Trabalho Final de PGS II

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DISCIPLINA PLANEJAMENTO E GERÊNCIA EM SAÚDE II
(2º Semestre/2011)
Trabalho Final de PGS II
Nomes: Ana Paula Moreira Velloso, Christianne Novaes, Keiko Carla Arishima
Alves, Rebecca Andrade.
1ª Parte – Reconhecimento do cenário, identificar e refletir sobre:
Quanto ao tipo de unidade ou micro-unidade, o DIP é um setor, um
departamento do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), responsável pelos
cuidados relacionados à doenças infecto-parasitárias. Trata-se, predominantemente, de
uma unidade de internação pública para pacientes com confirmação ou suspeita de
determinadas enfermidades que necessitam desse cuidado; embora o DIP também faça o
acompanhamento de pacientes com doenças infecciosas, transmissíveis ou não, crônicas
(tais como indivíduos HIV+, chagássicos crônicos, indivíduos com Hepatite C ou B,
entre outras), e ainda pacientes em estado de convalescência ou tratamento,
referenciados por outras instituições ou setores do HUAP.
O DIP é também, como todo o HUAP, uma instituição de educação e formação
de profissionais médicos e de outros profissionais da área de saúde, tais como
enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, entre outras áreas.
O DIP localiza-se na Rua Miguel de Frias nº 09, em Icaraí, Niterói (RJ), no 2º andar do
prédio principal do HUAP, sob supervisão de cordenadores de enfermagem, médicos e
professores da diciplina.
O DIP é uma instituição pública, sem fins lucrativos, cuja missão institucional
preza por gerar, transformar e difundir o conhecimento, prestando serviços de saúde
com excelência, de forma complexa, crítica e hierarquizada. O objetivo de ser
reconhecido como um centro de excelência nacional e internacional, por sua capacidade
técnica, seu valor humano e sua gestão administrativa transparente, formando
profissionais de valor, capacitando e treinando seu pessoal técnico e gerindo recursos de
forma eficiente e eficaz, a fim de atender à população com qualidade e desenvolver o
ensino, a pesquisa e a extensão dentro dos conceitos da Universidade, tem sido a grande
marca do DIP.
Em relação aos principais tipos de serviço oferecidos, o DIP oferece serviços de
internação, acompanhamento de pacientes crônicos, em tratamento ou em
convalescência, realização de procedimentos específicos relacionados à área, entre
outros tipos de serviços. E sua clientela predominante atualmente, são indivíduos HIV+;
pacientes com leptospirose, meningite, pneumonias, erisipela, celulites; entre outras
necessidades.
A maior parte dos atendimentos e internações é oriunda do Município de São
Gonçalo (RJ), embora também haja bastante utilização dos serviços do DIP por
indivíduos de Niterói, Rio de Janeiro (embora o HUAP seja mais direcionado para o
atendimento`a região metropolitana 2, que compreende: além do município de Niterói,
as cidades de Itaboraí, Maricá, Rio Bonito, São Gonçalo, Silva Jardim e Tanguá ) e
diversas outras localidades do Brasil. Sua área de abrangência atinge uma população
estimada em mais de dois milhões de habitantes e, pela proximidade com a cidade do
Rio de Janeiro, atende, desse modo, também parte da população desse município.
Analisando as categorias profissionais existentes no DIP, há uma equipe
multiprofissional e multidisciplinar trabalhando para que haja o melhor atendimento e
cuidado aos pacientes. Essa equipe é composta por: 7 enfermeiras, 30 técnicos e
auxiliares de enfermagem (divididos em 6 equipes: 3 se revezam de dia e 3 se revezam à
noite), 5 médicos infectologistas, 2 residentes do DIP e mais um número variável de
residentes de outras áreas e alunos internos, 2 nutricionistas fixas, 1 assistente social, 7
professores (dentre os quais alguns atender no ambulatório do DIP) e há um serviço de
psicologia associado à UFF que trabalha junto à equipe, assim como outros
profissionais médicos de outras diversas áreas podem contribuir para a equipe (quando
solicitados).
Quanto ao seu funcionamento, fluxo, porta de entrada e protocolos, pode-ser
dizer que, quanto ao fluxo, os médicos do DIP fazem atendimento ambulatorial alguns
dias da semana. De acordo com as necessidades dos pacientes no DIP, médicos de
outras especialidades e também profissionais da saúde de outras áreas, como psicólogas,
por exemplo, são chamados para atenderem no DIP.
Em relação ao fluxo de pacientes, o DIP recebe os mesmos vindos do
ambulatório e enfermaria do próprio HUAP, caso tais pacientes necessitem de
atendimento especializado. O DIP também recebe um grande fluxo de pacientes vindo
de outros hospitais e policlínicas pertencentes à chamada Rede Metropolitana II (acima
especificada), porém também costuma receber pacientes referenciados de hospitais que
não pertencem a tal rede, estes hospitais (Rio de Janeiro) geralmente entram em contato
direto com o DIP. Há também um fluxo de pacientes que estão de alta do DIP, porém,
fazem o acompanhamento de seu tratamento e condição de saúde, no chamado Leito
Dia. Tais pacientes, vão de tempos em tempos (especificado pelo médico e de acordo
com sua condição de saúde) no DIP para fazerem a monitoração de cargas virais e
exames por exemplo.
