VARIAÇÃO GENÉTICA, POLIMORFISMO, MUTAÇÃO INTRODUÇÃO Variação Genética: diferenças permanentes entre indivíduos, na seqüência dos nucleotídios de seus genomas. Nem todas as alterações do DNA são necessariamente deletérias. Doenças genéticas: manifestações claras e extremas das variações genéticas, adicionadas à variabilidade genética normal. MUTAÇÃO Mutação: alteração de um nucleotídio no gene que pode levar à formação de uma proteína variante, passível de Ter propriedades distintas em conseqüência de sua estrutura alterada; qualquer alteração permanente do DNA. Determinadas alterações do DNA não têm efeito fenotípico. Nem todas as proteínas variantes trazem conseqüências clínicas. Muitas proteínas existem normalmente em duas ou mais formas estruturalmente distintas, geneticamente diferentes e relativamente comuns (polimorfismo). MUTAÇÕES NOS CROMOSSOMOS: Bem menos freqüentes que as genômicas: 1 evento a cada 1.700 divisões celulares. Em geral, letais. MUTAÇÕES NOS GENES: Erros introduzidos durante o processo de replicação do DNA. Alterações de bases induzidas por mutágenos. AGENTES MUTAGÊNICOS: Físicos: Radiações ionizantes: raios X, cósmicos, partículas emitidas por elementos radioativos (alta energia e baixo comprimento de onda), raios ultravioleta (baixa energia com comprimentos de ondas maiores). Modos de ação: Relação linear entre dose (pequena)/taxa de mutação. Quanto mais lenta a exposição, melhor funciona o mecanismo de reparo. Efeito cumulativo no organismo. A susceptibilidade às mutações varia com o tipo de célula, locus gênico, sexo, meio-ambiente. Cromossomos são mais sensíveis à radiação que os genes. Radiações ultravioleta: mutações pontuais. Não chegam às células germinativas. Causam câncer de pele. Químicos: Análogos de base: 5-bromouracil, semelhante à Timina. Compostos com ação direta: Ác. Nitroso, desamina a Timina. Agentes alquilantes: os mais potentes agentes químicos – mostardas nitrogenadas, ésteres do ác. metilsulfônico (agem sobre a Guanina). Corantes de Acridina: inserem-se entre as bases adjacentes no DNA. Cafeína: interfere no mecanismo de reparo do DNA. Inibe a síntese de Purinas. Biológicos: - vírus MECANISMO DE REPARO MECANISMO DE REPLICAÇÃO DO DNA: DNA-polimerase duplica fielmente a dupla hélice. 1 erro a cada 1.000.000.000/par de bases por divisão celular. 99,9% corrigido por enzimas “revisoras”. ESTIMATIVA DAS TAXAS DE MUTAÇÃO DOS GENES: Expressa por nº de mutações novas por locus por geração. Direto: medida da incidência de casos novos de doença Autoss. Dom./ligada ao X. Exemplo - Acondroplasia: Verificação: 10 casos/ 94.073 nasc. consecutivos. 8 com pais normais. Taxa: 4x10-5 mutações/locus/geração. (8 mutações/2x94.073 alelos). DIVERSIDADE GENÉTICA ENTRE INDIVÍDUOS: Muitas mutações não são deletérias. 25% das mutações codificam o mesmo aminoácido. Podem ser seletivas neutras. A maior parte é encontrada em seqüências extragênicas ou em regiões não codificadoras – Íntrons. São esperados 100 combinações novas de pares de bases, ausentes no genoma dos genitores. POLIMORFISMO: “Ocorrência de múltiplos alelos num locus, onde pelo menos 2 alelos apareçam com freqüências superiores a 1%”. “Polimorfismo ocorre de forma difusa. Provavelmente, qualquer indivíduo é heterozigoto em muitos loci gênicos diferentes”. Utilidade dos Polimorfismos em Genética Médica: 1. Marcadores genéticos – distinguir diferentes formas hereditárias de um gene em famílias. 2. Mapeamento de genes nos cromossomos por análise de ligações. 3. Diagnóstico pré-natal de doenças genéticas. 4. Detecção de heterozigotas de doenças genéticas. 5. Avaliação de predisposição a distúrbios comuns em adultos. 6. Testes de paternidade e aplicações Forenses. 7. Compatibilização entre doadores/receptores para transplantes. POLIMORFISMOS MAIS COMUNS: Antígenos das hemácias: grupos sangüíneos ABO, MNSs, Duffi, Rh. Importância do Polimorfismo de Proteínas: 1. 2. Consideráveis graus de diversidades individuais quanto a constituição enzimática e outros produtos gênicos. Cada indivíduo possui constituição química própria. Responde diferentemente às influências ambientais, alimentares e farmacológicas. Exemplo: Variação genética no locus da Galactosemia: Deficiência da Galactose-1-Fosfato-Uridiltransferase. Incapacidade de metabolizar a galactose. RN normais; desenvolvem nas primeiras semanas: problemas gastrointestinais, cirrose hepática, catarata. Retardo mental. Pode ser letal. Tratamento: exclusão total do leite na alimentação. “Pessoas clinicamente normais, não possuem necessariamente o mesmo nível de atividade da enzima”. VARIAÇÃO HEREDITÁRIA E POLIMORFISMO AO NÍVEL DO DNA: 5% do DNA genômico são comprometidos com mutações e polimorfismo em partes codificadoras de proteínas; 95% do DNA genômico são comprometidos com a diversidade genética entre os indivíduos. Duas cópias do genoma humano diferem em 1/100 a 1/500 de todas as posições de nucleotídios.