MEC2348 Transferência de Calor II 2015-2 Departamento de Engenharia Mecânica Angela Ourivio Nieckele sala 163- L – ramal 1182 – e-mail: [email protected] • Termodinâmica: estuda as interações de energia entre um sistema e a vizinhança (calor e trabalho). Trata de estados em equilíbrio. Não trata da natureza da interação. • Fenômenos de Transporte Dinâmica dos fluidos: transporte de quantidade de movimento Transferência de calor: transporte de energia Transferência de massa: transporte de massa de espécies químicas Observação: 1. Freqüentemente ocorrem simultaneamente 2. As equações básicas são muito semelhantes e as ferramentas matemáticas para resolver problemas são similares, porque os mecanismos moleculares são diretamente relacionados. Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio 2 • Transferência de calor: estuda os mecanismos de transferência de calor, e relações para o cálculo das taxas de transferência de calor. • Exemplos: Projetos de paredes refratárias, calor perdido em equipamentos, trocadores de calor, etc. • Modos de transferência de calor: • condução, convecção e radiação Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio 3 Modos de transferência de calor Condução: movimentos randômicos translacionais (difusão) de moléculas (fluidos) ou elétrons (sólidos) Convecção: é o processo de transferência de calor efetuado pelo escoamento de fluidos (transferência de calor + escoamento de fluidos) Radiação: Todo corpo (sólido, líquido ou gás) com temperatura acima do zero absoluto, emite energia (ondas eletromagnéticas com velocidade da luz). • Não é necessário um meio material para a propagação de energia. CONDUÇÃO Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio 4 Comentários A determinação da taxa de transferência de calor e taxa de transferência de massa na interface entre fases em um sistema fluido é um dos grandes objetivos de um engenheiro. Em geral, deseja-se determinar a transferência entre uma interface sólido-fluido, onde o fluido encontra-se em movimento em relação a superfície sólida estacionária, mas também existem aplicações onde a interface é entre um líquido e um gás. Se o fluido estiver em repouso, o problema torna-se ou um simples problema de condução de calor onde existe um gradiente de temperatura normal a interface (superfície), ou um simples problema de difusão de massa onde existe um gradiente de concentração de massa normal a superfície. Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio 5 Comentários Contudo, se houver movimento de fluido, haverá transporte de energia e massa por gradientes potenciais e pelo movimento do fluido propriamente dito. Este complexo processo de transporte é chamado de convecção. Este é o foco do presente curso O maior desafio para resolver um problema de convecção, consiste em analisar uma situação que envolve uma combinação da transferência de calor, transferência de massa e reações químicas. Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio 6 Propriedades dos Fluidos Matéria é formada por moléculas em movimento, colidindo. As propriedades de matérias estão relacionadas com o comportamento molecular Pressão (P): resultante da colisão das moléculas com as Força N paredes do recipiente P Pa área m 2 Densidade (r): relaciona-se com a ocupação da matéria 1 m 3 n m r kg Volume específico (n): relaciona-se com a ocupação da matéria Densidade relativa (d): razão entre a densidade da substância e a densidade da água (adimensional) Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio kg 3 m m r d r r H 2O 7 Fluidos Líquidos: força coesiva entre moléculas é forte. Possui superfície livre Gases: força coesiva entre moléculas é fraca. Ocupa todo recipiente. Temperatura (T): é uma medida da energia cinética das moléculas. Medida relativa T (oC, oF) ou absoluta T (K, R) Igualdade de temperatura equilíbrio térmico Viscosidade absoluta(m): razão entre a tensão cisalhante(t) t e a taxa de deformação ( ) m Viscosidade cinemática (u) Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio m u r 8 Para entender o comportamento da matéria seria necessário considerar cada molécula, conhecendo