Sobre a porta de entrada no DIP, os pacientes têm acesso ao DIP vindos do
ambulatório ou enfermaria do HUAP, caso precisem. São referenciados de outros
hospitais e policlínicas, pertencentes à chamada Rede Metropolitana II e também há os
pacientes de alta mas que fazem o tratamento no DIP, mas que precisam ir no mesmo
para acompanhamento do seu tratamento e monitorização de seu estado de saúde.
Quanto ao protocolo, o DIP está submetido à direção do HUAP e os prontuários
e impressos são padronizados. Os pacientes referenciados (advindos da Rede
Metropolitana II ou de outros hospitais fora dessa rede, no caso de exceções) para o
HUAP, foram gerenciados pela Central de Regulação dessa Rede que tem a informação
sobre número de vagas e vai a partir daí, direciona os pacientes para os hospitais.
Caso um paciente, morador nessa rede seja referenciado para o HUAP, tal
Central de Regulação entra em contato com o Núcleo de Regulação de Internação (NIR)
do HUAP, e o NIR, verifica se há ou não vagas no DIP para esse paciente referenciado.
O NIR gerencia as vagas nos setores do hospital, qualquer paciente que teve alta ou que
entrou no hospital tem essa vaga registrada no NIR. No DIP, caso haja um alta, registrase essa alta no prontuário do paciente e também no sistema do DIP, o qual é integrado
ao sistema do NIR, assim, o mesmo registra que tem vaga sobrando para um próximo
paciente que necessite do tratamento no DIP.
Ao analisarmos o ambiente quanto às seguintes características, como condições
físicas, conforto do usuário e trabalhadores, limpeza, higienização, conservação, entre
outros, constatamos que a enfermaria do DIP possui onze quartos individuais, e cada um
deles possui um lavabo na entrada. As portas de tais quartos possuem um sistema de
cores para identificar as precauções a serem tomadas. A cor verde indica precaução de
contato, a cor vermelha indica precaução respiratória por gotículas, a cor marrom indica
precaução respiratória por aerossóis e a cor amarela indica precaução total.
Com relação aos pacientes internados, nem todos se encontram em isolamento,
podendo, deste modo, circular no local, porém não podem entrar nos outros quartos para
evitar contaminação e disseminação infecciosa. O DIP também possui 1 sala destinada
ao leito-dia, onde um paciente é atendido por vez. Os procedimentos mais realizados
são hidratação, curativos, punção lombar, coleta de sangue e verificação dos níveis de
CD4. Os outros aposentos são o posto da enfermagem, sala de preparo da medicação,
sala de almoxarifado, sala de descanso dos médicos e plantonistas, sala de expurgo
(para descarte ou esterilização de matérias), sala de nutrição, recepção, 2 salas de
laboratórios destinados à pesquisa, área administrativa( sala dos professores), biblioteca,
vestiários e um quarto com copa.
Em relação à limpeza e condições físicas, a firma Nova Rio é encarregada de
realizar serviços de limpeza no Hospital Universitário Antônio Pedro, incluindo o DIP,
no qual 2 funcionárias revezam-se durante a semana para prestação de serviços, os quais
são de desinfecção dos quartos ( diária ou total, ocorrendo esta última nos casos de
desocupação dos leitos), limpeza do corredor central da enfermaria e da área
administrativa. Cada quarto tem seu material de limpeza próprio, o mesmo ocorrendo
para o corredor e para a área administrativa. São usados equipamentos de proteção
especial, como botas e luvas para áreas limpas e contaminadas. Nos casos de isolamento
de contato, as luvas usadas são descartáveis.
Todas as salas são limpas e bem aeradas, devido à reforma ocorrida há cerca de
dois anos e meio no DIP. Foi construído um quarto com uma copa, a qual é bem arejada
e possui microondas e forno elétrico. Antes da reforma, as paredes eram descascadas e o
ambiente era mais obscuro, porém a limpeza do local não era negligenciada, ou seja,
não se tinha maiores riscos de infecções. Hoje, as melhores condições são mais
agradáveis para os profissionais, funcionários e pacientes, o que se reflete em um
melhor tratamento para os mesmos.
Reflexões do Grupo
O DIP encontra-se em ótimas condições, atualmente. Nos pareceu
um local com
ótimos profissionais, bastante integrais, com empatia entre sí e para o contato com os
pacientes. Os profissionais procuram oferecer um atendimento nas mais diversas áreas
necessárias aos cuidados do indivíduo/ paciente.
As condições físicas são muito boas, com grande qualidade em relação à limpeza do
local, conforto dos pacientes e também das equipes profissionais que trabalham no DIP.
Entretanto, acreditamos que poderia haver mais leitos, já que os 11 leitos disponíveis
para internação parecem não atender de forma eficiente toda a demanda.
Para a demanda atual dos leitos e dos demais pacientes que fazem acompanhamento na
unidade, a equipe profissional trabalha em um número adequado, de forma a não
sobrecarregar as equipes, o que garante uma qualidade melhor no serviço de
atendimento e também uma maior realização dos profissionais.
Quanto aos cuidados tomados pelas equipes em relação à segurança para sí próprios e
para os pacientes, em relação à higienização das mãos e materiais, utilização de
equipamentos (capotes, luvas, máscaras,...) e outras medidas parece ser bem eficaz, já
que os índices de contaminação e infecções hospitalares nesse departamento do hospital
são bem inferiores aos dos demais setores.
