.5 Transfecção in vitro de células CHO com o plasmídio pTARGET/0369 Células CHO (chinese hamster ovary) foram cultivadas em placas de poliestireno de 96 cavidades. Após confluência de 80 %, estas células foram transfectadas com 1µg do vetor pTARGET/0369 utilizando lipofectamine™2000 (Invitrogen) a fim de verificar a expressão da proteína in vitro. Após 48 h de incubação, a expressão da proteína CP0369 foi avaliada por reação de imunofluorescência indireta (RIFI) utilizando os anticorpos 40 policlonais produzidos em camundongos anti-CP0369 e anticorpo policlonal anti- camundongo conjugado com Fitc (Millipore). 2.6 Determinação da Dose Letal 50 (DL50) A cepa patogênica Mic-6 de C. pseudotuberculosis foi utilizada para a determinação da dose mínima requerida para indução da infecção letal em 50 % dos animais (DL50). A DL50 foi determinada pela inoculação de doses seriadas segundo protocolo descrito por Simmons et al. (1997). Para o cálculo da dose letal, grupos de quatro camundongos foram infectados intraperitonealmente com doses seriadas variando de 10 6 a 101 unidades formadoras de colônia (UFC). A DL50 foi determinada como a quantidade de UFC que levou 50% dos camundongos a óbito de acordo com o método de Reed e Muench (1938). A DL50 foi utilizada nos experimentos de imunização para o desafio. 2.7 Imunização e desafio Nos ensaios de imunização foram utilizados camundongos BALB/c fêmeas de seis a oito semanas de idade, susceptíveis à infecção por C. pseudotuberculosis. Os animais foram fornecidos pelo Biotério Central da Universidade Federal de Pelotas. Foram realizadas três imunizações com intervalo de 15 dias cada, os animais foram divididos em 9 grupos com 8 animais cada conforme tabela 1. Grupos controle positivo como a vacina comercial (Linfovac, VENCOFARMA) e bacterina obtida a partir da inativação de cultivo de C. pseudotuberculosis cepa Mic6 foram utilizados. Os grupos controle negativo (pTARGET, xantana e hidróxido de alumínio) receberam somente o adjuvante. Uma concentração de 50 µg da proteína rCP0369 associada aos adjuvantes xantana (0,3%/dose) e hidróxido de alumínio (15%/dose) foi utilizada. A via utilizada em todos os grupos foi a intramuscular com exceção dos grupos controle positivo. As coletas de sangue foram realizadas nos dias 0, 15, 30 e 45 a partir da primeira imunização e estocado a –20 °C até a dosagem de anticorpos específicos por ELISA. 41 O desafio foi realizado 21 dias após a última dose da vacinação. Para isso, 104 UFC da cepa Mic-6 de C.pseudotuberculosis foram inoculadas intraperitonealmente nos animais, os quais foram observados até 28 dias após o desafio. 2.8 Avaliação da resposta imune A resposta imune humoral foi determina por ELISA indireto. Placas de 96 cavidades de fundo chato (Maxisorp-Nunc) foram sensibilizadas com 0,5 µg/mL da proteína rCP0369 em tampão carbonato bicarbonato pH=9,8 e incubadas a 4 °C por 16 h. Após, as placas foram lavadas três vezes com PBS-T (PBS 1X pH= 7.4; 0,1 % de Tween 20) e bloqueadas com 100 μL/cavidade de leite em pó desnatado 5 % diluído em por 1 h à 37 °C. Após, a placa foi lavada três vezes com PBS-T. Em seguida foram adicionados 100 μL/cavidade das amostras dos soros de camundongos, na diluição de 1:50, em duplicata. Após uma hora de incubação a 37 ºC e três lavagens com PBS-T, foram adicionados 100 μl/cavidade do anti-IgG de camundongo conjugado com peroxidase (Sigma) na diluição de 1:6000. Após uma hora de incubação a 37 ºC e três lavagens com PBS-T, 100 μL/cavidade de solução reveladora (200 moles ortofenilenodiamina [OPD, Sigma] diluído em 10 mL de tampão citrato-fosfato pH=7,6 e 10 µL de H2O2) foram adicionados. A absorbância foi medida a 450 nm utilizando um leitor de placas de ELISA (Mindray) 2.9 Análise Estatística O teste-T foi utilizado para determinar as diferenças significativas nos testes sorológicos. O teste de Fisher e teste da soma de log-rank foram utilizados para determinar diferenças significativas para mortalidade e sobrevivência, respectivamente, entre os grupos imunizados com as vacinas recombinantes e os grupos controles negativos. As diferenças foram consideradas significativas para P ≤ 0,05. 42 3.Resultados 3.1 Obtenção da proteína recombinante CP0369 e da vacina de DNA A proteína rCP0369 foi expressa na forma insolúvel por E. coli BL21 Star Assim, esta foi solubilizada em 8M de uréia, ao final do processo de purificação o rendimento obtido foi de 10,4 mg.L-1. A identidade da proteína rCP0369 foi caracterizada mediante Western blot com anticorpo monoclonal (Mab) anti-6xHis (Figura 1).A proteína CP0369 foi expressa em células CHO (chinese hamster ovary), a expressão foi detectada através do método de reação de imunofluorescência indireta (RIFI). (Figura 2) 3.2 Avaliação da antigenicidade da proteína rCP0369 A antigenicidade da proteína rCP0369 foi avaliada através de Western blot utilizando soros de ovinos infectados naturalmente por C. pseudotuberculosis (Figura3). Foram utilizadas 11 amostras de soros de ovinos, que foram capazes de reconhecer a proteína rCP0369 expressa na forma recombinante, demonstrando que as características estruturais e antigênicas foram mantidas. 3.3 Ensaio de Desafio Os camundongos BALB/c foram imunizados com três doses a cada quinze dias e desafiados vinte e um dias após a terceira dose com a linhagem selvagem virulenta Mic-6 de C. pseudotuberculosis. Após o desafio pode-se observar que nenhuma das vacinas testadas conferiu proteção significativa. Os animais vieram a óbito no dia 9 pós-desafio e até o dia 20 pós-desafio nos grupos A (vacina de DNA- pTARGET/0369), B (rCP0369/hidróxido de alumínio), D (duas doses da vacina de DNA e uma dose da formulação vacinal r0360/Al(OH)3 -Prime Boost), e nos grupos controles negativos G (pTARGET), H (Xantana) e I (hidróxido de alumínio). No entanto uma sobrevida maior foi observada no grupo dos animais vacinados com a vacina recombinante composta pela proteína rCP0369 associada ao hidróxido de alumínio (grupo C). Os animais vacinados com a bacterina (grupo E) tiveram uma taxa de sobrevivência de 100%, e os animais imunizados com a vacina comercial (grupo F) tiveram uma taxa de sobrevivência de 60 % (Figura 4). Além disso, 43 durante o experimento, principalmente nos dias que compreendem a primeira e a segunda doses vacinais foram observados alguns sintomas como febre, prostração, ferimento no local da vacinação nos animais do grupo F que é o grupo que recebeu a vacina comercial. Tais reações observadas nos camundongos foram transitórias e permaneceram visíveis por uma a três semanas. 3.4 Avaliação da Resposta Imune Humoral Os soros dos animais imunizados com as diferentes formulações vacinais foram avaliados através de ELISA indireto para a determinação da resposta imune humoral. Níveis significativos (P≤0,05) de anticorpos foram detectados nos grupos B (rCP0369/Xantana) e C (rCP0369/Hidróxido de Alumínio), D (Prime-Boost), E (Bacterina) e F (vacina comercial). Já nos animais vacinados com a vacina do grupo A (vacina de DNA) não foi detectada produção de anticorpos específicos, o mesmo foi observados nos grupos controles negativos (G-pTARGET, H-xantana e I-hidróxido de alumínio) (Figura 6). 4. Discussão A LC é uma doença de grande importância mundial devido à alta prevalência e prejuízos econômicos acometendo principalmente pequenos ruminantes como caprinos e ovinos. É causada por uma bactéria gram-positiva, intracelular facultativa pleomórfica e anaeróbica facultativa denominada C. pseudotuberculosis (D'Afonseca et al. 2008). Devido a ineficácia dos métodos de diagnóstico da doença, a imunização é a medida profilática que apresenta melhor custo-benefício contra a LC. Atualmente não existe no mercado uma vacina que forneça uma proteção de longa duração, sem provocar reações adversas, e que permita a diferenciação entre animais vacinados e infectados (Dorella et al. 2009). Muitas estratégias vacinais têm sido testadas no combate a LC tais como vacinas de DNA (Costa et al. 2011), vacinas de subunidade recombinantes (Fontaine et al. 2006), uma mistura de componentes celulares e sobrenadantes (Braga 2007; El-Enbaawy et al. 2005) e vacinas compostas de bactérias atenuadas e 44 inativadas (Simmons et al. 1998; Simmons et al. 1997). Geralmente os candidatos indicados para o desenvolvimento de vacinas são expressos durante a infecção, pois estão envolvidos nos mecanismos de virulência da bactéria (Soares et al. 2012). Em vista disso expressamos a proteína recombinante rCP0369 de C. pseudotuberculosis caracterizada como uma possível fosfoesterase, com potencial imunogênico descrito através de análise de exoproteoma in silico (Santos et al. 2012) a fim de desenvolvermos uma vacina eficaz contra a LC. Neste trabalho foram realizadas diferentes abordagens vacinais para avaliar o potencial imunogênico da vacina de DNA (pTARGET/0369) e da vacina de subunidade recombinante rCP0369 associada aos adjuvantes Xantana e Hidróxido de Alumínio. Através do ELISA, pode-se observar uma produção crescente dos níveis de IgG do dia 0 ao dia 45 nos grupos B, C, D, E imunogenicidade da proteína recombinante. e F confirmando a Em um camundongos vacinados com rHsp60 (heat shock protein) níveis significativos estudo anterior, desenvolveram de IgG total em relação ao grupo controle, o que se manteve durante todo o experimento, confirmando assim, que essa proteína recombinante estimulou a produção de IgG total (Pinho et al.,2009), no entanto esses níveis de anticorpos não foram sufucientes para induzirem proteção aso desafio. Em relação à vacina de DNA (pTARGET/0369) houve uma baixa produção de IgG total , assim como já descrito por Costa et al. (2011) em que a vacina de DNA Hsp60 também apresentou um baixo nível de IgG quando comparada ao controle utilizando somente o vetor, não conferindo