ANÁLISE DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL E FINANCEIRA A análise da situação patrimonial e financeira que se segue, sintetiza os resultados atingidos pela Câmara Municipal de Espinho em 31 de Dezembro de 2008. 1 - BALANÇO O Balanço é uma fonte de informação crucial, não só para a própria Autarquia, mas para todos os que com ela se relacionam (nomeadamente, os munícipes e fornecedores, entre outros), podendo dar uma visão da actividade desenvolvida através da comparação de Balanços sucessivos, na medida em que permite analisar a evolução das rubricas que o integram e que afectam a rendibilidade e a situação patrimonial da Autarquia. 1.1 – Aplicação de Fundos Aplicações de Fundos Bens de Domínio Público (em curso) 2007 (€) 2008 (€) 63.838.388,19 58.883.303,45 793.785,58 800.134,29 68.806.004,57 71.372.752,21 Investimentos Financeiros 700.216,47 700.216,47 Existências 177.453,07 240.120,10 Dívidas de Terceiros 112.080,64 1.450.065,93 Disponibilidades 341.997,31 393.466,48 Acréscimos e Diferimentos 13.830,78 3.946.445,76 Total 134.783.756,61 137.786.504,69 Imobilizado Incorpóreo Imobilizado Corpóreo Da leitura deste quadro pode-se concluir que o montante das aplicações de fundos aumentou, o que se ficou a dever, sobretudo, ao aumento dos acréscimos e diferimentos. 1.2 – Origens de Fundos 2007 (€) Origens de Fundos 2008 (€) Fundos Próprios 88.219.887,09 86.711.716,04 Dívidas médio/longo prazo 27.714.131,36 29.129.794,55 Dívidas curto prazo 8.890.041,41 9.686.436,30 Acréscimos e Diferimentos 9.959.696,75 12.258.557,80 Total 134.783.756,61 137.786.504,69 No que se refere às origens, ou seja, recursos de que a Autarquia dispõe para fazer face às aplicações, observa-se que, houve um ligeiro aumento das dívidas de médio e longo prazo e dos acréscimos e diferimentos. Concluindo, pode-se afirmar que, tanto as aplicações, como as origens de fundos, têm vindo a aumentar, observando-se a regra do equilíbrio do Balanço. 2 – DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS A Demonstração de Resultados pode ser considerada o “espelho” da actividade da Autarquia, permitindo identificar as rubricas com maior peso na estrutura de custos e proveitos. Os resultados alcançados no exercício em análise, encontram-se patentes no quadro que a seguir se apresenta. Resultados Resultados Operacionais Resultados Financeiros Resultados Correntes Resultados Extraordinários Resultado Líquido do Exercício Valor (€) -4.404.191,98 € -72.927,58 € -4.477.119,56 € -972.452,71 € -5.449.572,27 € Pela observância do gráfico, facilmente se observa que, no ano de 2008 houve um aumento substancial do resultado líquido do exercício. Para tal, muito contribuiu a diminuição do valor dos proveitos, tal como se poderá constatar pela explicação dada no ponto 2.1.2 – Resultados Financeiros. Resultado Líquido do exercicio 0,00 -1.000.000,00 -2.000.000,00 -3.000.000,00 -4.000.000,00 -4.232.325,83 -4.276.346,07 -5.000.000,00 -5.449.572,27 -6.000.000,00 -7.000.000,00 -6.864.390,95 -8.000.000,00 2005 2006 2007 2008 2.1 – Resultados 2.1.1 – Resultados Operacionais Custos Operacionais Valor % Proveitos Operacionais Valor % 646.206,49 € 2,80% Vendas e Prestação de Serviços 3.470.259,46 € 17,40% Fornecimentos e Serviços Externos 6.270.605,82 € 27,13% Impostos e Taxas 9.072.335,12 € 45,48% Custos com Pessoal 8.425.476,40 € 36,45% Proveitos Suplementares Transferências e Sub. Correntes Concedidos 2.881.502,84 € 12,46% Transferências e Subsídios Obtidos 7.639.008,28 € 38,30% Amortizações 6.286.312,58 € 27,19% Trabalhos para a Própria Entidade 0,00% 70.692,64 € 0,31% Variação da Produção 0,00% 4.998,07 € 0,02% Outros Proveitos e Ganhos Operacionais 0,00% Custos Merc.Vendidas e Mat. Consumidas (CMVMC) Provisões Outros Custos e Perdas Operacionais Total 24.585.794,84 € 106,35% Total 0,00% 20.181.602,86 € 101,18% Da leitura deste quadro pode-se concluir que a rubrica com maior peso no total dos custos operacionais é a de custos com pessoal seguida das amortizações. Os proveitos e ganhos operacionais são maioritariamente compostos pelos impostos e taxas, nomeadamente, IMT, SISA, Contribuição Autárquica e taxas de loteamentos e obras, bem como pelas transferências obtidas, de onde se destacam os fundos municipais previstos no Orçamento de Estado. 