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VIDA NO CAMPO
Família que trabalha unida,
permanece unida
tisfação a equipe do
C
Foi brincando a maior parte do
Informativo Cocari foi
tempo que seu Luiz conduziu nossa
Área: 475.559 km²
recebida pela família
conversa. Mas fala sério quando
Emancipação: 14/11/1951
Baio, em uma proprie-
se refere à maior alegria que tem
Gentílico: marialvense
dade localizada na Estrada Keller, KM
como produtor. “A maior alegria de
PIB per capita: R$ 26.726,17
14, em Marialva. Ali vivem o casal
um produtor rural é plantar, fazer a
População: 31.959
Luiz Antonio Baio, 56 anos e Marina
parte dele bem feita e pedir a Deus
de Fátima Paris Baio, 51.
para cuidar do resto”, resume. “E na
om simpatia e sa-
Alegria levada a sério
Marialva
Fonte: IBGE
Além do casal, moram também
hora que encosta a colhedeira, e vem
o filho mais velho, Alex Sandre Baio,
aquela colheita boa, é gostoso, é bom
34 anos, com a esposa Daniela Fragal
demais. Cada um tem que fazer o que
O estudo ele parou cedo. “Tinha
casamento foi simples. A cerimônia foi
Damasceno Baio, 35, e os netos Maria
gosta, e eu gosto da roça”, simplifica.
que ir para a cidade estudar, pegar
realizada no dia 6 de junho de 1981.
Gabriela, de 8 anos e o caçula Luiz
De uma família de seis irmãos,
ônibus, era longe e tinha de trabalhar.
As lembranças do dia ainda arrancam
Felipe, de 4 aninhos. E ainda Leandro
Luiz Antonio Baio nasceu e cresceu
Eu já não gostava muito de estudar e
gargalhadas do casal e divertem a
Baio, o filho mais novo, de 28 anos.
na propriedade em que mora, que foi
acabei optando só por trabalhar. Então
família toda. “Nós casamos na igreja
Juntos, tocam os 65 alqueires
comprada por seus pais, Luiz Baio e
estudei até o quarto ano”, conta.
de Marialva. Choveu muito no nosso
de área, no qual o carro-chefe é a
Isabel Paladim Baio. Eles chegaram ao
Ele era bem jovem ainda quando
casamento e a estrada estava um
soja. “O forte aqui é a soja, que
Paraná, vindos do Estado de São Paulo
os pais dividiram as terras entre os
barro só”, recorda Marina. “E quando
planto há 30 anos. Mas esse ano, por
inicialmente para Cambé, em busca
irmãos, que se juntaram em sociedade
estávamos indo para a cidade com meu
causa da chuva, caiu a produtividade
de melhores oportunidades, atraídos
para trabalhar na lavoura de café.
pai, o carro, um Fusca, encalhou, teve
e perdemos a safra. Em outros anos
pela cafeicultura, e posteriormente
já aconteceu de perder um pouco,
compraram as terras em Marialva.
mas ao ponto de não colher, nunca
E desde criança, com sete anos de
tinha acontecido. Então, não dá para
idade, quando chegava da escola, Luiz
O casamento aconteceu cedo.
eram sofridas, mas eram animadas”,
reclamar”, conforma-se.
Antonio pegava a enxadinha e ia para
Ele tinha 21 anos e Marina, 16. Eles
observa Luiz. “A festa foi no sítio,
a roça ajudar os pais.
se conheceram no jogo de futebol.
na garagem, com churrasco, feito
Ele não desanima porque, como
não tem”, lamenta.
Eles namoraram por dois anos e o
que empurrar. Foi um sufoco, mas,
Namoro curto,
casamento feliz
graças a Deus, deu tudo certo”, conta, sorrindo. “Antigamente, as coisas
a maioria dos agricultores, ama o que
A infância se dividia entre a
Ela morava no distrito de São Miguel
na hora, e todo mundo se divertiu”,
faz. Diz que o clima judia um pouco,
roça, a escola e um joguinho de bola
do Cambuí e tinha tios em Marialva.
destaca.
o preço oscila, perde-se dinheiro,
com os irmãos e a molecada dos sí-
Durante as visitas aos tios, ia assistir
fica-se nervoso, mas não se pode pa-
tios vizinhos. O gosto pelo futebol o
aos jogos. “Começamos a paquerar,
rar. “Eu sempre fui agricultor. Nasci
acompanhou até seus 30 anos. “Antes
foi dando certo. Depois nos vimos num
Em 2003, Luiz Antonio e seus
agricultor e vou morrer agricultor, e
tinha bastante gente para jogar bola.
baile em Cambuí, nos apaixonamos e
irmãos encerraram a sociedade e
tomara que demore bastante”, brinca
O pessoal se juntava às tardes no
começamos a namorar”, conta Marina.
cada um tomou um rumo. Ele passou a
Luiz Antonio.
campinho depois do serviço. Mas agora
O namoro logo passou a ser em casa.
De pai para filho
“Naquele tempo era tudo muito controlado”, recorda-se, divertindo-se ao
lembrar do controle dos pais na época
do namoro. “Meu pai passava toda
hora pela sala, para se certificar de
que estava tudo bem”, diz ela. “Dava
nove horas já começava a raspação de
garganta, avisando que estava na hora
de ir embora. No sábado podia ficar,
no máximo até 11 horas”, completa o
marido. “O dinheiro era curto e não
tinha para onde sair, e para sair tinha
de pedir dinheiro para o pai, então a
O produtor em momento de lazer com os netos Maria Gabriela e Luiz Felipe
30
Informativo Cocari - Nº 312 - Julho de 2016
maioria casava cedo”, analisa Luiz.
Luiz Antonio Baio e Marina de Fátima
Paris Baio, no dia do casamento, em
6 de junho de 1981
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