proteção. Três semanas após a última imunização os camundongos BALB/c foram desafiados coma a cepa virulenta Mic-6 de C. pseudotuberculosis. Posteriormente ao desafio, os animais foram acompanhados diariamente e, ao longo de 3 semanas, o número de animais que vieram a óbito foi contabilizado. Os sinais clínicos da LC foram perceptíveis tanto nos vacinados como nos grupos controle. Como pode ser observado na figura 4, os animais vacinados e os controles negativos foram a óbito no decorrer de três semanas após desafio. Um total de 100% dos animais do grupo E (bacterina) e de 60% do F (vacina 45 comercial) permaneceram vivos até o final do experimento. O grupo vacinal composto da proteína recombinante CP0369 associada ao hidróxido de alumínio (grupo C) proporcionou um aumento na taxa de sobrevida dos animais, esses vieram a óbito no dia 24 pós-desafio, enquanto que os demais grupos vacinais (grupo A, C e B) bem como os controles negativos (grupo G, H e I) vieram á óbito no dia 20 pós-desafio. Em um estudo anterior, Pinho et al. (2009) avaliou a taxa de sobrevivência dos animais imunizados com a rHsp60 e concluiu que mesmo não apresentando proteção, esta vacina aumentou a sobrevida dos animais imunizados. O mesmo ocorreu com a rCP0369, pois apesar de os animais imunizados com a proteína recombinante, associada com o hidróxido de alumínio (grupo B), aprestarem uma taxa de sobrevivência maior devido a vacina ser imunogênica, esta não conferiu proteção contra LC. Outra proteína recombinante foi testada num estudo realizado, a rPLD (fosfolipase D), a qual também não conferiu proteção significatica apesar de apresentar títulos de anticorpos consideráveis (Fontaine et al,.2006). A proteína CP0369 é descrita como potencialmente antigênica por ter sido identificada num estudo de secretoma (Santos et al, 2012). Embora não se tenha obtido um grau de proteção significativo nos animais imunizados com a proteína recombinante, a mesma é um alvo em potencial. Outras estratégias vacinais utilizando essa proteína podem ser avaliadas, uma dela é a utilização de vacinas vetorizadas, e nesse contexto o Mycobacterium bovis BCG é um bom candidato, pois apresenta similaridades antigênicas ao C. psedotuberculosis. Além disso, é um vetor vacinal que expressando antígenos heterólogos já conferiu proteção contra várias doenças (Bastos et al. 2009; Santos et al. 2012). Assim, pode-se concluir que uma das formulações vacinas em nosso estudo (rCP0369+ hidróxido de alumínio) aumentou a taxa de sobrevida dos animais após desafio. Novas estratégias vacinas empregando a proteína CP0369 serão avaliadas. 46 5. Agradecimentos Este trabalho teve apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) através do projeto nº 11/1894-0. 6. Referências Bastos, R.G., Borsuk, S., Seixas, F.K. and Dellagostin, O.A. 2009. Recombinant Mycobacterium bovis BCG. Vaccine 27, 6495-6503. Braga, W.U. 2007. Protection in alpacas against Corynebacterium pseudotuberculosis using different bacterial components. Vet. Microbiol. 119, 297-303. Cerdeira, L.T., Carneiro, A.R., Ramos, R.T., de Almeida, S.S., D'Afonseca, V., Schneider, M.P., Baumbach, J., Tauch, A., McCulloch, J.A., Azevedo, V.A. and Silva, A. (2011) Rapid hybrid de novo assembly of a microbial genome using only short reads: Corynebacterium pseudotuberculosis I19 as a case study. J. Microbiol. Methods 86, 218-223. Cetinkaya, B., Karahan, M., Atil, E., Kalin, R., De, B.T. and Vaneechoutte, M. 2002. Identification of Corynebacterium pseudotuberculosis isolates from sheep and goats by PCR. Vet. Microbiol. 88, 75-83. Costa, M.P., McCulloch, J.A., Almeida, S.S., Dorella, F.A., Fonseca, C.T., Oliveira, D.M., Teixeira, M.F., Laskowska, E., Lipinska, B., Meyer, R., Portela, R.W., Oliveira, S.C., Miyoshi, A. and Azevedo, V. 2011. Molecular characterization of the Corynebacterium pseudotuberculosis hsp60-hsp10 operon, and evaluation of the immune response and protective efficacy induced by hsp60 DNA vaccination in mice. BMC. Res. Notes 4, 243. D'Afonseca, V., Moraes, P.M., Dorella, F.A., Pacheco, L.G., Meyer, R., Portela, R.W., Miyoshi, A. and Azevedo, V. 2008. A description of genes of Corynebacterium pseudotuberculosis useful in diagnostics and vaccine applications. Genet. Mol. Res. 7, 252-260. D'Afonseca, V., Prosdocimi, F., Dorella, F.A., Pacheco, L.G., Moraes, P.M., Pena, I., Ortega, J.M., Teixeira, S., Oliveira, S.C., Coser, E.M., Oliveira, L.M., Correa de, O.G., Meyer, R., Miyoshi, A. and Azevedo, V. 2010. Survey of genome organization and gene content of Corynebacterium pseudotuberculosis. Microbiol. Res. 165, 312-320. 47 Dorella, F.A., Pacheco, L.G., Seyffert, N., Portela, R.W., Meyer, R., Miyoshi, A. and Azevedo, V. 2009. Antigens of Corynebacterium pseudotuberculosis and prospects for vaccine development. Expert. Rev. Vaccines. 8, 205213. El-Enbaawy, M.I., Saad, M.M. and Selim, S.A. 2005. Humoral and cellular immune responses of a murine model against Corynebacterium pseudotuberculosis antigens. Egypt. J. Immunol. 12, 13-19. Fontaine, M.C., Baird, G., Connor, K.M., Rudge, K., Sales, J. and Donachie, W. 2006. Vaccination confers significant protection of sheep against infection with a virulent United Kingdom strain of Corynebacterium pseudotuberculosis. Vaccine 24, 5986-5996. Guimaraes, A.S., Carmo, F.B., Heinemann, M.B., Portela, R.W., Meyer, R., Lage, A.P., Seyffert, N., Miyoshi, A., Azevedo, V. and Gouveia, A.M. 2011a. High sero-prevalence of caseous lymphadenitis identified in slaughterhouse samples as a consequence of deficiencies in sheep farm management in the state of Minas Gerais, Brazil. BMC. Vet. Res. 7, 68. Guimaraes, A.S., Dorneles, E.M., Andrade, G.I., Lage, A.P., Miyoshi, A., Azevedo, V., Gouveia, A.M. and Heinemann, M.B. 2011b. Molecular characterization of Corynebacterium pseudotuberculosis isolates using ERIC-PCR. Vet. Microbiol. 153, 299-306. Hodgson, A.L., Krywult, J., Corner, L.A., Rothel, J.S. and Radford, A.J. 1992. Rational attenuation of Corynebacterium pseudotuberculosis: potential cheesy gland vaccine and live delivery vehicle. Infect. Immun. 60, 29002905. Huerta, B., Gomez-Gascon, L., Vela, A.I., Fernandez-Garayzabal, J.F., Casamayor, A., Tarradas, C. and Maldonado, A. 2013. Comparison of two biochemical methods for identifying Corynebacterium pseudotuberculosis isolated from sheep and goats. Vet. J. Paule, B.J., Azevedo, V., Regis, L.F., Carminati, R., Bahia, C.R., Vale, V.L., Moura-Costa, L.F., Freire, S.M., Nascimento, I., Schaer, R., Goes, A.M. and Meyer, R. 2003. Experimental Corynebacterium pseudotuberculosis primary infection in goats: kinetics of IgG and interferon-gamma production, IgG avidity and antigen recognition by Western blotting. Vet. Immunol. Immunopathol. 96, 129-139. Pavan, M.E., Robles, C., Cairo, F.M., Marcellino, R. and Pettinari, M.J. 2012. Identification of Corynebacterium pseudotuberculosis from sheep by PCR-restriction analysis using the RNA polymerase beta-subunit gene (rpoB). Res. Vet. Sci. 92, 202-206. Pethick, F.E., Lainson, A.F., Yaga, R., Flockhart, A., Smith, D.G., Donachie, W., Cerdeira, L.T., Silva, A., Bol, E., Lopes, T.S., Barbosa, M.S., Pinto, A.C., dos Santos, A.R., Soares, S.C., Almeida, S.S., Guimaraes, L.C., 48 Aburjaile, F.F., Abreu, V.A., Ribeiro, D., Fiaux, K.K., Diniz, C.A., Barbosa, E.G., Pereira, U.P., Hassan, S.S., Ali, A., Bakhtiar, S.M., Dorella, F.A., Carneiro, A.R., Ramos, R.T., Rocha, F.S., Schneider, M.P., Miyoshi, A., Azevedo, V. and Fontaine, M.C. 2012. Complete genome sequences of Corynebacterium pseudotuberculosis strains 3/99-5 and 42/02-A, isolated from sheep in Scotland and Australia, respectively. J. Bacteriol. 194, 4736-4737. Pinho, J.M.R., Dorella, F., Coelho, K.S., Fonseca, C.T., Cardoso, F.S., Meyer, R., Portela, R.W., Oliveira, S.C., Myioshi, A. and Azevedo, V. (2009) Immunization with Recombinant Corynebacterium pseudotuberculosis Heat-Shock Protein (Hsp)-60 is Able to Induce an Immune Response in Mice, But Fails to Confer Protection Against Infection. The Open Veterinary Science Journal 3, 22-27. . Pinto, A.C., Ramos, R.T., Silva, W.M., Rocha, F.S., Barbosa, S., Miyoshi, A., Schneider, M.P., Silva, A. and Azevedo, V. 2012. The core stimulon of Corynebacterium pseudotuberculosis strain 1002 identified using ab initio methodologies. Integr. Biol. (Camb. ) 4, 789-794. Santos, A.R., Carneiro, A., Gala-Garcia, A., Pinto, A., Barh, D., Barbosa, E., Aburjaile, F., Dorella, F., Rocha, F., Guimaraes, L., Zurita-Turk, M., Ramos, R., Almeida, S., Soares, S., Pereira, U., Abreu, V.C., Silva, A., Miyoshi, A. and Azevedo, V. 2012. The Corynebacterium pseudotuberculosis in silico predicted pan-exoproteome. BMC. Genomics 13 Suppl 5, S6. Seyffert, N., Guimaraes, A.S., Pacheco, L.G., Portela, R.W., Bastos, B.L., Dorella, F.A., Heinemann, M.B., Lage, A.P., Gouveia, A.M., Meyer, R., Miyoshi, A. and Azevedo, V. 2010. High seroprevalence of caseous lymphadenitis in Brazilian goat herds revealed by Corynebacterium pseudotuberculosis secreted proteins-based ELISA. .Simmons, C.P., Dunstan, S.J., Tachedjian, M., Krywult, J., Hodgson, A.L. and Strugnell, R.A. 1998. Vaccine potential of attenuated mutants of Corynebacterium pseudotuberculosis in sheep. Infect. Immun. 66, 474479. Simmons, C.P., Hodgson, A.L. and Strugnell, R.A. 1997. Attenuation and vaccine potential of aroQ mutants of Corynebacterium pseudotuberculosis. Infect. Immun. 