51º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005 Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4 Palavras-chave: Vespidae , veneno, cDNA, RACE-PCR, sequenciamento, hialuronidase Silva, GP da1; Suemasu, CN1; Hayashi, P1; Viviani, VR1; Brochetto-Braga, MR1 Instituto de Biociências - Departamento de Biologia – UNESP – Rio Claro - SP. Seqüência parcial de cDNA do gene de hialuronidase do veneno de Polybia paulista (Hymenoptera: Vespidae): análise e inferências filogenéticas Polybia paulista, conhecida popularmente como “paulistinha” é uma vespa muito comum no Sudeste do Brasil, especialmente no estado de São Paulo. Considerando que esta vespa é responsável por uma grande incidência de acidentes importantes sob o ponto de vista médico, faz-se necessário a caracterização dos principais alérgenos de veneno, através da determinação dos mecanismos de ação, estrutura e organização gênica. Desta forma, neste trabalho determinamos e analisamos a sequência parcial de nucleotídeos de um dos alérgenos mais importantes do veneno de Polybia paulista, a enzima hialuronidase. O cDNA foi obtido através da extração de mRNA utilizando-se abdômens de insetos recém capturados ou armazenados a –85ºC. As reações de amplificação dos fragmentos de interesse foram realizadas através de RACE-PCR a partir de iniciadores gene-específicos. Os fragmentos gerados foram diretamente seqüenciados e os dados obtidos foram analisados e comparados com seqüências similares armazenadas no Gene Bank. A sequência determinada apresentou 690 pb e maior identidade de nucleotídeos (90%) e de aminoácidos (87%) com a espécie Polistes annularis e menor identidade com as espécies Vespula vulgaris, Dolichovespula maculata, Apis cerana cerana. O fragmento protéico encontrado apresentou 230 aminoácidos e peso molecular de 55908,71 Daltons, sendo constituído pelos aminoácidos Ala, Cys, Gly e Thr. Uma característica comum dos alérgenos de veneno de vespas é a sua identidade com outras proteínas de nosso ambiente, tal como ocorre com a sequência de cDNA aqui obtida, a qual apresentou 34% de identidade com a HYAL 1, correlacionada com a progressão de câncer de bexiga em humanos. Estes resultados, embora preliminares, indicam que a hialuronidase é um alérgeno bastante conservado, permitindo assim, o estabelecimento de relações filogenéticas. Além disso, fornecem importantes subsídios para o estudo da reatividade imunológica cruzada entre os venenos de abelhas e vespas, relevantes para alguns pacientes com múltipla sensibilidade a ferroadas destes insetos. 60