Qualidade e Segurança do Paciente na Rede de Atenção à Saúde Walter Mendes ENSP/FIOCRUZ Envolvimento da Fiocruz no tema segurança do paciente Revisão Estudo de incidência Estudo de prevalência Triggers Tools- IHI Confiabilidade Qualidade do prontuários Aulas OMS Proqualis Cooperação Health Foundation Comitê de Implantação do Programa Nacional de Segurança do Paciente Grupo de pesquisa Fiocruz Victor Grabois Bárbara Caldas Suely Rozenfeld Maria de Lourdes Moura Ana Luiza Pavão José Noronha Camila Lajolo Fabíola Giordani Cano Revisão Mendes W, Travassos C, Martins M, Noronha JC. Revisão dos estudos de avaliação da ocorrência de eventos adversos em hospitais. Rev Bras Epidemiol 2005; 8(4):393-406. Incidência e Negligência (estudos com foco médico legal) Estudos Incidência Negligência California 1977 4.6 - Nova York 1984 3.7 25% Utah – Colorado 1992 2.9 32% Incidência e evitabilidade (estudo com foco em melhoria de qualidade) Estudos Incidência Evitabilidade Austrália 1992 16,6 51% Nova Zelândia 1998 12,9 37% Inglaterra 1999-2000 10.8 48% Canadá 2000 7.5 37% Dinamarca 2001 14.5 40% França 2002 9.0 27% Estudo de incidência Mendes W, Martins M, Rozenfeld S, Travassos C. The assessment of adverse events in Brazilian hospitals. International Journal for Quality in Health Care 2009 :1-6. Metodologia Revisão retrospectiva de prontuários, estruturada em 2 fases: 1. Revisão de critérios explícitos, em que o formulário é preenchido por enfermeiros treinados 2. Revisão de critérios implícitos estruturados preenchido por médicos treinados Adaptação do instrumento de avaliação 1.o Etapa – A escolha do instrumento (formado por dois formulários e um glossário); autorização do CAES; tradução por um tradutor profissional; tradução pelos pesquisadores; compatibilização das traduções 2.o Etapa - Painel de especialistas 3.o Etapa – Pré-teste e estudo piloto 4.o Etapa - Back translation Mendes W, Travassos C, Martins M et al. Adaptacão dos instrumentos de avaliação de eventos adversos para uso em hospitais brasileiros. Braz J Epidemiol 2008;11:55–66. Programa Computacional Evento Adverso Amostra Foi selecionada uma amostra aleatória simples (1628 prontuários) de pacientes internados (27350 internações) em 3 hospitais públicos, gerais e de ensino do estado do Rio de Janeiro, no ano 2003. Os hospitais foram escolhidos pela sua voluntariedade, disponibilidade e o nível de completude de seus prontuários Foram excluídos da amostra: <18 anos, <24 horas de permanência, casos psiquiátricos Foram incluídos na amostra: Os casos obstétricos Resultados Local da ocorrência do Evento Adverso Dentro do serviço de emergência Total de Casos (%) 1 Na UTI 11,9 Na enfermaria 48,5 Na área de serviço 1 No centro cirúrgico 34,7 Na sala de parto 1 Na sala de procedimentos 1 Em outro local 1 Total 100 Resultados Características/Estudo Brasileiro % CAES% 8,6 7,5 65,7 36,9 Diagnóstico 10,2 0,5 Cirúrgico 35,2 34,1 Fraturas 1,9 2,2 Anestésico 0,9 1,9 Obstétrico 8,3 0,2 30,6 7,2 Medicamentoso 5,6 23,6 Sistema 6,5 3,0 EA não citados em outros itens 0,9 19,9 EA decorrente da ação 65 49.2 EA decorrente da omissão 35 50.8 Incidência de EAs Proporção de EAs evitáveis Origem do EA Procedimentos médicos Resultados Prop de EA evitável Dias a + de internação 24,62% (16) 226 Complicações cirúrgicas e/ou anestésicas 20,00 (13) 79 Dano por atraso ou falha no diagnóstico e/ou tratamento 18,46 (12) 59 Úlcera de pressão 18,46 (12) 9 Complicações por punção venosa 7,69 (5) 0 Dano por queda 6,15 (4) 0 Dano por medicamento 4,62 (3) 0 Total 100 (65) 373 Tipo de dano Infecção associada ao cuidado Estimativa da incidência e evitabilidade de EA nos 3 hospitais pesquisados no Brasil Pacientes com EAs n = 84 (7,6%) Pacientes com EAs evitáveis n = 56 (66.7%) Estimativa de pacientes. com EAs evitáveis n = 1389 Estimativa da incidência de EA evitáveis SIH-SUS em 2008 11.109.695 internações Com EAs evitáveis 563.020 pacientes CONCLUSÃO • Incidência de EA semelhante à encontrada em outros países; • Proporção de EAs evitáveis foi superior (urgência na adoção de medidas); • Limitações da extrapolação: amostra não representativa dos hospitais do Estado do RJ , critérios de seleção dos hospitais pode ter influenciado; • Considera-se que estes resultados possam indicar a magnitude e as características dos problemas de segurança do paciente em hospitais no Brasil. IBEAS-Brazil Estudo de prevalência de eventos adverssos em hospitais brasileiros Baseado no “Iberoamerican study of adverse events” (IBEAS/WHO Study) Estudo de prevalência conduzido em 35 hospitals em 5 países da América Latina. Aranaz-Andrés el alli. BMJ Quality and Safety. 