65, 3048-3056. Soares, S.C., Trost, E., Ramos, R.T., Carneiro, A.R., Santos, A.R., Pinto, A.C., Barbosa, E., Aburjaile, F., Ali, A., Diniz, C.A., Hassan, S.S., Fiaux, K., Guimaraes, L.C., Bakhtiar, S.M., Pereira, U., Almeida, S.S., Abreu, V.A., Rocha, F.S., Dorella, F.A., Miyoshi, A., Silva, A., Azevedo, V. and Tauch, A. 2012. Genome sequence of Corynebacterium pseudotuberculosis 49 biovar equi strain 258 and prediction of antigenic targets to improve biotechnological vaccine production. J. Biotechnol. Sting, R., Steng, G. and Spengler, D. 1998. Serological studies on Corynebacterium pseudotuberculosis infections in goats using enzymelinked immunosorbent assay. Zentralbl. Veterinarmed. B 45, 209-21 50 Rezende et al.Tabela 1. Tabela 1: Grupos e preparações vacinais utilizadas no experimento. Vacinas Vias Imunizações Desafio Dias 0 15 30 51 A (pTARGET/0369) I.M 50µg 50µg 50µg 104 UFCMic-6 B (rCP0369/Xantana) I.M 50µg 50µg 50µg 10 UFCMic-6 C (rCP0369/(Al(OH)3) I.M 50µg 50µg 50µg 104 UFCMic-6 D (pTARGET/0369+rCP0369/Al(OH)3 I.M 50µg 50µg 50µg 104 UFCMic-6 E (Bacterina) I.P 104 UFC 104 UFC 104 UFC 104 UFCMic-6 F (Vacina Comercial) I.P 50µL 50µL 50µL 104 UFCMic-6 G (pTARGET) I.M 50µg 50µg 50µg 104 UFCMic-6 H (Xantana) I.M 50µg 50µg 50µg 104 UFCMic-6 I (Al(OH)3) I.M 50µg 50µg 50µg 104 UFCMic-6 4 51 Rezende et al. Fig. 1 1 2 35KDa Figura 1: Western Blotting utilizando anticorpo monoclonal anti- 6Xhis Tag (Sigma). (1): Marcador de peso molecular pré-corado (Invitrogen) (2): Proteína recombinante rCP0369 purificada (aproximadamente 35 kDa). 52 Rezende et al. Fig. 2 Figura 2: Avaliação da transfecção de células CHO (chinese hamster ovary) com o DNA do vetor pTARGET/0369 e pTARGET por Imunoflurorescência Indireta (RIFI). A: controle negativo (pTARGET). B: transfecção de células CHO com pTARGET/0369. 53 Rezende et al.Fig. 3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Figura 3: Avaliação da antigenicidade da proteína rCP0369 através de Western Blotting utilizando soros de ovinos positivos e negativos para LC. (1) Soro ovino negativo c (2) a 11 soros ovinos clinicamente positivos para LC. 54 Rezende et al. Fig. 4 % Dias pós-desafio Figura 5: Curva de sobrevivência dos animais imunizados com as diferentes formulações vacinais após desafio com 104 UFC da cepa Mic6 de C. pseudotuberculosis. 55 Rezende et al.Fig. 5 (A) (B) IgGTotal IgGTotal 0.3 A- Vacina de DNA D-Prime-Boost G-pTARGET * C-r0369+ Al(OH)3 D-Prime-Boost I- Al(OH)3 * 0.3 Abs * 0.1 * * 0.2 * 0.1 0.0 10 20 30 40 50 0.0 0 Vacinação -0.1 10 20 30 40 50 Vacinação (C) (D) IgGTotal IgGTotal 0.5 0.5 E-Bacterina F-Vacina Comercial B- r0369+Xantana C-r0369+ Al(OH)3 * 0.4 * 0.3 0.2 B- r0369+Xantana C-r0369+ Al(OH)3 H-Xantana I- Al(OH)3 * * 0.4 0.3 Abs Abs Abs 0.2 0.4 0.2 0.1 0.1 0.0 0.0 0 10 20 30 40 50 Vacinação 10 -0.1 20 30 40 50 Vacinação Figura 5: Determinação do nível de IgG total através de ELISA indireto utilizando a proteína recombinante rCP0369 nos grupos experimentais pósimunização. (A) Vacina de DNA demonstra maior nível de IgG total em relação ao prime-boost e ao controle negativo. (B) Formulação vacinal C (rCP0369+ Al(OH)3) demonstra um crescente nível de produção de IgG total bem como o prime-boost em relação ao controle negativo que não demonstra alteração.(C) As formulações vacinais contendo a proteína recombinante B (rCP0369+xantana) e C (rCP0369+ Al(OH)3) demonstram um crescente nível 56 de produção de IgG total em relação aos grupos controle positivo que também demonstram alteração crescente nos níveis de IgG, porém não significantes.(D) As formulações vacinais contendo a proteína recombinante B (rCP0369+xantana) e C (r0369+ Al(OH)3) demonstram um crescente nível de produção de IgG total em relação aos seus respectivos grupos controle negativo. * grupos onde houve diferença estatistica (P≤0,05) entre o grupo vacinal e o grupo controle. 57 5. MANUSCRITO 2 Desenvolvimento recombinante de CP0369 um de ELISA indireto Corynebacterium utilizando a proteína pseudotuberculosis diagnóstico de linfadenite caseosa em ovinos (Conforme normas do periódico Veterinary Microbiology) para 58 Desenvolvimento de um ELISA indireto recombinante CP0369 de Corynebacterium diagnóstico de linfadenite caseosa em ovinos utilizando a proteína pseudotuberculosis para Andréa de Fátima Silva Rezende1; Alexandre Antunes Brum1, Carlos Guilherme Reis1; Alex Rodrigues1; Karen Leal1; Simone Simionatto2; Vasco Azevedo3; Sibele Borsuk1* 1 Laboratório de Pesquisa em Doenças Infecciosas, Centro de Desenvolvimento Tecnológico, Biotecnologia, UFPel 2 Laboratório de Biologia Molecular, Faculdade de Ciências Ambientais, UFGD. 3 Laboratório de Laboratório de Genética Celular e Molecular, Departamento de Biologia Geral, UFMG. *Correspondência do autor: Laboratório de Pesquisa em Doenças Infecciosas, Centro de Desenvolvimento Tecnológico, Biotecnologia, UFPel. Telefone: (53) 3275 7350. Mail: [email protected] 59 Resumo A linfadenite caseosa é uma doença causada pela bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis que atinge principalmente pequenos ruminantes e tem causado perdas econômicas importantes em todo o mundo. No Brasil a prevalência clínica da LC apresenta está em torno de 30% em ovinos. O diagnóstico clínico da LC não é muito eficaz, pois os sinais e sintomas não são perceptíveis de imediato. Assim, inúmeros testes sorológicos estão sendo desenvolvidos com a finalidade de detectar a doença nos animais precocemente, principalmente nos assintomáticos. A proteína CP0369 foi identificada em um estudo de exosecretoma e por isso apresenta potencial para uso em diagnóstico. Esta proteína foi utilizada na forma recombinante para o desenvolvimento de um teste de diagnóstico baseado em ELISA. Para isso o gene cp1002_0369 foi clonado no vetor de expressão pAE, e a proteína CP0369 recombinante purificada foi avaliada em um ELISA indireto com 182 soros de ovinos. O ELISA utilizando a proteína rCP0369 foi comparado ao ELISA baseado em antígenos secretados de C. psudotuberculosis. Os dados dos ELISAs foram avaliados através da análise ROC revelando uma sensibilidade e a especificidade de 90 % e 75,6 %, respectivamente. O formato de ELISA (ELISA-rCP0369) descrito nesse trabalho pode ser utilizado no diagnóstico de LC em rebanhos ovinos com bom índice de sensibilidade. Palavras chave: linfadenite caseosa, ELISA indireto, CP0369. 60 1. Introdução A Linfadenite Caseosa (LC) é uma doença causada por uma bactéria gram-positiva, pleomórfica, intracelular facultativa, que não esporula, o Corynebacterium pseudotuberculosis, que acomete principalmente pequenos ruminantes (Dorella et al. 2006). Sua transmissão é facilitada devido ao fato deste patógeno sobreviver no ambiente por um longo período de tempo contribuindo assim para a sua disseminação no rebanho (Baird and Fontaine 2007). Além disso, a ampla disseminação da doença também resulta da incapacidade dos antibióticos em atingir essas bactérias devido à formação da cápsula e dos abscessos que se formam ao redor desses microrganismos (Costa et al. 2011). A LC é reconhecida como uma doença de grande importância mundial por apresentar uma alta prevalência e prejuízos econômicos nos rebanhos ovinos e caprinos (D'Afonseca et al. 2008). Além disso, a LC é caracterizada pela formação de abscessos em linfonodos superficiais e viscerais, porém estirpes de isolados desses hospedeiros têm se mostrado bastante difíceis de serem identificados pelos métodos diagnósticos já existentes (Guimarães et al. 2011). A prevalência da LC é alta em muitas regiões do mundo apresentando no Brasil 78% de soroprevalência em caprinos (Pavan et al. 2012; Seyffert et al. 2010). Isto ocorre devido ao fato da bactéria ser altamente resistente a baixas temperaturas e a lugares úmidos e de apresentar um grande potencial de invasão nos animais através de lesões de pele.Além disso, a forma visceral da doença normalmente é detectada apenas quando o animal é submetido ao abate, o que contribui para a baixa taxa de detecção da LC (Soares et al. 2012). Os dados genômicos sobre C. pseudotuberculosis foram obtidos a partir do sequenciamento de várias linhagens deste microorganismo (Pethick et al., 2012;Pinto et al., 2012;Silva et al., 2011;Soares et al., 2012b). Através destes dados de sequenciamento e da análise proteômica complementar foram identificados vários alvos importantes, dos quais pode-se citar o gene 61 cp1002_0369, que codifica para uma proteína secretada sendo esta provavelmente uma fosfoesterase (Santos, et al., 2012) potencialmente antigênica, a qual pode vir a ser utilizada no desenvolvimento de um teste de diagnóstico baseado em ELISA. A dinâmica da resposta imunológica à infecção só pode ser compreendida se houver a caracterização das proteínas bacterianas responsáveis pela indução da resposta imune no hospedeiro (Costa et al. 2011). O desempenho e aplicabilidade dos ensaios sorológicos dependem da seleção do antígeno que deve ser principalmente imunodominante, e, portanto reconhecido pela vasta maioria infectada pelo C. pseudotuberculosis (Huerta et al. 2013). O diagnóstico padrão da LC não é muito eficaz, pois os sinais e sintomas não são perceptíveis de imediato, mesmo assim, inúmeros testes sorológicos foram desenvolvidos com a finalidade de detectar a doença nos animais assintomáticos, incluindo o teste de soro aglutinação (AWAD 1960) a imunodifusão em gel (Anderson and Nairn 1984) a inibição da hemólise (Burrel 1980) e diversos ensaios de ELISA, como ELISAs indiretos utilizando várias preparações do C. pseudotuberculosis, proteínas secretadas e a toxina de C. pseudotuberculosis (Binns et al. 2007; Dercksen et al. 2000; Paule et al. 2003) e ELISA sanduiche com PLD (Dercksen et al. 2000; ter Laak et al. 1992). Ainda assim, a maioria destes testes não são totalmente eficazes, pois não possuem sensibilidade e especificidade adequadas para distinguir, principalmente, os animais infectados e os vacinados. Assim, o objetivo deste trabalho foi de desenvolver um ELISA indireto utilizando a proteína recombinante CP0369 de C. pseudotuberculosis e avaliar a aplicabilidade para diagnóstico de linfadenite caseosa em ovinos comparando com o ELISA padrão utilizando proteínas secretadas de C. pseudotuberculosis. 