a história de cada uma, velocidade, aceleração e modos de iteração. Isto é inviável sem um tratamento estatístico, devido ao elevado número de moléculas. Na maioria das aplicações da engenharia, desejamos estudar uma quantidade de volume de fluido contendo um grande número de moléculas hipótese do contínuo: admite-se que os fluidos são meios contínuos, esquecendo-se da sua estrutura molecular. Para demonstrar o conceito do contínuo, considere a propriedade densidade: Molecular Continuo ex: densidade: r(x,y,z,t) = m/ Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio d* d lim m/ dd* 9 A hipótese do contínuo falha quando as dimensões envolvidas forem da ordem do caminho médio livre entre colisões moleculares: Distância média entre colisões de moléculas do ar nas CNTP: ex. arraste em satélites. A Teoria cinética dos gases trata desta área. 1, 6 x 10-5 cm Conceito do contínuo está associado com o conceito de campo, i.e., todas as grandezas são definidas no espaço e no tempo: Ex: V(r,t); P(r,t); etc. O vetor posição r pode ser escrito em diferentes sistemas de coordenadas: r r x e y e z e Cartesiano: x y z r r r er ( ) z e z Cilíndrico: r r r e Esférico: r ( , ) Não importa qual a partícula que está no ponto em um determinado instante de tempo, mas sim em que condições a partícula que passar pelo ponto naquele instante possui. 10 10 Método Lagrangeano versus Euleriano Método Lagrangiano: As equações de conservação são aplicadas a um sistema arbitrário, o qual pode ser infinitesimal ou finito. A variável física é descrita para um determinada partícula A variável independente é um “rótulo” da partícula, como por exemplo, a coordenada da partícula em um determinado instante de tempo: rP é a posição da partícula P em t = 0 (rP , t ) Esta função descreve como a função da partícula P varia com o tempo Ex: policial seguindo carro 11 Método Lagrangeano versus Euleriano Método Euleriano: As equações de conservação são aplicadas a um volume de controle arbitrário, o qual pode ser infinitesimal ou finito A variável física é descrita em relação a um ponto do espaço Para cada instante t, a partícula em r é uma partícula diferente r é a posição da partícula P em t (r , t ) Esta função descreve a função na posição da partícula P em função do tempo Ex: controlador de tráfego Vamos utilizar a formulação Euleriana, juntamente com o conceito de campo, i.e., todas as propriedades são definidas em função de sua localização no espaço e no tempo 12 Descrição Euleriana ( x, y , z , t ) Derivada total de uma grandeza (pressão, temperatura, velocidade, etc) descreve como a grandeza varia segundo o movimento (= como varia com o tempo para uma determinada partícula d dt dx dy d z d t particula t d t x d t y d t z d t u D Dt t v w u v w x y z taxa de variaçãocom o taxa de variaçãocom o tempo ( posição fixa) tempo devido ao mov. da partícula( variaçãoconvectiva) Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio 13 Vetor Velocidade: V u e x v e y w e z u1 e1 u 2 e2 u 3 e3 u i ei u i ei i Produto entre vetores: escalar A B Ai ei B j e j Ai B j ei e j Ai B j ij Ai Bi Operador gradiente: grad e1 e2 e3 ei x1 x2 x3 xi Operador Divergente: Aj Aj Ai div A A ei e j Aj ei e j ij xi xi xi xi Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio 14 Derivada Material D V Dt t ou D ui Dt t xi Deseja-se medir variação da pressão com o tempo, em três situações diferentes: 1 - Estação Metereológica p=p(t) 2 - Avião com velocidade Va ua i va j wa k dp p t dt Va dp p dt p dx p dy p dz p p p p u v w t dt x dt y dt z dt t x a y a z a dt 3 - Balão sem propulsão, se deslocando com a velocidade do ar, do fluido, com velocidade V u i v j w k p p p Dp dp p dt p dx p dy p dz p p u v w V p y z t dt t dt x dt y dt z dt t x D t 15 Aceleração: DV V a Dt t V V aceleração local temporal aceleração convectiva u e DV V u a V V k k u i ei e j (u k e k ) k e k u i ij (u k e k ) Dt t t t xj xj uk ek u a k e k k e k u i e k u i u k t xi xi Em coordenadas cartesianas: V ui v j wk , a axi a y j az k Du u u u u u ax V u u v w Dt t t x y z Dv v v v v v ay V v u v w Dt t t x y z Dw w w w w az V w u w v w Dt t t x y z