18 a Aula 2006.10.23 AMIV ! " # $ %'& " $ ( " ! " ) * " + 18.1 Equações lineares As equações lineares de primeira ordem (escalares) são da forma: dy + a (t) y = b (t) , dt onde são dadas as funções a (t) e b (t), procurando-se a função y (t). Geralmente, a um problema que envolva uma EDO, está associada uma condição inicial y (t, ) = y, . Ao problema de resolver uma EDO com uma condição inicial chamamos problema de valor inicial (PVI). Vamos agora resolver dois casos triviais da equação linear. A funções a (t) e b (t) supõem-se continuas num determinado intervalo I, pelo que têm primitiva no mesmo intervalo e podem, portanto, ser integradas em qualquer subintervalo de I. 18.1.1 Caso a (t) = 0. Neste caso o problema resume-se a uma simples primitivação: dy = b (t) , dt y (t) = b (s) ds + y, . -. Exemplo 18.1 O seguinte PVI tem como solução 1 dy -0 = e/ dt y (0) = 1 y (t) = - 0 e /'2 ds. , 3 465 7 8:9 ; <>=? :8 ; <HG I JK7 JHLMI N O P I Q Q ; <HI R I S J I 8 G L PQ T JMO R I Q U:JHL QVI 8 W < 8 G P L X Q IMY I Z T Y L JMI 8 G [ I G L \:I R L Y L A B L C R D:^ _E F `< Y I JM< QVW < 8 G 7:Y <SI N O P T JST PaI Q G L[5 7 :8 9 ; <MI JbG I JM< QaY I[Q c P T I QVY IO:< G d 8:W T L Q e ] Y T Q G P T \ 7 T 9 ; <S8:< @P JM f ? @ e B C D E Fhg g f ? k k l Frl l f ? Frl E F V g E F @l i m j @ n op q s't l i m j @ n o[p q @ 's t k lvu r l l i m j @ n op q s't n x sMiy w p q z 18 AULA 2006.10.23 AMIV 18.1.2 ! # $ ! % " " & 2 Caso b (t) = 0. (lineares homogéneas) dy + a (t) y = 0, (18.1) dt Se y' = 0, temos uma solução trivial y (t) ≡ 0. Pelo que no que se segue supõe-se y' = 0 (pelo que y (t) = 0 pelo menos para valores de t numa vizinhança de t' ). Dividindo a equação por y obtemos 1 dy = −a (t) , y dt ou seja d log |y| = −a (t) . dt Por primitivação vem ( log |y (t)| = − e exponenciando sai () a (s) ds + log |y' | , + , y (t) = ±y' e * , )- . / 0 1 / , + , podemos então concluir que se y' = 0, então y (t) não se anula nunca porque e * , )- . / 0 1 / = 0. Usando novamente a condição inicial obtemos + , y (t) = y' e * , )2- . / 0 1 / . directa). Por outro Note-se que esta formula é ainda válida no caso+ y, ' = 0 (por verificação ( + , 3 3 lado se y (t) tem esta forma, então y 3 (t) = y' e * , )- . / 0 1 / = y' e * , )- . / 0 1 / − ( ) a (s) ds = + , −a (t) y' e * , ) - . / 0 1 / = −a (t) y (t). Ou seja, uma função y (t) é solução de (18.1) sse tem a forma onde K é uma constante arbitrária. y (t) = Ke * + - .(0 1 (, Exemplo 18.2 Considerando o seguinte problema de valor inicial ẏ + cos t y = 0 , y (0) = 1 temos portanto a solução é y (t) = K e * +54 6 7 ( ( 789 ( 1 = K e* , 1 = y (0) = K, y (t) = e * 789 ( Mudando a condição inicial para y (0) = 0 obteríamos y (t) = 0, ∀t. Considerando a condição inicial y (2) = 3, obteríamos 7 8 9 ( 7 8 9;: 7 8 92: 789 ( 0 = 3e e* . y (t) = 3e * . * 18 AULA 2006.10.23 AMIV 18.1.3 ! # $ ! % " " & 3 Factor de integração Consideremos agora o caso geral dy + a (t) y = b (t) , y (t' ) = y' . dt + ' (= 0) (factor de integração) * : Multiplique-se (18.2) por µ (t) = e ' ( - . ) 0 1 ) µ mas dµ = a (t) µ , donde dt (18.2) dy + a (t) µy = µ (t) b (t) , dt dy dµ + y = µ (t) b (t) dt dt e, de acordo com a regra de derivação do produto, Integrando entre t' e t, vem µ d (µy) = µ (t) b (t) . dt µ (t) y (t) − µ (t' ) y (t' ) = ( (( µ (s) b (s) ds, e como µ (t ' ) = 1 e y (t' ) = y' , obtem-se Mas + + µ (s) =e '( - .) 01 ) µ (t) 18.1.4 Solução ( y' µ (s) + b (s) ds. y (t) = ( ( µ (t) µ (t) + ' + ' e , ' ( - . ) 0 1 ) = e , + - . ) 0 1 ) , donde: ( + ' ' ( . ) 0 1 ) y (t) = y' e , + (( + ' e , + - . ) 0 1 ) b (s) ds Teorema 18.1 Seja I um intervalo aberto de R e a (t) e b (t) duas funções contínuas em I. Então o problema dy + a (t) y = b (t) , y (t' ) = y' . dt tem uma única solução dada por ( + ' + ' ' 2 ( . ) 0 1 ) y (t) = y' e , + e , +;- . ) 0 1 ) b (s) ds (( que está definida em todo o intervalo I e é de classe C - . . /10 232 4 5 6 7 837 8 9 : 9 ; < 4 8 = 7 8 < 2 7 > 7 ? 8 7@0 23> 7 5 7 8BAC7D7 EF> 7 5G 7AH I JK 7 DH I J= 2 7 8 @7 < 9 ; > 4 E7 L 9 7 M 18 AULA 2006.10.23 AMIV 18.1.5 ! # $ ! % " " & 4 Exemplos Exemplo 18.3 Vamos resolver o seguinte PVI: y ' + 2ty = t, com y (0) = 1. Multiplicando a equação por um factor de integração µ, temos µ que é equivalente à equação dy + 2tµy = tµ, dt d (µy) = tµ, (18.3) dt ) dµ se = 2tµ. Então podemos tomar µ = e( . dt Portanto, a relação (18.3) escreve-se ) d ) e( y = te( dt e por integração ) ) e( e( y = + c. 2 ) * * 1 + e ,( De y (0) = 1, obtemos 1 = + +c, donde c = + . A solução pretendida é então y (t) = . 2 dy 1 + y = 1, com y (0) = 0. dt 1 + t Como a equação é linear podemos desde já garantir que o intervalo de definição da solução é ]−1, +∞[, porque a equação não está definida para t = −1 e o instante inicial é t- = 0 ∈ ]−1, +∞[ . Exemplo 18.4 Vamos resolver o seguinte PVI: Multiplicando a equação por um factor de integração µ, temos µ que à equivalente à equação se dy 1 + µy = µ, dt 1 + t d (µy) = µ, dt dµ 1 = µ. Portanto (para t ∈ ]−1, +∞[) dt 1+t .0/ *8 µ = K e / 12 3 ( = K e4 5 6 7 ( 9 = K (1 + t) . Tomemos µ = 1 + t. Então de (18.4) vem e por integração d ((1 + t) y) = 1 + t dt + t (1 + t) y = t + + c. 2 ) t + (+ . De y (0) = 0, obtemos c = 0 e a solução pretendida y (t) = 1+t (18.4)