2ª ParteITEM 2 – No cenário de prática escolhido, com base nos temas e debates
realizados na disciplina, reflita sobre:
Com relação ao ingresso dos pacientes no DIP, eles são na maioria das vezes
provenientes da região metropolitana II, que compreende o município de Niterói, as
cidades de Itaboraí, Maricá, Rio Bonito, São Gonçalo, Silva Jardim e Tanguá. Existe
uma central reguladora de tal região, cuja sede encontra-se no CPN. Tal central entra em
contato com o Núcleo de Regulação de Internação (NIR). Esses pacientes também
podem ser advindos da enfermaria ou ambulatório do Hospital Universitário Antônio
Pedro ou mesmo em alguns casos serem encaminhados de outros serviços de saúde,
como hospitais e policlínicas não pertencentes à região metropolitana 2 ( município do
Rio de Janeiro, por exemplo). Muitas vezes, a demanda se dá em função de
procedimentos médicos relativamente simples; isso ocorre devido ao fato de que as
condições do serviço de saúde oferecido na região metropolitana 2 ser muito precário;
as condições daquela região são muito ruins, segundo os profissionais do DIP. Por isso
há muitos pacientes de lá encaminhados que realizam apenas acompanhamento
ambulatorial. Há , portanto, uma construção de redes entre as unidades de saúde para o
atendimento aos usuários. Tais redes de saúde incluem vários níveis de atenção
(secundário e terciário, na maior parte das vezes). Isso só é possível graças a
comunicação que se estabelece entre a secretaria municipal de saúde de tais localidades
com o serviço de regulação interna do Hospital Universitário Antônio Pedro. O
problema encontrado é que a marcação de consultas a nível ambulatorial tem duração
média de espera de 2 a 3 meses, o que compromete a eficácia de um tratamento
adequado.
Ao chegarem ao DIP, o primeiro contato que os pacientes estabelecem é com o
profissional de saúde no momento presente (médico ou enfermeiro). Com relação aos
profissionais que atendem o usuário, os que estabelecem maior grau de contato são os
internos, os quais acompanham os pacientes diariamente de segunda à sexta. Quando
surgem dúvidas ou complicações, esses recorrem aos residentes, que por sua vez
recorrem aos médicos-professores. Mas o contato principal do paciente é estabelecido
com os internos.
Muitas dificuldades são encontradas no que tange à realização de alguns exames
necessários ao diagnóstico de determinadas afecções. Segundo profissionais, o serviço
de laboratório de microbiologia, micologia e bacteriologia para isolamento de
microorganismos é muito precário, pois faltam recursos financeiros de investimento e
profissionais atuantes. Com relação às outras tecnologias de que fazem uso, as mesmas
são obtidas no serviço do Hospital Universitário Antônio Pedro, as quais são tomografia
computadorizada,
ultrassonografia,
ecocardiograma,
eletroneuromiografia,
ecocardiografia transesofágica; no momento, está sendo montado o serviço de
cintigrafia.
Os médicos, por meio da realização de anamnese, exame físico e exames
complementares (propedêutica armada), tentam chegar ao diagnóstico das afecções que
acometem os pacientes encaminhados ao Departamento de Doenças Infecto Parasitárias.
Muitas vezes a veracidade do diagnóstico é comprometida, tendo em vista algumas
deficiências encontradas na realização de determinados exames, como já foi citado no
tópico 2 da 2ª parte. Existe uma rotina com relação à conduta terapêuticomedicamentosa para os diagnósticos encontrados. Nem sempre tal rotina é cumprida na
íntegra; por vezes é modificada, substituída ou reformulada, de modo a adequar-se às
condições dos pacientes e recursos disponíveis, porém sua estrutura principal é mantida.
Com relação à construção de interpessoais entre os profissionais do DIP, foi relatada
certa falha de comunicação entre esses em alguns casos. De acordo com profissionais da
microunidade, há cerca de dez anos, a questão da interdisciplinaridade entre os diversos
setores do Hospital Universitário tem decaído progressivamente. Ainda são realizadas
sessões clínicas, onde são debatidas questões sobre os quadros clínicos apresentados
pelos pacientes, discutindo-se hipóteses diagnósticas e conduta terapêutica, porém a
freqüência de tais sessões para essas discussões tem sido reduzida. Além disso, a
relação entre os profissionais pertencentes ao DIP, no que tange principalmente aos
médicos atuantes na enfermaria, tem sido um pouco ineficaz segundo alguns
profissionais, porém há divergência de opiniões com relação a essa questão. Devido à
isso, em algumas situações há queixas, por parte de alguns médicos, de que condutas
terapêuticas diferentes têm sido estabelecidas para um mesmo paciente, o que
compromete seu tratamento e prognóstico. Com relação às relações que se estabelecem
entre os pacientes e os profissionais do setor, estas ocorrem principalmente com os
internos, os quais, conforme já citado, realizam acompanhamento diário com os
usuários, e desta forma, criam laços mais fortes, o que cria uma relação de maior
confiança entre as duas partes.
Ocorre certa falha também no que tange ao acompanhamento integral de alguns
pacientes com quadros mais delicados, como, por exemplo, HIV – positivos, os quais
têm uma série de acometimentos secundários decorrentes da baixa imunidade,
necessitando de acompanhamento cardíaco, gastrointestinal, psicológica, etc. Alguns
profissionais citam deficiência na integração dessas diversas especialidades para
promover o bem estar do paciente, que acaba por ser o mais prejudicado, por não poder
ter acesso a um tratamento com acompanhamento das diversas especialidades em
conjunto.