y ej ej ei ei x 16 Aceleração: a k ek DV V a V V Dt t uk ek uk e k u i e k u i u k t xi xi Em coordenadas cilíndricas: V u r e r u e u z e z , a a r e r a e a z e z y er e e r er x 2 u Dur ur u ur ur ur ar V u r r u r u uz Dt t t r r z r Du u u u u u u r u a V u ur u uz Dt t t r r z r Du z u z u u uz u az V u z z u r z u uz z Dt t t r r z 17 Fluidos em Movimento O escoamento dos fluidos é determinado a partir do conhecimento da velocidade em cada ponto do escoamento, isto é, a partir do campo das diversas grandezas relevantes. Tipos de Campos: Campo escalar: massa específica: r(r ,t); temperatura: T(r ,t); pressão p(r ,t) Campo vetorial: velocidade: V(r ,t); aceleração: a(r ,t); força F(r ,t) Campo Tensorial: tensão: s(r ,t); gradiente de velocidade: V(r ,t); taxa de deformação D(r ,t) Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio 18 Equações Governantes da Mecânica massa quantidade movimento linear (2ª. Lei de Newton) quantidade de movimento angular energia (1ª. Lei da termodinâmica) massa de espécies químicas entropia Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio 19 Equações constitutivas: Difusão de calor: lei de Fourier, Difusão de massa: lei de Fick Difusão de quantidade de movimento: lei da viscosidade de Newton, Transferência de calor por convecção: lei de Newton, Transferência de calor por radiação: lei de StefanBoltzman Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio 20 Modos de transferência de calor Condução: • Modo de transferência de calor em sólidos ou fluidos em repouso Lei de Fourier: fornece a taxa de transferência de calor por condução T1 > T2 calor irá de T1 T2 qx = taxa de calor que cruza a área A (Watt ou Btu/h) T2 T1 q”x T T x qx k A x qx A k = condutividade qx térmica [W /(K m)] fluxo de calor (W/m2) qx qx A L x Area A Lei de Fourier Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio q Κ grad T 21 Condução: q Κ grad T Κ T • Lei de Fourier: • K= tensor condutividade térmica q qx i qy j qz k T T T T i j k x y z T T T qx k xx k xy k xz x y z T T T qz k zx k zy k zz x y z T T T qy k yx k yy k yz x y z devido a simetria: kxy = kyx ; kxz = kzx ; kyz = kzy Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio 22 Condução: q Κ grad T Κ T • Lei de Fourier: K= tensor condutividade térmica o K é uma propriedade do material e depende de: temperatura, T densidade (gases, material sinterizado) direção (materiais anisotrópicos). o Para materiais isotrópicos: kxy = kxz = kyz = 0 em geral kxx = kyy = kzz=k T qx k x qy k T y qz k Forma geral da Lei de Fourier isotrópica Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio T z q k T 23 Modos de transferência de calor Convecção • é o processo de transferência de calor efetuado pelo escoamento de fluidos (transferência de calor + escoamento de fluidos) • É composto por dois mecanismos: • Difusão (movimento molecular aleatório) • Advecção: (energia transferida devido ao movimento macroscópico de mistura do fluido) Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio 25 Convecção q h As (Ts T ) Lei de Newton: taxa de calor que cruza a superfície: h = coeficiente de transferência de calor ou coeficiente de filme de transferência de calor fluxo de calor q q As Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio em y = 0, u = 0 qc qk k T y fluido y 0 Classificação da convecção • Convecção forçada: movimento do fluido é causado por agentes externos (bombas, ventiladores, movimento de um veículo, etc.) • Convecção natural: movimento do fluido ocorre devido a campos externos como o gravitacional (forças de empuxo), agindo no gradiente de densidade induzido pelo próprio processo de transporte (de massa ou energia). • Convecção mista: natural + forçada • Evaporação/Condensação: casos especiais de convecção, onde a energia é transferida na forma de calor latente. Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio Convecção Lei de Newton de resfriamento: fornece a taxa de transferência de calor por convecção q"= h(Ts - T¥ ) h - coeficiente de troca de calor por convecção (W/m2K) Ts - temperatura da superfície T - temperatura do fluido Exemplo: Em convecção natural, har 10 W/m2K e hágua 100 W/m2K q”água > q”ar (i.e., para um mesmo intervalo de tempo, um corpo na água perde mais calor do que um no ar) Ordem de grandeza de h (W/m2K): Convecção natural: gases - 2 a 25 líquidos - 50 a 1000 Convecção forçada: gases - 25 a 250 líquidos - 50 a 20000 Convecção com mudança de fase: 2500 a 100000 Tar=20 0C Tágua=20 0C 27 Modos de transferência de calor Radiação • Todo corpo (sólido, líquido ou gás) com temperatura acima do zero absoluto, emite energia (ondas eletromagnéticas com velocidade da luz). • Não é necessário um meio material para a propagação de energia. Lei de Steffan-Boltzman: Fluxo máximo de radiação que pode ser emitida por uma superfície corpo negro: q" s Ts4 s=5,67×10-8 W/(m2K4) → constante de Stefan Boltzmann T em temperatura absoluta Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio Radiação Radiação incidente: q"inc q"ref q"trans q"abs 1 q"ref q"inc q"trans q"abs q"inc q"inc • a → absortividade, 0≤ a≤1 (fração da energia absorvida) • r → refletividade, 0≤ r≤1 (fração da energia refletida) • t → transmissividade, 0≤ t≤1 (fração da energia transmitida) → Conservação de energia: art1 Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio Radiação Emissão de corpo real: q" e s Ts4 e → emissividade, 0≤ e≤1 corpo cinza: ea(Lei de Kirchhoff) troca de calor entre duas superfícies q12 A2 12 s (T14 T24 ) 12 = fator de forma ou fator de configuração, depende: - propriedades - geometria (como as superfícies se enxergam) – Aplicações: espaçonaves, câmaras de combustão; coletor solar Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio 31 Difusão de Massa Lei de Fick: Modo de transferência de massa difusivo w1 (x) > w1 (x+dx) Por exemplo: hidrogênio se difunde através de uma camada estagnada de oxigênio M 1x taxa de difusão da espécie 1 que cruza a área A (kg/s) fluxo de difusivo de massa [kg/(sm2)] w1 M 1x r D12 A x rr1 r2 = massa específica total M 1x m 1x A D12 = difusividade de massa da espécie 1 na espécie 2 r w1 1 r Fração em massa da espécie 1 Lei de Fick para difusão binária: Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio r D12 w1 m 31 Difusão de calor e massa para fluidos binários: • Para um fluido puro em regime permanente, as taxas na qual calor e massa se difundem em relação a velocidade média baseada na massa podem ser determinados com precisão como sendo proporcionais aos gradientes de temperatura e de fração em massa, respectivamente. • Se os gradientes forem muito grandes, as relações lineares perdem precisão. Da mesma forma, se o fluido está sujeito simultaneamente a difusão tanto de calor como de massa, os dois fluxos influenciam um ou outro, de tal forma que podem ser previstos por uma combinação linear dos forçamentos dados pelos gradientes de temperatura e fração em massa. Esta interdependência é devido ao movimento das partículas que transferem massa, mas também transferem energia e vice-versa. Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio 32 • Expressões gerais para um fluido com multi-componentes são muito complexas, mas para o caso de um fluido binários, os fluxos difusivos de calor e massa podem ser dados por q R T M 2 a k T (H1 H 2 m 1 m 1 M1 M 2 conduçãode convecção termo difusão efeito Dufour • onde H1 e H2 são as entalpias específicas de cada espécies, M1, M2 são as massas moleculares de cada espécie e M é a massa molecular da mistura. R é a constante do gás e a é o fator de difusão térmica. • O termo de convecção interdifusiva é normalmente desprezível. Indica que a transferência de massa difusiva induz a um fluxo de energia, mesmo quando o fluxo líquido difusivo é nulo, mas as partículas de massa das diferentes espécies carregam quantidades diferentes de energia a mesma temperatura. • O termo de difusão chamado efeito de Dufour (descoberto por Dufour em 1873) indica que o fluxo de massa difusiva induz a um fluxo de energia e depende do fator de difusão térmica a. Este termo, também é normalmente desprezado, porém pode ser importante quando, por exemplo, hélio é soprado através de uma superfície porosa em uma corrente de gás quente, com o objetivo de proteger a superfície do gás quente. Fourier Prof. Angela Nieckele, PUC-Rio interdifusiva 33 Fluxo de massa ( r w1 w2 D12 a M M D w M M w w D m 1 r D12 w1 1 2 12 1 p 1 2 1 2 12 B1 B2 T p RT T difusão de Fick difusão de pressão onde p é a pressão e B1 e B2 difusão de força de corpo difusão térmica efeito de Soret são forças de corpo • O termo de difusão de pressão indica que o movimento líquido da espécie 1 pode ocorrer se um gradiente de pressão é imposto. Apesar de ser normalmente desprezado, pode ser importante em escoamentos com rotação (swirl) onde altíssimos gradientes de pressão podem ser encontrados, como é o caso de centrífugas • O termo de difusão de força de corpo é diferente de zero somente quando forças de corpo diferentes atuam nos dois componentes. Isso pode ocorrer na tecnologia de plasma, onde o fluido interage com forças elétricas e magnéticas e em sistemas ionizados. Se o campo gravitacional for o único responsável pelas forças de corpo, então o termo de difusão de força de corpo desaparece. • O termo de difusão térmica, chamado de efeito Soret, descreve a tendência de uma espécie de massa difundir na presença de um imposto gradiente de temperatura, e é desprezível a menos que o gradiente encontrado seja muito grande. Este efeito tem sido utilizado na separação de isótopos na coluna de Clusius-Dickel, a qual combina convecção para alcançar a separação. 34 Lei de Newton de viscosidade fluido Newtoniano Força Fext Fyx m As u y u t yx m Tensão A y m = viscosidade absoluta ou viscosidade dinâmica, propriedade do fluido Fyx Lei de Newton: O tensor extra é proporcional a taxa de deformação do elemento de fluido (deformação linear, angular e taxa de compressão ou expansão): 35 Vetor tensão O vetor tensão tn é a força de contato por unidade de área que um material dentro de (t) faz no material fora de (t). Hipótese de Cauchy: tn = tn (n) A dependência de tn em n pode ser obtida através de um balanço de forças em um tetraedro com a altura h 0. F 0 t n dA t x dA(n e x ) t y dA(n e y ) t z dA(n e z ) 0 ez Da 3ª. Lei de Newton tn t x t x ; t y t y ; t z t z então ey ex t n t x (n e x ) t y (n e y ) t z (n e z ) n t x e x t y e y t z e z n σ 36 Tensor tensão sé o tensor tensão: σ t x e x t y e y t z e z Note que: t x e x [e x t x ] e y [e y t x ] e z [e z t x ] ez tz ey ex t y e x [e x t y ] e y [e y t y ] e z [e z t y ] t z e x [e x t z ] e y [e y t z ] e z [e z t z ] Então substituindo as tensões nos planos perpendiculares as direções x, y e z, tem-se σ e x e x [e x t x ] e x e y [e y t x ] e x e z [e z t x ] ez e y e x [e x t y ] e y e y [e y t y ] e y e z [e z t y ] e z e x [e x t z ] e z e y [e y t z ] e z e z [e z t z ] A matriz s e x t x σ e x t y e t x z e ytx e yt y eytz ez tx ez t y ez tz tz t-x ty t-y ex t-z tx 37 ey Tensor tensão Definindo s xx e x t x ; s xy e y t x ; o tensor tensão sé : s xx s xy σ s yx s yy s zx s zy s xz e z t x ; etc s xz s yz s zz Substituindo as tensões nos planos perpendiculares as y direções x, y e z, tem-se s yy s yz 1º subscrito indica a superfície do cubo na qual a tensão atua, enquanto que o 2º índice indica a direção da tensão s zy s yx s xy s xx s xz s zz s zx x z 38 Fluido em repouso:Compressão isotrópica: 0 P 0 σ 0 P 0 0 0 P 1 0 0 P 0 1 0 P I 0 0 1 y I é a matriz identidade, que também pode ser representada pelo operador delta de kronecker s xx P s yy P s zz P s xx P x ij 1 se i j 0 se i j z s zz P s yy P 39 Fluido em movimento: Surge uma tensão adicional: s PI t,onde té o tensor extratensão (tensão de tensões viscosas) t xx τ t yx t zx y t xy t xz t yy t zy t zy t zz s yy P t yy s yz t yz s zy t zy s yx t yx s xy t xy s xz t xz s zz P t zz s zx t zx s xx P t xx x z 40 =du t =(u/y)yt Taxa de deformação angular: dv t du t yx a tan a tan x y yx lim t 0 yx t u (y) v u 2 D yx x y =dv t =(v/x)xt v (x) Taxa de deformação linear: xx du t x xx u D xx x t 0 t =dv t =(v/y)yt u (y) v (y) =du t =(u/x)xt xx lim Taxa de deformação volumétrica: u v w V xx yy zz x y z u (x) 41 Taxa de Deformação: D u x 1 u v D 2 y x 1 u w 2 z x 1 v u 2 x y v y 1 v w 2 z y 1 w u 2 x z 1 w v 2 y z w z Diagonal: taxa de deformação linear do elemento de fluido Fora da