0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 1 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 Cinemática Vetorial 1. (a) Devemos decompor o movimento da pedra em movimento vertical e movimento horizontal. Como o movimento horizontal não é acelerado, temos D = vH tq , onde vH é o módulo da componente horizontal da velocidade, que permanece constante desde o lançamento da pedra até o instante em que ela toca o solo, e tq é o tempo de queda, isto é, o intervalo de tempo transcorrido desde o lançamento até o instante em que a pedra toca o solo. O tempo de queda pode ser calculado analisando-se o movimento vertical da pedra: 1 h = g t2q 2 Desta forma, concluímos que vH = D =⇒ p tq = s 2h . g g/(2h) e, conseqüentemente, a velocidade da pedra no instante do lançamento é dada por r g ~v = D ı̂ . 2h (b) Para determinarmos a velocidade da pedra no instante em que ela toca o solo, devemos calcular a componente vertical de sua velocidade, uma vez que a componente horizontal é a mesma durante todo o movimento, e já foi calculada no item anterior. Por conveniência, vamos escolher eixos cartesianos de modo que o movimento ocorra no plano OX Y, com o eixo OX horizontal apontando no sentido do lançamento, o eixo OY vertical e apontando para cima e a origem no solo. Com isso, a componente vertical da velocidade da pedra no instante em que toca o solo é dada por vy = −gtq =⇒ vy = −g s p 2h = − 2gh , g resultado que poderia ter sido obtido também pela equação de Torricelli. Portanto, a velocidade da pedra no instante em que toca o solo é dada por r p g ~v = D ı̂ − 2gh ̂ . 2h 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 2 (c) Substituindo D = h na expressão da velocidade da pedra no instante em que ela toca o solo, obtemos ~vq = r p gh ı̂ − 2gh ̂ . 2 (0.1) Com isso, a razão entre os módulos de vqy e vqx é dada por |vqy | = 2. |vqx | (0.2) Conseqüentemente, o ângulo entre ~vq e a horizontal é dado por θ = arctan (|vqy |/|vqx |) = arctan(2) . (0.3) Na figura, a linha pontilhada representa a trajetória seguida pela pedra e, nela, estão indicados ainda o ângulo θ, a velocidade ~vq , e as distâncias relevantes no problema. Y h O 2. D=h q X √ 2gh ̂ ~vq = gh 2 ı̂ − θ (a) Por conveniência, escolheremos o instante em que o projétil é lançado como t0 = 0 e a origem dos eixos cartesianos no ponto de lançamento do projétil. Sabendo que ~a = −g ̂, a função-velocidade e a função-movimento desse projétil são dadas, respectivamente, por ~v = v0 cosθ0 ı̂ + (v0 senθ0 − gt) ̂ 1 2 ~r = (v0 cosθ0 ) t ı̂ + (v0 senθ0 ) t − gt ̂ . 2 (0.4) (0.5) 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 3 Usando o fato de que no instante t1 a componente vertical da velocidade do projétil é nula, temos v0 senθ0 − gt1 = 0 =⇒ t1 = v0 senθ0 . g (0.6) Não é difícil mostrar que t2 = 2t1 (o tempo de queda é o dobro do tempo de subida). Assim, as posições do projétil nos instantes t1 e t2 são dadas, respectivamente, por v 2 sen2 θ0 v02 senθ0 cosθ0 ı̂ + 0 ̂ , g 2g 2v02 senθ0 cosθ0 ı̂ . = g ~r1 = (0.7) ~r2 (0.8) Conseqüentemente, o vetor deslocamento ∆~r = ~r2 − ~r1 será dado por ∆~r = v02 senθ0 cosθ0 v 2 sen2 θ0 ı̂ − 0 ̂ . g 2g (0.9) (b) O vetor velocidade média é a razão entre o deslocamento ∆~r = ~r2 − ~r1 e o intervalo de tempo ∆t = t2 − t1 . Como t2 = 2t1 , vemos que t2 − t1 = v0 senθ0 /g. Usando, então, as expressões de ~r1 e ~r2 , dadas pelas equações (0.7) e (0.8), obtemos h~v i[t1 , t2 ] = v0 senθ0 ∆~r = v0 cos θ0 ı̂ − ̂ ∆t 2 (0.10) (c) Substituindo t = t1 e t = t2 em (0.4), obtemos as velocidade desejadas: ~v1 = v0 cos θ0 ı̂ , (0.11) ~v2 = v0 cos θ0 ı̂ − v0 senθ0 ̂ . (0.12) (d) A figura mostra a trajetória do projétil. Observe que, nela, marcamos as velocidades ~v0 , ~v1 e ~v2 , o vetor deslocamento entre os instantes t1 e t2 e a velocidade média h~v i[t1 , t2 ]. 