3ª parte:
ÍTEM 3 - Conceitos:
•
Instituições: As instituições são composições lógicas, um conjunto de
leis e princípios que prescrevem ou proscrevem comportamentos e
valores, ou seja, dizem o que deve ser, o que não deve e o que é
indiferente. As instituições são entidades abstratas.
•
Organizações: As organizações são a materialização das instituições sob
a forma de um organismo, uma entidade, assumindo uma configuração
mais complexa ou mais simples. São grandes ou pequenos conjuntos de
formas materiais que põem em efetividade, que concretizam as opções
que as instituições distribuem, que as instituições enunciam. As
instituições não teriam vida, não teriam realidade social se não fosse
através das organizações.
•
Estabelecimentos: Os estabelecimentos, por sua vez, são as estruturas
propriamente físicas que conjuntamente integram a organização. São as
escolas, conventos, quartéis etc.
•
Equipamentos: Os equipamentos são os dispositivos técnicos cujo
objetivo é facilitar a consecução dos objetivos específicos ou genéricos
propostos pela instituição, organização e estabelecimento.
•
Instituinte: Uma das maiores evidências da vitalidade de uma instituição
é sua capacidade de manter um movimento de transformação. Essas
forças transformadoras das instituições ou capazes de instituir uma
instituição são chamadas de instituinte. O instituinte é caracterizado
como um processo, um movimento.
•
Instituído: Em contrapartida, os produtos resultantes das instituições são
chamados instituídos. “O instituído é o efeito da atividade instituinte”
(BAREMBLITT: 1996, p.32).
Bibliografia: BAREMBLITT, G.. Compêndio de Análise Institucional. Rio de Janeiro:
3a. ed., Rosa dos Tempos, 1996.
JUSTIFICATIVA:
De acordo com os conceitos acima referidos, as relações estabelecidas no diagrama a
seguir se justificam da seguinte forma:
A Educação e a Saúde se caracterizam como Instituições, a partir do momento em que é
um conjunto de princípios/lógicas que determinam comportamentos. Os Ministérios da
Saúde e da Educação são considerados organizações, já que são a materialização das
Instituições como Educação e Saúde, respectivamente. A Secretaria Executiva, a
Secretaria de Educação Especial, Secretaria Estadual de Saúde e a Reitoria podem ser
consideradas, neste contexto, Instituintes uma vez que estas são a força transformadora
das instituições. Neste caso, a Secretaria Executiva e a Secretaria de Educação Especial
são, respectivamente, subordinada e vinculada ao Ministério da Educação, enquanto a
Reitoria é supervisionada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), que pode ser
vista, neste cenário, como Estabelecimento. Além disso, esta ainda pode ser considerada
como instituída pela Secretaria de Educação Superior, já que é o resultado de uma ação
transformadora causada por sua instituinte (Secretaria de Educação Superior). A
Secretaria de Saúde do município bem como a Secretaria de Educação Superior são,
nesta realidade, instituídos, pois, resultantes da ação do Ministério da Saúde e da
Secretaria Executiva, respectivamente. Ao analisar a Faculdade de Medicina neste
parecer, deve ser vista como uma organização que, por sua vez, possui um vínculo com
o Hospital Universitário Antônio Pedro, o qual é um estabelecimento. Ainda em uma
relação de subordinação, o DIP pode ser analisado como um setor, uma vez que, está
dentro da estrutura representada pelo HUAP. Dentro do DIP há uma organização
baseada em uma chefia principal, exercida pelo Professor Ralph, ainda uma
coordenação de enfermagem representada pela enfermeira Wilma, bem como uma
coordenação da medicina, na qual se encontra professores distintos responsáveis pelos
acadêmicos, internos e ainda residentes.
4ª Parte: AUTO-ANÁLISE E AUTO-GESTÃO
Pode-se afirmar que a auto-análise é a capacidade de observar e analisar o contexto no
qual se está inserido. É,pois, imprescindível na importância do caminhar de qualquer
instituição, afim de que se adquira uma percepção do contexto que se vive. Como
exemplo pode-se citar o hábito de se reunir semanalmente, ou ainda mensalmente para
se discutir os processos e as relações existentes dentro de uma equipe de trabalho, com
o intuito de intervir e agir com maior eficácia. Assim, é necessária a criação deste
espaço de discussão, levando-se ainda em consideração as posições daqueles que
utilizam os serviços, neste caso, os pacientes do setor. Estudar as reais necessidades do
usuário, permitindo a participação dos mesmos nestas discussões e atividades. Desta
forma, o serviço estará voltado de maneira mais direta às reais necessidades daqueles
que se utilizam do serviço. Ignorar, pois, o conhecimento advindo destes, é o mesmo
que atuar em uma instituição fechada e voltada apenas às idéias e interesses de uma
minoria atuante dentro de uma realidade restrita.Afinal, o saber e o conhecimento
advindo dos mesmos são resultado da experiência e do cotidiano, desta forma, são
baseados em realidades, e assim podem agir de forma a facilitar processo de
organização e melhora do atendimento.
Desta forma, deve-se ainda ressaltar que estas regulações não devem impedir a atuação
médica de forma original de acordo com sua conduta e moral. Este deve agir sim
seguindo os regulamentos e determinações, entretanto não deve se restringir e limitar
suas ações baseadas únicas e exclusivamente em tais definições.
No setor em que realizamos nosso trabalho, DIP, pode-se observar claramente a
existência de uma rede atuante de profissionais que buscam otimizar o trabalho de
acordo com as perspectivas dos profissionais e dos usuários do setor.
