Documentos - A Embrapa

Propaganda
Documentos
ISSN 0102-0110
Dezembro, 2006
166
CONSERVAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE BÚFALOS NO
BRASIL: UMA REVISÃO DA LITERATURA
ISSN 0102 0110
Dezembro, 2006
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Documentos 166
CONSERVAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE
BÚFALOS NO BRASIL: UMA REVISÃO DA
LITERATURA
Maria do Socorro Maués Albuquerque
Andréa Alves do Egito
Samuel Rezende Paiva
José Ribamar Felipe Marques
Silvia Teresa Ribeiro Castro
Maria Rosa Costa
Arthur da Silva Mariante
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Brasília, DF
2006
Exemplares desta edição podem ser adquiridos na
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Serviço de Atendimento ao Cidadão
Parque Estação Biológica, Av. W/5 Norte (Final) –
Brasília, DF CEP 70770-900 – Caixa Postal 02372 PABX: (61) 448-4600 Fax: (61) 340-3624
http://www.cenargen.embrapa.br
e.mail:[email protected]
Comitê de Publicações
Presidente: Sergio Mauro Folle
Secretário-Executivo: Maria da Graça Simões Pires Negrão
Membros: Arthur da Silva Mariante
Maria de Fátima Batista
Maurício Machain Franco
Regina Maria Dechechi Carneiro
Sueli Correa Marques de Mello
Vera Tavares de Campos Carneiro
Supervisor editorial: Maria da Graça S. P. Negrão
Normalização Bibliográfica: (ver quem fez a normalização)
Editoração eletrônica: Maria da Graça S. P. Negrão
Andressa Vargas Ermel
1ª edição
1ª impressão (2007):
Todos os direitos reservados.
A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo o em parte, constitui violação dos
direitos autorais (Lei nº 9.610)
C 755
Conservação e caracterização de búfalos no Brasil: uma revisão da literatura. / Maria
do Socorro Maués Albuquerque ... [et al.]. – Brasília, DF: Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia, 2006.
23 p. – (Documentos / Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, ISSN
0102-0110 ; 166)
1. Bubalus bubalis. 2. Búfalo. 3. Recurso genético. 4. Conservação. 5.
Caracterização. I. Albuquerque, Maria do Socorro Maués. II. Série.
636.293 – CDD 21
AUTORES
Maria do Socorro Maués Albuquerque, Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia-Brasília-DF
Andréa Alves do Egito, Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia-Brasília-DF
Samuel Rezende Paiva, Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia-Brasília-DF
José Ribamar Felipe Marques, Embrapa Amazônia Oriental,
Belém-PA
Silvia Teresa Ribeiro Castro, Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia-Brasília-DF
Maria Rosa Costa, Embrapa Amazônia Oriental, Belém-PA
Arthur da Silva Mariante, Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia-Brasília-DF
Sumário
Introdução ............................................................................................................................. 8
Classificação zoológica ....................................................................................................... 9
Introdução da espécie e grupos genéticos no Brasil ...................................................... 9
Conservação e caracterização genética de Bubalinos .................................................. 11
Conclusão ........................................................................................................................... 15
Referências ......................................................................................................................... 15
Anexos ................................................................................................................................. 21
CONSERVAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE
BÚFALOS NO BRASIL: UMA REVISÃO DA
LITERATURA
Maria do Socorro Maués Albuquerque
Andréa Alves do Egito
Samuel Rezende Paiva
José Ribamar Felipe Marques
Silvia Teresa Ribeiro Castro
Maria Rosa Costa
Arthur da Silva Mariante
Resumo
Esse trabalho constitui-se em uma revisão de literatura sobre a conservação e
caracterização genética de búfalos no Brasil. Os principais tópicos abordados foram:
classificação, raças criadas no Brasil, a importância da conservação dos búfalos como
recursos genéticos, a caracterização genética e a utilização de dados moleculares como
estratégia alternativa no monitoramento de rebanhos. Entre os mais recentes resultados
mostraram-se relevantes os que revelaram polimorfismos dos locos MHC DRB nas
diferentes raças criadas no Brasil, evidenciando uma redução da heterosigozidade nas
raças Murrah e Jafarabadi. Foi observado também, que os quatro alelos encontrados na
raça Carabao (búfalo de pântano) foram detectados em pelo menos uma das populações
de búfalos de rio. Uma análise na região D-loop em búfalos do Brasil e da Itália detectou
36 haplótipos mitocondriais, com 128 sítios polimórficos amostrados, enquanto uma outra
revelou 34 haplótipos e 53 mutações ou SNPs, evidenciando a ocorrência de
compartilhamento de eventos de introgressão de genes. A análise dos componentes
principais, a partir da frequência alélica de treze locos microssatélites comprovou que os
grupos Baio e Carabao, que fazem parte do programa de conservação de recursos
genéticos da Embrapa, podem ser considerados grupos genéticos distintos e fonte
alternativa de variantes genéticas. Constatou-se, por fim, que o conjunto dos
microssatélites utilizados proporcionou um painel com poder de exclusão de paternidade
combinada (PEC) de 99,42% e 99,98%, quando se considerou, respectivamente, apenas
um ou os dois progenitores conhecidos. Estes resultados demonstram a potencialidade
dos marcadores moleculares na busca de alternativas para a conservação dos recursos
genéticos.
Palavras-chave; Bubalus bubalis, conservação de recursos genéticos, marcadores
moleculares, recursos genéticos animais
Conservation and Characterization of Brazilian buffaloes: a literature review
Abstract
This paper is a literature review on the conservation and genetic characterization of
buffaloes in Brazil. The main topics are: classification, breeds raised in Brazil, importance of
their conservation, genetic characterization and utilization of molecular data as a strategy
on the monitoring of the herds. Among the most recent results we can mention the
polymorphisms of the MHC DRB loci on the different buffalo breeds raised in Brazil,
showing a reduction in the heterosigozity on the Murrah and Jaffarabadi breeds. It has been
observed that the four alleles found in the Carabao breed (swamp buffalo) have been
detected in at least one of the river buffalo populations. One analysis on the D-loop region
in buffaloes from Brazil and Italy has detected 36 mitochondrial haplotypes, with 128
sampled polymorphic sites, while a second analysis has detected 34 haplotypes and 53
mutations or SNPs, showing the occurrence of shared gene introgression events. The
analysis of the main components, from the allelic frequency of the 13 microsatellites has
shown that the Baio and Carabao groups (both on the genetic resources conservation
program from Embrapa), can be considered as genetic distinct groups and an alternative
resource for genes. It was concluded that the set of microsatellites utilized has produced a
panel that made possible the exclusion of combined paternity (PEC) of 99.42% and
99.98%, when, respectively, only one or the two known parents were considered. These
results show the potential of molecular markers on the search for alternatives on the
conservation of animal genetic resources.