2011.July 6. IBEAS-Brazil • Amostra: 2 Hospitais localizados no Rio de Janeiro e São Paulo, 2010-2011. 359 pacientes internados (11.379 IBEAS) • Foi criado um software ‘IBEAS-Brasil • Coleta de dados: 1 dia de observação, todos os pacientes internados. IBEAS-Brasil Resultados – 58.8% sexo masculino; – Média de idade: 59 anos; – Prevalencia de EAs: 8.3% (10.5% IBEAS); – Proporção de EAs evitáveis: 73.3% (60% IBEAS); – Média de permanência devido ao EA: 26.5 days (mediana de 19 dias); – Gravidade: moderado - 56.7% dos casos e grave - 13.3%. Causas: – IRAS: (40%) (37% IBEAS) – Procedimentos invasivos (27%) Limitações e Conclusão • O n foi muito pequeno (já foram feitas pesquisas em mais 2 hospitais) • A segurança do paciente é baixa em hospitais brasileiros. • Mesmo com a diferença em tamanho o resultado se assemelha com os da América Latina. • Estudos de prevalência são adequados para monitorar Eas, entretanto para o Brasil o método IBEAS Brasil necessita adaptação. Avaliação de Eventos Adversos a medicamentos – IHI Trigger Tools adaptado Rozenfeld et Al. Drug adverse effect in a public hospital in Rio de Janeiro: pilot study. Revista de Saúde Pública 2009; 43:887-90 • Estratégia de monitoramento • Mesma abordagem metodológica • • Hospital geral de grande porte Avaliação retrospectiva dos prontuários de pacientes adultos admitidos em janeiro de 2004 (n=32). • • Hospital geral de grande porte n-= 240 prontuários (amostra aleatória simples pacientes internados entre janeiro e junho de 2008) • Triggers mais eficientes na captura • • Triggers mais frequentes: – uso antieméticos – interrupção abrupta de medicação – sedação excessiva Incidência EAM = 16% de EAM foram: – – – • • antagonista de benzodiazepínico Antidiarréicos. Rash cutâneo Incidência EAM = 14,6% Verificou-se associação positiva entre número de medicamentos usados e EAM Cano F. Rozenfeld S. Vigilância de eventos adversos a medicamentos em hospitais: aplicação e desempenho de rastreadores . Rev Bras Epidemiol 2012; 15(3): 455-67 Confiabilidade Estudo sobre a confiabilidade e a acurácia da fase de rastreamento de eventos adversos (EAs) da pesquisa realizada em três hospitais no Rio de Janeiro. A concordância entre médicas e enfermeiras na fase de rastreamento considerada satisfatória (78,9%, K=0,55). A especificidade da avaliação das enfermeiras (81,6%) foi maior que a sensibilidade (74,4%) Conclusão: A maior especificidade da avaliação das enfermeiras indica que médicos tendem a produzir mais falso-negativos na fase de rastreamento do que profissionais não médicos. As enfermeiras detectaram mais critérios por caso, sendo considerados os avaliadores mais adequados na fase de rastreamento. Pavão AL, Camacho LA, Martins M, Mendes W, Travassos C. Reliability and accuracy of the screening for adverse events in Brazilian hospitals. Int J Qual Health Care 2012; 24: 532-37. Qualidade do prontuários A qualidade dos prontuários foi considerada ruim, no conjunto dos pacientes. As variáveis que apresentaram maior proporção de ausência de informação foram: “Avaliação inicial da enfermagem” (63,9%) e “Avaliação do paciente pelo assistente social” (80%). Pavão ALB, Andrade D, Mendes W, Martins M, Travassos C. Estudo de incidência de eventos adversos hospitalares, Rio de Janeiro, Brasil: avaliação da qualidade do prontuário do paciente. Rev Bras Epidemiol 2011; 14: 651-61. Curso online: Introdução à investigação sobre segurança do paciente/doente http://www.who.int/patientsafety/research/online_course_portuguese/en/index.html Contexto Geral Público destinatário Gestores Profissionais Pacientes Público Geral Pontos de Cuidado Cuidados primários de saúde Cuidados ambulatoriais especializados Cuidados domiciliares Cuidados de urgência e emergência Cuidados hospitalares secundários Cuidados hospitalares terciários Cuidados prolongados (inclui cuidados paliativos) Indicadores de Avaliação de Desempenho Portal PROQUALIS Tecnologia da Informação A Health Foundation, nona maior instituição beneficente da Inglaterra, avaliou a tradução realizada pelo Portal Proqualis e concordou com a publicação do conteúdo de seu Centro de Recursos de Segurança do Paciente, que reúne evidências e novos recursos para a prestação de cuidados seguros e confiáveis. http://patientsafety.health.org.uk/ Artigos Scielo “eventos adversos” “eventos adversos” hospital 