1 AVALIAÇÃO O USO DE PARACETAMOL POR CRIANÇAS DE

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AVALIAÇÃO O USO DE PARACETAMOL POR CRIANÇAS DE UMA
CRECHE DA CIDADE DE UBERLÂNDIA - MG
MONTEIRO, Fabiana de Fatima (Curso de Farmácia do Centro Universitário do
Triângulo - Unitri, [email protected])
SANTOS, Larissa Rodrigues dos (Curso de Farmácia do Centro Universitário
do Triângulo - Unitri, [email protected])
ABREU, Heitor Henrique Dias de (Curso de Farmácia do Centro Universitário
do Triângulo - Unitri, [email protected])
CARDOSO, Rita Alessandra (Curso de Farmácia do Centro Universitário do
Triângulo - Unitri, [email protected])
RESUMO
O uso do paracetamol em doses terapêuticas possui eficácia e segurança
comprovadas, no entanto, sua administração por períodos prolongados ou
superdosagem pode ocasionar lesões hepáticas. O objetivo deste trabalho foi
analisar como os pais/responsáveis por crianças de uma creche em Uberlândia
procediam em relação à administração de paracetamol. Foi realizada pesquisa
de campo utilizando um questionário entregue a 100 pais/responsáveis por
crianças de 2 a 5 anos de idade, 23 questionários retornaram preenchidos,
constituindo a amostra. Todas as crianças do estudo já fizeram uso do
paracetamol, cuja duração do tratamento variou de 1 a 3 dias (60%), de 4 a 7
dias (24%) e de 8 a 10 dias (16%). O sintoma que mais leva as mães a
administrar paracetamol aos seus filhos é a febre (45%). Entre as mães, 88%
declararam seguir a prescrição médica ao administrar paracetamol aos seus
filhos. No entanto, foi relatado o uso de alguns medicamentos contraindicados
para a faixa etária pediátrica. Portanto, há evidências de que algumas mães
administram medicamentos contendo paracetamol por período maior que o
considerado seguro ou em formulações inapropriadas para a faixa etária
analisada, sugerindo a necessidade de maiores informações por parte dessas
mães.
Palavras-chave: Automedicação, Criança, Acetaminofeno, paracetamol.
2
1. INTRODUÇÃO
O paracetamol (ou acetaminofeno) é um medicamento de venda livre no
Brasil, que está dentre os analgésicos/antipiréticos mais utilizados no mundo,
inclusive durante a gestação, em razão dos poucos efeitos colaterais que
apresenta, quando usado nas doses terapêuticas (ADALAFT NETO et al.,
1999; CENTRO DE FARMACOVIGILÂNCIA DO CEARÁ, 2004).
Não se sabe ao certo qual o mecanismo de ação do paracetamol, mas
experimentos mostraram que o fármaco se liga seletivamente à ciclooxigenase
(COX) presente no cérebro, inibindo a síntese de prostaglandinas no sistema
nervoso central, provavelmente responsável por sua ação analgésica. A ação
antitérmica provavelmente ocorre por sua atuação no centro hipotalâmico de
termorregulação (ANVISA; WARNER; MITCHELL, 2002). Algumas evidências
sugerem a existência de uma variante da COX-1, ou seja, uma provável COX3, que é especialmente sensível ao paracetamol e compostos relacionados
(WARNER; MITCHELL, 2002).
O paracetamol em doses terapêuticas possui eficácia e segurança
comprovadas, no entanto, o uso de doses excedentes aos limites diários do
paracetamol (superdosagem) ou uso prolongado pode ocasionar lesões
hepáticas. Uma das vias hepáticas responsáveis pelo metabolismo do
paracetamol é o sistema citocromo P-450, que forma um metabólito ativo Nacetil-p-benzoquinonaimina (NAPBQI) e este é neutralizado pela glutationa. A
hepatotoxicidade do paracetamol está relacionada com a depleção de
glutationa e o consequente acúmulo do matabólito ativo NAPBQI, que é
extremamente tóxico às células hepáticas. Um aspecto que deve ser
observado é o fato de que existem numerosas associações que contêm
paracetamol como um de seus componentes, como o usuário/paciente
geralmente não observa ou desconhece a formulação do medicamento que
está utilizando, pode fazer uso dessas associações concomitantemente ao
paracetamol em formulação única, aumentando o risco hepático decorrente da
sobrecarga
do
organismo
com
o
fármaco
(CENTRO
FARMACOVIGILÂNICIA DO CEARÁ, 2004; WANNMACHER, 2005).