Key words animal genetic resources, Bubalus bubalis, conservation of genetic resources,
molecular markers
Introdução
A população mundial de búfalos está em torno de 170 milhões de cabeças sendo que a
maior concentração encontra-se no continente asiático, mais precisamente na Índia,
China e Paquistão. A Índia possui a maior porção, com um rebanho de aproximadamente
93.480.000, seguida do Paquistão com 23.370.000 e da China com 22.800.000 (Figuras
1). Na América do Sul, destaca-se o Brasil com uma população superior a 3 milhões de
animais, chegando a ser maior que o de toda Europa e ocupando a décima primeira
posição mundial (PERERA et al., 2005) citado por Vale & Ribeiro, (2005)
V enez uela
V ietnan
S ri L anka
R omênia
Tailândia
F ilipinas
P aquis tão
Iraque
Myanma
Nepal
Malás ia
Índia
L aos
B utão
S ul da
Á s ia
B anglades h
C hina
C amboja
Iran
C uba
E gito
C olombia
C az aquis tão
Indonés ia
S udoes te da
Á s ia
Trinidad‐
Tobago
P erú
Itália
B ulgária
Centro
e Oeste
C entro e O
es teda
Ásia,da Á
Norte
s iada África
e Europa
A z erbaijão
B ras il
A méric a
L atina e
C aribe
A rgentina
Figura 1. Distribuição mundial de búfalos por paises e regiões
Fonte:Perera
et al.(2005)
A
presente revisão
aborda aspectos da classificação, introdução e raças existentes no
Brasil, grupos de búfalos em extinção, além da conservação e caracterização dos
mesmos. Com base na reduzida literatura produzida no Brasil foram sintetizados alguns
tópicos sobre a caracterização genética das raças bubalinas que contrasta com uma
vasta literatura internacional. No Brasil, a grande maioria dos trabalhos com essa espécie
refere-se a investigações de parâmetros produtivos e reprodutivos como subsídios para
os programas de melhoramento genético das raças, constituindo-se em aporte teórico
para algumas discussões, enquanto os trabalhos envolvendo a caracterização usando
técnicas moleculares, nesta espécie, são mais escassos.
Merece destaque os relevantes trabalhos cujo foco é a conservação de recursos
genéticos, desenvolvidos pela Embrapa Amazônia Oriental em parceria com a Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia (Marques et al., 2003). No âmbito regional, o
diagnóstico da situação atual da bubalinocultura mineira (Garcia et al., 2005) e a
identificação de criatórios de búfalos em algumas regiões do Rio de Janeiro e Espírito
Santo, (Madella-Oliveira et al., 2005), representam uma valiosa contribuição a
bubalinocultura local. Do mesmo modo, nos inúmeros trabalhos visando a caracterização
fenotípica a partir da análise de características produtivas e reprodutivas dos bubalinos,
nas diferentes regiões do País desde a década de 70 até os dias de hoje, Nascimento &
Guimarães (1971), Marques (1991), Ohashi (1996), Vale (1999), Ramos (2003), Cassiano
et al. (2003), Tonhati et al. (2004), Snel-Oliveira (2004), Vale & Ribeiro (2005) e Baruselli
et al. (2006) são mostrados resultados em diferentes linhas de pesquisa da
bubalinocultura brasileira. Por fim, apresenta-se uma abordagem sobre a caracterização
genética, enfatizando o uso de marcadores moleculares no Brasil e no mundo.
Vale frisar que não é objetivo deste texto comparar metodologias em diversos países e
contextos, o que certamente resultaria em grandes diferenças quanto a qualquer aspecto
abordado. Espera-se, no entanto, permitir que o leitor capture e dimensione o estado da
arte da conservação e caracterização de búfalos no Brasil, a dimensão com que o
assunto vem se apresentando no mundo nos últimos anos, bem como os diversos fatores
que interferiram no desenvolvimento do tema em questão.
Classificação zoológica
Os búfalos pertencem à ordem Artiodactyla, subordem Ruminantia, família Bovidae,
subfamília Bovinae. A subfamília Bovinae compreende seis gêneros: Bos, boi doméstico;
Bison, bisão americano e bisão europeu (extinto); Bibos, gaur; Syncerus - Syncerus caffer
caffer; Anga e Bubalus, que deu origem à espécie Bubalus bubalis – búfalos domésticos.
Dentro dessa divisão distinguem-se os bovinos, os bubalinos (Búfalo asiático) e os
syncerinos, denominados erroneamente de búfalos africanos (Mason,1996). Os sincerinos
são animais selvagens que ainda existem em grandes manadas nas pradarias africanas,
pertencem à espécie Syncerus caffer, subdividida em duas subespécies, S. caffer caffer e
S. caffer nanus (Marques, 2000). A domesticação dos búfalos, Bubalus bubalis, tem sua
origem no continente asiático, mais precisamente no sul da China e norte da Índia e deles
descendem todos os búfalos domésticos existentes hoje no mundo (Cockrill, 1994).
