CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO RECONHECIDA NOS TERMOS DA LEGISLAÇÃO VIGENTE EM 16 DE SETEMBRO DE 2010 Estudo técnico – Edição nº 19 – novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira – Assessor econômico CONTRICOM R e c o n h e c i d a n o s t e r m o s d a l e g i s l a ç ã o v ig e n t e e m 1 6 d e s e te m b r o d e 2 0 1 0 A Crise de desemprego no Brasil e o impacto na Construção Civil 1 O último pilar do governo ruiu Ruiu o último pilar de sustentação da política econômica do primeiro mandato da Presidente Dilma Rousseff. O nível de emprego desabou. Segundo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O país fechou 30.383 vagas de trabalho formais em outubro deste ano. Esse foi o pior resultado neste mês desde 1999, quando a série histórica do CAGED foi criada. As demissões foram generalizadas, refletindo o processo recessivo decorrente da inflação persistente e alta, o esgotamento do poder de com pra das famílias e a incapacidade da indústria em reagir à sua pior crise na última década, com paralisia econômica. Com o mercado de trabalho operando no vermelho em outubro, são fortes os sinais de que o quarto trimestre de 2014 poderá registrar queda no Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, o risco Brasil tende a aumentar o que vai significar um ciclo vicioso de retração econômica nos próximos anos. Desde a crise financeira internacional de 2008 a economia brasileira não se encontrava em situação tão grave. O governo justifica o desemprego culpando as eleições e a crise hídrica de São Paulo como os principais responsáveis pelo resultado negativo do mercado de trabalho. A seca que afetou a agricultura do sudeste também está sendo culpada pela nova crise. Se não bastasse a volta da inflação e do desemprego, o país vem assistindo à maior crise de corrupção na maior empresa do país, a Petrobrás. 2 A recessão já bateu na porta do país. A taxa de investimento em relação ao PIB vem caindo e não existe nenhuma sinalização de otimismo do setor privado em relação ao futuro econômico do país. A inflação já se apresenta acima do limite da meta e o governo já tenta iniciar um ajuste fiscal que deve significar muita redução dos gastos públicos já na aprovação até o final do ano da nova Lei Orçamentária para 2015. Crise na Construção Civil A Construção civil foi o setor industrial mais afetada pela crise já que respondeu pelo maior número de demissões, um total de 33.556 trabalhadores. Ela foi seguida pela agricultura, com fechamento de 19.624 postos de trabalho, e pela indústria de transformação, com corte de 11.849 trabalhadores. Os setores que minimizaram o estrago foram o comércio com 32.771 novas vagas, serviços com 2.433 novos postos e o setor público, com apenas 184. Os números do CAGED alertam que o quadro de fraca atividade econômica bateu às portas do mercado de trabalho, e quando o setor da Construção Civil lidera o processo de demissões é um péssimo sinal. O quadro deve piorar porque no mês de dezembro as dispensas são ainda mais fortes. O Natal deverá ser de vagas magras e as contratações no comércio só acontecerão para contratos temporários. 3 A seguir é apresentada a evolução dos saldos entre as contratações e as demissões de trabalhadores divulgadas pelo CAGED/Ministério do Trabalho no período de 1998 a 2014. Gráfico 1: Evolução do saldo do emprego no Brasil – 1998 a 2014 Fonte: CAGED/Ministério do Trabalho 4