54º Congresso Brasileiro de Genética 158 Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008 Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 Polimorfismo de populações de pequi com e sem espinho no mesocarpo Londe, LN1; Taveira, GF3; Vieira, CU2; Kerr, WE1; Bonetti, AM1 Universidade Federal de Uberlândia - Instituto de Genética e Bioquímica, Laboratório de Genética, Campus Umuarama, Bloco 2E sala 33 CEP 38400-902 Uberlândia, MG, Brasil. Telefone (55 34) 3218-2203 ramal.25, (55 34) 9162-0301, Fax: (55 34) 3218-2203 ramal 24 2 Universidade Federal do Triângulo, Departamento de Clínica Médica Rua Frei Paulino 30 Abadia 38025-180 - Uberaba, MG – Brasil 3 Universidade Federal de Uberlândia- Graduação em Ciências Biológicas [email protected] 1 Palavras-chave: Caryocar brasiliense, marcador molecular, pequi, espinho, RAPD O pequi, Caryocar brasiliense, é uma das espécies de destaque no bioma do Cerrado devido a sua utilização na culinária, medicina popular, indústria e siderurgia. Apresenta índice de exploração elevado podendo entrar na lista das espécies ameaçadas à extinção. A exploração do pequizeiro fundamenta-se na coleta de frutos, o que caracteriza uma ação extrativista e como a tendência tem sido o crescimento da quantidade extraída, pode-se especular sobre sua possível extinção no futuro (Pozo, 1997). A região do pequi ocupa quase 2000 municípios e estima-se em cerca de 40000 coletores para vender os frutos ou os “caroços” aos compradores ou atravessadores. As pequenas farmácias e curandeiros das vilas e cidades dessas regiões são procurados por aproximadamente 3000 pessoas para retirarem os espinhos deixados pelos caroços no “céu da boca” de comedores descuidados. Essa característica é o principal defeito que elimina o pequi de ser cultivado em casa e de ser considerado uma fruta de mercado (Gribel, 1993; Kerr, 2007). Na cidade de São José do Xingu, Kerr et al.(2007) encontraram, interessantemente, uma planta com caroços (mesocarpo) sem espinhos, produzindo, aproximadamente 500 frutos em 2004 e apenas 30 em 2005, sendo os “caroços” carnudos, um pouco mais doces que os comuns e muito melhores por não possuírem espinho. Isso possibilita melhorar o pequi não somente para consumo aproveitando a alta apreciação que já possui. Para detectar as diferenças genômicas existentes entre o pequi com e o sem espinho no mesocarpo, utilizou-se marcadores RADP. Os polimorfismos gerados foram clonados e seqüenciados a fim de identificar as seqüências responsáveis pela alteração fenotípica. Observou-se, que o pequi sem espinho fica isolado geneticamente das demais populações de pequi com espinho no mesocarpo, no entanto essa característica não está relacionada à divergência genética da espécie. Análises em BLASTn evidenciaram a similaridade aos genes Dof1 de Zea mays, na população com espinho, e na população sem espinho, com o gene da acetiltransferase fosfinotricina de Z. mays. Nas análise de BLASTx foi verificada a similaridade com as proteínas responsáveis pela deficiência em redutase férrica 4, no pequi sem espinho e catalase, no pequi sem espinho.