Cas 2 Clínico Meningite Nosocomial pós-neurocirurgia Meronem® IV. MS - 1.1618.0056 Farm. Resp.: Dra. Daniela M. Castanho CRF-SP nº 19.097 1622018 - Produzido em Janeiro / 2012 Acerte na primeira escolha! 6 AstraZeneca do Brasil Ltda Rod. Raposo Tavares, km 26,9 06707-000 Cotia / SP - Brasil ACCESS net / SAC 0800-014-55-78 www.astrazeneca.com.br Material destinado à classe médica A persistirem os sintomas, o medico deverá ser consultado. Dr. Carlos Brites CRM 9.765/BA Professor Associado de Infectologia UFBA Chefe do Serviço de Infectologia e Controle de Infecção Hospitalar Hospital Espanhol Salvador, BA Acerte na primeira escolha! 6 Introdução História A meningite bacteriana é sempre um processo infeccioso grave, independentemente do agente envolvido, podendo causar sequelas graves e mesmo a morte dos pacientes acometidos1. O tratamento precoce idealmente deve ser guiado pela identificação do agente etiológico, e pelo seu perfil de sensibilidade aos antibióticos. Além disso, a escolha da droga também deve levar em consideração sua penetração no sistema nervoso central (SNC), espectro de atividade antimicrobiana e tolerabilidade2. M, 65 anos, viúva, parda, deu entrada no hospital, proveniente da unidade de emergência de outra instituição, com diagnóstico de hemorragia subaracnóide tardia (processo ocorrido 20 dias antes). As infecções do SNC são complicações relativamente frequentes em neurocirurgias, principalmente quando associadas a colocação de próteses e implantes diversos1. Muitas vezes, o diagnóstico destes processos é dificultado pela presença de alterações liquóricas secundárias ao procedimento cirúrgico, levando à dúvida sobre a natureza do processo inflamatório identificado através do exame do LCR: a pleocitose, mesmo quando caracterizada pelo predomínio de células polimorfonucleares pode ser secundária ao trauma cirúrgico, tornando difícil a definição da etiologia do processo, principalmente quando as culturas são negativas. Devido à gravidade potencial de um processo infeccioso do SNC não tratado, na maioria das vezes a terapia é introduzida empiricamente após coleta de culturas (LCR, sangue e outros potenciais sítios de infecção), com cobertura para os germes mais frequentes como causa3,4 dores de infecção nesta topografia. A seguir, relatamos um caso com estas características. A arteriografia realizada demonstrou aneurisma de artéria comunicante posterior, bilateral. Após 48 h da admissão, foi submetida a clipagem de aneurisma, sendo instalada derivação ventricular externa, a qual foi retirada após 24 h. No dia do procedimento cirúrgico apresentava leucograma de 9.040 células/mm3, sem desvios, Hb=10,1 g/dL, Plaquetas=365 mil. Evolução Após 2 dias da cirurgia, passou a apresentar picos febris o de até 39 C, sendo colhidas hemoculturas e uroculturas que posteriormente se mostraram negativas. Apresentava ainda, oscilação do nível de consciência, com predomínio de sonolência na maior parte do tempo. Exames Subsidiários Após 48 h da realização da cirurgia, seu leucograma havia 3 se elevado para 15.670 células/mm , ainda sem desvios, plaquetas mantidas e queda de Hb para 9,8 g/dL. Decorridas 24 h do início da febre foi feita punção liquórica, que mostrou LCR levemente turvo, com 30 leucó3 citos/mm (32% Linfócitos; 20% monócitos; 37% neutrófilos; 11% macrófagos), 400 hemácias, Glicose 37 mg/dl; Proteínas 138 mg/dl. A repetição do exame de liquor, no dia seguinte, mostrou: - 96 células (78% neutrófilos) - Glicose: 51mg/dL - 213 hemácias Apresentou crise convulsiva após 24 h deste resultado, sendo iniciado esquema antimicrobiano com Meropeném 4g/dia e Vancomicina 2g/dia, devido à suspeita de meningite pós-cirurgia. Todas as culturas de LCR realizadas durante a investigação diagnóstica mostraram-se negativas, assim como a bacterioscopia (pelos métodos de Gram e Ziehl), e as provas para detecção de antígenos bacterianos dos agentes comumente associados a meningites adquiridas na comunidade. Discussão O presente caso ilustra as dificuldades diagnósticas neste processo. O exame do LCR realizado no início do processo mostrava padrão que poderia ser secundário às alterações decorrentes do trauma cirúrgico apenas. Chamava a atenção a hipoglicorraquia, mas este parâmetro poderia ter sido consequência de hipoglicemia leve, já que a paciente se encontrava sonolenta, e o aporte calórico poderia ter sido prejudicado. Além disso, não havia avaliação dos níveis séricos de glicose