MENINGOENCEFALITE TUBERCULOSA: RELATO DE CASO *Andréia Luiz1; Adriel Barbi Braz1; Carla Juliana Ribas1; Carolina Perrone Marques1 Pablo Sebastian Velho1,2. 1 Universidade do Vale do Itajaí (Curso de Medicina); 2Médico Infectologista e Docente do Curso de Medicina. *[email protected] INTRODUÇÃO Embora conhecida desde a antiguidade, a tuberculose (TB) continua preocupando as autoridades sanitárias até os dias de hoje, uma vez que o Mycobacterium tuberculosis é o agente infeccioso que mais causa mortalidade no mundo (SILVA et al., 2011). Dentre as formas de tuberculose extrapulmonar, a TB do sistema nervoso central é a forma mais grave e letal. Nesse sentido, o diagnóstico precoce associado ao tratamento imediato são os pontos chave para um bom prognóstico e prevenção de sequelas neurológicas. Em pacientes imunocompetentes, lúcidos e sem déficits neurológicos focais ou hidrocefalia, a mortalidade é de cerca de 20% (GUALBERTO, 2014). Exames laboratoriais Meningite Bacteriana Meningite Tuberculosa Meningite Viral Aspecto Turvo Límpido Límpido Glicose Diminuída Diminuída Normal Proteínas totais Aumentadas Aumentadas Levemente aumentadas Leucócitos Neutrófilos Linfócitos Linfócitos Tabela 1: Características do LCR nas meningites DESCRIÇÃO DO CASO Paciente feminina, 83 anos, hipertensa, relata queda em janeiro/2014 com evolução para cervicalgia, rigidez de nuca, febre e rebaixamento do nível de consciência. Na admissão hospitalar foi realizada tomografia computadorizada de crânio que evidenciou foco de calcificação no lobo frontal esquerdo, medindo cerca de 3mm. Realizada punção lombar com análise do líquor (LCR) demonstrando glicose de 11mg/dL, proteínas de 556,9 mg/dL e celularidade aumentada com 85% de mononucleares e 15% de polimorfonucleares. Bacterioscopia de Ziehl-Neelsen com ausência de bacilos álcool-ácido resistentes. Teste da reação em cadeia da polimerase em tempo real (PCR -RT) do LCR com resultado detectável para bacilo da TB e negativo para outras infecções pesquisadas. Cultura de LCR negativa para Mycobacterium tuberculosis e coloração de gram com ausência aparente de microorganismos. Micológico direto do LCR negativo. Não há descrição de uso de corticoide no prontuário da paciente. Foi tratada com dose fixa combinada por 12 meses tendo boa evolução e obteve alta com indicação para acompanhamento neurológico ambulatorial. OBJETIVOS CONCLUSÕES Relatar caso de meningoencefalite em paA meningoencefalite em pacientes ciente imunocompetente, destacando a importânimunocompetentes é rara, porém apresenta alta cia do diagnóstico precoce para um melhor taxa de mortalidade. Desta forma, observa-se que prognóstico. o diagnóstico precoce para instituição do tratamento correto e imediato, reduz a ocorrência MÉTODOS Estudo descritivo desde seu diagnóstico bem de complicações e desfechos desfavoráveis. como da evolução do caso. Os dados foram Palavras-chave: Meningite, tuber culose obtidos a partir da análise do prontuário e acesso a extrapulmonar, imunocompetente, PPD, BAAR, exames complementares. meningoencefalite. Referências: 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica 7. ed. Br asília: Ministér io da Saúde, 2009. 816 p. (Sér ie A. Nor mas e Manuais Técnicos). 2. GUALBERTO, F. A. S. Valor diagnóstico da nested PCR em tempo real em pacientes com meningite tuberculosa. Tese (Doutorado) - Curso de Medicina, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. 3. SILVA, A. T. P. et al. Perfil epidemiológico dos pacientes portadores de tuberculose extrapulmonar atendidos em hospital da rede pública no estado do Maranhão*. Rev Bras Clin Med. São Paulo. v. 9, n. 1, a. 1715, jan-fev 2011. p 11– 14. Disponível em: <files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2011/v9n1/a1715.pdf >. Acesso em: 01 ago 2015.