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 Y 4 ~v1 h~v i[t1 , t2 ] ~v0 ∆~r O 3. ~v2 X (a) As posições do pacote (P ) e da pessoa dentro do balão (B) são dadas, respectivamente, por (com unidades no SI) xP = (1/40)t e yP = 340 − 5t2 (0.13) xB = 200 e yB = V t . (0.14) (b) Para que uma pessoa dentro do balão agarre o pacote, as suas coordenadas (xB , yB ) devem, em algum instante, designando por te , coincidir com as do pacote (xP , yP ). De xP = xB , obtemos 1 te = 200 40 =⇒ te = 8 . (0.15) Substituindo te = 8 na expressão de yP , concluímos que a pessoa deve agarrar o pacote a 20 metros do solo. Finalmente, forçando que yB = 20, chegamos à conclusão de que a pessoa só será capaz de apanhar o pacote caso a velocidade do balão seja V = 2, 5m/s. 4. (a) Caso não houvesse gravidade, o projétil se moveria em movimento retilíneo uniforme, ao longo da reta caracterizada por y = x (z = 0), já que seu ângulo de lançamento é 45o . A influência da gravidade faz com que, em lugar de um segmento de reta, o projétil descreva um arco de parábola, com concavidade voltada para baixo. Conseqüentemente, supondo que a velocidade inicial do projétil seja 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 5 finita atingirá o ponto P somente se h < d. O caso em que h = d seria atingido apenas no limite em que v0 → ∞, como ficará evidente no próximo item. (b) O movimento do projétil ocorre no plano OX Y. As coordenadas x e y do projétil num instante qualquer após o seu lançamento são dadas por (sua coordenada z é nula durante seu movimento) √ 2 x = v0 t 2 e y = v0 √ 2 1 t − gt2 . 2 2 (0.16) Podemos encontrar a equação cartesiana de sua trajetória relacionando diretamente √ as coordenadas x e y. Substituindo t = 2x/(v0 2) na expressão de y, obtemos y =x− gx2 . v02 Impondo, então, que o projétil passe pelo ponto P , escrevemos r gd2 g h=d− 2 . =⇒ v0 = d v0 d−h (0.17) (0.18) Observe que para h > d não há raiz real. Isso significa que, caso h > d, o ponto P (d, h, 0) nunca poderá ser atingido por um projétil lançado da origem com ângulo de lançamento θ0 = 45o . Note,ainda, que se aumentarmos a altura h fazendo com que ela tenda ao valor da distância d, vemos diretamente da equação anterior que v0 → ∞. A interpretação desse resultado é simples: com uma velocidade infinita, o tempo de percurso até o ponto P , que estaria exatamente na direção do lançamento do projétil, tende a zero, de modo que a ação da gravidade se torna desprezível durante o movimento do projétil. (c) Para descobrirmos se no instante tP em que o projétil passa pelo ponto P ele está subindo ou descendo, basta verificar o sinal da componente vertical de sua velocidade nesse instante, denotada por vyP . O instante tP pode ser calculado impondo √ que xP = v0 ( 2/2)tP = d. Utilizando a equação (0.18), temos, s √ r g 2 d−h d tP = d =⇒ tP = 2 . (0.19) d−h 2 2g 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 6 √ De posse de tP , calculamos, então, vyP = v0 2/2−gtP . Substituindo as expressões de v0 e tP e reescrevendo o resultado convenientemente, obtemos r 2g d h− . vyP = d−h 2 (0.20) Uma rápida inspeção na equação anterior nos permite