no momento da punção, dificultando a interpretação do achado liquórico. A utilização da dosagem de lactato em LCR também pode ser utilizada com esta finalidade, com elevação acima de 5 mg/dl sendo considerada com maior valor preditivo positivo para diagnóstico de meningite bacteriana1,5. Em caso de dúvidas, como no presente relato, recomenda-se a repetição do exame, permitindo a avaliação sequencial dos parâmetros liquóricos, para detecção de alterações nos achados que possam sugerir ou afastar a possibilidade de etiologia bacteriana. Em casos onde não se identifica o agente etiológico, a escolha adequada dos antimicrobianos é crucial para o sucesso terapêutico. A cobertura empírica deve ser focada nos principais patógenos associados a meningite póscirúrgica em situações como a descrita acima. A literatura disponível sugere como agentes mais frequentes os germes aeróbicos facultativos e aeróbicos gram-negativos (incluindo Pseudomonas aeruginosa), Staphylococous aureus, e Staphylococcus coagula se 4 negativos (especialmente S. epidermidis). Com base nesta flora provável, recomenda-se a utilização de esquemas contendo vancomicina (15 mg/Kg a cada 8 ou 12 h) mais cefepime (2 g a cada 8 h), ceftazidime (2 g a cada 8 h), ou meropeném (2 g a cada 8 h). No caso em questão a cobertura com Vancomicina e Meropeném foi clinicamente eficaz, resolvendo o proces- 2,4 so infeccioso após 10 dias de uso . A escolha das drogas, dentre as listadas acima, dependerá do perfil de sensibilidade previsto para a flora da instituição de saúde onde o paciente adquiriu a infecção. Referências 1. Sakushima K, Hayashino Y, Kawaguchi T, Jackson JL, Fukuhara S. Diagnostic accuracy of cerebrospinal fluid lactate for differentiating bacterial meningitis from aseptic meningitis: a meta-analysis. J Infect. 2011 Apr;62 (4):255-62. 2. Van de Beek D, Drake JM, Tunkel AR. Nosocomial bacterial meningitis. N Engl J Med. 2010 Jan 14;362(2):146-54 3. Weisfelt M, van de Beek D, Spanjaard L, de Gans J. Nosocomial bacterial meningitis in adults: a prospective series of 50 cases. J Hosp Infect. 2007 May;66(1):71-8. 4. Wang KW, Chang WN, Huang CR, Tsai NW, Tsui HW, Wang HC, Su TM, Rau CS, Cheng BC, Chang CS, Chuang YC, Liliang PC, Tsai YD, Lu CH. Postneurosurgical nosocomial bacterial meningitis in adults: microbiology, clinical features, and outcomes. J Clin Neurosci. 2005 Aug;12(6):647-50 5. Viallon A, Desseigne N, Marjollet O, Birynczyk A, Belin M, Guyomarch S, Borg J, Pozetto B, Bertrand JC, Zeni F. Meningitis in adult patients with a negative direct cerebrospinal fluid examination: value of cytochemical markers for differential diagnosis. Crit Care. 2011;15(3):R136. 6. Kollef MH: Broad-spectrum antimicrobials and the treatment of serious bacterial infections: getting right up front. Clin Infect Dis 47 Suppl 1:S3-13, 2008. Meronem® IV (meropeném) é um antibiótico carbapenêmico para uso parenteral que é estável à deidropeptidase-I humana (DHP-I) e exerce sua ação bactericida através da interferência com a síntese da parede celular bacteriana. A facilidade com que penetra nas células bacterianas, seu alto nível de estabilidade a todas as serinas betalactamases e sua notável afinidade pelas proteínas ligantes de penicilina (PBPs) explicam a potente atividade bactericida de meropeném contra um amplo espectro de microorganismos grampositivos e gram-negativos e de bactérias aeróbicas e anaeróbicas. Indicações: Meronem IV é indicado para o tratamento das seguintes infecções em adultos e crianças, causadas por uma única ou múltiplas bactérias sensíveis e como tratamento empírico anterior à identificação do microorganismo causador: Infecções do trato respiratório inferior; do trato urinário incluindo infecções complicadas; intra-abdominais; ginecológicas, incluindo infecções puerperais; puerperais; de pele e anexos; meningite; septicemia; tratamento empírico, incluindo monoterapia inicial para infecções presumidamente bacterianas, em pacientes neutropênicos; infecções polimicrobianas; fibrose cística, tem sido utilizado eficazmente em pacientes com fibrose cística e infecções crônicas do trato respiratório inferior, tanto como monoterapia, quanto em associação com outros agentes antibacterianos. O patógeno não tem sido sempre erradicado nestes tratamentos (para maiores informações vide bula completa do produto).Contra-indicações: Hipersensibilidade ao meropeném ou ao carbonato de sódio anidro. Pacientes com história de