2. Material e Métodos 2.1 Cepas e condições de cultivo Foram utilizadas as cepas de C. pseudotuberculois 1002 (cedida pelo Dr. Roberto Meyer, UFBA), Escherichia coli TOP10 e E. coli BL21 Star 62 (Invitrogen). C. pseudotuberculosis foi cultivada em meio “Brain Heart Infusion” (BHI) suplementado com 0,5 % de Tween 80, a 37 °C por 72 h sob agitação. Foram adicionados 1,5 % de ágar bacteriológico ao meio para as culturas em meio sólido. As cepas de E. coli foram cultivadas em meio Luria Bertani (LB) ou LB Ágar 1,5 %, por 16 h a 37 °C. Quando necessário o meio LB foi acrescido com 100 µg/mL de ampicilina. 2.2 Soros Um total de 182 soros foi utilizado nesse estudo, 152 foram coletados de ovinos do estado do Rio Grande do Sul em 2011, e 30 soros negativos, provenientes de ovinos que habitam áreas não endêmicas para linfadenite caseosa. Os soros negativos serviram como padrão para avaliação do ponto de corte que foi realizado no ELISA utilizando proteínas secretadas (Seyffert et al. 2010). O cálculo do ponto de corte foi baseado nas médias das absorbâncias dos 30 soros negativos de ovinos, acrescido de três desvios padrões. 2.3. Expressão da proteína recombinante Cp1002_ 0369 em E. coli Foi realizada a amplificação do gene cp1002_0369 utilizando primers F5’CGG GGA TCC CAG CCA GTG CTT CAG GTC 3’ e R5’CCC AAG CTT TTA TTT TTG TAC CGC TTG CTC 3’. Para a PCR foram utilizados 50 ng de DNA genômico de C. pseudotuberculois, além de 10 μM de cada primer e Mastermix (Promega) num volume final de 50 μL. O Produto da PCR foi visualizado em gel de agarose 1 % corado Blue Green (LGC Biotecnologia). O gene cp1002_0369 foi clonado nos sítios BamHI e HindIII do vetor de expressão pAE (Ramos et al. 2004). Para isso, ambos foram digeridos com as enzimas de restrição BamHI e HindIII (Fermentas, EUA). Os clones recombinantes (pAE/0369) foram caracterizados enzimaticamente e por sequenciamento de DNA. A transformação do vetor pAE/0369 por choque térmico foi realizada na linhagem de expressão E. coli BL21 Star. Adicionou-se 1 mM de IPTG para a indução da expressão ao cultivo que foi incubado em agitador orbital a 37 °C por 3 h. A purificação foi realizada por cromatografia 63 de afinidade em coluna de sepharose (HisTrap™), carregada com níquel. A pureza das mesmas foi determinada através de um SDS-PAGE 12 % e a concentração determinada pelo kit BCA (Pierce). 2.4. Western blot Para determinar a identidade da proteína recombinante CP0369 foi realizado um Western blot utilizando anticorpo monoclonal anti-6Xhistag. Para isso, as amostras contendo rCP0369 foram misturadas com tampão (100 mM Tris-HCl pH= 6,8, 100 mM β-mercaptoethanol, 4 % SDS, 0,2 % azul de bromofenol, 20 % glicerol) sob condições redutoras e aquecidas a 100 °C durante 10 min e em seguida submetidas à eletroforese em gel SDS-PAGE 12%. Após as proteínas do gel foram transferidas eletricamente para uma membrana de nitrocelulose (GE Healthcare). Para bloquear a membrana foi utilizado PBS contendo 5 % de leite desnatado durante 1 h a 37 °C. A membrana foi lavada três vezes com PBS tween 0,05 % (PBS-T), durante 5 min cada e em seguida incubou-se com o anticorpo monoclonal anti-6X-his (Sigma) por 1 h a 37°C. Após três lavagens com PBS-T adicionou-se anti-IgG de camundongo conjugado com peroxidase (Sigma), diluídos 1:4000 em PBS T incubando por a 37°C durante 1 h. As bandas reativas foram reveladas utilizando 3,3 '-tetrahidrocloreto (DAB) e peróxido de hidrogênio (H2O2). 2.5.ELISAs 2.5.1 ELISA com proteínas secretadas de C.pseudotuberculosis Um ELISA indireto, utilizando proteínas secretadas a partir de um cultivo de C. pseudotuberculosis foi utilizado como teste padrão para definir se os soros eram positivos ou negativos. Este ELISA foi previamente descrito por (Seyffert et al. 2010) com algumas modificações. Os antígenos secretados foram obtidos a partir de culturas de C. pseudotuberculosis cepa 1002 após 48 h de cultivo em meio BHI. Para o ELISA, placas de poliestireno de 96 64 cavidades de fundo chato (Maxisorp-Nunc) foram sensibilizadas por 16 h a 4 °C com 100 μl/cavidade de proteínas secretadas diluídas 100 vezes em tampão carbonato-bicarbonato 0,05 (pH= 9,6). Em seguida, as placas foram lavadas três vezes com PBS-T (PBS 1X pH 7,4; 0,1% de Tween 20) e bloqueadas com 100 μl/poço de leite desnatado 5 % diluído em tampão PBS por uma hora, a 37 °C. Após o bloqueio, a placa foi lavada três vezes com PBS-T. Amostras de soros de ovinos, controles positivos e negativos, todos em duplicata, foram diluídos 1:100 em PBS-T. Após uma hora de incubação a 37 ºC e três lavagens com PBS-T, foram adicionados 100 μL/poço do anticorpo anti-ovino conjugado com peroxidase (Sigma) diluído 1:6000 em PBS-T. Após uma hora de incubação a 37 ºC e cinco lavagens com PBS-T, 100 μL/poço de solução reveladora (ortofenilenodiamina [OPD, Sigma] diluído em 10 mL de tampão citrato-fosfato pH=5,0 e 0,05% H2O2) foram adicionados. As placas foram incubadas a temperatura ambiente no escuro por 15 min. A absorbância foi medida a 450 nm utilizando um leitor de placas de ELISA (Mindray Microplate Reader MR-96A). 2.5.2 ELISA utilizando a r0369 (ELISA-r0369) Placas de poliestireno de 96 cavidades de fundo chato (Maxisorp-Nunc) foram sensibilizadas com 100 µL da proteína rCP0369 em uma concentração de 1 µg/mL em tampão Carbonato Bicarbonato pH=9,8. As placas foram então incubadas a 4 °C por 16 h. Em seguida, as placas foram lavadas três vezes com PBS-T (PBS 1X pH 7,4; 0,05% de Tween 20) e bloqueadas com 100 μL/cavidade com de leite desnatado 5 % diluído em PBS-T por 1 h a 37 °C. Após o bloqueio, a placa foi lavada três vezes com PBS-T. Amostras de soros de ovinos, controles positivos e negativos, todos em duplicata, foram diluídos 1:100 em PBS-T e em seguida foram adicionados 100 μL/cavidade. Após uma hora de incubação a 37 ºC e três lavagens com PBS-T foram adicionados 100 μL/cavidade do anticorpo anti-ovino conjugado com peroxidase (Sigma) na diluição de 1:6000 em PBS-T. Após uma hora de incubação a 37 ºC e três lavagens com PBS-T, 100 μL/cavidade de solução reveladora (200 moles ortofenilenodiamina [OPD, Sigma] diluído em 10 mL de tampão citrato-fosfato 65 pH= 5 e 0,05 % H2O2) foram adicionados. A absorbância foi medida a 450 nm utilizando um leitor de placas de ELISA (Mindray Microplate Reader MR-96A). 2.6 Análise Estatística Para uma avaliação da especificidade, sensibilidade, valor preditivo e ponto de corte, os resultados dos 182 soros foram analisados sendo submetidos ao Receiver Operating Characteristic (ROC) utilizando o MedCalc estatística (versão 10.3.0). Esta análise traça devidamente os verdadeiros positivos dos verdadeiros negativos a fim de estipular o ponto de corte. Para avaliarmos a sensibilidade e a especificidade utilizamos o teste de ELISA com proteínas secretadas como padrão e, dessa forma, analisamos o teste de ELISA utilizando a proteína recombinante rCP0369. 3. Resultados 3.1 Obtenção da proteína recombinante rCP0369 A proteína rCP0369 foi expressa na forma insolúvel por E.coli BL21 Star apresentando o tamanho esperado de aproximadamente 35 kDa (Figura 1). A proteína recombinante foi solubilizada em uréia. 3.2 ELISA Os 182 soros de ovinos, sendo 30 soros de ovinos negativos, foram avaliados por ELISA utilizando a proteína rCP0369 recombinante. Dos 152 soros avaliados pelo ELISA padrão utilizando as proteínas secretadas, 55 foram negativos e 97 positivos. A correlação entre os dois métodos de diagnóstico (ELISA- antígenos secretados e ELISA-rCP0369) foi avaliada pela análise ROC. A figura 2A mostra a distribuição dos soros negativos e positivos pelo ELISA utilizando proteínas secretadas de C. pseudotuberculosis. Baseado na análise ROC, uma média de absorbância DO de 0,076 foi escolhida como ponto de corte para distinguir entre os soros positivos e negativos pelo ELISArCP0369, apresentando uma sensibilidade 90 % e especificidade de 75,6 % 66 (figura 2B). Utilizando o ponto de corte (DO= 0,076), o valor preditivo positivo variou de 29 % (para 10% de prevalência de LC) a 97 % (para 90 % de prevalência de LC), enquanto que o valor preditivo negativo variou de 98,5 % a 45,6 %, dependendo da prevalência da doença em uma área particular (Figura 3). 4. Discussão O C. pseudotuberculosis é o agente etiológico da LC, doença que tem causado perdas econômicas importantes no setor da ovinocaprinocultura brasileira. Segundo o Plano Nacional de Sanidade de Caprinos e Ovinos – PNSCO- (2004), algumas doenças infecciosas, como a LC, interferem na produtividade desses animais trazendo sérios prejuízos aos produtores. Tais perdas econômicas estão diretamente relacionadas à produção de leite, perda de peso, produção de lã e condenação das carcaças e lã (Windsor 2011). O desenvolvimento de um método diagnóstico rápido e preciso que auxilie nas medidas de prevenção e controle é extremamente necessário. A LC é caracterizada pela formação de abscessos em linfonodos superficiais (cutânea) e em órgãos internos (visceral). Neste ultimo caso a detecção da doença é dificultada, aumentando assim, o número de animais portadores assintomáticos nos rebanhos (Fontaine et al. 2006). Testes de diagnóstico baseado em ELISA têm sido desenvolvidos com o objetivo de detectar de maneira eficaz a LC, principalmente nos casos assintomáticos. Muitos desses testes geralmente utilizam vários antígenos da bactéria como componentes da parede celular, exotoxina (PLD) e exotoxina recombinante (Chirino- Zárraga et al. 2009; Menzies et al. 1994). Neste trabalho utilizou-se a CP0369 identificada em estudo de proteoma, a qual foi reconhecida por soros de ovinos positivos para LC (Santos et al. 2012). Esta proteína foi expressa e purificada a partir de E. coli e utilizada no desenvolvimento de um teste de ELISA indireto, sendo este comparado ao ELISA que utiliza antígenos secretados. O ELISA-rCP0369 apresentou uma sensibilidade 90 % e especificidade de 75,6 % em soros de ovinos (figura 2B). 