A espécie Bubalus bubalis, conhecida como búfalo d’água (water buffalo), foi descrita com
três subespécies: Bubalus bubalis, variedade bubalis, é o búfalo doméstico ou indiano
com cariótipo 2n=50 cromossomos, denominado búfalo de rio (river buffalo); engloba os
rebanhos da Índia, Paquistão, China, Turquia e de vários países da América e da Europa,
inclusive, os italianos que foram introduzidos no Brasil. Bubalus bubalis, variedade
Kerebau ou búfalo de pântano, (swamp buffalo) é o búfalo encontrado na Malásia,
Indonésia, Filipinas, Ceilão e Tailândia, apresentando o cariótipo 2n=48 cromossomos e
Bubalus bubalis variedade fulvus, de porte menor que os demais, é o búfalo que vive em
estado selvagem no nordeste da Índia (Marques et al., 2003)
Introdução da espécie e grupos genéticos no Brasil
No Brasil o ingresso dos bubalinos ocorreu na Ilha de Marajó-Pará e data do período de
1895, quando foram introduzidos 50 animais da raça Mediterrâneo vindos da Itália, além
de um pequeno lote da Guiana Francesa. Outra importação da Itália foi feita no período
de 1902 a 1906. Em 1907, foram introduzidos em Alagoas animais de pelagem baia,
provavelmente, vindos da Índia. Nos anos seguintes, foram realizadas outras importações
por criadores da Ilha de Marajó, do Baixo Amazonas e de outros estados do Brasil. Em
1962, foi realizada oficialmente a última importação de búfalos da Índia para os Estados
de São Paulo e Paraná, quando foi registrada a introdução de um lote de 20 búfalos das
raças Murrah e Jafarabadi. Em 1989, foi feita oficialmente a importação de animais da
raça Mediterrâneo, da Itália para os Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia, da
mesma forma que sêmen de reprodutores Murrah e Mediterrâneo, foram importados pela
Embrapa, da Itália e da Bulgária (Vale 1999; Marques et al., 2003).
Pela história da formação do rebanho bubalino no Brasil, observa-se que
proporcionalmente, poucos animais deram origem ao efetivo populacional existente hoje
no rebanho nacional, fato que explica os elevados índices de consangüinidade
encontrados por Albuquerque (2005) quando estudou a variabilidade genética em cinco
grupos genéticos de búfalos, utilizando marcadores moleculares.
Apesar de serem catalogadas e conhecidas no mundo mais de uma dezena de raças
bubalinas, no Brasil apenas quatros são reconhecidas oficialmente pela Associação
Brasileira de Criadores de Búfalos-ABCB: as raças Murrah, Jafarabadi e Mediterrâneo,
denominadas búfalos de rio e a Carabao, pertencente ao grupo de búfalos de pântano.
A raça Carabao, tem sua origem no continente asiático mais precisamente na Indonésia,
Filipinas e Sri Lanka. São animais de porte menor e a de maior rusticidade, quando
comparadas as demais, tendo aptidão para a produção de carne e trabalho de tração.
Segundo Marques et al. (2003) o rebanho em conservação no BAGAM é um dos únicos
puros do País. No entanto, devido ao reduzido número do rebanho fundador e aos
cruzamentos a que foram submetidos no passado, esse material genético encontra-se
ameaçado de extinção. Sua pelagem é rosilha, com dois semicírculos de pêlos mais
claros na região do pescoço, denominados “coleiras”. Apresenta um cariótipo com 48
cromossomos diferindo das demais raças que apresentam 50 cromossomos. O fato de o
híbrido de Carabao com as demais raças apresentar um cariótipo com 49 cromossomos
confere à descendência baixas taxas de fertilidade.
Dentre os búfalos de rio, a raça Murrah, originária do norte da Índia, é a raça mais
difundida por sua aptidão leiteira, principalmente, nos sistemas intensivos de criação.
Possui pelagem preta e uniforme e seu nome significa caracol-espiral devido ao formato de
seus chifres. Segundo Marques et al. (2003) em decorrência das poucas importações, o
rebanho fundador no Brasil apresenta-se com uma base genética estreita, muitas vezes
ampliada pela introdução de genes da raça Mediterrâneo, fato que pode ser necessário, já
que o conjunto gênico Murrah, quando fechado, resulta em problemas congênitos.
A raça Jafarabadi, originária do oeste da Índia, mais precisamente da Floresta do Gir na
península de Kathiavar, caracteriza-se pela forma peculiar da cabeça com chifres longos
e caídos. São animais de grande porte, pelagem preta e bem definida, de aptidão mista
(carne e leite), citados como os bubalinos mais pesados. Apresenta duas variedades bem
distintas: a Gir e a Palitana. A variedade Gir, de porte menor, possui cabeça, ossatura e
membros mais leves, chifres mais longos e mais finos, dirigidos para baixo das orelhas. A
variedade Palitana, de porte maior, porém, com chifres menores, apresenta crescimento
mais rápido e bolsa gordurosa sobre os olhos fazendo com que eles pareçam mais
fechados.
A raça Mediterrâneo conhecida como búfalo preto ou italiano, descende de animais
importados, em diversas épocas, da Itália para a Ilha de Marajó e, mais tarde, para
diversos estados do País. Embora considerada de dupla aptidão, na Itália é criada com a
finalidade única de produzir leite para fabricação de queijo tipo “muzzarella”. De acordo
com Oliveira (1995), essa raça sofreu cruzamentos absorventes das demais raças
existentes, fortalecendo a idéia de que, à exceção dos animais importados, os bubalinos
criados no Brasil são do tipo mediterrâneo. São animais de tripla aptidão, pois, além de
fornecer carne e leite, são incomparáveis no trabalho de tração.
Além dessas, existe ainda no Brasil, um pequeno grupamento denominado Tipo Baio
cujas características são apresentadas a seguir:
Os animais do Tipo Baio apresentam algumas semelhanças com o búfalo nativo da região
nordeste da Índia descrito como Bubalus bubalis, variedade fulvus sem haver, no entanto,
nenhuma comprovação científica disso. A coloração baia ou pardacenta faz jus à
denominação “Tipo Baio” pela qual é conhecido. Quanto a sua entrada no Brasil, alguns
autores creditam sua origem a um rebanho importado pela antiga Usina Leão, em
Alagoas. No momento, estão agrupados como subespécie Bubalus bubalis fulvus, mas a
grande semelhança com animais da raça Murrah faz supor que podem pertencer ao
mesmo grupo genético, ou seja, Bubalus bubalis bubalis. Corroboram essa hipótese as
informações do presidente da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos de que, na
Índia, esses animais são considerados uma variedade da raça Murrah com a qual têm
muita semelhança fenotípica (formato do corpo, chifre, perfil da cabeça), diferindo apenas
na coloração da pelagem.