ÍTEM 5:
5.a) Observar atentamente e descrever colocando suas impressões pessoais sobre
as práticas clínicas e de cuidado dos profissionais em relação aos usuários:
Ao entrevistar alguns profissionais que trabalham no DIP e observar um pouco
da rotina do departamento, pude perceber que as práticas clínicas estão muito associadas
ao cuidado e à dedicação aos pacientes. Os profissionais procuram cumprir suas funções
a fim de que o atendimento e o cuidado ao pacientes além do funcionamento do setor
cursem da melhor forma possível.
Todos os profissionais mantêm sua rotina de trabalho no departamento, onde
médicos realizam visitas diárias aos seus pacientes, analisam cada caso, detectam as
necessidades dos mesmos e prescrevem os procedimentos e condutas que aqueles
pacientes precisam. Se houver a necessidade de profissionais de outras especialidades
para analisarem os pacientes, por meio de pareceres o médico faz a solicitação. Tal
solicitação é anexada no prontuário do paciente e o DIP faz o contato com o
departamento onde há esse profissional, para que o mesmo venha até o DIP. Costuma
ocorrer também o fluxo contrário, ou seja, muitas vezes o médico do DIP é chamado
por outro departamento. Uma outra prática comum na rotina dos médicos seria a de que,
frequentemente eles costumam se reunir entre eles ou junto com outros profissionais
para discutirem os casos dos pacientes internados, também, quando há a necessidade de
maiores esclarecimentos de certos casos clínicos dos DIP com outros profissionais ou
apenas ter a intenção de divulgar um caso interessante, os profissionais do DIP, não só
os médicos, mas nutricionistas, enfermeiros, levam os casos clínicos para discussão nas
sessões clínicas que estão sendo realizadas em outros departamentos do HUAP.
Pude notar e também foi me passado a informação por um médico de que todos
no DIP sabem do papel de um Hospital Universitário, ou seja, além do cuidado e
respeito aos pacientes, o hospital tem o compromisso com o ensino, então em todas as
rotinas dos professores, em todos os campos, ou seja, médicos, enfermeiros, psicólogos,
nutricionistas, vêem o DIP como uma ferramenta preciosa em preparar, da melhor
forma possível, os futuros profissionais naquela área.
Após a prescrição dos médicos, os enfermeiros analisam a mesma e a administra
os medicamentos aos pacientes. Os enfermeiros têm a função de operacionalizar o
departamento, delegando funções, organizando os horários da equipe de enfermagem,
administrando os materiais do departamento, além de estarem à frente dos cuidados aos
pacientes mais graves junto com os médicos. A relação entre enfermeiros e técnicos de
enfermagem é muito estreita, onde cabe ao enfermeiro delegar funções diretamente aos
técnicos, os quais têm primordialmente a função dos banhos no leito, troca de fraldas,
preparo e administração de medicamentos, coleta de sangue, monitorações de pressão
arterial, temperatura, ou seja, com um maior contato com os pacientes, os técnicos de
enfermagem como puderam perceber, acabam sendo os profissionais que costumam
estreitar maiores vínculos com os pacientes. Por meio de depoimentos de alguns
técnicos, foi me relatado que, de modo geral, suas relações com os pacientes são muito
boas e quanto mais tempo o paciente fica internado, inevitavelmente mais vínculos de
amizade, atenção e carinho são formados. Especialmente uma técnica de enfermagem
me relatou que costuma cantar para os pacientes, escutá-los quando detecta que os
mesmos estão precisando ser ouvidos.
Também tive a oportunidade de conversar com uma assistente social, onde ela
me relatou sua rotina no departamento, que consiste em entrevistar tanto novos
pacientes quanto os que estão prestes a terem alta hospitalar. A assistência social tem
um horário fixo, pela manhã, porém, se houver a necessidade, como numa emergência,
ela é chamada. Na entrevista com o novo paciente, ela utiliza um formulário padrão que
tem como objetivo explorar tantos as questões sociais quanto às necessidades subjetivas
do mesmo, ou seja, o que o está afetando, suas principais preocupações e a partir daí, se
caso houver a necessidade de acompanhamento de um profissional da psicologia ou da
psiquiatria, estes são requisitados.
A assistência social procura amparar o paciente em suas necessidades sociais
como regularização da situação empregatícia, informando o local de trabalho desse
paciente, que o mesmo se encontra internado, se houver a necessidade, providencia os
documentos necessários que comprovem essa internação, caso não haja pessoa
responsável pelo paciente e o mesmo tem uma carência financeira muito grande, a
assistência social, entra em contato com o Conselho Regional de Assistência Social do
município em que reside o paciente, ou a prefeitura, ou seja, tenta garantir alguma ajuda
para esse paciente quando o mesmo estiver de alta. Em casos de pedido de auxílio
doença para o paciente que estejam já a mais de 16 dias internados, a assistência social
comunica às famílias dos mesmos, a fim de orientá-las, no pedido, mas caso o paciente
não tiver ninguém responsável por ele, a assistência social também tenta entrar em
contato com o sistema previdenciário para regularizar tal pedido.
Outra função realizada pela assistência social é o empenho que a mesma tem em
tentar estreitar os laços entre a família e/ou a pessoa responsável por este paciente com
o mesmo, preparando essas pessoas para recebê-lo quando o mesmo estiver alta
hospitalar.
Enfim, pude notar que entre todos os profissionais entrevistados, as respostas
coincidiam quanto à necessidade que os pacientes têm de serem ouvidos, e que,
portanto, todos me disseram que procuram ouvir os pacientes em suas angústias,
descontraí-los na medido do possível, enfim, fazer com que todo o cuidado prestado no
DIP possa ter como recompensa a recuperação da saúde do paciente.