67 Outros testes de diagnóstico baseado em ELISA foram desenvolvidos utilizando antígenos secretados e 93,5 % de sensibilidade e 98,5 % de especificidade foram reportados (Seyffert et al. 2010). Outro ELISA utilizando antígenos de C. pseudotuberculosis obtidos por sonicação do cultivo apresentou uma especificidade de 71 % e uma sensibilidade de 83 % (Binns et al. 2007). Poucos trabalhos utilizam proteínas recombinantes em ELISA para diagnóstico de LC. Nessa abordagem a proteína recombinante fosfolipase D (rPLD) foi utilizada para avaliar a soroprevalência de C. pseudotuberculosis em caprinos infectados. Nesta avaliação foram correlacionados dois testes de ELISA (ELISA- com antígenos de células inteiras e ELISA- com rPLD), os quais conferiram uma sensibilidade de 81 % e 97 % e especificidade de 98 % e 99 %, respectivamente (Sting et al. 2012). Parâmetros fundamentais para um teste diagnóstico como a sensibilidade e especificidade demonstram uma avaliação mais relevante da técnica. Dessa maneira, quanto maior a sensibilidade do teste, menor o número de falsos negativos; porém quanto maior a especificidade do teste, menor o número de falsos positivos. Em nosso trabalho o teste de ELISA-rCP0369 desenvolvido apresentou um índice de sensibilidade maior do que a especificidade, isso significa que é possível detectar os casos verdadeiramente positivos de LC. Em vista disso práticas de manejo mais adequadas poderão ser implementadas através da remoção dos animais positivos do rebanho para se evitar o contágio dos demais animais saudáveis. A média da prevalência clínica da LC no Brasil é em torno de 30%, podendo-se ter regiões com até 80 % de prevalência (Seyffert et al. 2010). Considerando um ponto de corte no ELISA OD= 0,076, obtêm-se 90% e 75,6% de sensibilidade e especificidade, respectivamente, esses valores conferem um valor preditivo positivo e negativo de 61,2 e 96,7, respectivamente com índices de prevalência de LC de 30%. A habilidade de um teste de identificar os verdadeiros negativos é importante para qualquer teste de diagnostico para LC, para possibilitar um manejo adequado. O formato do ELISA desenvolvido nesse estudo pode ser utilizado em investigações soroepidemiológicas de LC em rebanhos ovinos, já que conferiu valores satisfatórios de sensibilidade. Além disso, estamos testando outras 68 proteínas como antígeno para avaliar a aplicabilidade das mesmas no aumento da especificidade do teste de ELISA empregando antígenos recombinantes. 5. Agradecimentos Este trabalho teve apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) através do projeto nº 11/1894-0. 6. Referências PNSCO-programa Nacional de Sanidade dos Caprinos e Ovinos. 2004.In:<http://www.agricultura.gov.br/PNSCO>Acesso em: 16 de maio. 2013. Anderson, M. and Nairn, M.E. 1984. Control of caseous lymphadenitis in goats by vaccination. Colloques de l'INRA 28, 605-609. Awad, F.I. 1960. Serologic investigation of Corynebacterium pseudotuberculosis in sheep. I. Agglutination test. Am. J. Vet. Res. 21, 251-253. Baird, G.J. and Fontaine, M.C. 2007. Corynebacterium pseudotuberculosis and its role in ovine caseous lymphadenitis. J. Comp Pathol. 137, 179-210. Binns, S.H., Green, L.E. and Bailey, M. 2007. Development and validation of an ELISA to detect antibodies to Corynebacterium pseudotuberculosis in ovine sera. Vet. Microbiol. 123, 169-179. Burrel, D.H. 1980. A simplified double immunodiffusion technique for detection of C. ovis antitoxin. Research Veterinary Science 28, 234-237. Chirino- Zárraga, C., Rey-Valerion, C., Scaramelli, A. and Carrero, L. 2009. Diagnosis of caseous lymphadenitis by ELISA in naturally infected goats from Venezuela. Small Ruminant Research, 95. 69 Costa, M.P., McCulloch, J.A., Almeida, S.S., Dorella, F.A., Fonseca, C.T., Oliveira, D.M., Teixeira, M.F., Laskowska, E., Lipinska, B., Meyer, R., Portela, R.W., Oliveira, S.C., Miyoshi, A. and Azevedo, V. 2011. Molecular characterization of the Corynebacterium pseudotuberculosis hsp60-hsp10 operon, and evaluation of the immune response and protective efficacy induced by hsp60 DNA vaccination in mice. BMC. Res. Notes 4, 243. D'Afonseca, V., Moraes, P.M., Dorella, F.A., Pacheco, L.G., Meyer, R., Portela, R.W., Miyoshi, A. and Azevedo, V. 2008. A description of genes of Corynebacterium pseudotuberculosis useful in diagnostics and vaccine applications. Genet. Mol. Res. 7, 252-260. Dercksen, D.P., Brinkhof, J.M., Dekker-Nooren, T., Maanen, K., Bode, C.F., Baird, G. and Kamp, E.M. 2000. A comparison of four serological tests for the diagnosis of caseous lymphadenitis in sheep and goats. Vet. Microbiol. 75, 167-175. Dorella, F.A., Estevam, E.M., Cardoso, P.G., Savassi, B.M., Oliveira, S.C., Azevedo, V. and Miyoshi, A. 2006. An improved protocol for electrotransformation of Corynebacterium pseudotuberculosis. Vet. Microbiol. 114, 298-303. Fontaine, M.C., Baird, G., Connor, K.M., Rudge, K., Sales, J. and Donachie, W. 2006. Vaccination confers significant protection of sheep against infection with a virulent United Kingdom strain of Corynebacterium pseudotuberculosis. Vaccine 24, 5986-5996. Guimaraes, A.S., Dorneles, E.M., Andrade, G.I., Lage, A.P., Miyoshi, A., Azevedo, V., Gouveia, A.M. and Heinemann, M.B. 2011. Molecular characterization of Corynebacterium pseudotuberculosis isolates using ERIC-PCR. Vet. Microbiol. 153, 299-306. Huerta, B., Gomez-Gascon, L., Vela, A.I., Fernandez-Garayzabal, J.F., Casamayor, A., Tarradas, C. and Maldonado, A. 2013. Comparison of 70 two biochemical methods for identifying Corynebacterium pseudotuberculosis isolated from sheep and goats. Vet. J. Menzies, P.I., Muckle, C.A., Hwang, y.T. and Songer, G.I. 1994. Evaluation of an enzyme-linked immunosorbent assay using an Escherichia coli recombinant phospholipase Corynebacterium D antigen pseudotuberculosis for infection. the diagnosis Small of Ruminant Research 13, 193-198. Paule, B.J., Azevedo, V., Regis, L.F., Carminati, R., Bahia, C.R., Vale, V.L., Moura-Costa, L.F., Freire, S.M., Nascimento, I., Schaer, R., Goes, A.M. and Meyer, R. 2003. Experimental Corynebacterium pseudotuberculosis primary infection in goats: kinetics of IgG and interferon-gamma production, IgG avidity and antigen recognition by Western blotting. Vet. Immunol. Immunopathol. 96, 129-139. Pavan, M.E., Robles, C., Cairo, F.M., Marcellino, R. and Pettinari, M.J. 2012. Identification of Corynebacterium pseudotuberculosis from sheep by PCR-restriction analysis using the RNA polymerase beta-subunit gene (rpoB). Res. Vet. Sci. 92, 202-206. Pethick, F.E., Lainson, A.F., Yaga, R., Flockhart, A., Smith, D.G., Donachie, W., Cerdeira, L.T., Silva, A., Bol, E., Lopes, T.S., Barbosa, M.S., Pinto, A.C., dos Santos, A.R., Soares, S.C., Almeida, S.S., Guimaraes, L.C., Aburjaile, F.F., Abreu, V.A., Ribeiro, D., Fiaux, K.K., Diniz, C.A., Barbosa, E.G., Pereira, U.P., Hassan, S.S., Ali, A., Bakhtiar, S.M., Dorella, F.A., Carneiro, A.R., Ramos, R.T., Rocha, F.S., Schneider, M.P., Miyoshi, A., Azevedo, V. and Fontaine, M.C. 2012. Complete genome sequence of Corynebacterium pseudotuberculosis strain 1/06-A, isolated from a horse in North America. J. Bacteriol. 194, 4476. Pinto, A.C., Ramos, R.T., Silva, W.M., Rocha, F.S., Barbosa, S., Miyoshi, A., Schneider, M.P., Silva, A. and Azevedo, V. 2012. The core stimulon of Corynebacterium pseudotuberculosis strain 1002 identified using ab initio methodologies. Integr. Biol. (Camb. ) 4, 789-794. Ramos, C.R., Abreu, P.A., Nascimento, A.L. and Ho, P.L. 2004. A high-copy T7 Escherichia coli expression vector for the production of recombinant proteins with a minimal N-terminal His-tagged fusion peptide. Braz. J. Med. Biol. Res. 37, 1103-1109. 71 Santos, A.R., Carneiro, A., Gala-Garcia, A., Pinto, A., Barh, D., Barbosa, E., Aburjaile, F., Dorella, F., Rocha, F., Guimaraes, L., Zurita-Turk, M., Ramos, R., Almeida, S., Soares, S., Pereira, U., Abreu, V.C., Silva, A., Miyoshi, A. and pseudotuberculosis Azevedo, in silico V. 2012. predicted The Corynebacterium pan-exoproteome. BMC. Genomics 13 Suppl 5, S6. Seyffert, N., Guimaraes, A.S., Pacheco, L.G., Portela, R.W., Bastos, B.L., Dorella, F.A., Heinemann, M.B., Lage, A.P., Gouveia, A.M., Meyer, R., Miyoshi, A. and Azevedo, V. 2010. High seroprevalence of caseous lymphadenitis in Brazilian goat herds revealed by Corynebacterium pseudotuberculosis secreted proteins-based ELISA. Res. Vet. Sci. 88, 50-55. Silva, A.; Schneider, M. P.; Cerdeira, l.; Barbosa, M. S.; Ramos, R. T.; Carneiro, A. R.; Santos, R.; Lima, M.; D'Afonseca, V.; Almeida, S. S.; Santos, A. R.; Soares, S. C.; Pinto, A. C.; Ali, A.; Dorella, F. A.; Rocha, F.; de Abreu, V. A.; Trost, E.; Tauch, A.; Shpigel, N.; Miyoshi, A.; Azevedo, V.2011. Complete genome sequence of Corynebacterium pseudotuberculosis I19, a strain isolated from a cow in Israel with bovine mastitis. J.Bacteriol., v.193, n.1, p.323-324. Soares, S.C., Abreu, V.A., Ramos, R.T., Cerdeira, L., Silva, A., Baumbach, J., Trost, E., Tauch, A., Hirata, R., Jr., Mattos-Guaraldi, A.L., Miyoshi, A. and Azevedo, V. 2012. PIPS: pathogenicity island prediction software. PLoS. One. 7, e30848. Sting, R., Wagner, B., Sari-Turan, A., Stermann, M., Reule, M., Eichner, M. and Beyer, W. 2012. pseudotuberculosis Serological infections in studies goats on in Corynebacterium Baden-Wuerttemberg (Germany) and seroreactions on antigens used for newly developed enzyme-linked immunosorbent assays (ELISA). Berl Munch. Tierarztl. Wochenschr. 125, 67-75. 72 ter Laak, E.A., Bosch, J., Bijl, G.C. and Schreuder, B.E. 1992. Double-antibody sandwich enzyme-linked immunosorbent assay and immunoblot analysis used for control of caseous lymphadenitis in goats and sheep. Am. J. Vet. Res. 53, 1125-1132. Windsor, P.A. 2011. Control of caseous lymphadenitis. Vet. Clin. North Am. Food Anim Pract. 