2.1.2 – Resultados Financeiros Custos e Perdas Financeiras (€) 627.459,45 Proveitos e Ganhos Financeiros (€) 554.531,87 Como se pode observar pelo quadro supra citado, os proveitos não são suficientes para cobrir os custos. Esta tendência foi influenciada pelos juros da aquisição, através de leasing, de 4 viaturas de resíduos sólidos e 7 viaturas ligeiras mistas. 2.1.3 – Resultados extraordinários Custos e Perdas Extraordinarios (€) 1.362.864,47 Proveitos e Ganhos Extraordinarios (€) 390.411,76 No exercício em estudo, os resultados extraordinários apresentam um valor bastante negativo, em virtude do elevado montante das transferências de capital que a Autarquia concedeu, especialmente para a Administração Publica que engloba as Freguesias, as Instituições Particulares e as Empresas Publicas, Municipais e Intermunicipais. De facto, as referidas transferências de capital, têm evoluído significativamente ao longo dos anos, como se pode constatar no gráfico seguinte. Tansferências para Freguesias e Instituições 1.000.000,00 900.000,00 936.919,85 885.695,92 800.000,00 700.000,00 669.144,16 600.000,00 500.000,00 422.487,50 400.000,00 300.000,00 633.103,57 522.241,06 421.986,50 428.486,50 341.097,91 224.437,50 200.000,00 155.550,00 116.662,50 100.000,00 0,00 2005 2006 Freguesias 2007 Out ras Inst . Inst . s/ f ins lucrat . 2008 3 – ESTRUTURA DA DÍVIDA DE E A TERCEIROS Relativamente à estrutura da Dívida de Terceiros de curto prazo podemos destacar os utentes c/c com 410.247,49€, referente a créditos sobre os utilizadores dos diversos serviços autárquicos, em especial a água, saneamento e resíduos sólidos, assim como, Outros Devedores com 971.205,56 € [251.200,03 € (FEDER) da Ampliação da Escola EB1/JI Espinho 2 e 720.005,53 € do Instituto Turismo no âmbito da Zona de Jogo. Seguem-se os clientes, contribuintes e utentes de cobrança duvidosa, para os quais foram criadas provisões em virtude de rendas da habitação social em atraso. De terceiros A terceiros valor valor 0,00 € Dividas a terceiros-médio e longo prazo Dividas de terceiros - médio e longo prazo: Dividas de terceiros - curto prazo: Empréstimos de m.l.prazos 12.636.523,20 € Outros credores de m.l.prazos 16.493.271,35 € Dividas a terceiros-curto prazo 27.585,29 € Fornecedores c/c Contribuintes c/c 2.996.869,47 € 410.247,49 € Fornecedores de imobilizado c/c Utentes c/c Client., contrib. e utentes de cobr. duvid. Estado e outros entes públicos 33.847,02 € Estado e outros entes públicos 140.640,36 € 7.180,57 € Outros credores 3.405.511,46 € 971.205,56 € Clientes e utentes c/ caução Outros Devedores 56.342,96 € 178.288,45 € Fornec. imobilizado c/ caução 1.450.065,93 € Total 2.908.783,60 € 38.816.230,85 € Total Na Divida a Terceiros de Médio e Longo Prazos destacam-se os Outros Credores com 16.493.271,35€. Os empréstimos bancários totalizam 12.636.523,20€ e foram aplicados, essencialmente, em construção de habitações sociais e em projectos co-financiados por fundos comunitários. Dívida a Terceiros Dívidas de Terceiros Contribuintes c/c 1.200.000 € 1.000.000 € 18.000.000 € 16.000.000 € Utentes c/c 14.000.000 € 12.000.000 € 800.000 € 600.000 € Client., contrib. e utentes de cobr. duvid. Empréstimos de m.l.prazos 10.000.000 € Outros credores de m.l.prazos Fornecedores c/c Fornecedores de imobilizado c/c Estado e outros entes públicos 8.000.000 € Outros credores 400.000 € Estado e outros entes públicos 6.000.000 € 4.000.000 € 200.000 € 0€ Outros Devedores 2.000.000 € 0€ Clientes e utentes c/ caução Fornec. imobilizado c/ caução Relativamente às Dívidas a Terceiros de curto prazo, são de salientar as dívidas aos fornecedores de imobilizado c/c, nomeadamente a Link, Pereira & Soares, FDO, José Reis e Silarba. Das dívidas aos fornecedores c/c, que totalizam um valor de 2.996.869,47€, são de destacar a ADCE, Lipor, SIMRIA, EDP e Águas do Douro e Paiva. Para uma melhor compreensão desta estrutura de dívidas de e a terceiros, é de realçar que as verbas relativas a comparticipações (do QCA e/ou das cooperações técnicas e financeiras, e ainda do PIDDAC), são contabilizadas após o Pedido de Pagamento.