Insulinoterapia no paciente crítico Profa. Fernanda Oliveira Magalhães • A CAD está presente em aproximadamente 25% dos casos no momento do diagnóstico do DM1 e é a causa mais comum de morte entre crianças e adolescentes com DM1, sendo também responsável por metade das mortes nesses pacientes com DM1 com menos de 24 anos. • A CAD e o EHH devem ser tratados em unidade de terapia intensiva e, fundamentalmente, por profissionais habilitados para esses tipos de complicações. • Relatos de CAD em indivíduos com DM2, inclusive em pacientes idosos acima de 70 anos. Cetoacidose Diabética e Estado Hiperosmolar • As manifestações clínicas e o tratamento em muitos casos são relativamente similares. • Atualmente, em centros de excelência no tratamento de CAD, é inferior a 5%, mas, quando evolui com edema cerebral, pode atingir 30% ou mais. Nos casos de EHH, ainda permanece elevada, ao redor de 15%. • As principais causas de morte por CAD e EHH são edema cerebral, hipopotassemia, hipofosfatemia, hipoglicemia, complicações intracerebrais, trombose venosa periférica, mucormicose, rabdomiólise e pancreatite aguda Cetoacidose Diabética e Estado Hiperosmolar • Os estados infecciosos são as etiologias mais comuns. • Acidente vascular cerebral (AVC), ingestão excessiva de álcool, pancreatite aguda, infarto agudo do miocárdio (IAM), traumas e uso de glicocorticoides. • Entre as drogas ilícitas, a cocaína pode ser a causa de episódios recorrentes de CAD em jovens. • Os distúrbios psiquiátricos associados a irregularidades da dieta ou no uso diário de insulina ou uso de antipsicóticos (p. ex., clozapina, olanzapina, risperidona e quetiapina). Cetoacidose Diabética e Estado Hiperosmolar – Fatores Desencadeantes • Poliúria, polidipsia, perda de peso, náuseas, vômitos, sonolência, torpor e, finalmente, o coma, mais comum no EHH. • Ao exame físico, na presença de acidose, podem-se observar hiperpneia e, em situações mais graves, respiração de Kussmaul. Desidratação com pele seca e fria, língua seca, hipotonia dos globos oculares, extremidades frias, agitação, fácies hiperemiada, hipotonia muscular, pulso rápido e pressão arterial variando do normal até o choque hipovolêmico. • A intensificação da desidratação dificulta e torna doloroso o deslizamento dos folhetos da pleura e do peritônio, sendo possível observar defesa muscular abdominal localizada ou generalizada, e o quadro de dor abdominal está presente em até 51% dos casos. Cetoacidose Diabética e Estado Hiperosmolar - Clínica • • • • Glicemia ≥ 250 mg/dl, pH arterial ≤ 7,3, Bicarbonato sérico ≤ 15 mEq/l Graus variáveis de cetonemia Diagnóstico de CAD • Manutenção das vias respiratórias pérvias e, em caso de vômitos, indicação de sonda nasogástrica; • Correção da desidratação; • Correção dos distúrbios eletrolíticos e acidobásico; • Redução da hiperglicemia e da osmolalidade; • Identificação e tratamento do fator precipitante. Tratamento Cetoacidose • Solução fisiológica (NaCl a 0,9%). A infusão inicial foi de 20 mL/kg na primeira hora, para restabelecer a perfusão periférica. • Em alguns casos, esta dose deve ser repetida até se ter uma melhora de perfusão. • A partir daí, soro fisiológico é infundido numa velocidade de 10 mL/kg/hora até a reparação do volume. • Perda de volume inicial estimada em 10% do peso, de modo que, em princípio, programa-se a reparação em 10 horas, sempre com reavaliações frequentes. • Paciente sem condições de se alimentar com glicemia de 250 mg/dL, adiciona-se soro glicosado a 5%. Tratamento CAD - hidratação • Após a micção, potássio é adicionado à solução de reparação para uma concentração de 20 mEq/L, para manter calemia superior a 3,8 mEq/L. • Adia-se a reposição de potássio se a calemia for superior a 6,5 mEq/L. • Lembrar que sempre há depleção de potássio na CAD • Benefício da reposição de fosfato: anemia, insuficiência cardíaca congestiva, pneumonia ou outras causas de hipóxia e fosfatemia inferior a 1 mg/dL. • A reposição de fosfato - na forma de KH2PO4 a 25% (1 mL = 1,8 mEq de fosfato