27, 193-202. 73 Rezende et al. Fig. 1 1 2 Figura 1: Western Blotting utilizando anticorpo monoclonal anti- 6Xhis Tag (Sigma). (1) Marcador de peso molecular pré-corado (Invitrogen).(2). Proteína recombinante CP0369 purificada. A banda reativa mostra a identidade da proteína recombinante no tamanho de aproximadamente 35 kDa. 74 Rezende et al. Fig. 2 A B ELISA_0369 ELISA_0369 100 0,25 80 Sensitivity 0,20 0,15 60 40 0,10 >0,079 Sens: 88,0 Spec: 85,4 0,05 20 0 1 0 EXTRATO 0 20 40 60 80 100 100-Specif icity Figura 2. Análise do ELISA-rCP0369 através do Receiver Operating Characteristic (ROC) usando 182 amostras. (A) O gráfico demonstra a distribuição da frequência de soros confirmados positivos (1) e soros confirmados negativos (0). As amostras foram consideradas positivas quando o ponto de corte considerado está no valor maior ou igual a 0,076 que são os valores médios de absorbância do ELISA. (B) ROC plot. Área sobre a curva = 0.908 (0.022); Intervalo de confiança a 95% entre 0.857 e 0.946. 75 Rezende et al. Fig. 3 Figura 3. Valor preditivo positivo e negativo associado ao ELISA-rCP0369 em vários níveis de prevalência de linfadenite caseosa. Os Valores são determinados pela análise baseada na curva ROC utilizando um valor de ponto de corte de 0,076 de absorbância no ELISA-rCP0369. 76 6. CONCLUSÕES • A proteína CP0369 foi expressa em células CHO. • As vacinas recombinantes de subunidade (rCP0369+ hidróxido de alumínio e rCP0369+ Xantana) induziram altos níveis de IgG total. • Apesar dos altos níveis de IgG total nenhuma formulação vacinal utilizando a proteína rCP0369 conferiu proteção após desafio. • Apenas a formulação vacinal contendo a proteína recombinante associada ao adjuvante hidróxido de alumínio (rCP0369+ hidróxido de alumínio) aumentou a taxa de sobrevida dos animais em cinco dias após desafio. • O ELISA utilizando a proteína recombinante rCP0369 pode ser utilizado em investigações soroepidemiológicas de linfadenite caseosa em rebanhos ovinos, já que conferiu valores satisfatórios de sensibilidade. • Novas estratégias vacinais empregando a proteína CP0369 serão testadas. • Outras proteínas recombinantes serão utilizadas como antígeno para avaliar a aplicabilidade das mesmas no aumento da especificidade e sensibilidade do teste de ELISA. 77 7. REFERÊNCIAS ANDERSON, M.; NAIRN, M. E. Control of caseous lymphadenitis in goats by vaccination. Colloques de l'INRA, v.28, p.605-609, 1984. ARSENAULT, J.; GIRARD, C.; DUBREUIL, P.; DAIGNAULT, D.; GALARNEAU, J. R.; BOISCLAIR, J.; SIMARD, C.; BELANGER, D. Prevalence of and carcass condemnation from maedi-visna, paratuberculosis and caseous lymphadenitis in culled sheep from Quebec, Canada. Prev.Vet.Med., v.59, n.1-2, p.67-81, 2003. AWAD, F. I. Serologic investigation of pseudotuberculosis in sheep. I. Agglutination test. Am.J.Vet.Res., v.21, p.251-253, 1960. BABIUK, L. A.; BABIUK, S. L.; LOEHR, B. I.; VAN DRUNNEN LITTEL-VAN DEN HUR. Nucleic acid vaccines: research tool or commercial reality. Vet.Immunol.Immunopathol., v.76, n.1-2, p.1-23, 2000. BAIRD, G. J.; FONTAINE, M. C. Corynebacterium pseudotuberculosis and its role in ovine caseous lymphadenitis. J.Comp Pathol., v.137, n.4, p.179-210, 2007. BASTOS, B. L.; MEYER, R.; GUIMARAES, J. E.; AYRES, M. C.; GUEDES, M. T.; MOURA-COSTA, L. F.; DE BURGHGRAVE, U. S.; SENA, L.; AZEVEDO, V.; PORTELA, R. W. Haptoglobin and fibrinogen concentrations and leukocyte counts in the clinical investigation of caseous lymphadenitis in sheep. Vet.Clin.Pathol., v.40, n.4, p.496-503, 2011. 78 BASTOS, B. L.; PORTELA, R. W.; DORELLA, F.; RIBEIRO, D.; SEYFFERT, N.; CASTRO, T. L.; MYIOSHI, A.; OLIVEIRA, S. C.; MEYER, R.; AZEVEDO, V. Corynebacterium pseudotuberculosis: Immunological Responses in Animal Models and Zoonotic Potential. Clinical & Cellular Imonology, v.S4, p.1-15, 2012. BATEY, R. G. Aspects of pathogenesis in a mouse model of infection by Corynebacterium pseudotuberculosis. Aust.J.Exp.Biol.Med.Sci., v.64 ( Pt 3), p.237-249, 1986a. BATEY, R. G. Pathogenesis of caseous lymphadenitis in sheep and goats. Aust.Vet.J., v.63, n.9, p.269-272, 1986b. BAYLOR, N.W.; EGAN, W.; RICHMAN, P. Aluminum salts in vaccines--US perspective. Vaccine. 3: 18-23, 2002. BECKER, A.; KATZEN, F.; PUHLER, A.; IELPI, L. Xanthan gum biosynthesis and application: a biochemical/genetic perspective. Appl Microbiol Biotechnol 50: 145152, 1998. BENHAM, C.L., SEAMAN, A. and WOODBINE, M. Corynebacterium pseudotuberculosis and its role in diseases of animals. Vet. Bull. 32, 645657.1962. BERTRAM U, BERNARD MC, HAENSLER J, MAINCENT P, BODMEIER R. In situ gelling nasal inserts for influenza vaccine delivery. Drug Dev Ind Pharm. 36: 581-593, 2010. BILLINGTON, S. J.; ESMAY, P. A.; SONGER, J. G.; JOST, B. H. Identification and role in virulence of putative iron acquisition genes from Corynebacterium pseudotuberculosis. FEMS Microbiol.Lett., v.208, n.1, p.41-45, 2002. BINNS, S. H.; BAILEY, M.; GREEN, L. E. Postal survey of ovine caseous lymphadenitis in the United Kingdom between 1990 and 1999. Vet.Rec., v.150, n.9, p.263-268, 2002. 79 BINNS, S. H.; GREEN, L. E.; BAILEY, M. Development and validation of an ELISA to detect antibodies to Corynebacterium pseudotuberculosis in ovine sera. Vet.Microbiol., v.123, n.1-3, p.169-179, 2007. BOGDAN, J. R.; NEWLANDS-MONTEITH, C. F.; ELLIS, J. A. Nitric oxide production following in vitro stimulation of ovine pulmonary alveolar macrophages. Vet.Immunol.Immunopathol., v.56, n.3-4, p.299-310, 1997. BRAITHWAITE, C. E.; SMITH, E. E.; SONGER, J. G.; REINE, A. H. Characterization of detergent-soluble proteins of Corynebacterium pseudotuberculosis. Vet.Microbiol., v.38, n.1-2, p.59-70, 1993. BROWN, C. C.; OLANDER, H. J.; ALVES, S. F. Synergistic hemolysis-inhibition titers associated with caseous lymphadenitis in a slaughterhouse survey of goats and sheep in Northeastern Brazil. Can.J.Vet.Res., v.51, n.1, p.46-49, 1987. BURREL, D. H. A simplified double immunodiffusion technique for detection of C. ovis antitoxin. Research Veterinary Science, v.28, p.234-237, 1980. CAMERON, C. M.; BESTER, F. J. An improved Corynebacterium pseudotuberculosis vaccine for sheep. Onderstepoort J.Vet.Res., v.51, n.4, p.263-267, 1984. CAMERON, C. M.; MINNAAR, J. L.; ENGELBRECHT, M. M.; PURDOM, M. R. Immune response of merino sheep to inactivated Corynebacterium pseudotuberculosis vaccine. Onderstepoort J.Vet.Res., v.39, n.1, p.11-24, 1972. CARNE, H. R.; KATER, J. C.; WICKHAM, N. A toxic lipid from the surface of Corynebacterium ovis. Nature, v.178, n.4535, p.701-702, 1956. 80 CERDEIRA, L. T.; PINTO, A. C.; SCHNEIDER, M. P.; DE ALMEIDA, S. S.; DOS SANTOS, A. R.; BARBOSA, E. G.; ALI, A.; BARBOSA, M. S.; CARNEIRO, A. R.; RAMOS, R. T.; DE OLIVEIRA, R. S.; BARH, D.; BARVE, N.; ZAMBARE, V.; BELCHIOR, S. E.; GUIMARAES, L. C.; DE CASTRO, S. S.; DORELLA, F. A.; ROCHA, F. S.; DE ABREU, V. A.; TAUCH, A.; TROST, E.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V.; SILVA, A. Whole-genome sequence of Corynebacterium pseudotuberculosis PAT10 strain isolated from sheep in Patagonia, Argentina. J.Bacteriol., v.193, n.22, p.6420-6421, 2011a. CERDEIRA, L. T.; SCHNEIDER, M. P.; PINTO, A. C.; DE ALMEIDA, S. S.; DOS SANTOS, A. R.; BARBOSA, E. G.; ALI, A.; ABURJAILE, F. F.; DE ABREU, V. A.; GUIMARAES, L. C.; SOARES, S. C.; DORELLA, F. A.; ROCHA, F. S.; BOL, E.; GOMES DE SA, P. H.; LOPES, T. S.; BARBOSA, M. S.; CARNEIRO, A. R.; JUCA RAMOS, R. T.; COIMBRA, N. A.; LIMA, A. R.; BARH, D.; JAIN, N.; TIWARI, S.; RAJA, R.; ZAMBARE, V.; GHOSH, P.; TROST, E.; TAUCH, A.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V.; SILVA, A. Complete genome sequence of Corynebacterium pseudotuberculosis strain CIP 52.97, isolated from a horse in Kenya. J.Bacteriol., v.193, n.24, p.7025-7026, 2011b. CETINKAYA, B.; KARAHAN, M.; ATIL, E.; KALIN, R.; DE, B. T.; VANEECHOUTTE, M. Identification of Corynebacterium pseudotuberculosis isolates from sheep and goats by PCR. Vet.Microbiol., v.88, n.1, p.75-83, 2002. CHIOU, C.J.; TSENG, L.P.; DENG, M.C.; JIANG, P.R.; TASI, S.L.; CHUNG, T.W.; HUANG, Y.Y.; LIU, D. Mucoadhesive liposomes for intranasal immunization with an avian influenza virus vaccine in chickens. Biomaterials. 30: 5862-5868, 2009. CLEMENTS CJ, GRIFFITHS E. The global impact of vaccines containing aluminium adjuvants. Vaccine. 3: 24-33, 2002. CONNOR, K. M.; FONTAINE, M. C.; RUDGE, K.; BAIRD, G. J.; DONACHIE, W. Molecular genotyping of multinational ovine and caprine Corynebacterium 81 pseudotuberculosis isolates using pulsed-field gel electrophoresis. Vet.Res., v.38, n.4, p.613-623, 2007. COSTA, M. P.; MCCULLOCH, J. A.; ALMEIDA, S. S.; DORELLA, F. A.; FONSECA, C. T.; OLIVEIRA, D. M.; TEIXEIRA, M. F.; LASKOWSKA, E.; LIPINSKA, B.; MEYER, R.; PORTELA, R. W.; OLIVEIRA, S. C.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Molecular characterization of the Corynebacterium pseudotuberculosis hsp60-hsp10 operon, and evaluation of the immune response and protective efficacy induced by hsp60 DNA vaccination in mice. BMC.Res.Notes, v.4, p.243, 2011. D'AFONSECA, V.; MORAES, P. M.; DORELLA, F. A.; PACHECO, L. G.; MEYER, R.; PORTELA, R. W.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. A description of genes of Corynebacterium pseudotuberculosis useful in diagnostics and vaccine applications. Genet.Mol.Res., v.7, n.1, p.252-260, 2008. D'AFONSECA, V.; PROSDOCIMI, F.; DORELLA, F. A.; PACHECO, L. G.; MORAES, P. M.; PENA, I.; ORTEGA, J. M.; TEIXEIRA, S.; OLIVEIRA, S. C.; COSER, E. M.; OLIVEIRA, L. M.; CORREA DE, O. G.; MEYER, R.