Nome: José Carlos Caetano - Centro Interdisciplinar de História

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CONGRESSO INTERNACIONAL
CULTURAS, METÁFORAS E MESTIÇAGENS
CIDEHUS – UNIVERSIDADE DE ÉVORA – 26-29 MAI 2004
Tema: A Comunidade por vir
Giorgio Agamben – Oikonomia: A reconstrução de um paradigma
Resumo
Il mio intervento si propone la ricostruzione di un paradigma, l'oikonomia , che, benché sia
stato di rado tematizzato come tale al di fuori dell'ambito teologico, ha esercitato una influenza
determinante sullo sviluppo e sull'assetto globale della società occidentale. La tesi che cercherò di
dimostrare è che dalla teologia cristiana derivano due paradigmi politici in senso lato, antinomici ma
correlati: la teologia politica, che fonda nell'unicità di Dio la trascendenza della legge e del potere
sovrano , e la teologia economica, che sostituisce a questa l'idea di una oikonomia, concepita come un
ordine immanente -domestico e non politico in senso stretto- tanto della vita divina che di quella
umana. Il primo paradigma è giuridico-normativo, e da esso derivano la teoria moderna della sovranità
e la filosofia politica; il secondo è gestionale, e da esso deriva la biopolitica moderna fino all'attuale
trionfo dell'economia e del management su ogni altro aspetto della vita sociale.
La storia della teologia economica, che conosce uno sviluppo imponente fra il secondo e il
quinto secolo della nostra era, è rimasta a tal punto in ombra non solo fra gli storici delle idee ma
anche fra i teologi moderni, che persino il significato preciso del termine oikonomia è caduto in oblio.
In questo modo, tanto la sua evidente prossimità genetica con l'economia aristotelica che la sua
connessione con la nascita dell' économie animale e dell'economia politica settecentesche sono rimaste
ininterrogate.
Il problema cui questo paradigma risponde è la prima articolazione del dogma della trinità, che
viene visto all'inizio come tale da minacciare l'unità di Dio. L' oikonomia è l'operatore strategico che
permette di conciliare in Dio l'unità con la trinità. Dal punto di vista della sua essenza e della sua
natura, Dio è uno; ma quanto alla sua oikonomia , cioè al modo in cui egli amministra la sua vita e la
sua "casa" (oikos), Dio è trino. La prima articolazione di quello che diverrà a Nicea il dogma trinitario
avviene, cioè, in termini "economico-gestionari" e non filosofico-teologici. Subito dopo, l'idea di una
oikonomia divina si salda col concetto di provvidenza e influenza in modo determinante la concezione
cristiana della storia. La seconda parte della ricerca segue lo sviluppo e l'eclisse progressiva di questo
paradigma, fino alla sua riapparizione in forme secolarizzate nell'età moderna. Si tratta, cioè, di
ricostruire a partire dal XVIII° secolo una genealogia inedita del concetto di economia in senso lato,
che comprende tanto una disciplina medico-biologica come l'economia animale e l' oeconomia naturae
di Linneo che l'economia politica in senso moderno (i fondatori dell'economia politica, come Quesnay,
sono anche gli autori dei primi trattati sull'economia animale).
A minha intervenção propõe-se estabelecer a reconstrução de um paradigma, a oikonomia, que,
apesar de raramente ter sido tematizado como tal fora do âmbito teológico, tem exercido uma
influência determinante no desenvolvimento e na organização global da sociedade ocidental. A tese que
procurarei demonstrar é que da teologia cristã derivam dois paradigmas políticos, em sentido lato,
antinómicos mas correlatos: a teologia política, que fundamenta na unicidade de Deus a transcendência
da lei e do poder soberano, e a teologia económica, que substitui a esta a ideia de uma oikonomia,
concebida como uma ordem imanente – doméstica e não política em sentido restrito – tanto da vida
divina como da humana. O primeiro paradigma é jurídico-normativo, e daí derivam a teoria moderna da
soberania e a filosofia política; o segundo é administrativo e dele deriva a biopolítica moderna, até ao
triunfo actual da economia e do managent sobre qualquer outro aspecto da vida social.
A história da teologia económica, que conhece um desenvolvimento imponente entre os segundo
e quinto séculos da nossa era, permaneceu a tal ponto na sombra, não só dos historiadores das ideias,
mas mesmo entre os teólogos modernos, que até o significado exacto do termo oikonomia caiu no
esquecimento. Deste modo, tanto a sua evidente proximidade genética com a economia aristotélica,
como a sua conexão com o nascimento da economia animal e da economia política setecentistas
permaneceram inquestionáveis.
O problema a que este paradigma responde é a primeira articulação do dogma da trindade, que
foi visto no início como ameaçando a unidade de Deus. A oikonomia é o operador estratégico que
permite conciliar em Deus a unidade com a trindade. Do ponto de vista da sua essência e da sua
natureza, Deus é uno; mas quanto à sua oikonomia, isto é, ao modo como administra a sua vida e a
sua “casa” (oikos), Deus é trino. A primeira articulação do que se tornará, em Niceia o dogma trinitário
futuro, isto é, em termos “económico-gestionários” e não filosófico-teológicos. Pouco depois, a ideia de
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uma oikonomia divina cola-se ao conceito de providência e influência de maneira determinante a
concepção cristã da história.
A segunda parte da investigação segue o desenvolvimento e eclipse progressiva deste
paradigma, até à sua reaparição, em formas secularizadas, na Idade Moderna. Isto é, trata-se de
reconstruir, a partir do século XVIII, uma genealogia inédita do conceito de economia, em sentido lato,
que compreende tanto uma disciplina médico-biológica como a economia animal e a oeconomia naturae
de Lineu, como a economia política, em sentido moderno (os fundadores da economia política, como
Quesnay, são também os autores dos primeiros tratados sobre economia animal).
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