Além disso, todos os profissionais me relataram que o DIP é conhecido por ser
um departamento diferenciado em termos de organização dos serviços, e também por
manter um atendimento mais humanizado com os pacientes. Realmente ao realizar as
entrevistas, nota-se que os profissionais são bem empenhados em ajudar os pacientes, é
um ambiente que me pareceu bem organizado, é claro que, como me relatou um dos
profissionais entrevistados, no DIP há problemas como todos os departamentos,
problemas entre profissionais, problemas com funcionamento do sistema de saúde,
porém é um lugar que ele diria que, se não todos, a maioria gosta de trabalhar, pois a
relação da equipe como um todo costuma ser muito boa e no final das contas quem sai
ganhando é o paciente.
b) Descreva, emitindo sua opinião como se dá o trabalho do médico, em relação ao uso
das tecnologias de trabalho em saúde:
Quanto às tecnologias duras, que é quando utilizamos instrumentos e
equipamentos: No DIP, em termos de tecnologia, encontram-se os equipamentos
necessários à manutenção da vida do paciente, caso este necessite, como as bombas
infusoras, aparelhos de monitoramentos cardíacos, além de um laboratório usado
exclusivamente para pesquisas dos professores do departamento. Os exames do
pacientes são levados para serem analisados no laboratório do hospital. Os profissionais
do DIP têm acesso à tecnologias importantes como por exemplo, tomografias
computadorizadas, Ecocardiograma transesofágico, Ecocardiograma normal, cintigrafia,
porém estes não estão presentes no DIP e sim em outros setores do HUAP, mas basta
que o médico faça o pedido de algum exame que o paciente é transferido para o setor
responsável para o mesmo e realizá-lo. Em minha opinião, como eu pude reparar, toda a
tecnologia que for necessária ao tratamento do paciente, se for possível, ou seja, se tiver
disponível no hospital, os médicos procuram solicitar de forma que o diagnóstico e o
tratamento possam transcorrer rápido e eficazmente.
Quanto às tecnologias leve-duras, que é quando nos referimos aos saberes bem
estruturados, ou seja, nas teorias ou modelos de cuidado, os médicos utilizam dessa
tecnologia durante toda prática clínica como meio de se chegar ao diagnóstico e
tratamento necessários. Um exemplo dessa tecnologia, seriam os exames físicos
realizados pelos médicos, os quais são
tão necessários no conhecimento e
monitoramento da saúde dos pacientes.
Já sobre as tecnologias leves, as quais se referem ao estabelecimento de relações
(vínculo e acolhimento), posso dizer que no DIP, de acordo com as opiniões dos
médicos entrevistados e também da maioria dos pacientes, a relação médico/paciente
costuma ser muito boa. O DIP é conhecido no HUAP como sendo um departamento
onde os profissionais são muito humanizados, e também tem uma rotina de atendimento
muito organizada, tudo isso, acaba por diferenciá-lo da maioria dos outros setores do
HUAP.
Contribuindo para que essa tecnologia seja colocada em prática, o relato tanto
dos médicos quanto de outros profissionais que trabalham lá é de que, de um modo
geral, existe um grande entrosamento entre a equipe multiprofissional, o que é de
fundamental importância para o sucesso no tratamento dos pacientes, até porque,
quando a equipe do setor tem problemas relacionais, quem acaba sendo prejudicado é o
paciente, e portanto, vínculos entre equipe/paciente, deixam de ser formados, ocorre um
deficitário fluxo de informações entre a equipe, enfim, pode haver o comprometimento
de todo o processo de cuidado nos pacientes. Um detalhe muito importante e já citado
em itens anteriores é o de que, como no DIP existem 11 leitos, cada um deles, em um
quartos individuais, o número de pacientes é mais reduzido do que na maioria dos
outros setores do HUAP, o que a meu ver, torna muito mais fácil que haja um maior
contato entre pacientes e médicos, e consequentemente, maior possibilidade de que
vínculos, empatia, respeito, segurança, sejam criados entre os mesmos.
Enfim, a tecnologia não poder ser vista apenas como algo concreto, como um
produto palpável, mas como resultado de um trabalho que envolve um conjunto de
ações abstratas ou concretas que apresentam uma finalidade, que é a da recuperação da
saúde dos pacientes.
ENTREVISTAS
O grupo realizou algumas entrevistas com o fim de enriquecer o estudo prático- teórico
do funcionamento do Departamento de Doenças Infecto- Parasitárias, além da qualidade
das relações interprofissionais e interpessoais ali estabelecidas. Foram entrevistados ao
todo 8 indivíduos, estando inclusos pacientes e profissionais.
Com relação aos pacientes, as seguintes informações foram colhidas:
•
M.S.F., sexo masculino, 53 anos da idade, natural do RS, morador de
Neterói (Bairro Fonseca), paciente do DIP. Declarou ser o conforto uma
das grandes marcas do DIP que o deixaram bastante satisfeito. Ter um
quarto individual, bem claro, em ótimas condições de uso, com
profissionais todo o tempo por perto, bastante eficientes, simpáticos e que
estão sempre aptas à ajudar (principalmente os profissionais da
enfermagem). O paciente declarou que é muito fácil haver a criação de um
vínculo com a equipe, sempre presente, que age de forma integrada com
diversas áreas e especialidades da área da saúde.