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Survey of genome organization and gene content of Corynebacterium pseudotuberculosis. Microbiol.Res., v.165, n.4, p.312-320, 2010. DE, R. R.; TENNENT, J.; MCWATERS, P.; CHAPLIN, P. J.; WOOD, P. R.; KIMPTON, W.; CAHILL, R.; SCHEERLINCK, J. P. Efficacy of DNA vaccination by different routes of immunisation in sheep. Vet.Immunol.Immunopathol., v.90, n.1-2, p.55-63, 2002. DERCKSEN, D. P.; BRINKHOF, J. M.; DEKKER-NOOREN, T.; MAANEN, K.; BODE, C. F.; BAIRD, G.; KAMP, E. M. A comparison of four serological tests for the diagnosis of caseous lymphadenitis in sheep and goats. Vet.Microbiol., v.75, n.2, p.167-175, 2000. 82 DORELLA, F. A.; ESTEVAM, E. M.; PACHECO, L. G.; GUIMARAES, C. T.; LANA, U. G.; GOMES, E. A.; BARSANTE, M. M.; OLIVEIRA, S. C.; MEYER, R.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. In vivo insertional mutagenesis in Corynebacterium pseudotuberculosis: an efficient means to identify DNA sequences encoding exported proteins. Appl.Environ.Microbiol., v.72, n.11, p.7368-7372, 2006a. DORELLA, F. A.; PACHECO, L. G.; OLIVEIRA, S. C.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Corynebacterium pseudotuberculosis: microbiology, biochemical properties, pathogenesis and molecular studies of virulence. Vet.Res., v.37, n.2, p.201218, 2006b. DORELLA, F. A.; PACHECO, L. G.; SEYFFERT, N.; PORTELA, R. W.; MEYER, R.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Antigens of Corynebacterium pseudotuberculosis and prospects for vaccine development. Expert.Rev.Vaccines., v.8, n.2, p.205-213, 2009. EGEN, N. B.; CUEVAS, W. A.; MCNAMARA, P. J.; SAMMONS, D. W.; HUMPHREYS, R.; SONGER, J. G. Purification of the phospholipase D of Corynebacterium pseudotuberculosis by recycling isoelectric focusing. Am.J.Vet.Res., v.50, n.8, p.1319-1322, 1989. EGGLETON, D. G.; MIDDLETON, H. D.; DOIDGE, C. V.; MINTY, D. W. Immunisation against ovine caseous lymphadenitis: comparison of Corynebacterium pseudotuberculosis vaccines with and without bacterial cells. Aust.Vet.J., v.68, n.10, p.317-319, 1991. FONTAINE, M. C.; BAIRD, G.; CONNOR, K. M.; RUDGE, K.; SALES, J.; DONACHIE, W. Vaccination confers significant protection of sheep against infection with a virulent United Kingdom strain of Corynebacterium pseudotuberculosis. Vaccine, v.24, n.33-34, p.5986-5996, 2006. 83 FUNKE, G.; LAWSON, P. A.; COLLINS, M. D. Heterogeneity within humanderived centers for disease control and prevention (CDC) coryneform group ANF-1-like bacteria and description of Corynebacterium auris sp. nov. Int.J.Syst.Bacteriol., v.45, n.4, p.735-739, 1995. GARG, D. N.; CHANDIRAMANI, N. K. Cellular and humoral immune responses in sheep experimentally injected with killed and live Corynebacterium pseudotuberculosis. Zentralbl.Bakteriol.Mikrobiol.Hyg.A, v.260, n.1, p.117125, 1985. GUIMARAES, A. S.; CARMO, F. B.; HEINEMANN, M. B.; PORTELA, R. W.; MEYER, R.; LAGE, A. P.; SEYFFERT, N.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V.; GOUVEIA, A. M. High sero-prevalence of caseous lymphadenitis identified in slaughterhouse samples as a consequence of deficiencies in sheep farm management in the state of Minas Gerais, Brazil. BMC.Vet.Res., v.7, p.68, 2011. GUIMARAES, A. S.; SEYFFERT, N.; BASTOS, B. L.; ET AL. Caseous lymphadenitis in sheep flocks of the state of Minas Gerais, Brazil: Prevalence and management surveys. Small Ruminant Research,p.86-91, 2009. GUPTA, R.K. Aluminum compounds as vaccine adjuvants. Adv Drug Deliv Rev 32: 155-172, 1998. HARD, G. C. Comparative toxic effect of the surface lipid of Corynebacterium ovis on peritoneal macrophages. Infect.Immun., v.12, n.6, p.1439-1449, 1975. HARD, G. C. Examination by electron microscopy of the interaction between peritoneal phagocytes and Corynebacterium ovis. J.Med.Microbiol., v.5, n.4, p.483-491, 1972. HASSAN, S. S.; GUIMARAES, L. C.; PEREIRA, U. P.; ISLAM, A.; ALI, A.; BAKHTIAR, S. M.; RIBEIRO, D.; RODRIGUES DOS, S. A.; SOARES, S. C.; 84 DORELLA, F.; PINTO, A. C.; SCHNEIDER, M. P.; BARBOSA, M. S.; ALMEIDA, S.; ABREU, V.; ABURJAILE, F.; CARNEIRO, A. R.; CERDEIRA, L. T.; FIAUX, K.; BARBOSA, E.; DINIZ, C.; ROCHA, F. S.; RAMOS, R. T.; JAIN, N.; TIWARI, S.; BARH, D.; MIYOSHI, A.; MULLER, B.; SILVA, A.; AZEVEDO, V. Complete genome sequence of Corynebacterium pseudotuberculosis biovar ovis strain P54B96 isolated from antelope in South Africa obtained by rapid next generation sequencing technology. Stand.Genomic.Sci., v.7, n.2, p.189-199, 2012a. HASSAN, S. S.; SCHNEIDER, M. P.; RAMOS, R. T.; CARNEIRO, A. R.; RANIERI, A.; GUIMARAES, L. C.; ALI, A.; BAKHTIAR, S. M.; PEREIRA, U. P.; DOS SANTOS, A. R.; SOARES, S. C.; DORELLA, F.; PINTO, A. C.; RIBEIRO, D.; BARBOSA, M. S.; ALMEIDA, S.; ABREU, V.; ABURJAILE, F.; FIAUX, K.; BARBOSA, E.; DINIZ, C.; ROCHA, F. S.; SAXENA, R.; TIWARI, S.; ZAMBARE, V.; GHOSH, P.; PACHECO, L. G.; DOWSON, C. G.; KUMAR, A.; BARH, D.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V.; SILVA, A. Whole-genome sequence of Corynebacterium pseudotuberculosis strain Cp162, isolated from camel. J.Bacteriol., v.194, n.20, p.5718-5719, 2012b. HODGSON, A. L.; BIRD, P.; NISBET, I. T. Cloning, nucleotide sequence, and expression in Escherichia coli of the phospholipase D gene from Corynebacterium pseudotuberculosis. J.Bacteriol., v.172, n.3, p.1256-1261, 1990. HODGSON, A. L.; CARTER, K.; TACHEDJIAN, M.; KRYWULT, J.; CORNER, L. A.; MCCOLL, M.; CAMERON, A. Efficacy of an ovine caseous lymphadenitis vaccine formulated using a genetically inactive form of the Corynebacterium pseudotuberculosis phospholipase D. Vaccine, v.17, n.7-8, p.802-808, 1999. HODGSON, A. L.; KRYWULT, J.; CORNER, L. A.; ROTHEL, J. S.; RADFORD, A. J. Rational attenuation of Corynebacterium pseudotuberculosis: potential 85 cheesy gland vaccine and live delivery vehicle. Infect.Immun., v.60, n.7, p.2900-2905, 1992. HOLT J.G, KRIEG N.R., SNEATH P.H.A, STALEY J.T, and WILLIAMS S.T. Bergey's manual of determinative bacteriology., 1994. IBGE. (2010) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.Disponível em:< http://www.ibge.gov.br/home/>. Acesso em : 01/08/2013. ISHIZAKA, S.; SUGAWARA, I.; HASUMA, T.; MORISAWA, S.; MOLLER, G. Immune responses to xanthan gum. I. The characteristics of lymphocyte activation by xanthan gum. Eur.J Immunol., v.13, n.3, p.225-231, 1983. KABA, J.; KUTSCHKE, L.; GERLACH, G. F. Development of an ELISA for the diagnosis of Corynebacterium pseudotuberculosis infections in goats. Vet.Microbiol., v.78, n.2, p.155-163, 2001. LATCHUMANAN, V. K.; BALKHI, M. Y.; SINHA, A.; SINGH, B.; SHARMA, P.; NATARAJAN, K. Regulation of immune responses to Mycobacterium tuberculosis secretory antigens by dendritic cells. Tuberculosis.(Edinb.), v.85, n.5-6, p.377-383, 2005. LOPES, T.; SILVA, A.; THIAGO, R.; CARNEIRO, A.; DORELLA, F. A.; ROCHA, F. S.; DOS SANTOS, A. R.; LIMA, A. R.; GUIMARAES, L. C.; BARBOSA, E. G.; RIBEIRO, D.; FIAUX, K. K.; DINIZ, C. A.; DE ABREU, V. A.; DE ALMEIDA, S. S.; HASSAN, S. S.; ALI, A.; BAKHTIAR, S. M.; ABURJAILE, F. F.; PINTO, A. C.; SOARES, S. C.; PEREIRA, U. P.; SCHNEIDER, M. P.; MIYOSHI, A.; EDMAN, J.; SPIER, S.; AZEVEDO, V. Complete genome sequence of Corynebacterium pseudotuberculosis strain Cp267, isolated from a llama. J.Bacteriol., v.194, n.13, p.3567-3568, 2012. 86 MCKEAN, S. C.; DAVIES, J. K.; MOORE, R. J. Expression of phospholipase D, the major virulence factor of Corynebacterium pseudotuberculosis, is regulated by multiple environmental factors and plays a role in macrophage death. Microbiology, v.153, n.Pt 7, p.2203-2211, 2007. MENZIES, P. I.; HWANG, Y. T.; PRESCOTT, J. F. Comparison of an interferongamma to a phospholipase D enzyme-linked immunosorbent assay for diagnosis of Corynebacterium pseudotuberculosis infection in experimentally infected goats. Vet.Microbiol., v.100, n.1-2, p.129-137, 2004. MOLLER, K.; AGERHOLM, J. S.; AHRENS, P.; JENSEN, N. E.; NIELSEN, T. K. Abscess disease, caseous lymphadenitis, and pulmonary adenomatosis in imported sheep. J Vet.Med.B Infect.Dis.Vet.Public Health, v.47, n.1, p.55-62, 2000. MOORE, K.; HALL, V.; PAULL, A.; MORRIS, T.; BROWN, S.; MCCULLOCH, D.; RICHARDSON, M. C.; HARDING, K. G. Surface bacteriology of venous leg ulcers and healing outcome. J.Clin.Pathol., v.63, n.9, p.830-834, 2010. NAVAS, J. Genetic tools in pathogenic nocardioform actinomycetes. Microbiologia, v.12, n.2, p.297-304, 1996. OIE. (2009) World manual health situation 2009. Disponível em: <http:/www.oie.int/eng/info/en_urgences.htm>. Acesso em: 02/08/2013. PACHECO, L. G.; PENA, R. R.; CASTRO, T. L.; DORELLA, F. A.; BAHIA, R. C.; CARMINATI, R.; FROTA, M. N.; OLIVEIRA, S. C.; MEYER, R.; ALVES, F. S.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Multiplex PCR assay for identification of Corynebacterium pseudotuberculosis from pure cultures and for rapid detection of this pathogen in clinical samples. J.Med.Microbiol., v.56, n.Pt 4, p.480-486, 2007. 87 PACHECO, L. G.; SLADE, S. E.; SEYFFERT, N.; SANTOS, A. R.; CASTRO, T. L.; SILVA, W. M.; SANTOS, A. V.; SANTOS, S. G.; FARIAS, L. M.; CARVALHO, M. A.; PIMENTA, A. M.; MEYER, R.; SILVA, A.; SCRIVENS, J. H.; OLIVEIRA, S. C.; MIYOSHI, A.; DOWSON, C. G.; AZEVEDO, V. A combined approach for comparative exoproteome analysis of Corynebacterium pseudotuberculosis. BMC.Microbiol., v.11, n.1, p.12, 2011. PATON, M. W.; WALKER, S. B.; ROSE, I. R.; WATT, G. F. Prevalence of caseous lymphadenitis and usage of caseous lymphadenitis vaccines in sheep flocks. Aust.Vet.J, v.81, n.1-2, p.91-95, 2003. PAULE, B. J.; AZEVEDO, V.; REGIS, L. F.; CARMINATI, R.; BAHIA, C. R.; VALE, V. L.; MOURA-COSTA, L. F.; FREIRE, S. M.; NASCIMENTO, I.; SCHAER, R.; GOES, A. M.; MEYER, R. Experimental Corynebacterium pseudotuberculosis primary infection in goats: kinetics of IgG and interferongamma production, IgG avidity and antigen recognition by Western blotting. Vet.Immunol.Immunopathol., v.96, n.3-4, p.129-139, 2003. PAULE, B. J.; MEYER, R.; MOURA-COSTA, L. F.; BAHIA, R. C.; CARMINATI, R.; REGIS, L. F.; VALE, V. L.; FREIRE, S. M.; NASCIMENTO, I.; SCHAER, R.; AZEVEDO, V. Three-phase partitioning as an efficient method for extraction/concentration of immunoreactive excreted-secreted proteins of Corynebacterium pseudotuberculosis. Protein Expr.Purif., v.34, n.2, p.311316, 2004. PEEL, M. M.; PALMER, G. G.; STACPOOLE, A. M.; KERR, T. G. Human lymphadenitis due to Corynebacterium pseudotuberculosis: report of ten cases from Australia and review. Clin.Infect.Dis., v.24, n.2, p.185-191, 1997. PEPIN, M.; BOISRAME, A.; MARLY, J. Corynebacterium pseudotuberculosis: biochemical properties, production of toxin and virulence of ovine and caprine strains. Ann.Rech.Vet., v.20, n.1, p.111-115, 1989. 