Conservação e caracterização genética de Bubalinos
O programa de conservação de recursos genéticos animais no Brasil, de
responsabilidade da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, teve início em 1981
com a finalidade de conservar raças de animais domésticos ameaçadas de extinção.
Esse programa inclui a identificação de populações ameaçadas, a caracterização
morfológica, morfométrica e molecular, assim como a avaliação do potencial produtivo e
reprodutivo das mesmas. Os principais métodos de conservação dos recursos genéticos
animais são a manutenção de populações em sistemas de manejo adequados
(conservação in situ), criopreservação de sêmen e embriões (conservação ex situ) e
manutenção de bancos de DNA (Mariante et al.,1999).
Entre as diferentes espécies conservadas no Brasil, temos a bubalina, com dois
grupamentos ameaçados de extinção: a raça Carabao e o grupo genético denominado
Baio. Núcleos de conservação formados por esses dois rebanhos vêm sendo mantidos
pela Embrapa Amazônia Oriental, no Banco de Germoplasma Animal da AmazôniaBAGAM, na Ilha de Marajó, no Pará. Segundo Marques et al., (2003) o rebanho Carabao
conta com um efetivo populacional de 123 animais dos quais 63 são fêmeas e o Baio
apresenta situação similar com 113 animais sendo 67 fêmeas.
Uma das demandas da conservação de recursos genéticos é o aumento do volume de
informações sobre as populações que estão sendo conservadas, o que reforça a
necessidade de fazer a caracterização genética das mesmas. Em genética, tanto do
ponto de vista do melhoramento como da conservação, o principal objetivo é estudar,
determinar e medir a variação existente, entre e dentro dos indivíduos de uma população
(Aranguren-Méndez et al., 2005). Para tanto, os avanços da biologia molecular aliados às
novas ferramentas estatísticas, propiciam a análise de variações em regiões codificantes
e não codificantes do DNA, favorecendo com isso a obtenção de parâmetros que
possibilitem a caracterização genética, como: variabilidade entre e dentro das
raças/populações, distâncias genéticas entre elas e diversidade da espécie.
Segundo MacHugh et al. (1994) os marcadores moleculares do tipo microssatélites, além
de possibilitar estudos de domesticação e migração de animais, são muito úteis para guiar
programas de conservação de raças ameaçadas de extinção.
Embora ainda sejam poucas as referências envolvendo marcadores bioquímicos e
moleculares para os bubalinos do Brasil, alguns trabalhos são considerados relevantes.
Lara (1998) utilizando marcadores protéicos estudou três raças de búfalos e alguns
mestiços da região do Vale do Ribeira- SP e observou que o loco da albumina mostrou-se
muito informativo, sugerindo que o alelo AlbA seja provavelmente um marcador racial, já
que não ocorreu em animais de padrão Murrah. Os animais se agruparam em dois
clusters principais, um deles incluindo todas as populações Murrah e o outro as
populações de padrão Jafarabadi e Mediterrâneo.
Del Lama y Zago (1996) utilizaram os locos k-caseína e ß-lactoglobulina para comparar
espécies diferentes: bubalinos da raça Murrah com zebuínos das raças Gir e Nelore.
Depois da amplificação do DNA e da digestão pelas enzimas de restrição, Hind III e Hph I,
foram identificadas, nos dois locos, as variantes A e B. Os fragmentos de DNA de bovinos
e bubalinos apresentaram tamanhos similares. Com base nos resultados, foi observada
variação genética somente nas raças bovinas, não tendo sido encontrado nenhum
polimorfismo nos bubalinos.
Utilizando marcadores bioquímicos e moleculares (RFLP), Iorio et al. (2004), analisaram
parâmetros de diversidade genética em duas populações de búfalos de regiões distintas
do sul da Itália e não verificaram diferenças genéticas significativas entre elas.
No Brasil, Sena et al. (2003) estudaram polimorfismos dos locos MHC DRB (Bubu-DRB) e
DRA (Bubu-DRA) em quatro diferentes raças de búfalos: Carabao Murrah e Jafarabadi do
Brasil e Mediterrâneo da Itália. Oito diferentes alelos para o loco Bubu-DRB foram
encontrados em bubalinos do Brasil. As freqüências alélicas diferiram entre as raças,
mostrando redução na heterozigosidade para as raças Murrah e Jafarabadi. Foi
observado também, que os quatro alelos encontrados na raça Carabao (búfalo de
pântano) foram detectados em pelo menos uma das populações de búfalos de rio.
Em um ensaio preliminar, Albuquerque et al. (2000), com 33 marcadores RAPD
analisaram a divergência genética dos grupos, Baio, Carabao, Mediterrâneo e Murrah
onde foi observado que o Carabao agrupou-se separadamente dos demais, sugerindo
que esta pode ser realmente considerada uma subespécie diferente. Um trabalho
complementar foi realizado com 98 marcadores RAPD e com a inclusão da raça
Jafarabadi (ALBUQUERQUE et al., 2006a). Nesse estudo, ao serem confrontados os
grupos Baio e Carabao (rebanhos de conservação) entre si e com os demais, os
resultados para a divergência entre os pares, foram os seguintes: Baio e Carabao
(26,5%), Baio e Mediterrâneo (30,9%), Baio e Murrah (20,4%) e Baio e Jafarabadi
(19,8%), Carabao e Mediterrâneo (40,2%), Carabao e Murrah (26,0%), Carabao e
Jafarabadi (27,3%). Embora todos os valores sinalizem uma divergência genética alta
(P=0,000001), os índices mais elevados ocorreram quando cada um dos grupos foi
confrontado com o grupo Carabao, evidenciando mais uma vez, o fato deste pertencer a
subespécie distinta.
Esta mesma técnica (RAPD) foi utilizada por Appa Rao et al. (1996), para estudar a
distância genética entre a espécie Bubalus bubalis e outras três espécies da família
Bovidae (Bos indicus, Ovis aries e Capra hircus). Na tentativa de detectar marcadores
genéticos espécie-específicos, Saifi et al. (2004) avaliaram a identidade genética entre as
raças Murrah e Bhadawari e concluíram que para os locos analisados no referido estudo,
tanto o índice de identidade genética, calculado com base na freqüência das bandas,
quanto o MAPD (Mean Average Percentage Difference) baseado em bandas não-comuns,
indicaram um nível de identidade genética moderado entre as duas raças.