e 1,8 mEq de potássio) no volume necessário para fornecer 1/3 do potássio a ser reposto. Tratamento CAD – Eletrólitos • Procura-se evitar a administração de bicarbonato, que tem sido correlacionado ao desenvolvimento de edema cerebral. • Somente quando pH <7,0 ou bicarbonato sérico inferior a 5 mmol/L, uma pequena dose (1 mEq/kg/hora). Tratamento CAD - Acidose • A administração de insulina deve ser iniciada 1 a 2 horas após o início da hidratação. • 0,1 U/kg/hora se a opção for insulina endovenosa contínua (regular ou ultrarrápida). • 0,15 U/kg a cada 2 horas se a opção for insulina ultrarrápida (lispro, asparte ou glulisina). • Glicemia capilar deve ser coletada a cada hora e, com este ritmo de infusão, prevê-se uma queda de 60 a 90 mg/dL/h na glicemia. • Quedas < 60 mg/dL/h exigem que se dobre a dose de insulina • Quedas > 100 mg/dL/h recomendam reduzir-se à metade as doses de insulina. • O tempo necessário para os pacientes atingirem glicemia de 250 mg/dL é de 6 horas, tanto no grupo de insulina subcutânea quanto no intravenoso Tratamento CAD - Insulinoterapia • • • • • Nome: R.S.O. Idade: 7 a Sexo: masculino Naturalidade: Bsb-DF, Residência/procedência: Ceilândia Fraqueza há 2 dias da internação. Poliúria, polaciúria, polidipsia, polifagia e sonolência há 2 semanas; Eliminação de fezes aquosas há 7 dias associada a embaçamento visual, dor em MMII e sudorese fria; Há dois dias aumentou ingestão de alimentos hiperglicêmicos surgindo fraqueza e confusão mental. Refere 2 episódios de vômitos. Informa perda ponderal de 5Kg/14dias, nega febre. Informa inflamação na gengiva há 1 mês e dor de dente há 2 dias. Nega infecção de orofaringe. Caso Clinico Fonte: Prof. Paulo R. Margotto Disponivel em: www.paulomargotto.com.br/documentos/CETOACIDOSE-%202012.ppt • • • • Pai: ‘problema renal’ Mãe : Família paterna : C. A. de mama Família materna: “problema cardíaco”, hipertrigliceridemia, hipotireoidismo e hipertireoidismo. • Nega H. A. S. e D.M. Antecedentes familiares: Fonte: Prof. Paulo R. Margotto Disponivel em: www.paulomargotto.com.br/documentos/CETOACIDOSE-%202012.ppt • Peso: 20,0 Kg Alt:1,27m IMC – 12,4 • F.C:100bpm FR: 18 irpm T: n aferida PA: n aferida • Paciente BEG, anictérico, acianótico, hipocorado +/4+ e hidratado. Consciente e orientado. • Pele sem lesões e com turgor preservado, Ausência de linfonodos palpáveis • Cavidade oral: gengiva edemaciada e hiperemiada. Pescoço: tireóide não palpável.. • Tórax e ap. respiratório: Tórax simétrico, s/ abaulamentos e retrações. Resp. toracoabdominal, ausência de tiragem .Expansibilidade e frêmito tóracovocal simétricos. Som claro pulmonar, MVF com roncos em base dir. • Ap. cardiovascular: 2T, bulhas normofonéticas, ausência de sopros e estalidos. • Abdome: plano, sem abaulamentos, normotenso, sem visceromegalias.Traube livre. • Extremidades: ausência de edema. • Neurológico: não realizado. Exame Físico Fonte: Prof. Paulo R. Margotto Disponivel em: www.paulomargotto.com.br/documentos/CETOACIDOSE-%202012.ppt 26/10/2004 ás 11h • pH: 7,13 • pCO2: 15 mmHg • pO2: 59 mmHg • HCO3: 5 • BE:- 24 • Sat O2 :84% • Glicemia capilar: 588 mg/dl • Glicosúria: 4+ • Cetonúria: 4+ Exames Complementares Fonte: Prof. Paulo R. Margotto Disponivel em: www.paulomargotto.com.br/documentos/CETOACIDOSE-%202012.ppt CONDUTA 26/10/2004 às 19h43 • pH:7,32 • pCO2 :21 mmHg • pO2:84 mmHg • HCO3:10 • BE: -14 • Glicemia capilar:149 mg/dl 26/10/2004 às 23h • Ca:8; • Na:131; • K:3,1 ; • Cl:107 Evolução dos exames Fonte: Prof. Paulo R. Margotto Disponivel em: www.paulomargotto.com.br/documentos/CETOACIDOSE-%202012.ppt 26/10/04 27/10/04 28/10/04 10h –540 0h –348 6h –362 11h – 588 2h –198 7h50-390 12h –488 4h 99 11h- 224 13h – 370 6h –66 15h- 217 14h –289 8h –172 17h- 256 15h –305 10h –213 21h- 262 16h –273 12h –89 18h –149 14h –64 20h –358 17h –139 22 h -56 21h –598 24h -450 Fonte: Prof. Paulo R. Margotto Disponivel em: www.paulomargotto.com.br/documentos/CETOACIDOSE-%202012.ppt Obrigada! http://www.uniube.br/propepe/ligas/diabetes/index.php