ESTADO NUTRICIONAL VERSUS ÍNDICE GLICÊMICO E HIPERTENSÃO EM IDOSOS Geferson de Almeida Gonçalves (BIC–UNICENTRO), Ligia Batiston (acadêmica de Nutrição–UNICENTRO), Taiana Verona (ICV–UNICENTRO). Rosangela da Silva (Orientadora - Departamento de Nutrição/UNICENTRO). E-mail: [email protected] Palavras-chave: estado nutricional de idosos, índice glicêmico, hipertensão. Resumo: Estudo realizado com 25 idosos com idade entre 63 a 87 anos do município de Guarapuava - Paraná. Teve por objetivo valiar o estado nutricional e verificar sua relação com o índice glicêmico e hipertensão por meio de avaliação de dados antropométricos, glicemia de jejum e pressão arterial. Observou-se 16% de desnutrição, 32% de excesso de peso e 54,2% de circunferência abdominal de risco, 60% de índice glicêmico elevado e 27% de pressão arterial elevada. Introdução As modificações no consumo alimentar da população brasileira, baixo consumo de alimentos ricos em fibras e aumento do consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas e açúcares, associadas a um estilo de vida sedentário compõem um dos principais fatores etiológicos da obesidade (SARTORELLI; FRANCO, 2003). A obesidade consiste em excesso de tecido adiposo no organismo, sendo considerada uma doença crônica inter-relacionada direta ou indiretamente com outras situações patológicas, como as doenças cardiovasculares, osteomusculares e neoplásicas (CABRERA; JACOB FILHO, 2001). A obesidade esta presente em 80 a 90% dos indivíduos com diabetes tipo II e também contribui para o desenvolvimento da resistência à insulina (WAY, 2000). Segundo Frank & Soares (2004), o diabetes tipo II ocorre em cerca da metade da população idosa, aproximadamente 18% entre os idosos com idade entre 65 e 75 anos. Diante do exposto o presente estudo teve por objetivo avaliar o estado nutricional de idosos e verificar sua relação com o índice glicêmico e hipertensão. Material e métodos Estudo realizado com 25 idosos com idade entre 63 a 87 anos, participantes da “Semana de Prevenção de Diabetes” realizada no ano de 2007 no município de Guarapuava - Paraná. Coletaram-se dados de peso, estatura, circunferência abdominal (CA), pressão arterial e glicemia de jejum. Calculou-se o IMC adotando os pontos de corte para idosos proposto por Lipschitz (1994) e circunferência abdominal ≥ a 88 cm para mulheres e ≥ a 102 cm para homens para classificação de risco (OMS, 1998). A glicemia foi avaliada após jejum de 12 horas através de teste capilar, adotando valores igual ou maior que 100 mg/dl como inadequados e a pressão arterial sistólica ≥ 89mg e diastólica ≥ 139mg foi considerada como inadequada. Resultados e Discussões A média de idade foi de 63 ± 7,7 anos, sendo 56% do sexo feminino. Em relação aos dados antropométricos observou-se média de peso de 67 ± 16,7 kg, IMC de 25,8 ± 3,1 kg/m2, CA de 93 ± 8,3 cm, resultando em 16% de desnutrição, 32% de excesso de peso e 54,2% dos idosos com CA de risco. A média de glicemia observada foi de 101,5 ± 41,3 mg/dl, sendo observado 60% idosos com índices glicêmico elevado. Dos idosos com índice glicêmico elevado 26,6% apresentaram excesso de peso e 60% CA de risco. A pressão arterial elevada foi observada em 27% da amostra, sendo que destes 71,4% apresentaram excesso de peso e 85,7% CA de risco. Mais da metade dos entrevistados, 56%, não praticava atividade física regular. Dos idosos que apresentam hiperglicemia e hipertensão, a maioria apresentou circunferência abdominal elevada. Esses dados confirmam a literatura no que se refere a estreita relação entre obesidade abdominal e doenças crônico não transmissíveis. Notou-se também correlação entre hipertensão e excesso de peso, visto que 71,4% dos hipertensos eram obesos. Dentre os participantes do estudo a maioria relatou não praticar atividade física regular, porém, de acordo com Ciolac & Guimarães (2004), estudos epidemiológicos e de intervenção demonstram claramente que a prática regular de atividade física é eficaz para a prevenção e controle do diabetes do tipo 2 e de outros fatores de risco cardiovascular como o fumo e a hipertensão. CONCLUSÃO A partir dos resultados obtidos conclui-se que a obesidade, principalmente no que refere a obesidade abdominal, apresenta estreita relação com índice glicêmico elevado e hipertensão. Referência: CABRERA, A. S. M.; JACOBS, F. W. Obesidade em Idosos: Prevalência, Distribuição e Associação Com Hábitos e Co-Morbidades. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S000427302001000500014&script=sci_arttext& tlng=> acesso em 22 de outubro de 2007. CIOLAC, G. E.; GUIMARÃES, V. G. Exercício físico e síndrome metabólica Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/v10n4/22048.pdf> acesso em 22 de outubro de 2007. FRANK, A. A.; SOAREZ, A. E. Nutrição no envelhecer. São Paulo: Atheneu, 2004. SARTORELLI, S. D.; FRANCO, J. L. Tendências do diabetes mellitus no Brasil: o papel da transição nutricional. Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X2003000700004> acesso em 22 de outubro de 2007. WAY, V. W. C. Segredos em nutrição: respostas necessárias ao dia a dia: em rounds, na clínica, em exames orais e escritos. Porto Alegre: Artmed, 2000.