PLASMOCITOMA GASTROINTESTINAL

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Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
PLASMOCITOMA GASTROINTESTINAL
Samantha Thifani Alrutz Barcelos1; Analú Vivian1; Karina Andrade1; Karina Giassi1; Mario Ricardo Pimentel1
1Residentes em Medicina Interna da Santa Casa de Misericórdia-UFCSPA
Endereço para correspondência: [email protected]
FUNDAMENTAÇÃO
■ O plasmocitoma extramedular é uma rara proliferação neoplásica de células plasmáticas
monoclonais.
■ Em 80 a 90% dos casos estão localizados na região de via aérea superior, sendo raro o
comprometimento do trato gastrointestinal.
■ Em geral são lesões únicas e independentes, e progridem em 10 a 30% das vezes para mieloma
múltiplo.
OBJETIVO
■ Evidenciar caso de múltiplos plasmocitomas extramedulares em sítio não usual, abordando
diagnóstico, tratamento e seguimento.
MÉTODOS
■ Estudo descritivo, baseado no relato de caso de um paciente de 70 anos, com queixa inicial de dor
abdominal.
RELATO DE CASO
■ Homem de 70 anos referia dor abdominal difusa, agravo com alimentação, há aproximadamente 40
dias. Referia perda ponderal de 7 quilos em 20 dias associado à anorexia e vômitos. Paciente
previamente hipertenso, portador de fibrilação atrial, herniorrafia inguinal há 30 anos. Negava tabagismo
e etilismo. Realizou TC de abdome e pelve (figuras 1 e 2) que evidenciaram volumosas massas no
interior da cavidade abdominal, as maiores no flanco, fossas ilíacas e região supra púbica, medindo em
média 8 centímetros cada, exercendo efeito compressivo sobre alças de delgado. Identificadas outras
lesões semelhantes de menores dimensões em situação peri-hepática, peri vascular, junto ao cólon
transverso e raiz do mesentério à direita. Evidenciaram-se também nódulos múltiplos e hipodensos em
região hepática e renal, além de TC de tórax com duas lesões infiltrativas.
Imagem 1 e 2:
tomografia
computadorizada
de abdômen e
pelve
RELATO DE CASO
■ Biópsia das lesões abdominais por videolaparoscopia identificou proliferação de células
plasmocitoides. Na sequência realizou-se biópsia de medula óssea, sugerindo no padrão de anticorpos
presença de plasmócitos maduros, e no estudo imunoistoquímico ausência de mieloma de células
plasmáticas. Mielograma mostrou 1% de plasmócitos e ausência de infiltração neoplásica à morfologia.
Ausência de
hipercalcemia e radiografias sem sinais de lesões ósseas. Dosagem de Beta 2
microglobulina 7.205 ng/ml (normal até 2.600). Procedeu ao tratamento ainda internado iniciando
citorredução. Atualmente com ciclofosfamida, dexametasona e bortezomibe, tomografias de
controle mostrando resposta completa em lesões abdominais e permanência das lesões
hepáticas.
DISCUSSÃO
■ O plasmocitoma extramedular é diagnosticado pela associação do exame clínico, laboratorial e
radiológico em casos nos quais o mieloma múltiplo possa ser excluído. A radioterapia é aceita
como o tratamento padrão, mesmo não tendo dose e período padronizados, além da necessidade
de irradiação de linfonodos regionais. Cirurgia é tratamento de primeira escolha e a quimioterapia
adjuvante pode ser utilizada para prevenir a progressão para mieloma múltiplo. No presente caso
aplicou-se quimioterapia devido às apresentações tumorais.
CONCLUSÃO
■ Apesar da raridade de sua localização, conclui-se que plasmocitoma extramedular deve ser
considerado no diagnóstico diferencial dos tumores abdominais.
BIBLIOGRAFIA
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abril. 2008
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