concluir que para 0 ≤ h < d/2 o projétil passa pelo ponto P descendo, pois nesse caso vyP < 0. Essa situação está ilustrada na figura por uma linha contínua. Já para d/2 < h < d, o projétil passa pelo ponto P na subida, pois vyP > 0, situação ilustrada na figura por uma linha tracejada. Para h = d/2, o projétil atinge o ponto P no instante em que está em sua altura máxima e, por esse motivo, é nula a componente vertical de sua velocidade, ou seja, vyP = 0. Na figura, essa situação corresponde à linha pontilhada. Y h= d O d 2 X Vale a pena lembrar que para cada posição do ponto P , isto é, para cada valor de h (d está fixa no problema) a velocidade de lançamento do projétil é diferente, tanto maior quanto mais o valor de h se aproxima do valor de d. 5. (a) Os movimentoS horizontal e vertical são independentes. As respectivas funçõesvelocidade são dadas por vx = v0x + a t , vy = v0y − g t . (0.21) Note que o movimento vertical da partícula é idêntico ao movimento queda livre usual. No ponto mais alto, a componente vertical da velocidade da partícula se anula 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 7 (vy = 0). Com isso, utilizando a segunda equação escrita anteriormente, obtemos para o tempo de subida ts : tS = v0y . g (0.22) (b) Como o movimento na vertical é o de queda livre, concluímos imediatamente que o tempo de descida, tD , é idêntico ao de subida, isto é, tD = tS . Esse resultado não depende do movimento horizontal da partícula. (c) Durante a subida, o projétil percorre a distância horizontal ∆xS = fx (tS ) − fx (0) 2 1 v0y v0y = v0x + a − 0 g 2 g 2 v0x v0y a v0y + . = g 2 g2 (0.23) (d) Durante a descida, o projétil percorre a distância horizontal ∆xD = fx (2 tS ) − fx (tS ) 2 # 2 " v0y 1 1 v0y v0y v0y + a 2 + a − v0x = v0x 2 g 2 g g 2 g = 2 v0x v0y 3 a v0y + . g 2 g2 Observe que a distância percorrida na descida é maior que a percorrida na subida. Isso ocorre porque as velocidades horizontais da partícula durante a descida são maiores que durante subida, como fica evidente se inspecionarmos a expressão de vx (lembre-se de que vx0 e a são quantidades positivas). 6. (a) Usando a definição de aceleração, temos d~v = ~a = −ax ı̂ − ay ̂ dt =⇒ ~v − ~v0 = Z t 0 (−ax ı̂ − ay ̂) dt ′ . (0.24) Realizando a integração e usando o fato de que ~v0 = v0x ı̂, obtemos ~v = (v0x − ax t)ı̂ − ay t̂ . (0.25) 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 8 Utilizando a definição de velocidade e integrando uma vez mais no tempo, obtemos Z t d~r ′ ′ = ~v =⇒ ~r − ~r0 = (v0x − ax t )ı̂ − ay t ̂ dt ′ , (0.26) dt 0 ou seja, ~r = 1 2 1 v0x t − ax t ı̂ − ay t2 ̂ . 2 2 (0.27) (b) Observe que em t = 0 a partícula se encontra na origem com uma velocidade cuja componente ao longo de OX é positiva e com uma aceleração cuja componente ao longo desse mesmo eixo é constante e negativa (v0x > 0 e ax < 0). Fica evidente, portanto, que a componente vx da velocidade da partícula irá se anular e passará a assumir valores negativos. Em outras palavras, o movimento na direção de OX muda de sentido. Justamente quando vx = 0 a coordenada x da partícula é máxima. Com isso, e utilizando os resultados do item anterior, obtemos vx = 0 =⇒ v0x − ax t1 = 0 =⇒ t1 = v0x . ax (0.28) A velocidade da partícula no instante t1 é dada por ~v1 = (v0x − ax t1 )ı̂ − ay t1 ̂ = − ay v0x ̂ . ax (0.29) (c) Como o produto escalar de dois vetores não-nulos só é nulo caso eles sejam perpendiculares entre si, podemos determinar o instante t2 impondo que ~v · ~a = 