DE
3
Ao analisar os riscos do uso abusivo de paracetamol, torna-se
importante observar a questão da automedicação, já que esta é uma prática
muito comum e preocupante no Brasil, com características peculiares a cada
região e bastante discutida na cultura médico-farmacêutica (ARRAIS et al.,
1997).
A automedicação pode ser definida como o uso de medicamentos como
forma de auto-atenção à saúde, consistindo no consumo de um fármaco com o
intuito de tratar doenças ou aliviar sintomas percebidos, independente da
prescrição médica (ARRAIS et al., 1997; CERQUEIRA et al., 2002; LOYOLA
FILHO et al., 2009). De acordo com Paulo e Zanini (1998 apud CERQUEIRA et
al., 2002) inclui como automedicação a orientação sobre o uso de
medicamentos feita por pessoas não habilitadas, como amigos, familiares ou
balconistas
da
automedicação,
farmácia.
como
Existem
adquirir
o
diversas
maneiras
medicamento
sem
de
praticar
receita
a
médica,
compartilhá-lo com outros membros da família, utilizar sobras de prescrições,
reutilizar antigas receitas e descumprir a prescrição profissional (LOYOLA
FILHO et al., 2009).
O uso não racional de medicamentos como consequência da
automedicação é prejudicial tanto ao paciente quanto ao sistema de saúde,
uma vez que pode levar a efeitos indesejáveis, patologias iatrogênicas e
mascaramento de doenças evolutivas (ARRAIS et al., 1997; NUNES et al.,
2006).
A dificuldade de acesso aos profissionais médicos, que está relacionada
com fatores econômicos e políticos, tem contribuído para o crescimento e a
difusão da automedicação no mundo, constituindo um problema de saúde
pública. Estudos mostram que somente 10 a 30% de sintomas percebidos
pelos indivíduos recebem atenção médica (NUNES et al., 2006; LOYOLA
FILHO et al., 2009).
Na pesquisa realizada por Loyola Filho et al. (2009), os medicamentos
mais consumidos sem prescrição médica foram os analgésicos e antipiréticos.
O fácil acesso por parte da população aos mais diversos tipos de
fármacos e a liberdade que as indústrias possuem na divulgação de
4
informações sobre os mesmos contribuem para o uso não racional dos
medicamentos, sendo que o risco dessa prática está correlacionado com o
grau de conhecimento dos usuários (BRICKS; LEONE, 1996; ARRAIS et al.,
1997; CARVALHO et al., 2008; MATOS et al., 2008).
Diversos estudos têm evidenciado o uso não racional de medicamentos
em crianças principalmente nas menores de dois anos, fato que merece maior
atenção, considerando-se que crianças não têm seu organismo completamente
estruturado e que sequelas podem acompanhá-las pelo resto de suas vidas
(BRICKS; LEONE, 1996; CERQUEIRA et al., 2002).
De
acordo
com
o
Sistema
Nacional
de
Informações
Toxico-
Farmacológicas (Sinitox) da Fiocruz, os medicamentos estão dentre os
principais agentes causadores de intoxicação em seres humanos no ano de
2007. As crianças menores de cinco anos constituem a faixa etária mais
atingida, com cerca de 25% do total dos casos de intoxicação no Brasil
(FIOCRUZ, 2009).
Estudos nos países desenvolvidos têm documentado que uma
porcentagem significativa de crianças utilizam sem necessidade ou recebem
subdoses de antipiréticos. Nas administrações de medicamentos às crianças,
acontecem muitas vezes extrapolações de doses e/ou modificações de
formulações para adultos, ignorando-se as diferenças entre crianças e adultos
e submetendo-as aos riscos de eficácia não comprovada e de para-efeitos não
avaliados (ALVES et al., 2007; CARVALHO et al., 2008).
As reações adversas ao paracetamol são raras, mas podem ocorrer
reações
de
hipersensibilidade
e
urticária
em
pacientes
ocasionais
(WANNMACHER, 2005). Devemos lembrar que as crianças são mais
vulneráveis aos efeitos adversos de medicamentos em geral, uma vez que o
processo de desenvolvimento orgânico ainda não está concluído (ALCÂNTARA
et al., 2003).
Nosso trabalho teve como objetivos analisar como os pais/ responsáveis
por crianças de uma creche na cidade de Uberlândia procediam em relação à
administração do paracetamol.
5
2. MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizada uma pesquisa de campo em outubro de 2009, de caráter
descritivo com pais/responsáveis por crianças regularmente matriculadas em
uma creche de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil. Utilizamos como instrumento
de coleta dos dados um questionário composto de perguntas fechadas e
abertas que foi entregue pelos professores aos pais/responsáveis por 100
crianças com idade de 2 a 5 anos. Juntamente com os questionários foi
encaminhado o Formulário de Consentimento Livre e Esclarecido.
Os dados foram analisados através das variáveis coletadas e
apresentados em figuras, respaldados pela literatura pertinente.
3. RESULTADOS
Dentre 100 questionários distribuídos, 23 retornaram preenchidos,
constituindo a nossa amostra.
Todos os questionários foram respondidos pelas mães das crianças,
perfazendo um total de 21 mães, pois duas delas tinham 2 filhos matriculadas
na mesma creche. A idade das mães variou de 18 a 35 anos. Dentre elas, 52%
tinham o 1°grau completo ou incompleto, 33% o 2° grau completo ou
incompleto e 15% tinham ou estavam cursando o ensino superior.
A renda familiar da amostra variou de 1 a 2 salários mínimos (86%) e de
3 a 4 salários mínimos (10%), item não respondido por uma das mães. A
quantidade de pessoas nas famílias variou de 2 a 7 pessoas. A principal forma
de assistência médica relatada foi o Sistema Único de Saúde (SUS, 57%),
seguida pelos convênios médicos (30%) e atendimentos particulares (13%), 2
famílias utilizavam o SUS e convênio médico.
6
Figura 1 - Distribuição das crianças segundo a faixa etária
17%
48%
2 anos e 1 mês a 3 anos
3 anos e 1 mês a 4 anos
4 anos e 1 mês a 5 anos
35%
A figura 1 mostra a faixa etária das crianças, sendo 11 crianças (48%)
com idade entre 2 anos e 1 mês a 3 anos, 8 crianças (35%) entre 3 anos e 1
mês a 4 anos e 4 crianças (17%) com idade entre 4 anos e 1 mês a 5 anos.
Figura 2 - Duração do tratamento com paracetamol
16%
24%
60%
1 a 3 dias
4 a 7 dias
8 a 10 dias
Todas as crianças já fizeram uso do paracetamol, sendo a duração do
tratamento relatada de 1 a 3 dias (60%), de 4 a 7 dias (24%) e de 8 a 10 dias
7
(16%) (Figura 2). Uma das mães relatou que procedia de forma diferente em
relação ao tratamento dependendo se o medicamento era usado para febre (1
a 3 dias) ou para resfriado/gripe (4 a 7 dias).
Todas as crianças já haviam recebido medicamentos que contêm
paracetamol em sua formulação, 17 utilizavam medicamentos que continham
unicamente o paracetamol, enquanto que, 6 crianças utilizavam paracetamol
em formulação única ou em associações, dentre essas 3 crianças utilizavam
formulações contra-indicadas para a faixa etária avaliada.
Figura 3 - Doenças ou manifestações clínicas que motivaram o uso do
paracetamol
50%
45%
45%
40%
35%
febre
resfriado/ gripe
30%
30%
infecções
25%
dor de cabeça
20%
bronquite
15%
10%
5%
vômito
10%
5%
5%
pneumonia
3%
3%
0%
patologias ou manifestações clínicas
As principais patologias/ sintomas que levam à utilização do paracetamol
são demonstradas na figura 3. O sintoma que mais leva as mães a administrar
paracetamol aos seus filhos é a febre (45%), seguido dos resfriados/ gripes
(30%), infecções (10%), dor de cabeça ou bronquite (5%), vômito ou
pneumonia (2,5%). É importante frisar que uma mesma criança pode ter
recebido paracetamol para diferentes patologias, em momentos diferentes.
8
Figura 4 - Distribuição dos grupos de medicamentos mais administrados
concomitante ao paracetamol
60%
54%
50%
40%
antibióticos
não utilizam
broncodilatadores
antialérgicos
28%
30%
20%
11%
7%
10%
0%
medicamentos
Na figura 4 observamos que os antibióticos são a classe de
medicamentos mais utilizada (54%) juntamente com o paracetamol, seguidos
por broncodilatadores (11%) e antialérgicos (7%). O percentual de crianças que
recebem paracetamol isoladamente foi de 28%.
Figura 5 - Frequência de utilização de paracetamol durante o último ano
17%
4%
13%
nenhuma
1 vez
2 a 3 vezes
22%
44%
4 a 6 vezes
mais de 6 vezes
9
A figura 5 mostra que 4% das crianças não utilizaram paracetamol no
decorrer do último ano, 13% das crianças utilizaram 1 vez no último ano, 44%
delas utilizaram de 2 a 3 vezes, 22% de 4 a 6 vezes e 17% receberam mais de
6 administrações no último ano.
Figura 6 - Fontes de orientação procuradas pelas mães ao administrar
paracetamol aos seus filhos
4%
4%
4%
Prescrição médica
Indicação farmácia
receita antiga
por conta dos proprios
conhecimentos
88%
A figura 6 mostra que a maioria das mães declararam seguir prescrição
médica (88%) ao administrar paracetamol aos seus filhos, a indicação da
farmácia, receita antiga e por conta dos próprios conhecimentos representaram
4% cada.
Não foram relatadas reações adversas durante o uso do paracetamol.
4. DISCUSSÃO
A automedicação, apesar de constituir uma forma de auto-cuidado, pode
implicar em um comprometimento da saúde, ao causar intoxicações,
mascaramento de doenças graves e mesmo agravamento do quadro clínico do
paciente devido à ausência de abordagem terapêutica adequada à patologia. A
automedicação pode ter consequências ainda mais graves quando praticada
10
por mães que administram medicamentos sem prescrição médica a seus filhos,
devido à fragilidade inerente da idade e dificuldade de ajuste de posologias
nessa faixa etária.
De acordo com Campos et al. (1983 apud ARRAIS et al. 1997) o risco
inerente à prática da automedicação correlaciona-se com o grau de instrução
do usuário. Dentre as mães pesquisadas, a maioria tinha 1°grau completo ou
incompleto, podendo levar a um maior risco de acontecimento de eventos
tóxicos com seus filhos.
A automedicação pode estar relacionada com a dificuldade de acesso ao
profissional prescritor, sendo considerada por alguns autores como uma forma
de complementar o sistema de saúde, especialmente em países pobres
(NUNES et al., 2006). Os resultados do presente estudo não confirmam a
relação entre renda familiar baixa e automedicação elevada, pois todas as
famílias desse estudo têm rendimento mensal inferior a quatro saláriosmínimos e o SUS constitui o principal meio de acesso à saúde. Apesar dessas
características, a maioria das mães relatam que o paracetamol é administrado
aos seus filhos somente mediante prescrição médica. No entanto, pode-se
perceber que esta informação está em desacordo com outra informação
prestada pelas mesmas mães, pois, quando observados os medicamentos
utilizados, alguns são contra-indicados para crianças menores que 12 anos e,
portanto, provavelmente não foram prescritos por um médico, mas sim
administrados através de automedicação das mães para com os filhos. O fato
de o método utilizado por nosso estudo ter sido o questionário auto-aplicável,
pode ter facilitado a imprecisão das declarações feitas pelas mães, pois, em
entrevistas com questionários semi-estruturados, o investigador pode detectar
esse tipo de incoerência no momento da entrevista e tentar saná-la.
Uma das mães descreveu o vômito como um sintoma que leva à
administração de paracetamol e esta não é indicação terapêutica para o seu
uso. A mãe que relatou utilizar o paracetamol para esse fim, foi umas das mães
que responderam administrar paracetamol a seus filhos sob prescrição médica
(ALVES et al., 2007; ANVISA).
11
O tratamento com medicamentos que contenham paracetamol em sua
formulação não deve ultrapassar 5 dias quando utilizados para dor ou 3 dias
em caso de febre em crianças (ANVISA). No presente estudo, somente uma
mãe relatou que adequava o tratamento quando o medicamento era utilizado
para febre ou quando era utilizado para sintomas associados a resfriado/gripe.
Visto que 24% das crianças recebem tratamento por 4 a 7 dias e 16% recebem
tratamento por 8 a 10 dias, existe o risco eminente de intoxicação dessas
crianças, pois as mães estão excedendo a duração do tratamento
recomendada.
A febre é uma resposta natural do organismo frente a um agente
agressor, sendo um importante sinal de doenças comuns em crianças, estas
muitas vezes têm resolução natural sem complicações. No entanto, a febre em
alguns casos constitui o principal sintoma de infecções graves que necessitam
de adequado tratamento, como sinusites, meningites bacterianas e pneumonia.
De
acordo
com
Murahovschi
(2003),
o
paracetamol
está
entre
os
medicamentos mais prescritos no tratamento da febre, confirmando os
resultados de nosso estudo.
Na maioria das vezes (72%), o paracetamol foi administrado com outros
fármacos, sendo mais comum seu uso concomitante com antibióticos (54%), o
que nos leva a supor que o paracetamol, nesses casos, foi administrado como
analgésico/antitérmico para controle dos sintomas de doenças infecciosas.
Uma das mães que afirma administrar concomitantemente antigripais e
medicamentos antialérgicos usa como fonte de informação para medicar seu
filho receitas antigas, sendo que todas as formulações dos medicamentos
antigripais têm entre seus componentes antialérgicos, podendo ocorrer uma
sobre-dosagem de antialérgico, mais uma vez apontando os riscos da prática
da automedicação.
A faixa etária do grupo de crianças analisadas por nossa pesquisa foi de
2 a 5 anos. Segundo dados do Sinitox, crianças nessa faixa etária são as que
mais recebem atendimentos nos diversos Centros de Informações e
Assistência Toxicológica (CEATOX), por isso a importância de estudos que
avaliam o conhecimento/conduta dos pais/responsáveis quanto ao uso de
12
medicamentos em crianças nessa faixa etária. Ainda, os antigripais estão
dentre as principais classes de medicamentos envolvidas nos casos de
intoxicação humana no Brasil (MALAMAN et al., 2009).
Dados da literatura mostram que os antitérmicos mais administrados são
o ácido acetilsalicílico, paracetamol, dipirona e antiinflamatórios não-esteroidais
com ou sem prescrição médica, estando comumente correlacionados com
eventos
tóxicos
e
reações
adversas
(ALCÂNTARA
et
al.,
2003;
MURAHOVSCHI, 2003; CARVALHO et al., 2008; MATOS, et al., 2008).
Curiosamente, em nossa pesquisa não foram relatadas reações adversas,
sugerindo que haja, por parte das mães, dificuldade de identificação de sinais e
sintomas característicos de reações adversas ou menor ocorrência de RAM
nessa faixa etária, dado que necessitaria de maiores evidências para explicálo.
Diante dos resultados deste estudo, nota-se a necessidade de que
médicos e farmacêuticos ofereçam mais informações às mães de pacientes
pediátricos no momento da prescrição e dispensação de medicamentos. Assim,
teremos uma diminuição na ocorrência de uso inadequado de medicamentos,
bem como uma melhor adesão ao tratamento, obtendo-se maior sucesso
terapêutico.
5. CONCLUSÃO
Os presentes dados demonstram que a maioria das mães de crianças
entre 2 e 5 anos, matriculadas em uma creche de Uberlândia, administram
medicamentos contendo paracetamol a seus filhos mediante e de acordo com
a prescrição médica. No entanto há evidências de que algumas mães
administram esses medicamentos por período maior que o considerado seguro
ou em formulações inapropriadas para a faixa etária analisada, sugerindo a
necessidade de maiores informações por parte dessas mães.
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6. REFERÊNCIAS
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