Partindo-se da premissa que os marcadores moleculares, podem oferecer uma
discriminação de alta resolução entre populações relacionadas dentro de uma mesma
espécie (Barker, 1994), o que evidencia que, utilizando primers heterólogos, tais
marcadores podem ser compartilhados por diferentes espécies animais como: bovina,
bubalina, ovina, caprina e suína (Moore et al., 1991; Hetzel, 1993), um grande número de
locos de microssatélites, caracterizados em bovinos vem sendo utilizados em diversos
trabalhos com búfalos em todo o mundo (Barendse et al., 1994; Kappes et al., 1997).
Com a finalidade de estudar a aplicação de alguns desses marcadores Hanotte et al.
(1998) investigou cinco espécies de bovídeos domésticos da Ásia, incluindo a bubalina
usando oito locos microssatélites recomendados para estudos de genética em bovinos.
Entre os locos analisados, apenas o BM2113 mostrou-se polimórfico para todas as
espécies estudadas. Nos búfalos, três deles não amplificaram (SPS115, ETH003,
BM1824), dois não apresentaram ou apresentaram pouco polimorfismo (ETH010 e
ILSTS006) e os demais (ILSTS005, ETH225, BM2113) mostraram-se polimórficos.
Com o mesmo objetivo, Hooft et al. (1999) estudaram marcadores microssatélites de
bovinos para análises moleculares em sincerinos africanos concluindo que grande
número desses marcadores pode ser amplificado e mostrou-se polimórfico, podendo ser
aplicado em estudos de genética de populações com essa espécie. O´Ryan et al. (1998)
também analisaram a diversidade genética em populações fragmentadas de sincerinos no
Sul da África, por meio da variação de sete locos microssatélites utilizando primers
isolados para Bos taurus. Estudos similares foram realizados por Moore et al. (1995) nos
quais testaram 80 primers microssatélites derivados de bovinos e determinaram os
parâmetros de amplificação para ovelhas e búfalos de rio e de pântano. Do total de locos
testados, 70% apresentaram algum polimorfismo em bubalinos.
Na Índia, Navani et al. (2002) avaliaram a aplicabilidade em búfalos de 108 marcadores
microssatélites dos quais 81 (75%) amplificaram e destes, 61 (56%) mostraram padrão de
bandas polimórficas. Nesse estudo, o número médio de alelos e a heterozigosidade
média por marcador foi 4,5 ± 0,20 e 0,66± 0,02 enquanto Pundir et al. (2000) detectaram
quatro a sete alelos por loco analisado com heterozigosidade média variando de 0,40 a
0,92 quando utilizaram sete marcadores microssatélites para caracterizar a raça
Mehsana.
Recentemente, Kumar et al. (2006) utilizando vinte e sete locos microssatélites,
analisaram a variabilidade e relações genéticas entre as seguintes raças bubalinas
indianas: Toda, Jafarabadi, Pandharpuri, Bhadawari, Nagpuri, Surati, Mehsana e Murrah.
Pelo resultado das análises foi observado que as raças Toda, Jafarabadi e Pandharpuri,
ficaram separadas geneticamente entre si e das demais, sugerindo tratar-se de grupos
distintos. As outras raças formaram um grupo simples próximo à origem, concluindo-se
que as oito raças formaram quatro clusters distintos. A distância genética entre as raças
estudadas foi pequena e a correlação entre a distância genética e a distância geográfica
não foi significativa.
Com base na freqüência dos microssatélites CSSM43, CSSM38, CSSM47, CSSM60,
CSSM36, CSSM33, DRB3, DS1S4 e CYP21, Moioli et al. (2001) avaliaram o potencial
produtivo e a adaptabilidade de populações de búfalos em diferentes ambientes, além de
estimar a diversidade genética de rebanhos italianos e gregos. O número de alelos
detectados variou de dois a treze, nos locos D21S4 e CSSM47, respectivamente. A
diversidade média foi de 0,60 aumentando em função do número de alelos. A
heterozigosidade média observada foi de 0,167 para os búfalos italianos e 0,177 para as
populações da Grécia. O grau de diferenciação entre os grupos estimado em 0,021±0,009
foi considerado moderado. Os resultados sugerem freqüência de distribuição alélica
similar nas duas populações, com alelos semelhantes e freqüentes em todos os locos,
exceto nos CSSM47 e CSSM60.
No Brasil, Albuquerque (2005) analisou populações de búfalos pertencentes aos cinco
grupamentos existentes no pais, utilizando dois tipos de marcadores moleculares (RAPD
e microssatélites), para estimar a variabilidade genética entre e dentro dos mesmos. A
estrutura genética das populações definidas pela análise com RAPD foi comprovada
pelas análises com marcadores microssatélites (Figura 1). O conjunto dos 13 locos
microssatélites utilizados proporcionou um painel com poder de exclusão de paternidade
combinada (PEC) de 99,42% e 99,98%, quando se considerou, respectivamente, apenas
um ou os dois progenitores conhecidos. A variabilidade genética foi estimada em 12,27%
(entre grupos) e 87,73% dentro dos grupos, o que evidencia que a maior parte da
variância genética foi devida a diferenças entre indivíduos dentro dos grupos e somente
uma pequena parte dessa variação pode ser atribuída à diferenças entre os grupamentos
genéticos. A análise dos componentes principais, a partir destes dados (Figuras 2 e 3),
mostra que os grupos Baio e Carabao, que fazem parte do programa de conservação de
recursos genéticos da Embrapa, estão distantes entre si, bem como dos demais grupos.
Estes resultados sugerem tratar-se de grupos genéticos distintos dos demais o que
reforça a necessidade de conservação dos mesmos, como fonte alternativa de variantes
genéticas.