diagonal: taxa de deformação angular do elemento de fluido 42 Gradiente de Velocidade: v Em coordenadas cartesianas: dr = ex dx + ey dy + ez dz e v = ex u + ey v + ez w 2 T [grad V (grad V ) ] div V I 3 x (u grad V V y z u x v T (grad V ) x w x u y v y w y u z v z w z u x u w y u z v ; v x v y v z 1 I ij 0 0 dv=dr•v w x w y w z 0 1 0 0 0 1 43 Taxa de Deformação: D u x 1 u v D 2 y x 1 u w 2 z x 1 v u 2 x y v y 1 v w 2 z y 1 w u 2 x z 1 w v 2 y z w z T 1 D V ( V ) 2 1 T T 1 V V ( V ) V ( V ) 2 2 taxa de deformação vorticidade 44 Taxa de rotação: dv t du t 1 1 yx (a (tan a tan 2 2 x y yx lim t 0 yx t 1u v W yx w z 2 y x =du t=(u/y)yt u (y) =-dv t =-(v/x)xt v (x) 45 Vorticidade: W 1 T T 1 V V ( V ) V ( V ) 2 2 taxa de deformação vorticidade 1 W 2 Vorticidade 0 1 u v W 2 y x 1 u w 2 z x 1 v u 2 x y 0 1 v w 2 z y V ( V )T 1 w u 2 x z 0 1 w v w z 2 y z w y 0 wz 0 wx wy wx 0 wx, wy e wz são taxas de rotação médias (velocidades angulares) w = ex wx+ ey wy+ ez wz vetor vorticidade 46 Lei de Newton de viscosidade O tensor extra é proporcional a taxa de deformação do elemento de fluido (deformação linear, angular e taxa de compressão ou expansão): 2 τ 2 m D m V I 3 onde Viscosidade: 1 D 2 V ( V )T m l – 2/3 m : segundo coeficiente de viscosidade : primeiro coeficiente de viscosidade molecular, viscosidade absoluta ou viscosidade dinâmica l 0: para escoamento de fluido incompressível : viscosidade global em geral 0para escoamentos compressíveis, com exceção de escoamento com ondas de choque e explosões 47 Lei de Newton em coordenadas cilíndricas t r t r t rz t zr u u m r z r z t z t z u u r u m r r r u u z m r z , , , u r 2 m V t rr 2m r 3 t u u r 2 m V 2m r r 3 t zz u z 2 m V 2m 3 z notação indicial uj ui 2 m u k ij t ij m xj xk 3 x i 48 Fenômenos de Transporte k (r cp T rh T a x r cp x x Lei de Fourier: qx k Lei de Fick: w1 (r w1 M 1x r D12 D12 x x Lei de Newton de viscosidade: t m u m (r u u y r y (r u y akrcp = difusividade térmica, u = mr= viscosidade cinemática Razão entre difusividades: No. de Prandtl Pr No. de Schmidt Sc No. de Lewis Le u difusivida de de quantidade de movimento a difusivida de térmica u D12 D12 a difusivida de de difusivida de da difusivida de quantidade espécie 1 de movimento na espécie 2 da espécie 1 na difusivida de térmica espécie 2 Le = Pr/Sc 49 Tipos de Escoamento Regime permanente: V = V(r ); isto é ( ) / t = 0 Regime transiente: V=V(r ,t) Caso geral: ( ) / t ≠ 0 Escoamento uniforme: a velocidade é a mesma em qualquer ponto do escoamento Escoamento não uniforme: a velocidade varia de ponto para ponto do escoamento 50 Dimensão Uni-dimensional: v depende somente de uma coordenada espacial Bi-dimensional: v depende somente de duas coordenadas espaciais Tri-dimensional: v depende das três coordenadas espaciais, caso geral. Fluido perfeito, sem viscosidade: t ≈ 0 ( 0 ) Fluido viscoso : t≠ 0 Caracterização dos Fluidos quanto ao seu comportamento sob esforços normais compressivos: Compressíveis: quando há variação apreciável de volumes devido à compressão. Gases em geral se comportam assim. r ≠ constante (M>0,3), onde M= V/c é o número de Mach; c = velocidade do som Incompressíveis: quando a variação do volume é pequena para grandes compressões. A maioria dos líquidos se comporta desta forma. r≈ constante 52 Regime de Escoamento: Escoamento laminar: movimento regular Escoamento Turbulento: aparecem turbilhões no escoamento, causando um movimento de mistura. O turbilhamento provoca um regime não permanente. Porém o tempo característico de flutuação turbulenta < < escala de tempo que define o regime permanente ou transiente •Se o escoamento é laminar, eventuais perturbações serão amortecidas e desaparecerão (Fig. a). Durante a transição, picos esporádicos de turbulência surgirão (Fig. b). Durante o regime turbulento, o escoamento flutuará continuamente (Fig. c). 53 Experiência de Reynolds Laminar: filamento de corante não se mistura Turbulento: o corante mistura rapidamente O escoamento turbulento ocorre a altas velocidades. A transição é caracterizada pelo no. de Reynolds rV D Re m Reynolds altos esc. turbulento Reynolds baixo esc. laminar 54