Relato de caso: Manifestação atípica de tumor estromal gastrointestinal Luiz Eduardo Schein, Leonardo Albarello*, Adriana Oliveira Martins, Elisa Carvalho Gallas, Ricardo Farias E-mail: [email protected] Palavras chave: GIST, duodeno, Ki-67 Introdução/Objetivos O tumor estromal gastrointestinal (GIST) responde por no máximo 3% dos tumores do trato gastrointestinal, acometendo preferencialmente o estômago (60%). Em apenas 20-30% dos casos é encontrado no intestino delgado. Além disso, ao diagnóstico mais de 80% dos GISTs são benignos. Nós relatamos o caso de uma mulher de 68 anos de idade com GIST do duodeno em fase avançada, maligno. Trata-se, então, da apresentação atípica de um raro tumor gastrointestinal. Portanto, o objetivo deste trabalho é fazer uma revisão na literatura médica sobre essa rara patologia. Metodologia Relato de caso e revisão na literatura médica sobre o assunto. Resultados e Discussão L.L.U., feminina, branca, 68 anos, residente no Rio Grande, internou na ACSCRG no dia 08/12/2009, pois apresentava anorexia, cansaço, perda de peso e abaulamento abdominal (figura 1) desde outubro/2009. Figura 1. Foi realizada biópsia endoscópica duodenal (figuras 2 e 3), tendo diagnóstico histopatológico e imuno-histoquímico (Ki-67 positivo 5%, Vimentina positivo) de neoplasia mesenquimal. A TC de tórax apresentava imagens nodulares compatíveis com lesões secundárias (metástases). A paciente encontrava-se desnutrida, anêmica, não apresentando condições clínicas para submeter-se a um tratamento cirúrgico, vindo a falecer no dia 16/01/2010. Figuras 2 e 3: lesão ulcero-vegetante e infiltrativa no duodeno. Conclusão Os GISTs duodenais malignos são neoplasias raras com prognóstico reservado que devem entrar no diagnóstico diferencial de tumores abdominais. O diagnóstico tardio pode impossibilitar a ressecção cirúrgica e, até mesmo, a quimioterapia. Referências Bibliográficas Osada T, Nagahara A, Kodani T, Namihisa A, Kawabe M, Yoshizawa T, Ohkusa T, Watanabe S. Gastrointestinal stromal tumor of the stomach with a giant abscess penetrating the gastric lumen. World J Gastroenterol 2007; 13(16): 2385-2387 Caliskan C, Makay O, Akyildiz M. Massive gastrointestinal bleeding caused by stromal tumour of the jejunum. Can J Surg. 2009 Oct;52(5):E185-7. Miettinen M, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors definition, clinical, histological, immunohistochemical, and molecular genetic features and differential diagnosis. Virchows Arch.2001;438:1–12. Seshadri RA, Rajendranath R. Neoadjuvant imatinib in locally advanced gastrointestinal stromal tumors. J Can Res Ther 2009;5:267-71. DeMatteo RP, Lewis JJ, Leung D, Mudan SS, Woodruff JM, Brennan MF. Two hundred gastrointestinal stromal tumors: Recurrence patterns and prognostic factors for survival. Ann Surg 2000;231:51-8. Ng EH, Pollock RE, Munsell MF, Atkinson EN, Romsdahl MM. Prognostic factors influencing survival in gastrointestinal leiomyosarcomas. Ann Surg 1992;215:68-77. Eisenberg BL, Judson I. Surgery and imatinib in the management of GIST: Emerging approaches to adjuvant and neoadjuvant therapy. Ann Surg Oncol 2004;11:465-75. Kindblom LG, Remotti HE, Aldenborg F, Meis-Kindblom JM. Gastrointestinal pacemaker cell tumor (GIPACT): gastrointestinal stromal tumors show phenotypic characteristics of the interstitial cells of Cajal. Am J Pathol 1998; 152:1259–1269. Majdoub Hassani K, Zahid F, Ousadden A, Mazaz K, Taleb K. Gastrointestinal stromal tumors and shock. J Emerg Trauma Shock. 2009 Sep–Dec; 2(3): 199–202. Judson I. Gastrointestinal stromal tumours (GIST): biology and treatment. Ann Oncol 2002; 13 Suppl 4: 287-289. Nagasako Y, Misawa K, Kohashi S, Hasegawa K, Okawa Y, Sano H Takada A, Sato H. Evaluation of malignancy using Ki-67 labeling index for gastric stromal tumor. Gastric Cancer (2003) 6: 168-172.