As variações na região mitocondrial D-loop em búfalos, têm sido descritas em diferentes
países (Amano et al., 1994; Lau et al., 1998). No Brasil, Kiersten et al., (2004) analisaram
a região D-loop em quatro diferentes raças de búfalos amostrados em rebanhos
brasileiros e italianos e detectaram 36 haplótipos mitocondriais, com 128 sítios
polimórficos. Nos búfalos de rio (Mediterrâneo, Murrah e Jafarabadi) foi observado que o
conteúdo de A/T foi levemente mais alto do que nos búfalos de pântano (Carabao) sendo,
no entanto, inferior ao encontrado em bovinos. Foi encontrada, ainda, a conexão de um
haplótipo detectado nas raças Murrah e Mediterrâneo, havendo conexões mutacionais
para quatro indivíduos Murrah bem como para búfalos Mediterrâneo.
Num ensaio desenvolvido no Laboratório de Genética Animal da Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia, foram analisados nove animais Tipo Baio do rebanho em
conservação no BAGAM e seis animais da raça Mediterrâneo, de três regiões distintas do
Brasil (Albuquerque et al., 2006b). O trabalho foi realizado a partir do seqüenciamento um
fragmento da região D-loop contendo 375 pb e análise dos destes com seqüências
depositadas no GenBank das raças Carabao, Murrah, Jafarabadi e Mediterrâneo descritas
por Kiersten et al. (2004). A análise revelou 34 haplótipos e 53 mutações ou SNPs,
evidenciando quatro situações distintas: a) o grupo Baio compartilha haplótipos com os
grupos Murrah, Mediterrâneo e Jafarabadi, o que pode estar refletindo os diferentes
cruzamentos ocorridos, assim como a introspecção de genes de animais importados por
criadores brasileiros no passado; b) três haplótipos são formados apenas por animais do
Tipo Baio independentes dos demais grupos, caracterizando-o como um grupo genético
distinto dos demais; c) estes mesmos haplótipos estão muito próximos do haplogrupo
formado por animais da raça Carabao; d) o grupo Baio apresenta quatro haplótipos
compartilhados com as raças de rio. Nos cinco grupos genéticos observou-se a ocorrência
de compartilhamento de eventos de introgressão de genes. Apenas a raça Jafarabadi
apresentou-se sub-estruturada, sugerindo que existe diferença entre as populações
estudadas. Pelos resultados verificados nesse ensaio os autores concluíram que os
animais do Tipo Baio formaram um grupo posicionado entre os grupos de rio e de pântano.
Os animais do grupo Carabao formaram haplótipos independentes, evidenciando o fato de
pertencerem a sub-espécies distintas. A relação entre os haplótipos observados neste
trabalho (Figura 4) foi estabelecida a partir de uma análise de network (Bandelt et al.,
1999).
Finalmente verifica-se que ainda é escassa a literatura sobre caracterização genética de
búfalos no Brasil, quando comparada à literatura em outros países onde a criação de
búfalos tem maior tradição.
Conclusão
A revisão de literatura enfatizou a história da bubalinocultura no Brasil da introdução à
caracterização genética utilizando marcadores moleculares. Comentou sobre as raças
que estão sendo conservadas e sua importância como fonte de variabilidade genética.
Citou alguns trabalhos relevantes com a espécie bubalina no Brasil e no mundo. Com
este trabalho foi possível observar que, comparado a outras espécies, ainda existe uma
grande lacuna a ser preenchida quando se trata de pesquisa envolvendo a espécie
bubalina no Brasil, principalmente sob enfoque molecular, o que, sem dúvida, demanda
novas investigações sobre o tema.
Referências
ALBUQUERQUE, M. do S. M.; MARQUES, J. R. F.; GAPAROTTO, C. R.; MARTINEZ, A.
N.; EGITO, A. A. Preliminary evaluation of genetic distance among four buffalo populations
conserved on Marajó Island (State of Pará- Brazil). In: GLOBAL CONFERENCE ON
CONSERVATION OF DOMESTIC ANIMAL GENETIC RESOURCES, 5., 2000, Brasília.
Anais... Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2000. 1 CD-ROM.
Editado por Arthur da Silva Mariante.
ALBUQUERQUE, M. S. M. Marcadores moleculares e variabilidade genética em
búfalos no Brasil. 2005, 111 f. Tese (Doutorado em Genética) -Departamento de
Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, 2005
ALBUQUERQUE, M. S. M.; EGITO, A. A ; MARQUES, J. R. F.; CIAMPI, A Y.; MARIANTE,
A da S.; CASTRO, S. T. R.; COSTA, M. R.; PAIVA, S. R.; SILVA, A, M.; CONTEL, E.P.B.
Variabilidade genética em búfalos estimada por marcadores RAPD. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 42, no prelo, 2006a.
ALBUQUERQUE, M. S.M. Phylogenetic analysis in Brazilian buffaloes and its relationship
with river and swamp buffaloes. 8Th World congress on genetics applied to livestock
production. Belo Horizonte, no prelo. 2006b
AMANO, T.; MIYAKOSHI, Y.; TAKADA, T.; KIKKAWA, Y. ; SUZUKI, H. Genetic variants of
ribosomal DNA and mitochondrial DNA between swamp and river buffaloes. Animal
Genetics 25, 1994, Supplement 1, 29-36.
APPA RAO, K. B. C.; BHAT, K. V.; TOTEY, S. M. Detection of species-specific genetic
markers in farm animals through random amplified polymorphic DNA (RAPD). Genetic
Analysis: Biomolecular Engineering, v. 13. p. 135-138. 1996.
ARANGUREN-MÉNDEZ, J. A.; ROMÁN-BRAVO, R.; ISEA, W.; VILLASMIL, Y.;
JORDANA, J. Los microsatélites (STR`s) marcadores moleculares de ADN por excelencia
para programas de conservación: una revisión. Arch. Latinoam. Prod. Anim. 2005.13 (1):
30-42.
BANDELT, H.P., FOSTER, P., ROHL, A. (1999) Mol.Biol.Evol. 16:37-48.
BARENDSE, W. VAIMAN, D.; KEMP, S. J. A medium-density genetic linkage map of the
bovine genome. Mammalian Genome, v. 8 p. 21-8. 1994.
BARKER, J. S. F. A global protocol for determining genetic distances among domestic
livestock breeds. In: WOLRD CONGRESS ON GENETICS APPLIED TO LIVESTOCK
PRODUCTION, 5., 1994, Guelph. Proceedings... Guelph: International Committee for
World Congresses on Genetics Applied to Livestock Production, 1994. v. 5, p. 501-508.