88 PEPIN, M.; SEOW, H. F.; CORNER, L.; ROTHEL, J. S.; HODGSON, A. L.; WOOD, P. R. Cytokine gene expression in sheep following experimental infection with various strains of Corynebacterium pseudotuberculosis differing in virulence. Vet.Res., v.28, n.2, p.149-163, 1997. PETHICK, F. E.; LAINSON, A. F.; YAGA, R.; FLOCKHART, A.; SMITH, D. G.; DONACHIE, W.; CERDEIRA, L. T.; SILVA, A.; BOL, E.; LOPES, T. S.; BARBOSA, M. S.; PINTO, A. C.; DOS SANTOS, A. R.; SOARES, S. C.; ALMEIDA, S. S.; GUIMARAES, L. C.; ABURJAILE, F. F.; ABREU, V. A.; RIBEIRO, D.; FIAUX, K. K.; DINIZ, C. A.; BARBOSA, E. G.; PEREIRA, U. P.; HASSAN, S. S.; ALI, A.; BAKHTIAR, S. M.; DORELLA, F. A.; CARNEIRO, A. R.; RAMOS, R. T.; ROCHA, F. S.; SCHNEIDER, M. P.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V.; FONTAINE, M. C. Complete genome sequence of Corynebacterium pseudotuberculosis strain 1/06-A, isolated from a horse in North America. J.Bacteriol., v.194, n.16, p.4476, 2012a. PETHICK, F. E.; LAINSON, A. F.; YAGA, R.; FLOCKHART, A.; SMITH, D. G.; DONACHIE, W.; CERDEIRA, L. T.; SILVA, A.; BOL, E.; LOPES, T. S.; BARBOSA, M. S.; PINTO, A. C.; DOS SANTOS, A. R.; SOARES, S. C.; ALMEIDA, S. S.; GUIMARAES, L. C.; ABURJAILE, F. F.; ABREU, V. A.; RIBEIRO, D.; FIAUX, K. K.; DINIZ, C. A.; BARBOSA, E. G.; PEREIRA, U. P.; HASSAN, S. S.; ALI, A.; BAKHTIAR, S. M.; DORELLA, F. A.; CARNEIRO, A. R.; RAMOS, R. T.; ROCHA, F. S.; SCHNEIDER, M. P.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V.; FONTAINE, M. C. Complete genome sequences of Corynebacterium pseudotuberculosis strains 3/99-5 and 42/02-A, isolated from sheep in Scotland and Australia, respectively. J.Bacteriol., v.194, n.17, p.47364737, 2012b. PINHEIRO, R. R.; GOUVEIA, A. M. G.; ALVES, F. S. F. Aspectos epidemiológicos da caprinocultura cearense. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia.,p.534-543, 2000. 89 PINHO, J. M. R.; DORELLA, F.; COELHO, K. S.; FONSECA, C. T.; CARDOSO, F. S.; MEYER, R.; PORTELA, R. W.; OLIVEIRA, S. C.; MYIOSHI, A.; AZEVEDO, V. Immunization with Recombinant Corynebacterium pseudotuberculosis Heat-Shock Protein (Hsp)-60 is Able to Induce an Immune Response in Mice, But Fails to Confer Protection Against Infection. The Open Veterinary Science Journal, v.3, p.22-27, 2009. PINTO, A. C.; RAMOS, R. T.; SILVA, W. M.; ROCHA, F. S.; BARBOSA, S.; MIYOSHI, A.; SCHNEIDER, M. P.; SILVA, A.; AZEVEDO, V. The core stimulon of Corynebacterium pseudotuberculosis strain 1002 identified using ab initio methodologies. Integr.Biol.(Camb.), v.4, n.7, p.789-794, 2012. PRESCOTT, J. F.; MENZIES, P. I.; HWANG, Y. T. An interferon-gamma assay for diagnosis of Corynebacterium pseudotuberculosis infection in adult sheep from a research flock. Vet.Microbiol., v.88, n.3, p.287-297, 2002. RAMOS, R. T.; SILVA, A.; CARNEIRO, A. R.; PINTO, A. C.; SOARES, S. C.; SANTOS, A. R.; ALMEIDA, S. S.; GUIMARAES, L. C.; ABURJAILE, F. F.; BARBOSA, E. G.; DORELLA, F. A.; ROCHA, F. S.; CERDEIRA, L. T.; BARBOSA, M. S.; TAUCH, A.; EDMAN, J.; SPIER, S.; MIYOSHI, A.; SCHNEIDER, M. P.; AZEVEDO, V. Genome sequence of the Corynebacterium pseudotuberculosis Cp316 strain, isolated from the abscess of a Californian horse. J.Bacteriol., v.194, n.23, p.6620-6621, 2012. RESENDE, B. C.; REBELATO, A. B.; D'AFONSECA, V.; SANTOS, A. R.; STUTZMAN, T.; AZEVEDO, V. A.; SANTOS, L. L.; MIYOSHI, A.; LOPES, D. O. DNA repair in Corynebacterium model. Gene, v.482, n.1-2, p.1-7, 2011. SANTOS, A. R.; CARNEIRO, A.; GALA-GARCIA, A.; PINTO, A.; BARH, D.; BARBOSA, E.; ABURJAILE, F.; DORELLA, F.; ROCHA, F.; GUIMARAES, L.; ZURITA-TURK, M.; RAMOS, R.; ALMEIDA, S.; SOARES, S.; PEREIRA, U.; ABREU, V. C.; SILVA, A.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. The Corynebacterium 90 pseudotuberculosis in silico predicted pan-exoproteome. BMC.Genomics, v.13 Suppl 5, p.S6, 2012. SCHUMAN W. Thermosensors in eubacteria: role and evolution. J Biosci .,p.549-557, 2007. SEYFFERT, N.; GUIMARAES, A. S.; PACHECO, L. G.; PORTELA, R. W.; BASTOS, B. L.; DORELLA, F. A.; HEINEMANN, M. B.; LAGE, A. P.; GOUVEIA, A. M.; MEYER, R.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. High seroprevalence of caseous lymphadenitis in Brazilian goat herds revealed by Corynebacterium pseudotuberculosis secreted proteins-based ELISA. Res.Vet.Sci., v.88, n.1, p.50-55, 2010. SILVA, A.; SCHNEIDER, M. P.; CERDEIRA, L.; BARBOSA, M. S.; RAMOS, R. T.; CARNEIRO, A. R.; SANTOS, R.; LIMA, M.; D'AFONSECA, V.; ALMEIDA, S. S.; SANTOS, A. R.; SOARES, S. C.; PINTO, A. C.; ALI, A.; DORELLA, F. A.; ROCHA, F.; DE ABREU, V. A.; TROST, E.; TAUCH, A.; SHPIGEL, N.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Complete genome sequence of Corynebacterium pseudotuberculosis I19, a strain isolated from a cow in Israel with bovine mastitis. J.Bacteriol., v.193, n.1, p.323-324, 2011. SILVA, A.; RAMOS, R. T.; RIBEIRO, C. A.; CYBELLE, P. A.; DE CASTRO, S. S.; RODRIGUES, S. A.; SILVA, A. S.; GUIMARAES, L. C.; FIGUEIRA, A. F.; VIEIRA BARBOSA, E. G.; ALVES, D. F.; SOUZA, R. F.; SOUZA, L. T.; KAWASAKI, R.; GOMES, S. P.; DA ROCHA COIMBRA, N. A.; TEIXEIRA, C. L.; SILVANIRA, B. M.; CRUZ SCHNEIDER, M. P.; MIYOSHI, A.; SELIM, S. A.; MOAWAD, M. S.; AZEVEDO, V. Complete genome sequence of Corynebacterium pseudotuberculosis Cp31, isolated from an Egyptian buffalo. J.Bacteriol., v.194, n.23, p.6663-6664, 2012. SILVA, W. M.; SEYFFERT, N.; CIPRANDI, A.; SANTOS, A. V.; CASTRO, T. L.; PACHECO, L. G.; BARH, D.; LE, L. Y.; PIMENTA, A. M.; MIYOSHI, A.; SILVA, 91 A.; AZEVEDO, V. Differential Exoproteome Analysis of Two Corynebacterium pseudotuberculosis Biovar Ovis Strains Isolated from Goat (1002) and Sheep (C231). Curr.Microbiol., 2013a. SILVA, W. M.; SEYFFERT, N.; SANTOS, A. V.; CASTRO, T. L.; PACHECO, L. G.; SANTOS, A. R.; CIPRANDI, A.; DORELLA, F. A.; ANDRADE, H. M.; BARH, D.; PIMENTA, A. M.; SILVA, A.; MIYOSHI, A.; AZEVEDO, V. Identification of 11 new exoproteins in Corynebacterium pseudotuberculosis by comparative analysis of the exoproteome. Microb.Pathog., v.61-62, p.37-42, 2013b. SIMMONS, C. P.; HODGSON, A. L.; STRUGNELL, R. A. Attenuation and vaccine potential of aroQ mutants of Corynebacterium pseudotuberculosis. Infect.Immun., v.65, n.8, p.3048-3056, 1997. SOARES, S. C.; TROST, E.; RAMOS, R. T.; CARNEIRO, A. R.; SANTOS, A. R.; PINTO, A. C.; BARBOSA, E.; ABURJAILE, F.; ALI, A.; DINIZ, C. A.; HASSAN, S. S.; FIAUX, K.; GUIMARAES, L. C.; BAKHTIAR, S. M.; PEREIRA, U.; ALMEIDA, S. S.; ABREU, V. A.; ROCHA, F. S.; DORELLA, F. A.; MIYOSHI, A.; SILVA, A.; AZEVEDO, V.; TAUCH, A. Genome sequence of Corynebacterium pseudotuberculosis biovar equi strain 258 and prediction of antigenic targets to improve biotechnological vaccine production. J.Biotechnol., 2012. SONGER, J. G.; BECKENBACH, K.; MARSHALL, M. M.; OLSON, G. B.; KELLEY, L. Biochemical and genetic characterization of Corynebacterium pseudotuberculosis. Am.J.Vet.Res., v.49, n.2, p.223-226, 1988. STING, R.; STENG, G.; SPENGLER, D. Serological studies on Corynebacterium pseudotuberculosis infections in goats using enzyme-linked immunosorbent assay. Zentralbl.Veterinarmed.B, v.45, n.4, p.209-216, 1998. 92 STOOPS, S. G.; RENSHAW, H. W.; THILSTED, J. P. Ovine caseous lymphadenitis: disease prevalence, lesion distribution, and thoracic manifestations in a population of mature culled sheep from western United States. Am.J.Vet.Res., v.45, n.3, p.557-561, 1984. SUTHERLAND, I.W. Novel and established applications of microbial polysaccharides. Trends Biotechnol. 16: 41-46, 1998. TER LAAK, E. A.; BOSCH, J.; BIJL, G. C.; SCHREUDER, B. E. Doubleantibody sandwich enzyme-linked immunosorbent assay and immunoblot analysis used for control of caseous lymphadenitis in goats and sheep. Am.J.Vet.Res., v.53, n.7, p.1125-1132, 1992. TROST, E.; OTT, L.; SCHNEIDER, J.; SCHRODER, J.; JAENICKE, S.; GOESMANN, A.; HUSEMANN, P.; STOYE, J.; DORELLA, F. A.; ROCHA, F. S.; SOARES, S. C.; D'AFONSECA, V.; MIYOSHI, A.; RUIZ, J.; SILVA, A.; AZEVEDO, V.; BURKOVSKI, A.; GUISO, N.; JOIN-LAMBERT, O. F.; KAYAL, S.; TAUCH, A. The complete genome sequence of Corynebacterium pseudotuberculosis FRC41 isolated from a 12-year-old girl with necrotizing lymphadenitis reveals insights into gene-regulatory networks contributing to virulence. BMC.Genomics, v.11, p.728, 2010. UNANIAN, M. M.; FELICIANO SILVA, A. E.; PANT, K. P. Abscesses and caseous lymphadenitis in goats in tropical semi-arid north-east Brazil. Trop.Anim Health Prod., v.17, n.1, p.57-62, 1985. WEST, D. M.; BRUERE, A. N.; RIDLER, A. L. Caseous lymphadenitis. In: The Sheep: Health, Disease and Production. Foundation for Veterinary Continuing Education., 2002. WILLIAMSON, L. H. Caseous lymphadenitis in small ruminants. Vet.Clin.North Am.Food Anim Pract., v.17, n.2, p.359-71, vii, 2001a. 93 WILLIAMSON, L. H. Caseous lymphadenitis in small ruminants. Vet.Clin.North Am.Food Anim Pract., v.17, n.2, p.359-71, vii, 2001b. WILSON, M. J.; BRANDON, M. R.; WALKER, J. Molecular and biochemical characterization of a protective 40-kilodalton antigen from Corynebacterium pseudotuberculosis. Infect.Immun., v.63, n.1, p.206-211, 1995.