hipersensibilidade a antibióticos carbapenêmicos, penicilinas ou outros antibióticos beta-lactâmicos também podem ser hipersensíveis ao Meronem IV. Cuidados e Advertências: Advertências: Como acontece com outros antibióticos, pode ocorrer supercrescimento de microorganismos nãosensíveis, sendo então necessárias repetidas avaliações de cada paciente. Raramente, foi relatada a ocorrência de colite pseudomembranosa, assim como ocorre com praticamente todos os antibióticos. Desse modo, é importante considerar o diagnóstico de colite pseudomembranosa em pacientes que apresentem diarréia em associação ao uso de Meronem IV. Meronem IV não é recomendado para uso pediátrico abaixo de 3 meses de idade. Pacientes portadores de alterações hepática preexistente, devem ter a função hepática monitorada durante o tratamento com Meronem IV. Uso durante a gravidez e lactação: Meronem IV não deve ser usado na gravidez ou por mulheres que estejam amamentando, a menos que os benefícios potenciais para a mãe justifiquem os riscos potenciais para o feto ou bebê, a critério médico. (para maiores informações vide bula completa do produto). Interações medicamentosas: Não se recomenda a co-administração de Meronem IV e probenecida. Meronem IV pode reduzir os níveis séricos de ácido valpróico (para maiores informações vide bula completa do produto). Reações adversas: Meronem IV é geralmente bem tolerado. Os eventos adversos graves são raros e raramente requerem interrupção da terapia. As reações adversas mais comuns, são: trombocitemia, náusea, vômito, diarréia, aumento das transaminases séricas, da bilirrubina, da fosfatase alcalina e da desidrogenase láctica, inflamação, tromboflebite, dor (para outras reações adversas, vide bula completa do produto). Posologia: Adultos: A faixa de dosagem é de 1,5 g a 6,0 g diários, divididos em três administrações. Dose usual: 500 mg a 1 g, por administração intravenosa a cada 8 horas, dependendo do tipo e da gravidade da infecção, da sensibilidade conhecida ou esperada do(s) patógeno(s) e das condições do paciente. Exceções:1) Episódios de febre em pacientes neutropênicos – a dose deve ser de 1 g a cada 8 horas. 2) Meningite/fibrose cística – a dose deve ser de 2 g a cada 8 horas. Testes regulares de sensibilidade são recomendados no tratamento de infecções por Pseudomonas aeruginosa. Meronem IV deve ser administrado como injeção intravenosa em bolus por aproximadamente 5 minutos ou por infusão intravenosa de aproximadamente 15 a 30 minutos. A dose deve ser reduzida em pacientes com depuração de creatinina inferior a 51 ml/min (vide bula completa do produto). Posologia para crianças: Para crianças acima de 3 meses de idade e até 12 anos, a dose intravenosa é de 10 a 40 mg/kg a cada 8 horas, dependendo do tipo e da gravidade da infecção, da sensibilidade conhecida ou esperada do(s) patógeno(s) e das condições do paciente. Em crianças com peso superior a 50 kg, deve ser utilizada a posologia para adultos. Exceções:1) Episódios de febre em pacientes neutropênicos – a dose deve ser de 20 mg/kg a cada 8 horas. 2) Meningite/fibrose cística – a dose deve ser de 40 mg/kg a cada 8 horas. Não há experiência em crianças com função renal alterada. Reconstituição, compatibilidade, estabilidade e outras informações vide bula completa do produto. Superdose: É improvável que ocorra a superdosagem intencional, embora a superdosagem possa ocorrer particularmente em pacientes com disfunção renal. Hemodiálise, se necessário, removerá Meronem IV e seu metabólito. Apresentações: IV- pó para solução injetável em embalagens com 10 frascos-ampolas. Sistema Fechado: pó para solução injetável acompanhado de diluente em embalagens com 10 frascos-ampolas acompanhados de 10 bolsas plásticas flexíveis Baxter®, contendo 100 ml de solução injetável de cloreto de sódio a 0,9%, com adaptador sem agulha para o frasco-ampola. USO ADULTO e PEDIÁTRICO. USO INJETÁVEL POR VIA INTRAVENOSA. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. USO RESTRITO A HOSPITAIS. Para maiores informações, consulte a bula completa do produto (CDS 09/06 Julho/07). AstraZeneca do Brasil Ltda., Rod. Raposo Tavares, Km 26,9 - Cotia SP - CEP 06707-000 Tel.: 0800-0145578. www.astrazeneca.com.br Meronem® IV. MS – 1.1618.0056 Contra-indicação: Hipersensibilidade ao meropeném ou ao carbonato de sódio anidro. Interação medicamentosa: Não se recomenda a co-administração de Meronem IV e probenecida. Acerte na primeira escolha!