08/2004 06/2013 Variação 25* 249 9,96 X 52 “eventos adversos” atenção primária 0 “eventos adversos” atenção básica 0 "eventos adversos" redes de atenção 0 "segurança do paciente" redes de atenção 0 qualidade redes de atenção 9 * Mendes W, Travassos C, Martins M, Noronha JC. Revisão dos estudos de avaliação da ocorrência de eventos adversos em hospitais. Rev Bras Epidemiol 2005; 8(4):393-406 Artigos Medline “Adverse events” hospital “Adverse events” "primary care" "Health care networks"¨¨ "patient safety" "Health care networks“ quality" 08/2004 06/2013 Variação 1479* 20997 14,19X 633 2 36 * Mendes W, Travassos C, Martins M, Noronha JC. Revisão dos estudos de avaliação da ocorrência de eventos adversos em hospitais. Rev Bras Epidemiol 2005; 8(4):393-406 ¨¨ Eugênio Vilaça Mendes. As redes de atenção à saúde . Ciênc. saúde coletiva vol.15 no.5 Rio de Janeiro Aug. 2010. Portaria nº 529 1/4/2013 Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Art. 3º Constituem-se objetivos específicos do PNSP: I - promover e apoiar a implementação de iniciativas voltadas à segurança do paciente em diferentes áreas da atenção, organização e gestão de serviços de saúde, por meio da implantação da gestão de risco e de Núcleos de Segurança do Paciente nos estabelecimentos de saúde; II - envolver os pacientes e familiares nas ações de segurança do paciente; III - ampliar o acesso da sociedade às informações relativas à segurança do paciente; IV - produzir, sistematizar e difundir conhecimentos sobre segurança do paciente; e V - fomentar a inclusão do tema segurança do paciente no ensino técnico e de graduação e pós-graduação na área da saúde. Portaria nº 529 1/4/2013 Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Art 5º. Constituem-se estratégias de implementação do PNSP: I - Elaboração e apoio à implementação de protocolos, guias e manuais de segurança do paciente; Protocolo de cirurgia segura Protocolo de ulcera por pressão Protocolo de higienização das mãos Protocolo de identificação do paciente Protocolo de medicação segura Protocolo de queda http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/ Portaria nº 529 1/4/2013 Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Constituem-se estratégias de implementação do PNSP: II - promoção de processos de capacitação de gerentes, profissionais e equipes de saúde em segurança do paciente; Plano de capacitação. Curso de Internacional de Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente, especialização, a distância. ENSP/FIOCRUZ e ENSP/UNL. III - inclusão, nos processos de contratualização e avaliação de serviços, de metas, indicadores e padrões de conformidade relativos à segurança do paciente; IV - implementação de campanha de comunicação social sobre segurança do paciente, voltada aos profissionais, gestores e usuários de saúde e sociedade; V - implementação de sistemática de vigilância e monitoramento de incidentes na assistência à saúde, com garantia de retorno às unidades notificantes; http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/ Portaria nº 529 1/4/2013 Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Constituem-se estratégias de implementação do PNSP: VI - promoção da cultura de segurança* com ênfase no aprendizado e aprimoramento organizacional, engajamento dos profissionais e dos pacientes na prevenção de incidentes, com ênfase em sistemas seguros, evitando-se os processos de responsabilização individual; VII - articulação, com o Ministério da Educação e com o Conselho Nacional de Educação, para inclusão do tema segurança do paciente nos currículos Patient Safety Curriculum Guide. Multi-professional Edition *Reis CT, Laguardia J, Martins M. Adaptação transcultural da versão brasileira do Hospital Survey on Patient Safety Culture: etapa inicial. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(11):2199-2210, nov, 2012 COMITÊ DE IMPLEMENTAÇÃO DO PNSP Secretaria Executiva (SE/MS) Secretaria de Atenção à Saúde (SAS/MS) Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES/MS) Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE/MS) Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS) Conselho Federal de Medicina (CFM) Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) Conselho Federal de Odontologia (CFO) Conselho Federal de Farmácia (CFF) Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais - FHEMIG Fundação Getúlio Vargas - FGV Hospital Sírio Libanês - IEP Conselho Nacional de Saúde Confederação Nacional de Saúde.