Apreciar uma boa comida e aproveitar ocasiões especiais para comer pratos diferenciados é perfeitamente normal. É preciso prestar atenção ao que se come, claro, mas é fundamental entender e estar ciente do porquê você está comendo uma pizza hoje, uma caixa de bombons amanhã e um duplo cheeseburger no dia seguinte. Infelicidade, solidão, luto, tédio, tudo pode ser uma desculpa para comer demais. E é claro que nessas horas ninguém devora 5 maços de brócolis, a tendência é buscar alimentos altamente calóricos. Quando comemos algo gorduroso são produzidos endocanabinoides, substâncias que provocam sensação de bem-estar e prazer e um desejo quase irresistível de consumir cada vez mais gorduras. Isso se torna um vício, fazendo com que a pessoa coma mais e mais, sem parar. Os endocanabinoides também estão ligados ao controle da dor e da ansiedade. Já o chocolate, quando rico em cacau, aumenta a produção de serotonina, substância que também dá sensação de prazer e, com isso, alivia a depressão e a ansiedade. Além de elevar os níveis de serotonina, as calorias elevam os teores de endorfinas, o que explica a tal sensação de prazer citada por absolutamente todos os consumidores de chocolate. O grande problema de associar a comida como alívio imediato para os problemas emocionais é que isso fica “programado” no cérebro e é preciso mais do que força de vontade para mudar essa situação. Pessoas que se identificam com essa associação da comida com as emoções precisam buscar uma orientação psicológica para alterar o comportamento compulsivo ou inadequado em relação à comida, além do acompanhamento nutricional e atividades físicas. Identificar o que dispara o desejo de comer, além do fisiológico, ou seja, comer porque está com fome, e investigar a relação com a comida são os primeiros passos para emagrecer com saúde. Perder peso e mantê-lo requer mudanças de comportamento para o resto da vida, caso contrário a pessoa irá viver no efeito sanfona, emagrece e engorda, afetando a saúde física e a emocional. Ah, lembre-se: ansiedade, tristeza, estresse, raiva ou culpa são sentimentos que nenhuma comida pode melhorar. Ao contrário, quanto mais você comer e ganhar peso, pior irá se sentir. Fome física X fome emocional Quando você não sente fome e come mesmo assim é a fome emocional que está comandando você. Isso porque a fome responde a alguma emoção e não a um sinal do corpo de que é preciso comer. Veja abaixo as principais diferenças e quando for comer, pense nisso antes: 1) A fome emocional aparece de repente, enquanto que a fome fisiológica surge gradualmente; 2) Normalmente, a alimentação emocional causa a ingestão de um tipo de alimento, que se torna “confortante” para o indivíduo; 3) A necessidade de comer algum alimento específico no caso de alimentação emocional é urgente, não é possível esperar; 4) Quando a vontade de comer for desencadeada pela fome emocional e o indivíduo se distrair com algum outro comportamento como caminhar, dançar, ler, etc., ela pode desaparecer. Se for desencadeada pela fome fisiológica, a fome irá persistir; 5) Se o indivíduo come por emoção, muitas vezes ele não consegue parar de comer, mesmo se já estiver saciado; 6) Muitas vezes o fato de comer por emoção causa sensações de culpa e frustração, enquanto que, em condições normais, a ingestão alimentar pela fome física não costuma causar essas sensações negativas. 7