BARUSELLI, P.S; MADUREIRA, E. H.; BARNABE, V.H.; BARNABE, R.C.; BERBER,
R.C.A. Evaluation of synchronization of ovulation for fixed timed insemination in buffalo
(Bubalus bubalis). Brasilian Journal of Veterinary Research and Animal Science (2003) 40:
431-442.
CASSIANO, L. A. P.; MARIANTE, A. da S.; MCMANUS, C.; MARQUES, J. R. F.; COSTA,
N. A. Caracterização fenotípica de raças bubalinas nacionais e do tipo Baio. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, v. 38, n. 11, p. 1337-1342, 2003.
COCKRILL, W.R. Present and future of buffalo production en the world. Past and present.
In: World Buffalo Congress, 4. Proceedings. São Paulo: International Bufalo Federation,
1994. vol 1 p 3-22.
DEL LAMA, S. N.; ZAGO, M. A. Identification of the κ-casein and β-lactoglobulin genotypes in
Brazilian Bos indicus and Bubalus bubalis populations. Brazilian Journal of Genetics,
Ribeirão Preto, v. 19, n. 1, p. 73-77, 1996.
GARCIA, S. K.; AMARAL, A.; SALVADOR, D. F. Situação da bubalinocultura mineira. Ver.
Bras. Reprod. Anim, v.29, n. 1, p.18-27, 2005.
HANOTTE, O.;VERJEE, Y.; OCHIENG, J.; REGE, J. E. O. Cattle microsatellite markers
for amplification of polymorphic loci in Asian bovidae. In: GLOBAL CONFERENCE ON
CONSERVATION OF DOMESTIC ANIMAL GENETIC RESOURCES, 4., 1998,
Kathmandu. Proceedings... Kathmandu: Nepal Agricultural Research Council: Rare
Breeds International, 1998. p. 47-49.
HETZEL, J. Livestock genome research on march. Nature Genetics, New York, v. 4, p.
327-328, 1993.
HOOFT, W. F. van; HANOTTE, O.; WENINK, P. W.; GROEN, A. F.; SUGIMOTO, Y.;
PRINS, H. H. T.; TEALE, A. Applicability of bovine microsatellite markers for population
genetic studies on African buffalo (Syncerus caffer). Animal Genetics, Oxford, Inglaterra,
v. 30, p. 214-220, 1999.
IORIO, M.; VINCENTI, D.; ANNUNZIATA, M.; RULLO, R.; BONAMASSA, R.; LUCCIA, A.
D.; PIERAGOSTINI, E. Biochemical and molecular investigations on qualitative and
quantitative Hb polymorphism in the river buffalo (Bubalus bubalis L.) population reared in
Southern Italy. Genetics and Molecular Biology, Ribeirão Preto, v. 27, n. 2, p. 167-173,
2004.
KAPPES, S. M.; KEELE, J. W.; STONE, R.T. et al (1997). A second-generation linkage
map of the bovine genome. Genome Research. 7,235-49.
KIERSTEIN, G.; VALLINOTO, M.; SILVA, A.; SCHNEIDER, M. P.; IANNUZZI, L.;
BRENIG, B. Analysis of mitochondrial D-loop region casts new light on domestic buffalo
(Bubalis bubalis) phylogeny. Molecular Phylogenetics and Evolution. 30, 2004, 308-324.
KUMAR, S.; GUPTA, J.; KUMAR, N.; DIKSHIT, K.; NAVANI, N.; JAIN, P.; NAGARAJAN,
M. Genetic variation and relationships among eight Indian riverine buffalo breeds.2006
Blackwell Publishing Ltda, Molecular Ecology, 10.1111/j.1365-294X. 2006.02837.x
LARA, M. A C. Variabilidade genética em bovinos e bubalinos através de
polimorfismos protéicos: análise populacional e suas implicações no
melhoramento. 1998. 215 f. Tese (Doutorado em Genética) -. Departamento de
Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, 1998.
LAU, C.H.; DRINKWATER,R. D.; YUSOFF, K.; TAN, S.G.; HETZEL, D. J. S.; BARKER, J.
F. S. Genetic diversity of Asian water buffalo (bubalus bubalis): mitochondrial DNA D-loop
and cytochrome b sequence variation. Animal Genetics 29, 1998, 253-264.
MACHUGH, D. E.; LOFTUS, R. T.; BRADLEY, D. G.; SHARP, P. M.; CUNNINGHAM, P.
Microsatellite DNA variation within and among European cattle breeds. Proceedings of
the Royal Society of London. Serie B. Biological Sciences, London, v. 256, p. 25-31,
1994.
MADELLA-OLIVEIRA, A. F.; QUIRINO, C. R.; PACHECO, A.; NEVES, G. D.; GRÉGIO, S.
L. S. Identificação de criatórios de búfalos nas regiões norte e baixadas litorânea do Rio
de Janeiro e sul do Espírito Santo. Ver. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v. 29, n. 1, p.
28-33, 2005.
MARIANTE, A da S; ALBUQUERQUE, MSM; EGITO, AA; McMANUS, C. Advances in the
Brazilian animal genetic resources conservation programme. Animal Genetic Resources
Information, FAO, Rome, Italy, v. 25, p. 107-121, 1999.
MARQUES, J. R. F. Avaliação genético-quantitativa de algumas características do
desempenho produtivo de grupos genéticos de búfalos (Bubalus bubalis L.).
Botucatu, IB-UNESP, 1991. 148 p. (Tese, Doutoramento).
MARQUES, J. R. F.; DIAS, A. V. S.; TEIXEIRA, J. C.; CASSIANO, L. A. P. Origem,
domesticação e classificação zoológica. In: MARQUES, J. R. F. (Ed.). Búfalos: o
produtor pergunta, a Embrapa responde. Brasília: Embrapa Comunicação para
Transferência de Tecnologia, 2000. 176 p. (Embrapa Comunicação para Transferência de
Tecnologia. Coleção 500 Perguntas, 500 Respostas).
MARQUES, J. R. F.; COSTA, M. R.; EGITO, A. A.; MARIANTE, A. da S.;
ALBUQUERQUE, M. S. M. Conservation of genetic resources of the small populations of
domestic animal of the Amazon Region in Brazil. Animal Genetic Resources
Information, v. 33, p. 31-40, 2003.
MASON, I. L. A World Dictionary of Livestock Breeds, Types and Varieties. CAB
International, Wallingford, Oxford, UK. 1996.
MOIOLI, B.; GEORGOUDIS, A.; NAPOLITANO, F.; CATILLO, G.; LUCIOLI, S.; LIGDA, Ch
e BOYAZOGLU, J. Genetic diversity between Italian and Greek buffalo populations.Animal
Genetic Resources Information, N.29, 2001.
MOORE S. S.; SARGEANT, L. L.; KING, T. J.; MATTICK, J. S.; GEORGES, M.; HETZEL,
D. J. S. The conservation of dinucleotide microsatellites among mammalian genomes
allows the use of heterologous PCR primer pairs in closely related species. Genomics,
San Diego, v. 10, p. 654-660, 1991.
MOORE, S. S.; EVANS, D.; BYRNE, K.; BARKER, J. S. F.; TAN, S. G.; VANKAN, D.;
HETZEL, D. J. S. A set of polymorphic DNA microsatellites useful in swamp and river
buffalo (Bubalus bubalis). Animal Genetics, Oxford, Inglaterra, v. 26, p. 355-359, 1995.
NASCIMENTO & GUIMARÃES, 1971. Características Zootécnicas do Búfalo
Baio.Série:Estudos Sobre Bubalinos.Convênio Pesquisas Zootécnicas. MA/IPEAN v. 2,
n.1, 1971.
NAVANI, N.; JAIN,P.K.; GUPTA, S.; SISODIA, B. S.; KUMAR, S.A set of cattle
microsatellite DNA markers for genome analysis of riverine buffalo (Bubalus bubalis).
Animal Genetics, Oxford, Inglaterra, v. 33, p. 149-3154, 2002.
OHASHI, O. M. Anomalias reprodutivas de origem genética observadas no rebanho
bubalino nacional. Simpósio Brasileiro de Bubalinocultura (1996: Cruz das Almas). O
Búfalo no Brasil. Cruz das Almas: UFBA, Escola de Agronomia, 1997. 236p.
OLIVEIRA, J. F. S. Curso de bubalinocultura. Apostila. p.30,1995.
O`RYAN, C.; HARLEY, H. H.; BRUFORD, W. M.; BEAUMONT, M.; WAYNE, R. K.;
CHERRY, M. I. Microsatellite analysis of genetic diversity in fragmented South African
buffalo populations. Animal Conservation, v. 1, p. 85-94, 1998.
PERERA, B.M.A.O.; ABEYGUAWARDENA, H.;VALE, W. G.;CHANTALAKHANA, C.
Livestock and wealth creation: Improving the husbandry of animals kept by poor people in
developing countries. [s.l., UK]: Livestock Production Programme. Natural Resources
International Lida, 2005. chapter 22:Buffalo.(in press).
RAMOS, A.A. Potencial leiteiro do Búfalo/Melhoramento Genético, seleção e
cruzamento.Contribuição ao Estudo dos Bubalinos: Período de 1972-2001.Faculdade de
medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu, universidade Estadual Paulista. Palestras.
p.05-45, 2003.
SAIFI, H. W.; BHUSHAN, B.; KUMAR, S.; KUMAR, P.; PATRA, B. N.; SHARMA. Genetic
identity between Bhadawari and Murrah breeds of buffaloes (Bubalus bubalis) using
RAPD-PCR. Asian-Aust. J. Anim. Sci., v. 17, n. 5, p. 603-607. 2004.
SENA, L.; SCHNEIDER, M. P. C.; BRENIG, B.; HONEYCUTT, R. L.; WOMACK, J. E.;
SKOW, L. C. Polymorphisms in MHC-DRA and DRB alleles of water buffalo (Bubalus
bubalis) reveal different features from cattle DR alleles. Animal Genetics, v.34, p.110.2003.
SNEL-OLIVEIRA, M.V.; FEITOSA, A.C.M.; BLUME, H.; MONDADORI, R.G. Artificial
insemination of buffalo murrah heifers. In: World Buffalo Congress, 7, 2004, ManilaPhilippines. Proceedings…Manila:International Bufalo Federation, 2004. 1 CD-ROM.
TONHATI, H.; MUÑOZ, M. F. C.; DUARTE, J. M. C.; REICHERT, R. H.; OLIVEIRA, J. A.
A.; LIMA, A. L. F. Estimates of correction factors for lactation length and genetic
parameters for milk yield in buffaloes. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e
Zootecnia, v. 56, n. 2, p. 251-257, 2004.
VALE , W. G. Perspectivas da bubalinocultura no Brasil e na América Latina. In:
SIMPOSIO PAULISTA DE BUBALINOCULTURA, 1., 1999, Jaboticabal. Anais...
Jaboticabal: FUNEP, 1999. p. 1-26 .
VALE , W. G.; Ribeiro, H. F. L. Características reprodutivas dos bubalinos: puberdade,
ciclo estral, involução uterina e atividade ovariana no pós-parto. Ver. Bras. Reprod. Anim,
Belo Horizonte, v.29, n.2, p.63-73, 2005. In:Disponível em www.cbra.org.br.
Anexos
Figura 2. Dendrograma gerado pelo método de UPGMA para distâncias padronizadas entre
os grupos genéticos Baio, Carabao, Jafarabadi, Mediterrâneo e Murrah (Nei, 1972).
Mediterrâneo
Carabao
Jafarabadi
Murrah
Baio
Figura 3. Análise de componentes principais obtida do coeficiente de Dice de 233
búfalos pertencentes a cinco raças naturalizadas brasileiras.
Mediterrâneo;
Carabao;
Jafarabadi;
Murrah;
Baio.
Figura 4. Análise dos componentes principais, evidenciando as médias obtidas para FST de
cinco grupos genéticos de bubalinos criados no Brasil.
Murrah,
Jafarabadi,
Jafarabadi,
Mehsana,
Mehsana,
Carabao.
Baio,
Mediterrâneo,
Figura 5. Median-joining (MJ) network para alguns haplótipos baseado nos sítios
polimórficos da região D-loop mitocondrial. As áreas circundadas representam a
proporção de frequência dos haplótipos indicados.
Download