Área de broca

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Área de broca
Situa-se entre os lobos frontais e temporais. É responsável pela linguagem falada e quando
lesionada verifica-se:
Afasia-dificuldade em formar palavas, expressão lenta e incorreta.
Área de Wernicke
Situa-se nos lobos temporais. É responsável pela compreensão da linguagem falada e quando
lesionada verifica-se:
Surdez verbal: as palavras ouvidas não têm sentido.
Áreas pré frontais:
São responsáveis pelas principais funções intelectuais superiores que distinguem a espécie
humana de todas as outras. Estão intimamente relacionadas com a memória permitindo-nos
resolver problemas, antecipar acontecimentos, refletir e tomar decisões.
Organizam o pensamento refletivo e imaginação. Para além disso, as áreas pré frontais
envolvem complexas relações com as emoções.
Lesões nas áreas pré frontais:
-Perde-se o senso das responsabilidades sociais;
-Perde-se a capacidade de sentir emoções;
-Perde-se a capacidade de decisão;
-Perde-se a capacidade de planeamento da ação.
Caso de Phineas Gage
Phineas Gage era um jovem supervisor de construção de ferrovias em Vermont, EUA. Em 1848
de setembro, enquanto estava a preparar uma carga de pólvora para explodir uma pedra, ele
fez um impulso sobre uma barra de aço inadvertidamente no buraco. A explosão resultante
projetou a barra, com 2.5 cm de diâmetro e mais de um metro de comprimento contra o seu
crânio, a alta velocidade. A barra entrou pela bochecha esquerda, destruiu o olho, atravessou
a parte frontal do cérebro, e saiu pelo topo do crânio, do outro lado. Gage perdeu a
consciência imediatamente e começou a ter convulsões. Porém, ele recuperou a consciência
momentos depois, e foi levado a um médico local, John Harlow que o socorreu. Incrivelmente,
ele falava e podia caminhar. Ele perdeu muito sangue, mas não só sobreviveu à horrenda
lesão, como também se recuperou bem, fisicamente.
Porém, pouco tempo depois Phineas começou a ter mudanças surpreendentes na
personalidade e no humor. Ele tornou-se extravagante e antissocial, praguejador e mentiroso,
com péssimas maneiras, e já não conseguia manter-se num trabalho por muito tempo ou
planejar o futuro. "Gage já não era Gage", disseram seus amigos. Ele morreu em 1861, treze
anos depois do acidente, sem dinheiro e epilético, sem que uma autópsia fosse realizada em
seu cérebro. O médico que o atendeu, John Harlow, entrevistou amigos de parentes, e
escreveu dois artigos sobre a história médica reconstruída de Gage, um em 1948, intitulado
"Passagem de uma Barra de Ferro Pela Cabeça ", e outro em 1868, intitulado "Recuperação da
Passagem de uma Barra de Ferro Pela Cabeça ".
Phineas Gage tornou-se um caso clássico nos livros de ensino de neurologia. A parte do
cérebro que ele tinha perdido, os lobos frontais, passou a ser associada às funções mentais e
emocionais que ficaram alteradas. Harlow acreditava que, "o equilíbrio entre as faculdades
intelectuais e as propensões animais parecem ter sido destruídas.
O crânio dele foi recuperado porém, e preservado no Warren Medical Museu da Universidade
de Harvard. Mais recentemente, dois neurobiologistas portugueses, Hannah e Antônio
Damásio da Universidade de Iowa, utilizaram computação gráfica e técnicas de tomografia
cerebral para calcular a provável trajetória da barra de aço pelo cérebro de Gage, e publicaram
os resultados em Science, em 1994. A parte dos lobos frontais responsável pela fala e funções
motores foi aparentemente poupada. Assim eles concluíram que as mudanças no
comportamento social observado em Phineas Gage provavelmente foram devidos a esta lesão,
porque os “Damasios” observaram o mesmo tipo de mudança em outros pacientes com lesões
semelhantes, causando deficits característicos nos processos de decisão racional e de controlo
da emoção.
"Gage foi o início histórico dos estudos das bases biológicas do comportamento", disse
Antônio Damásio.
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