11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas AVALIAÇÃO DE SUBSTRATOS ALTERNATIVOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE TOMATE CV. DRICA Antonio Carlos Martins dos Santos; Rubens Ribeiro da Silva2 1 Aluno do Curso de Agronomia; Campus de Gurupi; [email protected] PIBIC/UFT Orientador(a) do Curso de Agronomia; Campus de Gurupi; e-mail: [email protected] 2 RESUMO O tomateiro é uma das principais hortaliças consumidas no Brasil, quer seja na forma fresca quanto na forma processada. Segundo o IBGE (2011) a produção brasileira de tomate na safra de 2011 foi de aproximadamente 3,8 milhões de toneladas. Os substratos têm papel fundamental na produção de mudas de qualidade, já que exerce influência na arquitetura do sistema radicular e no estado nutricional das plantas (VALE et al., 2004). Pensando nisso o objetivo do trabalho foi avaliar substratos alternativos para produção de mudas de tomate cv. drica. O experimento foi implantado seguindo um delineamento inteiramente casualizados, com quatro repetições, sendo cada repetição constituída por oito plantas. Os 9 tratamentos foram obtidos em um esquema fatorial com dois fatores (4x2+1); sendo o primeiro fator constituído pelos quatro substratos PlantHort II, PlantHort III, PlantHort IV, Bioplant® e o segundo constituído de dois níveis casca de arroz carbonizada, nas proporções 50% e 75%. Aos 24 dias após a semeadura, foram realizadas avaliações morfológicas como: Número de folhas; Altura da planta; Diâmetro do caule; Comprimento de raiz; Matéria seca parte aérea e Matéria seca da raiz. Observou-se que as mudas produzidas nos substratos à base de PH 2, PH 3, PH 4 apresentam maior desempenho em massa seca de raiz, massa seca da parte aérea, altura e número de folhas, quando comparados com o substrato comercial Bioplant®. Palavras-chave: Drica; PlantHort; casca de arroz carbonizada; Bioplant®. INTRODUÇÃO O tomateiro é uma das principais hortaliças consumidas no Brasil, quer seja na forma fresca quanto na forma processada. Segundo o IBGE (2011) a produção brasileira de tomate na safra de 2011 foi de aproximadamente 3,8 milhões de toneladas. A variedade de tipos e formas desta hortaliça tem aumentado consideravelmente nos últimos anos no mercado brasileiro. Um dos grupos que predomina no mercado de tomates de mesa é o de fruto do tipo Longa Vida. A produção agrícola é altamente dependente de insumos e, nesse contexto, os substratos têm se destacado devido à sua ampla utilização na produção de mudas de hortaliças (SILVEIRA et al., 2002). Atualmente, os substratos orgânicos estão sendo bastante utilizados pelos viveiristas, não só 11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas por atenderem as necessidades dos vegetais como também por serem de baixo custo e, sobretudo por não serem poluentes e assim contribuir para a preservação do meio ambiente. O substrato resultante da fase final do processo de compostagem possui nutrientes tais como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre que são assimilados em maior quantidade pelas raízes. O ferro, zinco, cobre, manganês, boro e outros, também presente no composto que são absorvidos em quantidades menores, e denominados como micronutrientes. Os substratos devem estar livres de fitopatógenos e sementes de plantas indesejáveis, bem como serem compostos por materiais de baixo custo, fácil aquisição (FACHINELLO et al., 2005), longa durabilidade e recicláveis, ou ainda desenvolverem métodos para reaproveitamento e melhoria das condições químicas e físicas do solo. Pensando nisso o objetivo do trabalho foi avaliar substratos alternativos para produção de mudas de tomate cv. drica. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade Federal de Tocantins (UFT), Campus Universitário de Gurupi, localizado na região sul do estado do Tocantins, em altitude de 280 m, na localização de 11°43’45” de latitude e 49°04’07” de longitude. A classificação climática segundo Köppen (1948), o clima regional é do tipo B1wA’a’ úmido com moderada deficiência hídrica. A temperatura média anual é de 29,5 °C, com precipitação anual média de 1804 mm. O experimento foi montado sob casa de vegetação, em bandejas de 128 células. A hortaliça selecionada foi a Solanum lycopersicum cv. Drica sendo escolhida em função da importância na alimentação da sociedade, exploração comercial e importância econômica que utilizam a agricultura como fonte de renda. O experimento foi implantado seguindo um delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições. Os 9 tratamentos foram obtidos em um esquema fatorial com dois fatores (4x2+1); sendo o fator 1: constituído pelos quatro substratos (substrato comercial e substrato alternativo), e o segundo fator: 2 doses de uma mistura formadora de porosidade (casca de arroz). Os 9 tratamentos foram: T1: PH 2 500 CA; T2: PH 2 750 CA; T3 PH 3 500 CA; T4: PH 3 750 CA; T5: PH 4 500 CA; T6: PH 4 750 CA; T7: Bioplant® 500 CA; T8: Bioplant® 750 CA e T9: 100% de CA. 11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas Para a avaliação do desenvolvimento de mudas de tomate sobre diferentes substratos alternativos foram usados como indicadores: Número de folhas; Altura da planta; Diâmetro do caule; Comprimento de raiz; Matéria seca parte aérea e Matéria seca da raiz. Para avaliar as alterações na composição dos substratos alternativos durante o período de formação de mudas de tomate foram usados como indicadores: pH; Condutividade elétrica (24 dias após implantação). A condutividade elétrica (CE) em água na relação 1:5 (SIMARD et al., 1988). O pH em água. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância, testada pelo teste F, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade utilizando o programa Statistica versão 7.0. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os substratos PH 2, PH 3 e PH 4 independentemente da proporção de CA adicionada condicionaram os maiores diâmetros de colo em relação ao substrato Bioplant®, exceto o tratamento 5 composto pela combinação de Ph 4 + 50% CA (Tabela 1). Os substratos PH 3 + 50% CA e PH 4 + 75% CA apresentaram valores superiores em relação aos demais, o que pode indicar um maior aporte nutricional desses substratos. Tabela 1. Diâmetro de colo e comprimento da raiz de mudas de Tomate cv. Drica (Solanum lycopersicum) produzidas apartir de diferentes substratos em sistema de produção orgânica, 24 dias após semeadura, Gurupi-TO, 2012. Substratos T1: PH 2 + 50% CA T2: PH 2 + 75% CA T3: PH 3 + 50% CA T4: PH 3 + 75% CA T5: PH 4 + 50% CA T6: PH 4 + 75% CA T7: Bioplant® + 50% CA T8: Bioplant® + 75% CA T9: 100% de CA Diâmetro de colo (mm) 2,39 bc 2,38 bc 3,02 a 2,25 bc 2,07 cd 2,89 ab 1,72 cd 2,07 cd 1,39 d Comprimento da raiz (cm) 7,37 ab 8,12 a 7,25 ab 8,62 a 5,5 b 8,5 a 6,5 ab 7,12 ab 5,87 b No que se refere ao comprimento de raiz, pôde-se observar um comportamento diferente do indicador anterior, nota-se um incremento nas médias de comprimento das raízes à medida que vai aumentando a proporção de CA nos substratos. Isso se deve provavelmente a uma maior porosidade do substrato ocasionado pela adição da CA. 11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas Tabela 2 – Número de folhas e Altura de plantas de mudas de Tomate cv. Drica (Solanum lycopersicum) produzidas apartir de diferentes substratos alternativos, 24 dias após semeadura, Gurupi-TO 2012. Substratos T1: PH 2 + 50% CA T2: PH 2 + 75% CA T3: PH 3 + 50% CA T4: PH 3 + 75% CA T5: PH 4 + 50% CA T6: PH 4 + 75% CA T7: Bioplant® + 50% CA T8: Bioplant® + 75% CA T9: 100% de CA Nº de folhas 5,0 ab 5,25 a 5,75 a 4,75 ab 5,0 ab 5,5 a 4,0 b 4,0 b 4,0 b Altura de Plantas (cm) 9,0 bc 8,0 cd 11,5 a 8,25 bcd 6,75 de 9,75 b 5,0 fg 5,75 ef 4,0 g Observou-se que o substrato comercial Bioplant® + 50% CA e Bioplant® + 75% CA apresentaram