0: (v0x − ax t2 )ı̂ − ay t2 ̂ · (−ax ı̂ − ay ̂) = 0 , (0.30) ou seja, −(v0x − ax t2 )ax + a2y t2 = 0 =⇒ t2 = v0x ax , a2 (0.31) onde a2 = a2x + a2y = |~a2 | é o módulo ao quadrado da aceleração da partícula. (d) Como a aceleração é constante, a trajetória da partícula é parabólica, como no caso do movimento de um projétil próximo à superfície terrestre se desprezarmos a resistência do ar. No entanto, como a aceleração nesse problema não é vertical, o eixo de simetria dessa parábola está inclinado em relação à vertical. Para fazer o desenho da 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 9 trajetória da partícula, escolhemos ax /ay = 2. É como se a aceleração da gravidade, ~g , tivesse girado no sentido horário de um ângulo cuja a tangente vale 2 (observe no desenho à esquerda que o eixo de simetria da trajetória parabólica da partícula está girado desse ângulo). Observe, ainda, que t2 < t1 . Para demonstrar esse resultado, basta escrever t2 = v0x ax 2 ax 2 = t1 ax a a (0.32) e lembrar que a2x < a2 . Como a aceleração é constante, as setas representativas de ~a1 e ~a2 têm o mesmo módulo, direção e sentido. Lembre-se, finalmente, de que as velocidades são sempre tangentes à trajetória. Verifique todas essas afirmativas na figura à esquerda. Y X O ~v0 ~a2 α ~v2 ~a1 ~v2 ~at2 ~v1 Para finalizar este item, mostraremos um método um pouco mais geométrico de determinar o instante t2 , no qual ~v e ~a são perpendiculares. Como a aceleração é constante, podemos escrever ~v2 = ~v0 + ~at2 . (0.33) Uma vez que ~v2 e ~a devem ser perpendiculares, os três vetores ~v2 , ~v0 e ~at2 formam um triângulo retângulo, com |~v0 | sendo a hipotenusa, como ilustra a figura à direita. Uma rápida inspeção nessa figura nos permite escrever |~a|t2 = |~v0 |cosα = v0x cosα, onde cosα = ax /|~a|. Das relações anteriores, obtemos, diretamente, t2 = v0x ax /a2 , de acordo com o cálculo anterior. 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 10 7. As velocidades ~vA e ~vB têm o mesmo módulo e, portanto, devemos representá-las por setas de mesmo tamanho. Além disso, devem ser tangentes à trajetória nos pontos A e B, respectivamente. Os módulos das acelerações da partícula quando ela se encontra nos pontos A e B são dados, respectivamente, por aA = va2 /r e aB = vB2 /R. Como vA = vB e R = 2r, concluímos que aA = 2aB . Ou seja, devemos representar ~aA por uma seta com o dobro do comprimento da seta representativa de ~aB . Além disso, como o movimento nos semicírculos é circular uniforme, as acelerações são puramente centrípetas, ouseja, apontam para os respectivos centros de curvatura. Finalmente, o deslocamento ∆~r[ta , tb ] é dado por uma seta que vai de A para B. A figura contém todas as afirmativas anteriores. ~vB ~aB B ∆~r[ta , tb ] ~vA A ~aA 8. Por definição, a derivada temporal da velocidade escalar da partícula nos dá a componente tangencial de sua aceleração, isto é, dv = aT = a0 cos(ωt) =⇒ vT − vT 0 = dt Z t cos(ωt ′ dt ′ = 0 a0 sen(ωt) , ω (0.34) ou seja, a0 v= ω 1 + cos(ωt) . A componente normal ou centrípeta da aceleração da partícula é dada por 2 a20 v2 = 2 1 + cos(ωt) . aN = R ω R (0.35) (0.36) De posse das componentes aT e aN , obtemos facilmente o módulo da aceleração da partícula: |~a| = q a2T + a2N a2 = 20 ω R 2 ω R+ a20 1/2 2 2 . cos (ωt) + a0 1 + 2 cos(ωt) (0.37) 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 9. 11 (a) A partícula A se movimenta de maneira periódica ao longo do eixo OY, permane- cendo sempre entre as posições y1 = −R e y2 = R. A partícula B segue uma trajetória circular no plano OX Y, de raio R e centro na origem, uma vez que x2B + yB2 = R2 . Analisando a posição dessa partícula, não é difícil perceber que ela se move no sentido anti-horário de quem observa o movimento de um ponto localizado no semi-eixo positivo OZ. (b) Para sabermos se as partículas se encontram ou não, devemos impor as condições xA = xB e yA = yB e verificar se existe algum instante no qual tais condições sejam satisfeitas. Impondo, então, essas condições, temos 0 = R cos(ω t) e R cos(ω t) = R sen (ω t) (0.38) Da primeira equação, vemos que ω t = (π/2) + π n, onde n é um inteiro qualquer. Substituindo esses valores na segunda equação, obtemos R cos π + π n = R sen +πn , 2 2 π isto é, 0 = R (−1)n , (0.39) que é um resultado absurdo. Portanto, não há nenhum instante no qual as partículas se encontrem. (c) A figura da esquerda mostra apenas a trajetória circular da partícula B, de raio R e centrada na origem, e a trajetória da partícula A, uma semi-reta entre os pontos (0, −R) e (0, R). Para facilitar a visualização da trajetória da partícula A, não desenhamos nessa figura o eixo OY. A figura do centro mostra a situação no instante t1 = π/2ω. Como o movimento de B é circular uniforme, sua aceleração aponta em qualquer instante para o centro do círculo e tem módulo constante. Obviamente sua velocidade é tangente ao círculo. Nesse instante, a partícula A está na origem com velocidade máxima e aceleração nula. Note que a o módulo de sua velocidade nesse instante coincide com o módulo da velocidade da partícula B em qualquer instante (verifique esse resultado a partir das respectivas funções-movimento das partículas). 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 12 Finalmente, a figura da direita mostra a situação no instante t2 = π/ω. Nesse instante, a partícula A tem velocidade nula mas aceleração máxima. Não é difícil mostrar que o módulo de sua aceleração nesse instante coincide com o módulo da aceleração da partícula B em qualquer instante. Confira nas figuras as afirmativas anteriores. Y ~vB1 B Y ~aB1 A ~aB2 X ~aA1 = ~0 ~vA1 X ~aA2 ~vB2 t1 = Trajetórias 10. π 2ω X t2 = ~vA2 = ~0 π ω (a) A posição do barco B relativa ao barco A é dada por ~rB′ = ~rB − ~rA . (0.40) Usando as posições dos barcos, obtemos ~rB′ = [(120 − t)ı̂ + 5t̂] − [tı̂ + 5t̂] = (120 − 2t)ı̂ . (0.41) Derivando essa expressão em relação ao tempo, obtemos a velocidade do barco B relativa ao barco A, ~vB′ = −2 ı̂ . (0.42) (b) Do item anterior, temos ~rB′ = (120 − 2t)ı̂. Os barcos se chocaãão se, e somente se, a posição do barco B relativa ao barco A se anular para algum instante de tempo, isto é, se ~rB′ = 0. Portanto, os barcos se chocarão se, e somente se, 120 − 2t = 0, o que nos permite concluir que os dois barcos se chocarão em t = 60 s. 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 13 11. Designemos por R o referencial solidário ao edifício com origem no primeiro andar e R ′ o referencial solidário ao elevador com origem no piso do mesmo. (a) No referencial R o parafuso tem, inicialmente, a velocidade do elevador, ou seja, vz0 = v0 . Nesse mesmo instante, no referencial R ′ , o parafuso tem velocidade nula, ′ isto é, vz0 = 0. (b) No referencial R o movimento é o de queda livre usual: vz = vz0 − gt (0.43) 1 z = H + vz0 t − gt2 . 2 (0.44) Para descobrirmos o movimento relativo ao referencial R ′ , basta relacionar z, z ′ e Z, onde Z é a posição do piso do elevador (origem de R ′ ) em relação ao referencial R. Observando que a posição (vertical) do parafuso em relação a R é a soma de sua posição relativa a R ′ com a posição da origem de R ′ em relação a R, é imediato escrever z = z′ + Z =⇒ vz = vz′ + Vz =⇒ az = az′ + Az . (0.45) Como o movimento do piso do elevador é uniformemente acelerado com Az = a e tem velocidade inicial Vz0 = v0 e posição inicial Z0 = 0 (no instante inicial o elevador está no primeiro andar), temos 1 Z = v0 t + at2 2 =⇒ Vz = v0 + at =⇒ Az = a . (0.46) Utilizando os últimos resultados nas expressões escritas em (0.45), obtemos a funçãomovimento e a velocidade do parafuso relativamente ao referencial R ′ : 1 1 2 1 2 ′ =⇒ z ′ = H − (g + a)t2 ; z = H + v0 t − gt − v0 t + at 2 2 2 vz′ = v0 − gt − (v0 + at) =⇒ vz′ = −(g + a)t . (0.47) Observe que no referencial R ′ tudo se passa como se tivéssemos uma aceleração da gravidade efetiva de módulo igual a (g + a) 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 14 (c) No referencial do elevador o parafuso se choca com o piso no instante tc para o qual z ′ = 0. Temos, então, 1 0 = H − (g + a)t2c 2 =⇒ tc = s 2H . g+a (0.48) (d) No referencial do elevador o deslocamento, obviamente, é dado por ∆z ′ = 0 − H = −H. (0.49) Para obtermos o deslocamento no referencial R, basta calcularmos a posição do parafuso em tc e subtrairmos do resultado encontrado a posição inicial, ou seja, s gH 2H − . (0.50) ∆z = v0 g+a g+a (e) Para encontrarmos os resultados desejados, isto é, as velocidades vzc e vz′c no instante p do choque com o piso do elevador, basta substituirmos o valor tc = 2H/(g + a) nas respectivas funções-velocidade para cada referencial, obtendo, dessa forma: s 2H (0.51) vzc = v0 − g g+a vz′c = − 12. p 2H(g + a) (0.52) (a) A velocidade e a aceleração do ponto P são obtidas, respectivamente, derivando-se uma e duas vezes a sua função-movimento em relação ao tempo. Lembrando que ~r ′ = a sen(ωt) ı̂ + cos(ωt) ̂ , obtemos ~v ′ = d~r ′ = ωa[cos(ωt) hatı − sen(ωt) ̂] dt (0.53) ~a ′ = d2~r ′ = − ω 2 a[sen(ωt) ı̂ + cos(ωt) ̂] . dt2 (0.54) (b) A equação cartesiana da trajetória de P em relação ao referencial R ′ é determinada pela relação entre as coordenadas x ′ e y ′ desse ponto num instante qualquer. A partir da expressão de ~r ′ , é imediato escrever x ′ 2 + y ′ 2 = a2 , o que nos permite 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 15 concluir que, nesse referencial, a trajetória de P é circular, de centro em O ′ e de raio a. Vale a pena observar que se compararmos as expressões de ~a ′ e ~r ′ vemos que ~a ′ = −ω 2 ~r ′ , expressão conhecida para a aceleração centrípeta num movimento circular uniforme. Para calcularmos a velocidade e a aceleração de P no instante t1 = 3π/2ω basta substituir esse valor nas expressões anteriores para ~v ′ e ~a ′ . Obtemos, então, ~v1′ = ωa ̂ e ~a1′ = ω 2 a ı̂ A trajetória de P e os vetores ~v1′ e ~a1′ estão mostrados na figura abaixo. Pelo sentido de ~v1′ vemos que o movimento tem sentido horário. ~v1′ a ~a1′ O ′ (c) O vetor-posição de P relativo ao referencial R é dado por ~r = ~rO ′ + ~r ′ , onde ~rO ′ é o vetor-posição da origem O ′ relativo a R. Como O ′ descreve um movimento retilíneo uniforme com velocidade V~ = ωa ı̂ e em t = 0 coincide com a origem O, temos ~rO ′ = ωa t ı̂. Utilizando a expressão de ~r ′ obtemos, ~r = ωa t ı̂ + a sen(ωt) ı̂ + cos(ωt) ̂ ~r = a ωt + sen(ωt) ı̂ + a cos(ωt) ̂ . 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 16 A velocidade e a aceleração de P em relação a R são obtidas, respectivamente, derivando-se uma e duas vezes a função-movimento anterior. Obtemos, nh i o d~r = ωa 1 + cos(ωt) ı̂ − sen(ωt) ̂ dt h i d2~r 2 = − ω a sen(ωt) ı̂ + cos(ωt) ̂ . ~a = dt2 ~v = (0.55) (0.56) Note que ~a = ~a ′ , como esperado, pois a aceleração de uma partícula é a mesma em dois referenciais inerciais diferentes (no caso, os referenciais R e R ′ ). (d) Da expressão de ~v , temos vx = ωa 1 + cos(ωt) . Uma vez que −1 ≤ cos(ωt) ≤ 1, fica evidente que vx ≥ 0. Os instantes em que vx = 0 são aqueles para os quais cos(ωt) = −1, ou seja, ωtn = (2n + 1)π/2, com n um inteiro qualquer. Como vy = ωa sen(ωt) e sen[(2n + 1)π] = 0, concluímos que vy também se anula nesses instantes. Ou seja, nos instantes tn temos ~v = 0. (e) O movimento de P relativo a R é dado pela composição de um movimento circular uniforme com um movimento retilíneo uniforme. As equações paramétricas da trajetória desse ponto são dadas por x = a ωt + sen(ωt) y = a cos(ωt) A velocidade de P quando toca o solo é nula. No instante t1 = π/ω o ponto P está em contato com o solo. Nesse caso, temos ~v1 = 0 e ~a1 = ω 2 a ̂. Já no instante t2 = 2π/ω o ponto P está num ponto onde a altura relativa ao solo é máxima (há vários pontos da trajetória onde isso acontece). Nesse caso, temos ~v2 = 2ωa ı̂ e ~a2 = −ω 2 a ̂. A trajetória e todos esses vetores (exceto ~v1 por ser nulo) estão indicados na figura abaixo. 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 17 Y ~a1 ~v2 O ~v1 = 0 13. X ~a2 (a) Para que a trajetória do projétil relativa ao referencial R ′ seja retilínea, devemos escolher Vx de modo que a componente horizontal da velocidade do projétil relativa a esse referencial seja nula, isto é, vx′ = vx − Vx = 0. Como vx = v0x , concluímos que Vx = v0x . Com isso, a velocidade do projétil relativa a R ′ é dada por ~v ′ = ~v − V~ = [v0x ı̂ + (v0y − gt)̂] − v0x ı̂ = (v0y − gt)̂ . (0.57) Note que vy′ = vy = v0y − gt. Integrando no tempo a equação anterior, obtemos 1 2 ′ (0.58) ~r = v0y t − gt ̂ . 2 2 Como a altura máxima atingida pelo projétil nesse movimento é v0y /2g, a sua traje2 tória é dada pelo segmento de reta que vai da origem ao ponto (0, v0y /2g). (b) O vetor-posição do projétil relativo a R ′ é dado por ~r ′ = ~r −~rO ′ , onde ~rO ′ é o vetor posição da origem O ′ relativa ao referencial R. Usando o fato de que Vx = v0x /2 e, portanto, ~rO′ = Vx t ı̂ = (v0x /2)t ı̂, obtemos v0x 1 2 ′ t ı̂ ~r = v0x t ı̂ + v0y t − gt ̂ − 2 2 v0x 1 = t ı̂ + v0y t − gt2 ̂ . 2 2 (0.59) A única diferença em relação à expressão de ~r, é que v0x é trocada por v0x /2. Conseqüentemente, o movimento vertical do projétil é o mesmo que o observado em R, com o mesmo tempo de vôo. Apenas o alcance visto de R ′ será a metade do alcance observado em R. Portanto, a trajetória do projétil relativa a R ′ é uma parábola mais “estreita”, como indica a figura 0.1 Problemas correspondentes ao Capítulo 3 18 Y′ ~v0′ X′ O′ (c) Supondo agora que Vx = −v0x , é imediato mostrar que o vetor-posição do projétil relativo a R ′ é dado por ~r ′ = −v0x t ı̂ + (v0y t − (1/2)gt2 )̂. Note que a única diferença em relação à expressão de ~r é que, agora, v0x está trocada por −v0x , ou seja, o projétil se movimenta horizontalmente em sentido oposto ao observado de R. Desse modo, a trajetória do projétil vista de R ′ será uma parábola obtida pela imagem daquela relativa a R supondo que o eixo O ′ Y ′ seja um espelho plano, como indica a figura Y′ ~v0′ O′ X′