Como pontos positivos: conforto, profissionais empáticos e eficientes, respeito. Como
pontos negativos: comida (às vezes sem tempero, e mais cozida do que o necessário).
•
J.D.S., 43 anos, está internado no Departamento de Doenças Infecto Parasitárias
devido ao diagnóstico de tuberculose pulmonar. Relata não ter reclamação
alguma a fazer. Com relação ao conforto, sente-se muito satisfeito e considera
que o DIP presta excelente atendimento
Como pontos positivos: Afirma ter um ótimo relacionamento com a equipe (médicos,
enfermeiros, técnicos). Relata que a comida não é muito saborosa, porém não reclama
quanto à isso. Não cita pontos negativos.
•
B.R.M.P.C.F, sexo feminino, 17 anos, está internada no Departamento de
Doenças Infecto Parasitárias devido ao diagnóstico de otite. Relata que não há
nenhuma reclamação a fazer quanto ao atendimento prestado pelo DIP, só
fazendo exceção a comida, a qual diz ser ruim.
Como pontos positivos: Relata que é bem tratada por toda equipe de profissionais e que
o Departamento oferece bastante conforto aos seus pacientes.
•
W.D, sexo masculino, internado na DIP por pneumonia. Relata como pontos
positivos o espaço adequado, afirmando ter cada paciente seu quarto privado.
Alimentação também é caracterizada como satisfatória. Em relação aos
profissionais, tanto médicos como enfermeiros possuem uma boa relação com o
paciente. De forma geral o paciente relata boas condições e qualidade de
atendimento.
Com relação aos profissionais, segue:
•
F.R.S., sexo feminino, 29 anos de idade, natural e moradora de São
Gonçalo, técnica de enfermagem do DIP. Declarou gostar bastante do seu
trabalho, fazer o possível para atender da melhor forma possível a
necessidade dos pacientes, estar sempre disponível no seu horário de
trabalho, e pronta para qualquer emprevisto. Alega que o DIP é um local
muito bom para se trabalhar, confortável (na sala de descanço dos
profissionais de enfermagem). A profissional de enfermagem declarou ter
um bom relacionamento com outros profissionais, das mais diversas áreas,
principalmente com outras pessoas da enfermagem e da nutrição, com as
quais tem mais contato. Relata também observar sempre que a limpeza do
local é muito boa, tudo muito limpo e organizado, de tal forma que ela não
tem medo de possíveis contaminações e riscos em relação à si e em relação
aos pacientes, já que a instituição preza por uma grande preocupação com
as condições de saúde do trabalhador e segurança sanitária para os
pacientes.
Como pontos positivos: conforto, grande contato e comunicação entre os profissionais
que trabalham no local, limpeza, organização e preocupação com a segurança sanitária
dos profissionais e dos pacientes. Como pontos negativos: falta de segurança no
controle da entrada de pessoas estranhas no local, além de um controle também para que
os pacientes não fiquem saindo do ambulatório, caso haja restrições para isso.
•
P.H.M. , sexo masculino, interno do 9º período; presta serviços no Departamento
de Doenças Infecto Parasitárias (DIP) há cerca de um mês. Considera que os
serviços prestados pelo DIP à população abrangida na região metropolitana 2
são muito bons. Afirma ser um serviço organizado, e bastante disciplinado.
Como pontos positivos: relata o forte vínculo que é criado entre os internos e pacientes.
Como pontos negativos: cita a demora ou mesmo falta do diagnóstico de determinadas
doenças que acometem alguns pacientes, porém afirma ser tal problema não unicamente
restrito ao DIP. Além disso, relata que os médicos que atendem no DIP revezam-se
diariamente, estabelecendo condutas diferentes, o que pode atrasar, ou mesmo
prejudicar o tratamento dos pacientes. Não há uma relação tão estreita entre tais
profissionais com os indivíduos atendidos.
•
S.G., sexo feminino, enfermeira do Departamento de Doenças Infecto
Parasitárias à 32 anos.
Como pontos positivos: Relata que o DIP oferece um tratamento integral à seus
pacientes e que lá é uma parte diferente do HUAP, mais organizada. Diz que o
relacionamento entre a equipe médica e os demais profissionais é muito bom. Declara
que não há pontos negativos, pois o que ela considerava ruim, já foi resolvido, que era a
necessidade de se reformar o Departamento, a qual já ocorreu!
•
Enfermeira R.M.C, caracteriza a unidade como diferenciada, principalmente
pela disponibilidade contínua de profissionais, além doas quartos
individualizados para os funcionários, já que esta característica melhora as
condições de trabalho, bem como o atendimento no setor. Ressalta também a
organização do setor como uma característica que melhor auxilia no
funcionamento da unidade. Além disso, também enfatiza o ambiente como
adequado para o trabalho. E reforça a privacidade do paciente como
imprescindível para a evolução do tratamento.
Conclusão - ÍTEM 6
Neste trabalho, procuramos estabelecer, a partir da escolha de uma instituição, no caso,
o Departamento de Doenças Infecto Parasitárias (DIP), o reconhecimento do
cenário da unidade de saúde, a sua identificação e uma reflexão do grupo à
respeito do funcionamento/objetivos e propostas do DIP. O DIP é um setor, um
departamento do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), responsável
pelos cuidados relacionados à doenças infecto-parasitárias, tratando-se de uma
unidade de internação pública. O DIP é também uma instituição de educação e
formação de profissionais da área de saúde.
A partir disso, no cenário de prática escolhido, com base nos temas e debates realizados
na disciplina (dentre eles, temas como a “demanda imaginária”, os temas:
instituição- instituinte- instituído, e auto-análise e gestão), refletimos e
esclarecemos também como seria a recepção e o fluxo de ingresso do usuário na
unidade de saúde, como são realizadas as práticas e o uso de tecnologias em
saúde pelos profissionais no cuidado ao usuário, sobre os projetos terapêuticos
propostos ao usuário atendido, sobre as relações interpessoais entre profissionais
e usuários e entre os profissionais, além de opiniões pessoais do grupo, em
relação ao que foi visto e pesquisado ao longo de todo esse tempo, desde o início
da elaboração deste trabalho, até o dia de hoje. Em relação à auto-análise e
autogestão, observamos que o DIP passou e tem passado por essa experiência,
embora seja ainda uma unidade subordinada à decisões superiores relativas ao
Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP).
Concuímos, dessa forma, ao longo de todo esse trabalho, que o DIP encontra-se em
ótimas condições, atualmente. Nos pareceu um local com ótimos profissionais, bastante
integrais, com empatia entre sí e para o contato com os pacientes. Os profissionais
procuram oferecer um atendimento nas mais diversas áreas necessárias aos cuidados do
indivíduo/paciente; áreas estas que incluem assistentes sociais, psicólogos, terapeutas
ocupacionais, médicos de outras áreas/especialidades e departamentos do hospital,
atendimento odontológico (quando necessário), enfermeiros, médicos infectologistas,
pesquisadores, nutricionistas, entre outras atividades.
As condições físicas do local, são muito boas, com grande qualidade em relação à
limpeza, conforto dos pacientes e também das equipes profissionais que trabalham no
DIP. Entretanto, como uma das opiniões acordadas pelo grupo, acreditamos que poderia
haver mais leitos, já que os 11 leitos disponíveis para internação parecem não atender de
forma eficiente toda a demanda.
Para a demanda atual dos leitos e dos demais pacientes que fazem acompanhamento na
unidade, a equipe profissional trabalha em um número adequado, de forma a não
sobrecarregar as equipes. Isso tende a garantir uma qualidade melhor no serviço de
atendimento e também uma maior realização dos profissionais no dia-a-dia do trabalho,
o que faz uma grande diferença no ambiente hospitalar. O Serviço de Infectologia, DIP,
foi totalmente reformado e adequado às normas da Vigilância Sanitária com novas
instalações elétrica, hidráulica, de gases, comunicação visual, nova climatização, além
de novo mobiliário e iluminação. Além da reforma, o setor recebeu novos equipamentos
e rouparia. A reforma, realizada em etapas, foi iniciada na área administrativa e se
estendeu até as enfermarias e às dependências para residentes. Criou-se uma sala para
leito-dia, destinada àqueles pacientes que necessitam de medicação e acompanhamento
por algumas horas, mas sem precisarem de internação. Essa é a nova estrutura do DIP.
Um fator que chamou bastante a atenção do grupo, foi em relação aos cuidados tomados
pelas equipes em relação à segurança para sí próprios e para os pacientes, em relação à
higienização das mãos e materiais, utilização de equipamentos de segurança, como os
EPI’s (capotes, luvas, máscaras, etc) e outras medidas, o que pareceu ser bastante
eficaz, já que os índices de contaminação e infecções hospitalares nesse departamento
do hospital são bem inferiores aos dos demais setores.
Entrevistas com profissionais de diversas áreas e com pacientes internados, ou que
fazem apenas acompanhamento no DIP, foram realizadas pelos integrantes do grupo, de
forma a procurar saber a opinião dos mesmos em relação ao local (conforto, higiene,
segurança, atenção, empatia, satisfação e integração entre os profissionais e os
pacientes), a fim de buscar comparar a realidade destes com o que vimos e estudamos à
respeito do DIP. Concluímos haver um grau de satisfação considerável (tanto por parte
dos usuários quanto por parte dos trabalhadores do local), e os outros assuntos
abordados nas entrevistas também mostraram-se eficientes e eficazes, exceto em relação
à segurança do local, onde alguns entrevistados colocaram-se apreensivos, diante do
assunto, devido à facilidade com que se entra e sai do hospital e da unidade de
internação do DIP (opiniões, estas, também em comum acordo com o que foi observado
e pesquisado por nós, integrantes do grupo).
Dessa forma, concluímos o nosso trabalho, acreditando que o mesmo tenha contribuído
muito para acrescentar conhecimento para nós, alunas do curso de medicina, em relação
à como pesquisar mais à respeito das unidades de saúde, sua importância, seu
funcionamento e o contexto no qual ela se insere para a sociedade. Conhecendo um
pouco mais sobre o DIP, saberemos melhor entender como ele se associa às
necessidades do local (principalmente: Região Metropolitana II), como ele se comporta
em relação à Unidade maior (que seria o HUAP) e como é esse trabalho realizado lá,
para os profissionais e para os pacientes, nos fornecendo uma base maior para
conhecermos mais o hospital e um de seus departamentos no qual teremos grande parte
da nossa formação médica.
BIBLIOGRAFIA
 SETÚBAL, Sérgio. Estudo da Demanda em uma Enfermaria de Doenças
Infecciosas e Parasitárias Durante Três Décadas de Funcionamento (1965-1994).
Niterói, 1996.
 Entrevista com a enfermeira Wilma do Departamento de Doenças Infecciosas e
Parasitárias
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