resultados inferiores quando comparados com os tratamentos compostos pelos substratos alternativos PH 2, PH 3 e PH 4, no que se refere à altura de plantas, independentemente da proporção de Casca de Arroz utilizada (Tabela 2). Quanto ao número de folhas foi possível notar que o aumento da proporção de Casca de Arroz (CA), passando de 50% para 75% não reduziu o número de folhas, exceto no tratamento 3 (PH 3 50% CA), o qual foi superior quando comparado com as demais composições (Tabela 2). Tabela 3 – Massa seca de raiz e Massa seca da parte aérea de mudas de Tomate cv. Drica (Solanum lycopersicum) produzidas apartir de diferentes substratos alternativos. Condutividade elétrica e pH dos substratos, 24 dias após semeadura, Gurupi-TO 2012. Substratos T1: PH 2 + 50% CA T2: PH 2 + 75% CA T3: PH 3 + 50% CA T4: PH 3 + 75% CA T5: PH 4 + 50% CA T6: PH 4 + 75% CA T7: Bioplant® + 50% CA T8: Bioplant® + 75% CA T9: 100% de CA Massa Seca Raiz (mg) 30.475a 16.80abc 25.67ab 16.65abc 10.50c 29.30a 8.35c 13.65bc 6.32c Massa Seca Parte Aérea (mg) 47.50bc 34.67bcd 67.40a 29.92cde 27.75de 52.57ab 10.75ef 17.27def 7.82f CE µSm 196,75b 205.50b 263.75b 217.50b 359.75ab 290.75b 580.00a 388.00ab 187.75b pH 6.00c 6.75ab 6.00c 7.00a 6.00c 6.50abc 6.00c 6.25bc 7.00a No que se refere à massa seca de raiz e massa seca da parte aérea foi possível notar que os substratos que continham em sua formulação os tratamentos 1 (PH 2 + 50% CA), 3 (PH 3 + 50% CA), e 6 (PH 4 + 75% CA) apresentaram resultados superiores quando comparados aos demais tratamentos, para ambos parâmetros. 11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas A elevação da condutividade elétrica é uma estimativa do teor de sais presentes em uma solução. No que diz respeito à CE percebe-se que houve diferença significativa do tratamento 7 (Bioplant® + 50% CA) apresentando um resultado superior, quando comparado com os demais tratamentos, no entanto essa maior quantidade de sais não significou um melhor desenvolvimento da muda, constatando pelos parâmetros de diâmetro de colo e comprimento da raiz (Tabela 1), altura de plantas e número de folhas (Tabela 2) e massa seca da parte aérea e da raiz (Tabela 3). Quanto ao pH nota-se que o valor mínimo observado foi 6 (seis) e o máximo 7 (sete), ou seja, à medida que se aumenta a proporção de casca de arroz na composição do substrato independentemente da fonte de substrato utilizada o valor do pH aproxima-se de 7 (sete), tendendo a basicidade, isso se deve provavelmente à liberação de cálcio da casca de arroz após sofrer o processo de carbonização. LITERATURA CITADA FACHINELLO, J.C. HOFFMANN, A.; NACHTIGAL, J.C. Propagação de plantas frutíferas. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2005. 221p. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. LEVANTAMENTO SISTEMÁTICO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA: Pesquisa Mensal de Previsão e Acompanhamento das Safras Agrícolas no Ano Civil. Rio de Janeiro v.24 n.04 p.1-82. Abril/2011. KÖPPEN, W. Climatologia: con un estudio de los climas de la tierra. Fundo de Cultura Econômica. México. 479p. 1948. SILVEIRA, E.B.; RODRIGUES, V.J.L.B; GOMES, A.M.A.; MARIANO, R.L.R.; MESQUITA, J.C.P. Pó de coco como substrato para produção de mudas de tomateiro. Horticultura brasileira, v.20, n.2, p.211-216. 2002. SIMARD, R. R., EVANS, L. J., BARES, T. E. Effects of additions of CaCO3 and P on the soil solution composition of a Podzolic soil. Canadian Journal of Soil Science, Boca Raton: Lewis Publish, v. 68, p.41-52. 1988. VALE, L. S. do; COSTA, J. V. T. da; ANUNCIAÇÃO FILHO, C. J. da; LIMA, R. L. S. de. Efeito de diferentes misturas de substrato e tamanho de recipientes na produção de mudas mamoeiro. In: BARBOSA, J. G.; MARTINEZ, H. E. P.; PEDROSA, M. W. Nutrição e adubação de plantas cultivadas em substrato. Viçosa: UFV, 2004. p. 385. AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT.