DIVERSIDADE NAS ESCOLAS INTRODUÇÃO A escola é um ambiente democrático onde se é possível encontrar pessoas com várias diferenças físicas e sociais convivendo e compartilhando um único ambiente. Sendo assim, é preciso que a escola trabalhe em seu contexto as questões das diferenças para que esse ambiente social de aprendizado não venha a se tornar um ambiente que venha a segregar os alunos, pois uma escola que respeita as diferenças é uma escola pluralista que ensina a viver em uma sociedade que também é heterogênea. Na sociedade contemporânea a escola tem sido um dos principais locais onde tem se ocorrido à discriminação que, por sua vez, tem gerado vários problemas e traumas que muitos estudantes carregaram por toda a vida. Desta forma, Pode-se perceber que a discriminação tem sido algo promovido e reforçado na educação escolar de diversas formas como: condições salariais, a desvalorização do professor, a pouca atenção que muitos governos vêm dando à escola pública são alguns dos fatores que fazem com que o próprio educador acabe, sem perceber, reproduzindo e reforçando a discriminação e o preconceito, os quais geram a violência. O preconceito dentro das escolas é algo que não é novo, mas nos últimos anos essas questões que antes ficavam restritas apenas ao ambiente escolar passaram a ter proporções bem maiores, do que as de antes, com a difusão da tecnologia. O preconceito e a discriminação dentro das escolas têm gerado um tipo de violência que é mais conhecida e popularizada dentro das escolas com o nome de “bullying”. O “bullying” é um termo que tem sua definição descrita como:situaçãoquesecaracterizapor agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. Desta forma essa definição mostra de maneira clara que se a escola não conscientizar e orientar os seus alunos para que estes venham aprender a lidar e respeitar as diferenças situações de violência pode acabar invadindo este ambiente que devia ser um ambiente de respeito e valorização das diferenças, pois além de provocar um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, crianças e adolescentes que passam por humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podem apresentar doenças psicológicas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da sua personalidade. Em alguns casos extremos, o “bullying” chega a afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte até por soluções trágicas, como o suicídio. A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA É comum hodiernamente, nas escolas, a observação de atitudes relacionadas a preconceitos relativos à diversas áreas. A intolerância religiosa merece destaque por ainda ser algo bastante constante dentro das instituições de ensino. O Brasil, após ser colonizado pelos portugueses passou a ser influenciado por diversas culturas e por diversos costumes. Portugal trouxe consigo o catolicismo, que é uma crença adotada por grande parcela dos brasileiros. Os africanos ao serem escravizados, também puderam contribuir com sua cultura religiosa para a formação histórica do Brasil. Apesar disso, é notável um considerável número de pessoas dentro das escolas, que apresentam atitudes intolerantes em relação à escolha religiosa das outras pessoas. Levando-se em consideração esses fatos, é necessária uma maior conscientização por parte da comunidade escolar para que dessa forma, os alunos possam conviver em sociedade respeitando as diferenças. Educar para a tolerância é fundamental, se o objetivo for construir e manter uma sociedade plural. É preciso rever os valores e propiciar às crianças desde a mais tenra idade, a convivência baseada no respeito, na empatia, na civilidade e na sensibilidade. Nesta perspectiva, incentivar o respeito relativo à religiosidade é uma questão de justiça que visa assegurar, numa sociedade pluralista, a maior multiplicidade possível de ofertas de vida satisfatória, condizente com a estatura moral que estes tempos nos exigem. E educar nesse sentido não significa fazer menção a outras culturas apenas em datas comemorativas dentro das instituições escolares, como por exemplo, no “Dia da Consciência Negra”. Muitas escolas acreditam estarem cumprindo seus papéis ao tratarem do assunto de diversidade cultural-religiosa apenas em datas específicas, onde os alunos fazem cartazes e diversas outras atividades como homenagem à diversidade. É necessário trabalhar esses assuntos no dia a dia dos alunos. Os professores têm um papel imprescindível nesse sentido, pois atuam como mediadores do processo de aprendizagem, e desta forma, são responsáveis, junto com toda a comunidade escolar, por disseminar nos educandos sentimentos e atitudes ligadas ao respeito e à igualdade. A legislação brasileira prevê o Ensino Religioso nas escolas de ensino fundamental. Porém, as pessoas que compões o universo escolar ainda não sabem a melhor maneira de tratar dos assuntos relativos à religiosidade nas salas de aula. Essas discussões são fundamentais, pois abrem espaço para um debate mais abrangente a respeito do papel que as religiões desempenham na formação dos cidadãos. O Ensino Religioso é matéria de lei e não são claros os direcionamentos a serem dados a essa matéria, ao contrário das demais disciplinas que são previstas em lei específica. A DIVERSIDADE SEXUAL NAS ESCOLAS É definido por lei que a educação é um direito de todos, independente de orientação sexual, classe social, religião, dentre outros aspectos. Porém, muitas são as resistências encontradas dentro das instituições de ensino a esse respeito. São constantes os casos de alunos que deixam de frequentar as escolas devido a atitudes preconceituosas e até mesmo agressivas que sofrem. Os homossexuais são exemplos de pessoas que sofrem constantemente preconceitos por parte de colegas e algumas vezes até mesmo de professores, o que resulta em uma alta taxa de evasão escolar por parte desses alunos. Observa-se que a exclusão aparece nas trajetórias de vidas das pessoas LGBT e são sempre associadas ao ódio e à violência perpetrados contra essa população, dentro do ambiente escolar. É preciso educar os alunos para a convivência social, de modo que respeitem todo e qualquer indivíduo, mostrando que não há pessoa melhor que outra e que todos têm direito a uma vida digna e a uma educação de qualidade. Ter opiniões divergentes é totalmente diferente de querer impor o que se acha certo. Cada pessoa tem uma forma de analisar os fatos da realidade e, portanto, cada um tem o direito de fazer as escolhas que considerar corretas. A DIVERSIDADE DO CAMPO Outra questão que podemos observar em relação à diversidade dentro das escolas trata-se dos alunos que residem em áreas rurais e que, portanto, têm uma rotina diferente dos alunos que moram nas cidades. É necessário realizar uma vida escolar para esses alunos baseada em seu cotidiano. Não convém trabalhar com eles questões que não fazem parte de seu dia a dia, que não são significativas para seus aprendizados, ou seja, ao se trabalhar em área predominantemente rural, cabe aos educadores adaptar o currículo escolar e as atividades para que esses educandos possam desfrutar de um ensino altamente qualificado, que vá acrescentar em suas vidas futuras como cidadãos. Muitos alunos residentes dessas áreas rurais não têm sua cultura respeitada, e muitas vezes são obrigados a se deslocarem para as cidades, algumas vezes, correndo perigo, para que possam ser educados. Educação esta que não raramente, é descontextualizada da vivência desses estudantes. Desta forma, já que este direito de ter a educação ali onde vivem essas pessoas deixou de existir e, enquanto essa realidade permanece, é preciso que se realizem análises e debates a respeito da realidade no campo, valorizando, assim, os alunos que vivem nesses locais e que frequentam a escola urbana. Estes não podem ser marginalizados ou discriminados por suas condições geográficas e nem por suas culturas. ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS Discute-se hoje a respeito de um currículo pós-crítico, onde as diferenças devem ser levadas em consideração. Precisa-se notar que não está mais em questão apenas a igualdade das condições de aprendizagem, mas também da equidade, ou seja, deve-se perceber que todos têm direito à educação. Entretanto, esta mesma educação deve ser trabalhada de forma subjetiva, onde cada aluno possui suas especificidades que por sua vez devem ser atendidas em sua totalidade. Por isso é tão importante a criação de um currículo flexível, onde os professores possam adaptar determinadas atividades de modo a atender a todos de uma forma significativa. As pessoas com necessidades educacionais especiais são diferentes e por isso elas se tornam mais que especiais. Todas as pessoas têm suas particularidades e também suas dificuldades que devem ser trabalhadas para que possam ser transformadas em oportunidades de crescimento. O trabalho com o lúdico é um recurso indispensável no processo de ensino aprendizagem principalmente em turmas inclusivas. O jogo pedagógico é desenvolvido com a intenção de provocar aprendizagem significativa, estimular a construção de novo conhecimento e principalmente despertar o desenvolvimento de uma habilidade operatória. É importante ressaltar que os alunos que apresentam essas necessidades educacionais especiais devem desenvolver essas atividades preferencialmente na turma regular, juntamente com os outros alunos que não apresentam essas necessidades, pois dessa forma, estes estarão trabalhando positivamente para uma convivência em sociedade, respeitando as diferenças e aqueles irão desenvolver-se em seus aspectos integrais. Os atendimentos especializados poderão ser realizados no contraturno para complementar a vida escolar desses estudantes. O fator mais importante para garantir o bom desenvolvimento e convívio social da criança com necessidades especiais é o bom ambiente familiar. Pais atentos e bem informados, capazes de intervir desde cedo nos processos de aprendizagem, nas práticas vocacionais, servindo-se da colaboração de profissionais especializados quando necessário. Nesse sentido, o empenho individual e coletivo dos pais e dos professores pode produzir resultados positivos surpreendentes. Os cuidados com essas crianças não são radicalmente diferentes daqueles que são prestados às crianças sem necessidades. É o mesmo carinhoso processo de ajudar a crescer, estimular a independência, acompanhar o aprendizado, cuidar do viver diário com carinho e amor, de forma natural e espontânea, aceitando e respeitando as limitações individuais. Um dos fatores primordiais que se relaciona com a organização educacional baseia-se na qualificação profissional dos professores. É necessário que estes assumam um papel de mediador e facilitador para a aprendizagem de todos os educandos, fazendo com que os alunos com necessidades educacionais especiais possam incluir-se. Os professores devem proporcionar a todos um desenvolvimento integral, em seus aspectos físicos, psicológicos, emocionais e intelectuais/cognitivos. O trabalho de aceitação das diferenças, abolindo qualquer forma de preconceito também se faz necessário, principalmente em turmas inclusivas. É importante destacar que integração é diferente de inclusão. A integração ocorre quando um aluno que necessita de atendimento especial é inserido em uma classe regular, porém, sem o objetivo de inserí-lo no ambiente escolar juntamente com os outros alunos. O educando fica destacado, isolado dentro da sala de aula e não interage nas atividades junto com a classe. A inclusão, por sua vez, ocorre quando o aluno com necessidade educacional especial é incluso na rede regular e todas as suas potencialidades são trabalhadas da melhor forma possível. Esse aluno interage com o grupo e participa das atividades da turma, ou seja, mesmo que sejam necessárias algumas adaptações, o aluno não deixa de interagir com a classe. Ele é de fato um integrante ativo dentro da sala de aula. Atualmente, ainda há escolas professores que lidam com seus alunos de forma integradora e não inclusiva. Muitas vezes esse fato deve-se à falta de apoio da equipe pedagógica, pela falta de preparo dos profissionais ou pelo simples fato de ser mais fácil isolar esses alunos que trabalhá-los para que possam ter um desenvolvimento em sua integralidade. É necessário, portanto, uma maior conscientização a respeito do tema, para que toda a comunidade escolar possa trabalhar de forma a contribuir para que esses alunos possam ter uma vida digna, exercendo assim, seus plenos direitos de cidadãos. CONCLUSÃO A diversidade nas escolas precisa ser trabalhada e debatida por todos os agentes que fazem parte do contexto escolar, ou seja, pais, alunos, professores e funcionários da escola como um todo. Sendo assim, é preciso se discutir e debater o assunto se conhecendo melhor as diferenças de cada um valorizando a importância da existência da diversidade com uma visão voltada para o ambiente escolar e para o mundo. Portanto, para que os alunos consigam lidar com as diferenças com sensibilidade e equilíbrio, é preciso que tenham intimidade com o assunto, e não apenas em projetos com duração definida ou em datas comemorativas, como ainda é habitual em várias escolas. Sendo assim, algo que não se pode esquecer é que os pequenos aprendem com o exemplo dos adultos, ou seja, se estes convivem em um ambiente onde os adultos demostrem intolerância e desrespeito é isso que as crianças vão aprender e desta forma irão começar a reproduzir. BIBLIOGRAFIA http://revistaescola.abril.com.br/formacao/bullying-escola494973.shtml http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6anos/diversidade-sempre-427144.shtml http://gestaoescolar.org.br/formacao/conviver-diversidade-diferencaconvivio-779830.shtml http://jornalggn.com.br/noticia/como-lidar-com-a-diversidade-noespaco-escolar-por-eliane-oliveira http://portal.mec.gov.br/pet/194-secretarias-112877938/secadeducacao-continuada-223369541/13917-pesquisa-diversidade-naescola http://www.bancodeescola.com/verbete4.htm